terça-feira, 23 de maio de 2023

Curitiba na década de 80; em destaque o Passeio Público.

 Curitiba na década de 80; em destaque o Passeio Público.


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Avenida Kennedy com a Conselheiro Dantas, em Curitiba - ano de 1956.

 Avenida Kennedy com a Conselheiro Dantas, em Curitiba - ano de 1956.


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— Vista de uma Locomotiva a vapor, denominada de "Maria Fumaça" com destino a Curitiba, na ocasião de uma parada, para que seja abastecida sua caldeira, na Estação Engenheiro Lange. Foto de José Schlotman, dos anos 1940.

 — Vista de uma Locomotiva a vapor, denominada de "Maria Fumaça" com destino a Curitiba, na ocasião de uma parada, para que seja abastecida sua caldeira, na Estação Engenheiro Lange. Foto de José Schlotman, dos anos 1940.


Pode ser uma imagem de 3 pessoas, trem, ferrovia e texto

O CORREIO DE CURITIBA FEITO EM MONTARIAS E DILIGÊNCIAS

 O CORREIO DE CURITIBA FEITO EM MONTARIAS E DILIGÊNCIAS


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No livro "A Gênese do Museu Paranaense", de Edilberto Trevisan, escrito com base nos Arquivos do Museu Paranaense, há a seguinte descrição do dia-a-dia de Curitiba nos idos de 1876, sobre os itinerários do Correio Geral da Província:
" [...] Ali, naquelas portas, é o Correio Geral da Província. Lá no fundo, está sentado o Tenente Coronel José Antônio Martins, marido de Nhá Florência, nossa conhecida. Está despachando com seu praticante, o poeta Luiz Ferreira França, aquele rapaz de bela caligrafia. Deve ser dia de fechar mala para o litoral.
Daqui partem todas as linhas do Correio para a Província:
- de Curitiba a São João da Graciosa, a pé;
- de Curitiba a Antonina, de carreta e animais cargueiros;
- de Curitiba a São José, em animal montado;
- de Curitiba a Lapa, idem;
- de Curitiba a Campo Largo, montado;
- para a Vila de Nossa Senhora do Amparo de Votuverava, também montado.
- Fazem conexão com as linhas de Antonina a Paranaguá; de Paranaguá a Guaratuba e Paranaguá a Guaraquessaba, de canoas.
- No interior, Lapa a Palmeira; de Castro a Jaguariaíva, de Castro a Tibagi, de Ponta Grossa a Guarapuava, todas em montaria.
Uma verdadeira rede de comunicações, por todos os quadrantes provinciais. [...]".
Note-se que alguns itinerários foram citados como sendo feitos em "animal montado", os demais foram chamados de "montarias, carretas e animais cargueiros".
Estes últimos itinerários, com certeza, eram feitos pelo conjunto das chamadas diligências que aparecem na pintura de Hugo Calgan, de 1881, intitulada "Estação de Diligencia de Curitiba", as quais estão estacionadas na frente da Oficina da Empresa Postal e da hospedaria do sr. Julio Eduardo Gineste, logo ao lado.
As duas icônicas construções revelam um momento fascinante da história de Curitiba, daquele tenro início quando ela ainda possuía quatorze ruas, e no espaço livre entre as duas edificações, um largo foi deixado para circulação dos habitantes e suas conduções e, ainda, como estacionamento das diligências e seus animais de tração, ambiente parecido com as paisagens dos filmes de faroeste americano.
A oficina abrigava a administração do Serviço Postal descrito no texto acima, enquanto a hospedaria abrigava imigrantes e visitantes, vindos de outras paragens da Comarca, do país e até do exterior.
O paço descrito é hoje o Largo da Ordem.
Paulo Grani

Foto tirada do alto de uma torre de madeira que foi instalada na praça Osório, Curitiba, em 1909. Vê-se o bosque que havia na praça e, ao fundo, a rua Comendador Araujo. (Foto: Arquivo Público do Paraná) Paulo Grani

 Foto tirada do alto de uma torre de madeira que foi instalada na praça Osório, Curitiba, em 1909.
Vê-se o bosque que havia na praça e, ao fundo, a rua Comendador Araujo.
(Foto: Arquivo Público do Paraná)
Paulo Grani


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AS FAMÍLIAS REUNIAM-SE PARA OUVIR RÁDIO

