quinta-feira, 30 de junho de 2022

HISTORIANDO AS RUÍNAS DE SÃO FRANCISCO

 HISTORIANDO AS RUÍNAS DE SÃO FRANCISCO

HISTORIANDO AS RUÍNAS DE SÃO FRANCISCO
Para compreender a história das Ruínas de São Francisco é preciso voltar no tempo. O ano era o de 1798, quando o bispo de São Paulo, Dom Mateus de Abreu Pereira, em passagem por Curitiba, manifestou preocupação com relação à situação das três igrejas então existentes na cidade, que estavam em mau estado de conservação.
Durante sua visita a Curitiba, o bispo verificou a urgência de novos santuários, já que nesse período só existiam três igrejas: a Matriz de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais, atual Catedral; a Igreja Nossa Senhora do Terço, hoje conhecida como a Igreja da Ordem; e a Igreja do Rosário.
Ao longo da sua estadia na região, o bispo ficou hospedado na fazenda do coronel Manoel Guimarães. No decurso das conversas, o coronel expôs ao bispo o seu desejo de construir uma igreja em nome da sua devoção a São Francisco de Paula. Com a autorização de Dom Mateus Pereira, o coronel solicitou a câmara de Curitiba um terreno para a construção da capela devotada ao santo.
Manoel Gonçalves Guimarães foi um rico coronel da região da Lapa. Também mantinha posses e residência na cidade de Curitiba, isso facilitou o projeto de construção da igreja. Para alguns fiéis católicos, a nova igreja seria uma afronta a Nossa Senhora da Luz, para outros, uma questão apenas política. No entanto, sabia-se que não seria erguida uma igreja simples, seria elevado um templo tão grandioso quanto a fortuna do Coronel Manoel Guimarães.
Conhecendo-se o temperamento arrojado de Manoel Guimarães, ficava claro que não iria construir simplesmente mais um santuário. Seria, além da realização de um sonho ou do cumprimento, talvez, de uma promessa, a representação concreta de seu poder e influência.
Então, criou-se a Confraria de São Francisco de Paula para dar início ao projeto. arrecadaram-se doações para a compra de materiais de construção, além de objetos religiosos. Em 1809, apenas a capela-mor e a sacristia ficaram prontas, mesmo inacabada o bispo Dom Mateus de Abreu Pereira autorizou a benção da igreja para que fossem realizadas suas atividades religiosas.
Ainda para a inauguração da capela, foi colocado sobre o altar a imagem de São Francisco de Paula. O Santo só saía da igreja para a procissões dos fieis em tempos de seca. A imagem de São Francisco de Paula foi esculpida em madeira, entretanto sua origem e autor são desconhecidos.
O falecimento do Coronel Manoel Guimarães fez com que as obras ficassem paradas, mesmo com a confraria ainda existindo. A reforma da Igreja da Matriz também contribuiu para a paralização da construção, pois o reboco estava se desvencilhando do teto e havia risco de desabamento. Por esse motivo, em 1860, a construção da igreja São Francisco de Paula foi abandonada para que fosse concluída a torre da Igreja da Matriz. Portanto, “As pedras que finalizariam as obras foram utilizadas na conclusão da torre da antiga matriz” (FENIANOS, 1998).
Depois de alguns reparos na Igreja Matriz os problemas estruturais persistiram. Com mudança de vila para a cidade, Curitiba precisava de uma igreja a altura da sua nova categoria, então começaram a construção da nova catedral. Concomitante a isso, a igreja da ordem também carecia de reformas.
A restauração da Igreja da Ordem e a finalização da catedral impossibilitaram a conclusão da Igreja São Francisco de Paula. Segundo Baptista, mesmo inacabada a igreja foi frequentada durante todo o século 19.
Em 1860, houve alteração na fachada da igreja. As paredes ainda de taipas foram substituídas por tijolos. Décadas mais tarde, alguns melhoramentos foram realizados pelo padre Antônio Vicente da Cruz, cuidador da capela. Mesmo com pequenas reformas o templo foi entregue quase em ruínas para Irmandade da Misericórdia, que se tornou responsável pela igreja.
No ano de 1885, a Câmara deliberou a retirada da Igreja São Francisco de Paula já em ruínas, mas nada foi feito. Posteriormente, a capela foi confiada aos padres franciscanos Xisto Mawes e Redempto Kullman. Os freis permaneceram no Alto do São Francisco até 1901, depois mudaram-se para a Praça da atualmente Praça Rui Barbosa, nesse local foi fundada a Igreja Bom Jesus dos Perdões.
Devido ao estado físico precário da Igreja São Francisco de Paula foi decidido pela sua demolição. Então, em 1914, houve um acordo entre prefeitura e a mitra diocesana para permuta de um terreno situado na esquina das ruas Saldanha Marinho e Desembargador Mota. Nesse local foi construída a nova Igreja São Francisco de Paula. Os paroquianos ainda doaram dois lotes adjacentes a área permutada para a construção da casa paroquial.
Para a celebração das missas foi construída uma igreja provisória de madeira. Apesar disso, as atividades religiosas não foram cessadas. Até que em 1936, foi criada a Paróquia São Francisco de Paula, abrangendo os bairros das Mercês e Bigorrilho. Já em 1949, o pároco Boleslau Farlaz deu os primeiros passos para a construção da nova matriz. As obras eram executadas com a ajuda financeira de fiéis, festas e quermesses.
(Fotos: internet)
Paulo GraniNenhuma descrição de foto disponível.

