sexta-feira, 30 de dezembro de 2022

MENOS UMA PARTE DA CASA DALLA STELLA

 

MENOS UMA PARTE DA CASA DALLA STELLA









Quando estive com o USK Curitiba em 2015 para desenhar essa linda (por dentro e por fora) casa de madeira com lambrequins no Alto da XV, a Casa Dalla Stella, a antiga fábrica de móveis que havia no terreno já estava com a estrutura comprometida, com o telhado e o piso cedendo.

Recentemente soube que eles tiveram que demolir a antiga fábrica por questões de segurança. Passei por lá e ainda consegui registrar um pequeno trator que deve ter sido utilizado na demolição.

A casa foi construída por imigrantes italianos por volta de 1880, em madeira de pinho do Paraná (Araucária). Construído pela família Dalla Stella, com o estilo dos imigrantes daquela época, o núcleo, mais tarde ampliado, ocupava um pequeno espaço da extensa propriedade, onde hoje se encontram parte das ruas Amintas de Barros e 21 de Abril.

As fotos que publico hoje mostram a casa quando a visitei em 2015, as que mostram a fábrica já demolida e sem dúvida a foto mais sensacional é a preto e branca (não sei precisar a data) na qual vemos a casa no seu auge de ocupação e conservação. Nessa foto vemos a família perfilada na frente da casa, em cuja varanda percebemos fantásticas pinturas. Mais ao fundo, vemos a fábrica de móveis, com alguns funcionários segurando a bandeira do Brasil, e atrás dela, um inusitado cavalo com uma pessoa de uniforme prestando continência. Show demais!!

A aquarela que publico hoje foi feita pelo amigo Raro de Oliveira especialmente para o meu livro, onde essa casa entra em destaque.

Enfim, o temo avança feito um trator e vai mudando tudo. 

PALÁCIO RIACHUELO

 

PALÁCIO RIACHUELO


Um imóvel em ruínas passou – no ano de 1925 – à propriedade da família de José Hauer. Posteriormente foi vendido por Alexandre Hauer para Ângelo Guarinello. O mesmo revendeu a um próspero imigrante sírio que já possuía outros imóveis na região – Jorge Pacífico Fatuch.

O Sr. Fatuch acabou por demolir a edificação para construir ao término da década de 1920 o atual Palácio Riachuelo. A data de inauguração – 1929 – está inscrita no topo até os dias atuais. O projeto arquitetônico previu o andar térreo para lojas comerciais e os superiores como moradia em geral.

A rotina comercial teve como um dos destaques a presença das Casas Pernambucanas – que permaneceram de 1935 até o final da década de 40. Em 1946 a família Fatuch vendeu o local para a firma Feira de Retalhos. O dono do estabelecimento – Ernesto Alves Padilha – viria a alterar a denominação para Feira dos Tecidos. Outros tradicionais comércios curitibanos tiveram o Palácio Riachuelo como sede. Entre eles a Casa Hilu; Salão Recife; Hotel Castelo; entre outros.

Fonte: site do Centro Histórico de Curitiba

Referências: BOLETIM INFORMATIVO DA CASA ROMÁRIO MARTINS. Cores da Cidade: Riachuelo e Generoso Marques. Curitiba: FCC. 1996. 90p.

PARÓQUIA BOM JESUS DOS PERDÕES

 

PARÓQUIA BOM JESUS DOS PERDÕES

http://www.circulandoporcuritiba.com.br/2020/05/paroquia-bom-jesus-dos-perdoes.html


Minha mãe enquanto pode e viveu em Curitiba, frequentou essa igreja na Praça Rui Barbosa. Algumas vezes fiz companhia à ela em algumas missas.

Segue um pouco da história da Igreja Bom Jesus dos Perdões que encontrei na página do FB da paróquia.

