Venâncio Aires é uma cidade gaúcha que teve suas origens em meados do século XVIII, quando famílias oriundas dos Açores começaram a se instalar nas proximidades do Rio Taquari e do Arroio Castelhano. A primeira povoação do local ficou conhecida como “Faxinal dos Tamancos“, e esteve vinculada às Freguesias de Triunfo e de Taquari.
Ao longo do século XIX diversas famílias alemãs chegaram ao local. No ano de 1864, Brígida Fagundes doou um terreno para construir uma capela, mas a sua pedra fundamental foi depositada somente anos depois, em 1876. Quatro anos depois, foi fundada no local uma irmandade, composta por escravos e pessoas livres, dedicada a São Sebastião Mártir. A capela era atendida por padres jesuítas de Santa Cruz do Sul.
No ano de 1884 foi criada a
Freguesia de São Sebastião Mártir, e alguns anos depois os moradores se organizaram para construir uma igreja matriz, que deveria ser situada no mesmo local da primitiva capela. Em 1895 essa igreja foi inaugurada, e alguns anos depois recebeu três retábulos em estilo neogótico, esculpidos em madeira por Miguel Flach.
Antiga matriz de Venâncio Aires, em 1910
No ano de 1927 foi organizada uma comissão encarregada de construir uma nova matriz. O projeto, em estilo neogótico de influência alemã, era de autoria do arquiteto germânico Simão Gramlich – o mesmo que desenhara o risco da catedral de Santa Cruz do Sul e da
Matriz de Nossa Senhora da Glória de Sinimbu. Por esse motivo, essas três igrejas possuem muitas semelhanças em suas características arquitetônicas.
A pedra fundamental foi lançada em 1929, apenas um ano depois da catedral de Santa Cruz, e as obras prosseguiram até 1934, ocasião em que foram interrompidas, ficando as torres inacabadas.
Nesse período, muitos movimentos católicos foram se estabelecendo na cidade, dentre os quais se destacam a fundação de um hospital a cargo das Irmãs da Divina Providência, a fundação de uma Pia União das Filhas de Maria, a abertura de um internato, bem como a realização de uma Cruzada Eucarística.
Somente em 1952 foram iniciadas as obras de complementação das duas torres, que atingiram então uma altura de 65 metros.
Interior da igreja. As nervuras das abóbodas denotam uma clara influência do gótico alemão, observada em todas as igrejas projetadas por Simão Gramlich.
Os altares foram talhados há mais de um século, e são oriundos da antiga matriz
Localizado ao norte do Chile, é considerado o lugar não polar mais árido do planeta Terra. No entanto, apesar da sua secura, apresenta belíssimas paisagens que sem dúvida valem a pena conhecer. Por isso, hoje na Civitatis lhe contamos o que ver no deserto do Atacama.
San Pedro de Atacama é a porta de entrada para ir em busca das melhores paisagens naturais do deserto homônimo. Esse povoado também está localizado em uma das áreas com os céus mais limpos e claros do mundo. Portanto, as atividades de observação de estrelas se somam aos atrativos do deserto do Atacama.
Não faltam motivos para visitar este magnífico entorno natural do Chile. Mas quais são suas principais joias? Quais os lugares essenciais em qualquer visita que se preze ao deserto do Atacama? A seguir, detalhamos os mais destacados.
O clima seco do altiplano, no meio ao deserto, e as condições climáticas especiais são os elementos ideais para o desenvolvimento do cloreto de sódio. Portanto, não é de surpreender que esteja localizado nesta área o Salar de Atacama, o maior depósito de sal do Chile. E apesar de seu alto nível de salinidade, este lugar abriga uma grande biodiversidade. É especialmente notável sua grande colônia de flamingos. Além disso, se você visitar o salar, também poderá encontrar outros animais andinos, como guanacos e vicunhas.
Turistas no extenso Salar de Atacama
Embora todos os momentos sejam bons para desfrutar do Salar de Atacama, recomendamos visitá-lo ao nascer ou ao pôr do sol. É precisamente a essas horas do dia que as salinas são mais bonitas. Tons de escarlate e laranja se refletem na superfície esbranquiçada, criando uma paisagem digna de cartão postal.