Nenhuma descrição de foto disponível.

Nenhuma descrição de foto disponível.
Nenhuma descrição de foto disponível.

HISTORIANDO A LIVRARIA ECONÔMICA Foto da Livraria Econômica, de Curitiba, publicada no Almanach do Paraná, edição de 1901.

 HISTORIANDO A LIVRARIA ECONÔMICA
Foto da Livraria Econômica, de Curitiba, publicada no Almanach do Paraná, edição de 1901.

HISTORIANDO A LIVRARIA ECONÔMICA
Foto da Livraria Econômica, de Curitiba, publicada no Almanach do Paraná, edição de 1901.
A Livraria Econômica foi fundada por Annibal Requião, um sonhador e um pioneiro. Annibal instalou a livraria na Rua XV de Novembro na década de 1890, onde se desenvolvia uma gama variada de atividades dentro das artes gráficas. Entre elas, a produção de postais, livros, álbuns e anuários.
Em 1896, Annibal lançou através da sua livraria a primeira edição do Almanach do Paraná, um anuário de variedades que apresentava assuntos diversos: indicadores para comércio e indústria, história, literatura, tarifas, estatísticas, tabelas de câmbio, serviços de transporte, agricultura, entretenimento, calendários e notas cronológicas, informações geográficas e sobre a organização política brasileira, orientações sobre questões jurídicas e burocráticas em geral, notícias gerais, informes de utilidade pública, homenagens e perfis, curiosidades, charadas, anedotas e publicidade, entre outras coisas.
Apreciador de novidades, Annibal foi pioneiro em cinematografia no Paraná. Filmou todos acontecimentos importantes que ocorriam e os projetava na tela de seu cinema, o Cine Smart, frequentado pelos curitibanos que muitas vezes iam para se ver participando dos fatos registrados. [...]
Annibal Requião, amante das artes, não perpetrou o seu maior sonho, o de possuir uma casa de espetáculos além do seu Cine Smart, um teatro. Lidou ele com imagens estáticas e em movimentos e inclusive com som.
A sua Livraria Econômica foi à pioneira em trazer para Curitiba o fonógrafo, em 1900. À frente de sua loja ficava repleta de curiosos para ver e ouvir a novidade. Posteriormente, montou uma casa especializada em discos e vitrolas junto ao seu cinema. Era a Casa Victrix, que existiu nas duas primeiras décadas do século passado.
Em 1929, com apenas 56 anos de idade, Annibal Requião faleceu, deixando, entretanto, suas obras, as que foram salvas, para lembrar a sua história de vida e a da própria Curitiba durante sua existência.
(Foto: Arquivo Público do Paraná)
Paulo Grani

Nenhuma descrição de foto disponível.

Vista da Praça Tiradentes de Curitiba e Catedral Metropolitana, em 1938. As fitas amarradas a partir das torres até às luminárias parecem ser de lâmpadas. Era decoração das tradicionais festas Marianas. (Foto: Domingos Fogiatto, acervo Paulo José Costa) Paulo Grani

 Vista da Praça Tiradentes de Curitiba e Catedral Metropolitana, em 1938. As fitas amarradas a partir das torres até às luminárias parecem ser de lâmpadas. Era decoração das tradicionais festas Marianas.
(Foto: Domingos Fogiatto, acervo Paulo José Costa)
Paulo Grani


Nenhuma descrição de foto disponível.