Os frades franciscanos, pertencentes à Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil, chegaram a Curitiba em 1899. Em 1901, foram erguidos no Largo da Misericórdia (atual Praça Rui Barbosa) – local onde é a quadra do Senhor Bom Jesus – uma capelinha e um tosco conventinho em madeira de pinho (9x12m). O superior da fraternidade foi Frei Redento Kullmann, integrada por Frei Inocêncio e Frei Policarpo Schuhen.

No dia 30 de julho de 1907, procedeu-se ao lançamento da pedra fundamental da nova igreja do Bom Jesus. As obras tiveram início no dia 19 de maio de 1908 e se desenvolveram em ritmo tão acelerado que, já a 14 de setembro do mesmo ano, colocava-se a cruz no topo da torre de 42 metros de altura. O responsável pelas obras e, ao que parece pelo projeto, era Frei Feliciano Schlag. No dia 24 de julho de 1909 era consagrado o novo templo.

A Paróquia Senhor Bom Jesus dos Perdões foi criada pelo Arcebispo Metropolitano de Curitiba, Dom Manoel da Silveira D’ Elboux, em 24 de maio de 1951, tendo o Frei Erasmo Cleven foi nomeado vigário em 31 de maio de 1951.

A PRIMEIRA IGREJA BATISTA DE CURITIBA

 

A PRIMEIRA IGREJA BATISTA DE CURITIBA



Por alguns anos, de 1978 à 1980, diariamente eu passava pela Avenida Batel de ônibus, indo e voltando do Colégio Rio Branco onde estudei da 6ª até a 8ª série. Do ônibus observava a obra da PIB de Curitiba que parecia interminável.

Não conhecia sua história com mais detalhes até hoje, quando no site da PIB busquei informações para acompanhar a foto de hoje, que do meu celular fiz há poucas semanas.

A história da Primeira Igreja Batista de Curitiba começa no início do século passando quando o missionário Robert Pettigrew deixou os Estados Unidos e veio para o Brasil, fixando-se em Alagoas, onde conheceu o pastor Manoel Virgílio de Souza.  Robert Petigrew logo foi transferido para o litoral do Paraná, organizando as primeiras igrejas em Paranaguá e Antonina. 

A convite de Pettigrew, em 1912 Manoel Virgílio vem para Paranaguá com toda sua família e logo subiu a serra, organizando em 13/05/1914 a PIB Curitiba, tendo Pettigrew como pastor. A sede mudou-se para a rua Aquidaban (Emiliano Perneta) onde mais tarde a área foi ocupada pela Direito de Curitiba e o Novo Ateneu.

Em 1923 um novo prédio começou a ser construído na Visconde de Guarapuava com a Westphalen, inaugurado em 1924. 

Com o passar dos anos, o crescimento da igreja e a degradação do antigo prédio demandaram uma nova sede, que passou a ser buscada. Em 1977 Maria Matarazzo ofereceu e vendeu à igreja o terreno onde hoje foi construído a sede atual. Em 1978 um ginásio de esportes foi construído, abrigando também a igreja. Nos anos de 1990 a construção ganhou força, tendo suas etapas sendo vencidas passo à passo e em 2014 o templo foi finalizado com mais de 13 mil metros quadrados de área total. Atualmente a PIB Curitiba conta com 11 mil membros.

Todas as informações aqui prestadas foram obtidas do site da PIB Curitba, onde poderão encontrar essa história e muitas outras informações em detalhes. 

CASA RENAUX

 

CASA RENAUX




A Casa Renaux de 1952, foi de certo modo, o primeiro contrato da vida profissional de Rubens Meister, seu primeiro freguês, como afirmava em entrevistas. Foi o projeto no qual o profissional pode realmente cobrar honorários justos, visto que na época as construtoras ofereciam o projeto de graça, ou seja, o custo referente a esses serviços estava incluído no valor total da construção, dessa forma era difícil manter um escritório especializado em projetos, como era o caso de Meister, que se voltava exclusivamente a projetos arquitetônicos.