Apenas 13 quilômetros separam San Pedro de Atacama do Valle de la Luna, uma das grandes atrações turísticas do deserto chileno. Como o próprio nome indica, não é por acaso que o nome do vale se refere ao satélite da Terra. As paisagens desta depressão são bastante semelhantes às da lua. Basta um passeio por elas para se aperceber da vastidão e isolamento deste terreno.
Fotógrafo captando a paisagem do Valle de la Luna, no deserto chileno de Atacama
O Valle de la Luna é também um enclave de grande interesse geológico. A ação do vento e outros agentes erosivos moldaram as rochas circundantes à sua vontade. O resultado? Ao caminhar pelo vale, você tem a sensação de visitar um lugar quase irreal, já que as pedras assumem formas impossíveis. Se você deixar sua imaginação voar, poderá até ver figuras de vários animais e objetos familiares.
Junto do Valle de la Luna se encontra a Cordilheira do Sal, outra das grandes joias naturais do deserto do Atacama. Esta cadeia montanhosa estende-se por um terreno de solos salgados e completamente áridos. Trata-se também de uma paisagem cárstica, ou seja, composta por minerais solúveis. Já chega de explicações científicas, porque se há algo pelo qual vale a pena visitar a Cordilheira do Sal é parar para experimentar a calma e a tranquilidade que se sentem nestas paisagens.
Montanhas da Cordilheira do Sal, no deserto do Atacama
Assim como no Vale da Lua, a Cordilheira do Sal também vale a pena visitar ao nascer ou pôr do sol. Além disso, a ausência de construções humanas por muitos quilômetros ao redor favorece a contemplação das paisagens sem obstáculos que cubram ou dificultem apreciar a vista.
Nesta excursão à Cordilheira do Sal, você também descobrirá por que os restos de um ônibus, encalhado em um dos desertos mais secos do mundo, podem ser encontrados neste lugar.
O Deserto do Atacama também abriga vários recantos escondidos que, embora não sejam mais tão remotos hoje, despertam a admiração e o interesse de todos os visitantes. Um deles é, sem dúvida, as Lagunas Escondidas de Baltinache. É um conjunto de sete pequenas lagoas de água salgada que se destacam pela intensa cor turquesa das suas águas.
As Lagunas Escondidas de Baltinache são uma das grandes atrações do deserto chileno de Atacama
É permitido se banhar em algumas destas lagoas. Dessa forma, você poderá sentir uma certa sensação de leveza, pois literalmente flutuará nas águas salgadas. A área também é muito chamativa devido aos contrastes cromáticos. Nos dias de sol, que costumam ser a maioria, o intenso azul-turquesa das lagoas sobressai entre o terreno esbranquiçado circundante, tingido desta cor devido à sua elevada concentração de sal.
Outro lugar imperdível para visitar no deserto do Atacama é o Vale do Arco-íris. Seu nome certamente cumpre com as expectativas. A variedade cromática das suas colinas e morros é imensa. Tons ocres e avermelhados se combinam com bege, verde e branco, mas também se destacam o amarelo, branco e azul. Tudo isso devido à grande diversidade de rochas e minerais encontrados neste lugar excepcional no meio do deserto.
As montanhas do Vale do Arco-íris, no deserto do Atacama, destacam-se pela variedade cromática
Todo o entorno do Vale do Arco-íris é um ímã para os amantes da fotografia. Não importa para onde você olhe, você sempre encontrará uma perspectiva única em que pode capturar uma extraordinária visão panorâmica da geografia local.
Não são apenas os tons ocres, beges e amarelados que se destacam no deserto do Atacama. Os vermelhos e carmesim também se destacam. A prova disso é a paisagem dePiedras Rojas, assim chamada pelas cores escarlates de suas rochas. Assim como nesta área do norte do Chile, aqui também é possível ver um forte contraste de cores. Nesse caso, os terrenos agrestes e avermelhados contrastam com o céu azul claro e limpo desse lugar.
Paisagem de Piedras Rojas, no deserto do Atacama
Em suma, o deserto do Atacama não é apenas um terreno árido e inóspito. É também uma área bela e extensa, com bonitas joias naturais escondidas que valem a pena visitar.