HISTORIANDO O PALÁCIO DAS TELECOMUNICAÇÕES

 HISTORIANDO O PALÁCIO DAS TELECOMUNICAÇÕES

HISTORIANDO O PALÁCIO DAS TELECOMUNICAÇÕES
O Palácio das Telecomunicações Presidente Arthur da Costa e Silva, construído sobre terreno da antiga chácara de Affonso Augusto Teixeira de Freitas, situa-se na avenida Manoel Ribas Nº 100, no bairro Mercês, em Curitiba, foi projetado em 1966, com as fundações tendo início um ano depois. Na época, o arquiteto Lubomir Ficinski encaminhou para a diretoria da extinta Companhia de Telecomunicações do Paraná (Telepar) o estudo preliminar da construção. São 91,98 metros de altura em uma área que compreende 12 mil metros quadrados.
O trabalho contou com uma comissão formada por Ivo Arzua – ex-prefeito de Curitiba e presidente da Telepar entre 1969 e 1971 – além dos engenheiros Renan Augusto Ramos; Laércio Forbeck e Renato Gali Marques. O conjunto de profissionais – junto com Ficinski – deu carta branca para que as obras começassem.
Cerca de 250 operários trabalhando em período integral fizeram parte da construção que em menos de um ano viria a ser inaugurada. A data escolhida, 03/10/1970, veio em homenagem ao aniversário de Arthur da Costa e Silva – presidente do Brasil durante o regime militar e que dá o nome oficial ao Palácio das Telecomunicações.
O prédio possui brises-soleis verticais em alumínio para reduzir a incidência direta da radiação solar em seu interior, os quais eram, ocasionalmente, posicionados para formar imagens em datas comemorativas nos natais e outras ocasiões especiais.
Localizado a uma altitude de 1.024 metros em relação ao nível do mar, o edifício chama a atenção pela imponência na região do Alto São Francisco, é o segundo ponto mais alto de Curitiba, depois da Torre das Mercês, edificada na rua Jacarezinho, nas Mercês.
O Palácio das Telecomunicações Presidente Costa e Silva, mais conhecido como prédio da TELEPAR, foi sede da empresa Telecomunicações do Paraná S/A, operadora de telefonia criada pelo ex-governador Ney Braga em 1963. Com a privatização do setor em 1998, a propriedade do edifício passou à Brasil Telecom e, atualmente, pertence à Oi.
Paulo Grani

Pode ser uma imagem de 1 pessoa e ao ar livre
Aspecto da antiga chácara de Affonso Augusto Teixeira de Freitas, situada na avenida Manoel Ribas, no bairro Mercês, em Curitiba.
Foto: Arquivo Público do Paraná

Pode ser uma imagem de monumento e ao ar livre
Momento da construção do edifício do Palácio das Telecomunicações.
Foto: Acervo Luiz Carlos Sanches

Pode ser uma imagem de 2 pessoas, árvore e céu
Vista da rua Emilio de Menezes a partir da rua Solimões.
Foto: Acervo Wagner Wolf.

Pode ser uma imagem de monumento e arranha-céu
Vista aérea do entorno do Palácio das Telecomunicações na década de 1970.
Foto: curitiba.pr.gov.br

Pode ser uma imagem em preto e branco
Foto do período natalino na década de 1970, a primeira no prédio da então TELEPAR, visto do lado norte da cidade.
Foto: Acervo pagina Teleparianos.

Pode ser uma imagem de monumento e ao ar livre
A cruz vista na torre esteve exposta a exatos quarenta anos, na data de 5 de julho de 1980, dia em que o Papa João Paulo II desembarcou no aeroporto Afonso Pena, seguindo para Curitiba. Ao término da missa ocorrida no dia seguinte, em 6 de julho o papa proclamou: "Esta cidade de Curitiba assemelha-se a Jerusalém da manhã de Pentecostes, pela variedade das gentes que me ouvem proclamar o Evangelho.
Foto: internet
Pode ser uma imagem de ao ar livre
Palácio das Telecomunicações Presidente Costa e Silva, conhecido como prédio da TELEPAR, foi sede da empresa Telecomunicações do Paraná S/A, operadora de telefonia criada pelo ex-governador Ney Braga em 1963, privatizada com o setor em 1998.
Foto: Curitiba Space.