Contratado por Alma Mathilda Gleich Renaux, o Edifício Paulo Renaux, como era chamado, possuía nos quatro primeiros pavimentos as dependências da Casa Renaux, uma loja destinada a vendas de artigos de lã, malhas, tecidos, tricotagem, entre outros produtos, e na cobertura abrigava uma residência.
Meister projetou o edifício nos mínimos detalhes, desde elementos construtivos complexos, como os brises, que chamou de cortina difusora, até os mais simples, como a correta instalação dos tacos de madeira, soleiras, rodapés, guarda-corpos, esquadrias, entre outros tantos aspectos que constituíam o projeto.

Seu maior desafio foi a resolução da cortina difusora, que tinha como função impedir a incidência direta do sol na fachada frontal, funcionando como elementos de sombreamento. Confeccionada com tubos de fibrocimento e parafusadas entre si, o elemento construtivo exigiu um detalhamento preciso e também uma grande perícia executiva. 

Edifício Paulo Renaux
Autor: Rubens Meister
Data do Projeto: 1950
Data da entrega da obra: 1952
Área do terreno: 272,00 m2
Área construída: 1.131,08 m2

Fonte: “Rubens Meister Projeto e Obra”. Autores: Deborah Agulham Carvalho, Fábio Domingos Batista, Paulo Chiesa. Curitiba, PR: Grifo, 2019. Páginas: 119-123.

Uma curiosidade: a cortina difusora na fachada é composta por 540 elementos em 20 linhas x 27 colunas.

ESTOFARIA SUREK

 

ESTOFARIA SUREK







R. Des. Hugo Simas. A casa segundo relato, pertenceria à familia Schaffer

O último encontro do USK Curitiba aconteceu nessa estofaria na rua Des. Hugo Simas no Bom Retiro. Procurei na internet alguma informação sobre a Estofaria Surek mas não encontrei, percebi apenas que parece ser uma especialidade de família, com outras comércios espalhados por Curitiba ligados ao mesmo sobrenome.

O prédio parece ser bem antigo e olhando pela lateral, percebe-se que era uma casa de madeira cuja metade foi refeita em alvenaria ou recoberta com aquele material (Erkulit) que recobria madeira dando o aspecto de "casa de material". A fachada frontal em alvenaria dá acesso à estofaria. 

Como passamos pouco mais de duas horas na frente do estabelecimento, pudemos acompanhar no final do dia os proprietários num momento de descontração, quando colocaram almofadas na entrada da estofaria e abriram uma cervejinha para celebrar o final de mais um dia.

Atualização em 20/11/2020

Consegui através de um amigo o contato com uma pessoa da família dessa casa, que me passou o seguinte relato e a foto fantástica de como era a Rua Des. Hugo Simas ma década de 50. A casa da foto seria da família Schaffer.

Segundo relato que recebi, a casa foi construída entre 1956/57. Nessa época havia poucas casas na região, não havia transporte público ou asfalto. O local era feito de campo e mata, com algumas chácaras.

Logo que a família ocupou a casa, abriram um armazém de secos e molhados onde vendiam de tudo, mas principalmente produtos alimentícios à granel. A vizinhança conhecia o comércio como “Armazém do Bernardo”. O patriarca atendeu nesse armazém de 1957 até 1993, quando se aposentou. 

Depois na casa funcionou uma floricultura, um restaurante, uma lanchonete e agora uma estofaria.

O EDIFÍCIO ÂNGELA ROSA PERRONE VISTO DO ALTO

 

O EDIFÍCIO ÂNGELA ROSA PERRONE VISTO DO ALTO

Do alto do prédio da Galeria Andrade fiz essa imagem que mostra a rua Riachuelo na direção do Shopping Mueller, que aparece no fundo da imagem junto à Praça 19 de Dezembro. Destaca-se na imagem o Edifício Rosa Ângela Perrone.

O edifício foi implantado na esquina de duas ruas históricas, a São Francisco e a Riachuelo. Fica ao lado de pontos tradicionais como o Restaurante São Francisco, fundado em 1955 e que permanece no local servindo a famosa rabada à moda da casa até os dias de hoje, e o Nonna Giovanna, restaurante de massas e carnes conhecido pelo saboroso filé à parmegiana, presente na rua desde 1986.