 AS FAMÍLIAS REUNIAM-SE PARA OUVIR RÁDIO


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" A invenção do rádio encantou e mudou a vida das pessoas, que passavam a organizar seus horários para ouvir novelas e programas de auditório. Os familiares reuniam-se em torno do aparelho e compartilhavam emoções.
[...] No Brasil a primeira transmissão de rádio ocorreu em 7 de setembro de 1922, durante a comemoração do centenário da Independência do Brasil e o então presidente Epitácio Pessoa, no Rio de Janeiro fez um discurso que foi transmitido pelo equipamento que foi instalado no alto do Corcovado.
Pouco depois desse evento, em 1923, Roquette Pinto fundou a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro que representou a primeira emissora regular do Brasil. A programação foi sendo modificada, mas sempre esteve ligada à cultura, a música e as artes, mas naquela época, eram raras as pessoas que possuíam aparelhos receptores.
Os anos 30 foram marcados também pelo impacto e pela inovação, criou-se a Voz do Brasil pelo departamento de propaganda e difusão cultural do Governo, aparecem os programas de auditório e os primeiros radiojornais.
A partir dos anos 40 a Rádio Nacional passou a fazer parte do patrimônio nacional. Esta emissora se tornou líder de audiência graças as rádio novelas, o Repórter Esso e programas de auditório, que conquistaram o público.
O noticiário “Repórter Esso” fez sua estreia em 1941, transmitido pela Rádio Nacional, do Rio de Janeiro, e pela Rádio Record, de São Paulo. O locutor era Heron Domingues. Foi o primeiro noticiário de rádio que fazia mais que apenas ler o jornal impresso. As duas frases que ficaram mais famosos no jornal foram “O primeiro a dar as últimas” e “Testemunha ocular da história”. Parou de ir ao ar em 31 de dezembro de 1968, com o locutor às lágrimas se despedindo do público.
Tal como as novelas de hoje, as que eram apresentadas através do rádio marcaram época e tornaram-se o passatempo preferido do público. A primeira radio novela a ser transmitida foi “Em busca da felicidade”, que durou 3 anos e foi escrita por Leandro Blanco, em adaptação de Gilberto Martins. Com essa novela a emissora marcou a primeira autêntica história seriada radiofônica. A novela contava a história de um mocinho valente, uma dama em perigo e um bandido mau. O que tornavam as novelas transmitidas pelo rádio tão especiais era a rica sonoplastia, que chamava a atenção e aguçava a imaginação dos ouvintes.
Na década de 50 é marcada por inovações tecnológicas, como equipamentos menores e mais leves, que poderiam ser levados de um lado para o outro. É a fase do rádio portátil , que amplia a ideia do rádio como simulação do diálogo direto com o ouvinte, a partir do momento que o consumo deixa de ser feito em grupo.
Nos anos 60 começaram a funcionar as rádios de frequência modulada , as FM’s , que são canais abertos dedicados a música que se caracterizavam por ter um formato de show, no qual os programas usam o diálogo com o público e eram segmentados, atendendo diversos gostos distintos dos ouvintes.
A partir de 1970 as inovações são percebidas pela modificação dos aparelhos, que começaram a ser comercializados em dispositivos híbridos que conjugavam inicialmente rádio e toca-discos e depois rádio, toca-discos e toca-fitas, o popular “três em um”. A tecnologia que permitia a gravação em fitas cassete de programas ou músicas veiculadas no rádio.
O rádio tradicional, apesar de ainda ser usado por muito, está perdendo espaço nos dias de hoje por não ter capacidade de interação, dessa forma a evolução não pode parar e surge a Web rádio , que é o serviço de transmissão de áudio via internet com a tecnologia própria, gerando áudio em tempo real, havendo possibilidade de emitir programação ao vivo ou gravada."
(Extraído de smartkids.com.br / Foto: Galeria da Saudades)
Paulo Grani.