Pode ser uma imagem de monumento, céu e arranha-céu
Os brises que o prédio possui para reduzir a incidência direta da radiação solar em seu interior, eram frequentemente posicionados para formar imagens em datas comemorativas.
Foto: Circulando por Curitiba

Pode ser uma imagem de 1 pessoa
O então governador Ney Braga, assinou o decreto da Telepar.
Foto: Arquivo Público do Paraná

quarta-feira, 29 de junho de 2022

Rua XV de Novembro, esquina com Travessa Oliveira Bello. Anos 1940

 Rua XV de Novembro, esquina com Travessa Oliveira Bello.
Anos 1940


Pode ser uma imagem em preto e branco de 9 pessoas, pessoas em pé e ao ar livre

Grupo Escolar Xavier da Silva e o Quartel da PM, localizados na Avenida Marechal Floriano Peixoto. Ano - 1909

 Grupo Escolar Xavier da Silva e o Quartel da PM, localizados na Avenida Marechal Floriano Peixoto.
Ano - 1909


Pode ser uma imagem de ao ar livre

HARRY LUHM E A SALA PERFUMADA "A inauguração do Cine Luz marcaria para sempre o menino Harry Luhn, que tinha 9 anos na época.

 HARRY LUHM E A SALA PERFUMADA
"A inauguração do Cine Luz marcaria para sempre o menino Harry Luhn, que tinha 9 anos na época.

HARRY LUHM E A SALA PERFUMADA
"A inauguração do Cine Luz marcaria para sempre o menino Harry Luhn, que tinha 9 anos na época. Harry era um dos filhos de Erich Luhn, proprietário da perfumaria “Lá no Luhn”, na XV de Novembro, única especializada em Curitiba, na época.
A empresa Helena Rubinstein, cujos produtos eram comercializados na perfumaria, procurava lançar no mercado curitibano sua mais nova essência, a Flor de Maçã. A intenção era criar uma ação promocional de grande impacto, que superasse os tradicionais anúncios em jornais e rádios ou a exibição dos frascos nas vitrines da loja.
Erich Luhn percebeu que todas as atenções da cidade estavam direcionadas para a inauguração do Luz, então reuniu-se com Henrique Oliva, dono do cinema, e a primeira idéia que ocorreu a ambos foi produzir e projetar um filme para ser exibido antes do filme "A Meia Noite". Logo concordaram, que a ação não seria sequer lembrada após o filme. Assim, partiram para uma promoção mais sensorial.
Na tarde de 19 de dezembro de 1939, Erich levou todos os seus funcionários e filhos para o Luz. Munidos de uma bomba de flit com a nova essência, o grupo espalhou o perfume Flor de Maçã por todo o cinema, incluindo o balcão. Assim que as portas se abriram para as sessões da noite, as senhoras e senhoritas receberam um cartão de congratulação do novo cinema e um lencinho com o perfume Flor de Maçã. Antes da exibição do filme e para sorte do novo produto, foi exibido um curta que mostrava imagens coloridas de jardins floridos ao som de Schubert.
Após a trabalhosa operação de “flitar” o cinema, Erich e os filhos foram conhecer a cabine de projeção. Foi neste instante que o pequeno Luhn ficou maravilhado com a tecnologia alemã, ainda em testes finais de funcionamento. A partir daí fez amizade com os projecionistas e passou a freqüentar o cinema no mínimo três vezes por semana, assistindo aos filmes da cabine, enquanto desempenhava pequenas tarefas, como ajudar a rebobinar as fitas.".
(Texto de Fabio Luciano Francener Pinheiro)
Paulo Grani

Nenhuma descrição de foto disponível.
Inauguração do Cine Luz, em 19/12/1939.
Foto: Domingos Fogiatto

Nenhuma descrição de foto disponível.
O perfume Flor de Maçã, a fragrância mais comercializada da Helena Rubinstein à época.
Foto: pinterest

Nenhuma descrição de foto disponível.