O edifício está próximo a espaços públicos bem conhecidos da cidade, como o Largo da Ordem, que recebe a tradicional "feirinha" aos domingos, e a Praça Generoso Marques, endereço que abriga o espaço cultural SESC Paço da Liberdade.

Segundo relatos de moradores, nos tempos antigos era possível usufruir de uma bela vista para a Serra do Mar, mas que acabou impedida pela verticalização da cidade. O uso residencial, no entanto, liberou o seu pavimento térreo para o uso de lojas comerciais.

Na concepção estética do edifício, o arquiteto Romeu Paulo da Costa fez uso de uma linha simplificada remetendo ao estilo art déco, aproveitando-se do lote do terreno para a conformação da volumetria. Na fachada, balcões percorrem as duas laterais do edifício, evidenciando o ritmo dos pavimentos intercalados com esquadrias pontuais construídas em madeira. Apesar da altura imponente, o prédio possui um acesso tímido com uma portada revestida em pedras de granito.

Texto do arquiteto Guilherme de Macedo para o Prédios de Curitiba.

DOIS PRÉDIOS MARCANTES

 

DOIS PRÉDIOS MARCANTES


A rua das Flores é um dos meus lugares favoritos em Curitiba e essa é uma esquina acho bastante especial. Na foto vemos dois prédios marcantes na paisagem. 

Um deles é a antiga sede do Banestado, uma construção de 1883, do imigrante português Manoel da Costa Cunha, com projeto do italiano Ernesto Guaita e obras do mestre alemão Henrique Henning. O primeiro proprietário, prejudicado pela Revolução Federalista, foi obrigado a vender o prédio ao ervateiro Manoel de Macedo. Anos depois, seus herdeiros o venderam ao governo do Estado. Foi banco, agência de rendas, agência do Banco do Estado do Paraná e hoje, agência do Banco Itaú.

Do outro lado da rua, a antiga sede do Banco Mercantil é projeto de 1953 de Romeu Paulo da Costa (que também projetou a Biblioteca Pública do Paraná).  No livro "Arquitetura Modernista de Curitiba", o professor Salvador Gnoato comenta que "a geometria reta do edifício não acompanha a esquina. A obrigatoriedade de execução de galerias cobertas na Rua XV com a intenção de aumentar o espaço da calçada, sugeriu a proposta de solução de pilotis desse edifício de pilares aparentes e esquadrias moduladas executadas em metal. O uso de brises complementa a absorção dos princípios corbusianos".

Quando caminhar pela XV, se tiver oportunidade, repare nos detalhes desses e de muitos outros prédios.

TODAS AS QUADRAS DA BARÃO - 1

 

TODAS AS QUADRAS DA BARÃO - 1





Na semana passada fiz uma breve caminhada pela rua Barão do Rio Branco desde a Praça Generoso Marques até a Praça Eufrásio Correia. São poucas quadras mas com muita história e prédios muito lindos. Em todas as quadras fotografei os prédios que mais gosto e não por coincidência os mais antigos. 

Num dos comentários que fiz em uma postagem de um casarão também da Barão, levantei a hipótese de que assim como a rua XV e a Comendador Araújo, também a Barão do Rio Branco deveria ser tombada protegendo assim o casario dessa rua que já foi a mais importante de Curitiba, palco de muitas histórias.

TODAS AS QUADRAS DA BARÃO - 2

 

TODAS AS QUADRAS DA BARÃO - 2







Entre a rua XV e Marechal Deodoro dois prédios para mim são de grande destaque, ambos bem na esquina da XV com a Barão. A antiga sede do Clube Curitibano, um prédio tão chique numa determinada época que era parte integrante de roteiro turístico da cidade. Imediatamente à frente, um pequeno prédio eclético de dois andares de 1926, repleto de detalhes que valem ficar uns minutos diante dele para apreciar.