HISTÓRICO DA ESTAÇÃO: A estação de Piraquara, "buraco ou lagoa do peixe", foi aberta em 1885, com outro prédio de pedras, tijolos e cal. É um dos locais mais antigos no planalto curitibano, e constituía a chamada Fazenda Piraquara, na freguesia de São José do Pinhais. Nas proximidades, ficava a Fazenda da Borda do Campo, que fora explorada pelos jesuítas e depois confiscada e incorporada à coroa portuguesa, sob Pombal, na segunda metadedo século XVIII. Como reduto pastoril não se desenvolveu.Piraquara praticamente foi criada pela estrada de ferro, levantada a planta da futura cidade pelo engenheiro ferroviário Jorge Benedicto Ottoni e entregue à Câmara Municipal de São José dos Pinhais.
Em torno da estação surgiu o povoado: serrarias e engenhos de mate quebraram o bucólico silêncio, abrindo um período de prosperidade. Os grandes pinheiros eram serrados e carregados para a serraria. As grandes florestas de araucárias da região seriam o principal produto de transporte da nova estrada de ferro e uma das razões de sua viabilidade econômica. Tinham razão seus construtores. Estabeleceu-se ali uma próspera indústria madeireira, que se estendeu a toda a região, a tal ponto que da pequena estação ferroviária nascia, sob a República, a cidade de Deodoro, por decreto de 17/01/1890. Retomou depois ao nome primitivo de Piraquara.
A estação original foi substituída nos anos 1940 pelo prédio atual, que, depois de anos abandonado após a desativação dos trens regulares de passageiros no final dos anos 1980, foi restaurado e passou a abrigar um pequeno museu.
Em 2008, o prédio da estação era uma pizzaria. Em 2016, a pintura já é outra e o exterior do prédio está em excelentes condições, mas não sei para o que serve atualmente o prédio.
ACIMA: Pátio e estação de Piraquara em 1916 (Autor desconhecido). ACIMA: Pátio da estação de Piraquara por volta de 1930 (Foto Arthur Wischral). ABAIXO: Revolta popular contra a deficiência de vagões, no tempo da administração da Brazil Railway em 1912 (O Estado de S. Paulo, 21/9/1912).

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AO LADO: Modificações nos pátios das estações da linha em 1913 (O Estado de S. Paulo, 8/6/1913).
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 ACIMA: No pátio da antiga estação de Piraquara, provavelmente nos anos 1920, as toras aguardam o embarque espalhadas ao longo dos trilhos (Foto: acervo Flavio Cavalcanti). ABAIXO: Passagem de nível ao lado da estação de Piraquara, em foto publicada no final de 1977 (Foto Amilton Vieira, VEJA, 28/12/1977).
(Fontes: Ralph M. Giesbrecht, pesquisa local; Acervo Arthur Wischral; Amilton Vieira; Eduardo Eloy Scuissiato; Dirceu Cavalcanti; Nilson Rodrigues; Marilia ___; Ricardo Pinto da Rocha; Ricardo Koracsony; Paulo Radtke; Flavio Cavalcanti; Mark Ferrez; Biblioteca Nacional; ABPF-Paraná; VEJA, 1977; O Estado de S. Paulo, 1912-13; Edilberto Trevisan: Ao Apito do Trem, 1986; Serra Verde Express, 2004; Guia Geral das Estradas de Ferro do Brasil, 1960; IBGE, 1957; Mapa - acervo R. M. Giesbrecht) |
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