EXPOSIÇÃO DO CINQUENTENÁRIO DE EMANCIPAÇÃO POLÍTICA DO PARANÁ, EM 1903

 EXPOSIÇÃO DO CINQUENTENÁRIO DE EMANCIPAÇÃO POLÍTICA DO PARANÁ, EM 1903

EXPOSIÇÃO DO CINQUENTENÁRIO DE EMANCIPAÇÃO POLÍTICA DO PARANÁ, EM 1903
"O desejo de atribuir ares de modernidade a Curitiba, condizentes com a situação de prosperidade econômica gerada pela erva-mate, desde fins do século XIX, desencadeou, em 1903, a realização de um dos mais importantes acontecimentos ocorridos em terras paranaenses. Foi realizada, na Praça Eufrásio Correia, uma exposição de produtos naturais, industriais, agrícolas e pastoris paranaenses, que contou com a participação de diversos municípios do Paraná. A exposição foi promovida pela Sociedade de Agricultura, que tinha como presidente o Sr. Octavio do Amaral, como secretário, Romário Martins e, como tesoureiro, Brazilino Moura. O acontecimento já tinha data certa. Seria em 19 de dezembro, em comemoração ao cinqüentenário da Emancipação Política do Paraná. Além dessa homenagem, a exposição pretendia promover a preparação oficial da representação dos produtos do País para a Exposição Universal de S. Luiz, nos Estados Unidos e, por último, inventariar as riquezas naturais, industriais e artísticas do nosso meio.93 A exposição exigiu meses de organização. Em agosto, a imprensa noticiava o andamento dos trabalhos, bem como a escolha do local:
"Estão bem encaminhados os trabalhos preparatórios da exposição a abrir-se nesta capital a 19 de dezembro do corrente ano. Em breves dias terá começo a construção do grande pavilhão central da exposição, que, está acertado, se realizará na Praça Euphrasio Correia. Na ultima sessão das comissões na sede da Sociedade de Agricultura, ficou resolvido pôr-se em concurso o desenho da medalha comemorativa do 50° aniversário da instalação da Província do Paraná e a organização de um livro sobre o Estado. Em outra parte desta folha publica o Sr. Secretário da exposição os editais dos concursos.[...]". (Jornal 19 de Dezembro)
A Impressora Paranaense foi encarregada de litografar os desenhos de vários pavilhões, com o respectivo orçamento, para serem distribuídos aos municípios do estado, que deveriam escolher aquele que cada qual construiria.
Em setembro, a Câmara Municipal de Entre Rios manifestava sua adesão ao evento, o mesmo acontecendo com Ponta Grossa, Guarapuava e Paranaguá. Além dos municípios, algumas colônias mostraram-se interessadas. A colônia polonesa iria construir um pavilhão próprio para instalar seus produtos. Também nesse período, tiveram início as obras na Praça Eufrásio Correia, com a construção do pavilhão central e de três municipais. Esperava-se que, dali alguns dias, a praça estivesse toda cercada por delicado gradil. encomendado pela Prefeitura da capital.
A expectativa da conclusão dos trabalhos de ordenamento da Eufrásio Correia chamava a atenção de todos, que observavam os melhoramentos que iam surgindo no logradouro. "Ora é o plano de ajardinamento que se alarga, em artísticos contornos, ribando aqui, ali descendo em esplanadas; ora um novo pavilhão que se alevanta e novo colorido, fechando o quadrilátero, elevando as flechas dos lambrequins'' (Jornal A República, de 09/12/1903)
Foram construídos dois pavilhões-restaurantes, além de um quiosque colocado entre eles. Apesar da vastidão da praça, para alguns, o espaço parecia pequeno devido ao número excessivo de pavilhões, impedindo inclusive que flores e grama fossem plantados.
Em 14 de dezembro de 1903, às vésperas da inauguração da exposição, Curitiba recebeu, festivamente, diversos jornalistas vindos de outras partes do Brasil, para noticiar o evento. Para recebê-los na estação, repleta de curiosos, estava formada a banda do 13° de cavalaria.
O programa para a inauguração da exposição já vinha sendo divulgado antecipadamente pela imprensa. Para a abertura, no dia 19 de dezembro, seria realizada uma sessão inaugural, à 1 hora da tarde, no edifício do Congresso, localizado ao lado da exposição. Esse ato solene estaria reservado apenas para as autoridades e jornalistas. Ali, seria executado o Hino do Cinqüentenário, seguido de um discurso proferido pelo Dr. Octavio do Amaral. Logo após, ouvir-se-ia o Hino do Paraná, cantado pelas alunas do Conservatório de Belas Artes e moças das Sociedades Teuto-Brasileiras. Então, far- se-ia a entrega das medalhas comemorativas do cinqüentenário às autoridades e à imprensa, e o público se dirigiria à Praça Eufrásio Correia, para a abertura do grande evento. Na porta do pavilhão principal, o Governador do Estado e o representante do Governo Federal desatariam o laço simbólico, ao som do Hino Nacional. Só seria permitida a entrada de populares após às 4 horas da tarde.
A grande afluência da população, não só da capital, mas também do interior e do litoral, complementou a beleza do espetáculo. Até as 8 horas da noite, a Praça Eufrásio permaneceu apinhada de pessoas, curiosas diante de tantas novidades. Nos pavilhões de entrada estavam expostos objetos de decoração, como belas mobílias, louças da fábrica de Colombo, tecidos finíssimos e obras de arte. Distinguiam-se os pavilhões dos municípios, como o de Antonina, Paranaguá, São José dos Pinhais e Castro. Também foram instalados barracões de perfumaria e erva-mate, além da seção pastoril, com magníficos animais das "raças cavalar, bovina, lanígera e suína",98 Também foi inaugurado no parque da Exposição um salão de concertos, estreado pela Companhia de Arte e Bioscope Inglês, do Sr. José Fellipi. O comércio local também se fez presente, expondo seus produtos.
Para facilitar o acesso da população ao local, a Companhia Ferro Carril estabeleceu, a partir de 23 de dezembro de 1903, uma linha de bondes, denominada "Exposição", que partiria todas as tardes, da Praça General Osório.
A exposição adentrou o ano de 1904, sempre com grande comparecimento de público. No início desse ano, foram nomeadas as comissões para julgar os produtos exibidos no evento. "Tais produtos foram divididos em grupos segundo o regulamento da Exposição, servindo em cada um deles três julgadores, que apresentaram seu laudo até o dia 14 do corrente, cabendo à diretoria a distribuição dos prêmios segundo a classificação das comissões". O júri conferiu três grandes prêmios às indústrias Mueller & Filhos, Hoffmann & Companhia. e Zacarias de Paula & Comp., respectivamente proprietários das fábricas de fundição/mecânica, tecidos e louça.
Após o término da Exposição, o espaço foi franqueado à população que continuou a freqüentá-lo. Em 11 de abril de 1904, a imprensa noticiava o funcionamento diário de um carrossel, além de fonógrafo e de um cosmorama. Para animar as tardes, uma banda de música tocava das 5 horas em diante e, aos domingos e feriados, da 1 hora da tarde até as 10 horas da noite.
Em maio do mesmo ano (1904), foi inaugurada uma coleção zoológica com cobras e macacos, no pavilhão central da exposição. A curiosa exposição de répteis foi provavelmente trazida da Praça Municipal, pois pouco antes estavam ali em exposição um grande número de cobras de diversos países, de propriedade do Sr. Reni. A inusitada e interessante exibição atraiu grande número de visitantes, recebendo, especialmente, grupos de colégios e corporações. Pela grande afluência, a permanência da exposição foi prolongada.
Na mesma ocasião o Jornal A República noticiava: "Na Praça Eufrásio Correia, para abrilhantar esta exposição de animais, estava prevista a subida do balão "monstro de tamanho", dirigido pelo aeronauta Mister Lanphon. Os visitantes também poderiam usufruir do carrossel mecânico, ao som da banda do 39° Batalhão de Infantaria, e dos serviços do botequim oferecido pelo parque."
(Compilado de: acervodigital.ufpr.br)
Paulo GraniNenhuma descrição de foto disponível.
Portal de entrada das instalações da Exposição realizada na praça Euphrasio Corrêa, em 19/12/1903.
Foto: Arquivo Público do Paraná

Nenhuma descrição de foto disponível.
Cartão Postal do evento mostrando entrada do Pavilhão Principal, 1903.
Foto: Arquivo Público do Paraná
Nenhuma descrição de foto disponível.

Nenhuma descrição de foto disponível.
Pavilhão do Governo do Paraná.
Foto: Arquivo Gazeta do Povo.

Nenhuma descrição de foto disponível.
À esquerda o pavilhão da cidade de Antonina.
Foto: Arquivo Gazeta do Povo.

Nenhuma descrição de foto disponível.
Nenhuma descrição de foto disponível.
Vapor que percorria todos os espaços da Exposição, levando os visitantes.
Foto: Arquivo Gazeta do Povo.

Nenhuma descrição de foto disponível.

Nenhuma descrição de foto disponível.
O grande público visitando o evento.
Foto:Max Kopf

Nenhuma descrição de foto disponível.

Nenhuma descrição de foto disponível.
Nenhuma descrição de foto disponível.

Nenhuma descrição de foto disponível.
Nenhuma descrição de foto disponível.Nenhuma descrição de foto disponível.

Nenhuma descrição de foto disponível.
Nenhuma descrição de foto disponível.

Nenhuma descrição de foto disponível.Nenhuma descrição de foto disponível.