ESTÁDIO DO JUNAK DA COLÔNIA POLONESA

 ESTÁDIO DO JUNAK DA COLÔNIA POLONESA


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Foto de 1936, do antigo estádio do Clube Junak, do Bigorrilho, de Curitiba. O nome do estádio foi mudado no começo da década de 1930 para Franklin Roosevelt, por motivos políticos da época.
Fundado em 10 de abril de 1922 com o nome Strzelec (em polonês significa atirador ou arqueiro), em pouco tempo mudou para Towarzystwo Wychowania Fizycznego Junak (em português Sociedade de Educação Física Junak).
Na década de 1920 disputou o futebol amador de Curitiba e em 1935 disputou o futebol profissional paranaense. Em função de disputas políticas internas e da colonia polonesa, o Junak (em polonês significa jovem destemido e pronuncia-se iunaque) foi substituído por Juventus, em homenagem ao clube de Turim, pois no clube também havia muitos imigrantes italianos. As cores do Junak eram o vermelho e o branco e com a mudança para Juventus, adotou o tricolor: vermelho, preto e branco.
O clube mandava seus jogos no Estádio Franklin Delano Roosevelt, localizado no Bigorrilho, onde localizava-se até o início do século 21 a sede da Sociedade União Juventus que, após um incêndio, o terreno foi vendido e instalou-se o hipermercado Angeloni.
O campeonato paranaense de 1949 foi o último como profissional, pois a colônia polonesa, que administrava o clube, no início do ano de 1950, dispensou toda a equipe técnica e os jogadores. Durante as décadas de 1950 e 1960 o Juventus voltou a participar de torneios amadores.
(Foto: Acervo Mauro Sniecikowski)
Paulo Grani.

Em 1946, flagrante dos condutores e usuários do ônibus da linha do Bigorrilho, estacionado no ponto final em frente ao armazém do sr. Candido Hartmann, próximo da praça da Ucrânia, em Curitiba. (Foto: Curitiba.pr.gov.br) Paulo Grani

 Em 1946, flagrante dos condutores e usuários do ônibus da linha do Bigorrilho, estacionado no ponto final em frente ao armazém do sr. Candido Hartmann, próximo da praça da Ucrânia, em Curitiba.
(Foto: Curitiba.pr.gov.br)
Paulo Grani


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CONHECENDO O EMBRIÃO DO TROPEIRISMO

 CONHECENDO O EMBRIÃO DO TROPEIRISMO


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Tropeiros na região de São Francisco, ao fundo a colina do Mosteiro de pedras.
Foto ilustrativa, pinterest.


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A travessia de um rio requeria extreme habilitated dos tropeiros.
Foto ilustrativa, Pinterest.


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Tropeiros acampados para passar a noite. No tripé, o feijão enriquecido com carne seca e torresmo, era o prato costumeiro para repor as energias. Ao fundo, o muro de pedras que delimitava o potreiro que abrigava os animais.
Foto: pinterest


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Aquarela de Aimé Taunay, início do século 19, entitulada "O Tropeiro".


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Tropeiros conduzindo gado.
Foto: pinterest.

"A primeira rota regular dos campos sulinos às demais regiões do Brasil Colônia foi o caminho aberto, no final do século 17, ligando as vilas de Sorocaba e Curitiba, pertencentes à então Capitania de São Paulo. Dos currais curitibanos vieram as primeiras manadas de gado bovino e cavalar, conduzidas pelos próprios fazendeiros. Era o embrião do tropeirismo.
O volume de animais não supria a elevada demanda por carne e transporte, decorrente da exploração de ouro na região das Minas Gerais. O olhar voltou-se mais para o Sul, para a chamada Vacaria do Mar (Leste dos atuais Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, entre a Lagoa dos Patos e o rio Negro), onde jesuítas espanhóis criavam animais para manutenção das reduções (aldeamentos jesuítas de índios pacificados, que serviam como mão-de-obra).
Nas muitas vezes em que as reduções foram arrasadas pelos bandeirantes paulistas, sobraram apenas bois, cavalos e mulas abandonados, que se multiplicaram desenfreadamente e se espalharam pelos campos sulinos, ficando conhecidos como gado alçado ou chimarrão.
Para alcançar esses animais os tropeiros abriam picadas ou seguiam por antigas trilhas indígenas. O percurso era genericamente chamado de "Caminho das Tropas" e se dividiu em três vias principais: o "Caminho do Viamão", o "Caminho Novo da Vacaria" e o "Caminho das Missões".
O primeiro caminho foi o do Viamão, aberto em 1730 numa expedição oficial, comandada pelo sargento-mor Francisco de Souza e Faria. Em 1732, Cristóvão Pereira de Abreu, um rico negociante, reuniu diversos homens para fazer a retificação da rota de Souza e Faria, além de construir dezenas de pontes para facilitar o trânsito dos animais.
A comitiva inaugural do Caminho do Viamão contou com 130 homens e conduziu 1.300 cabeças de mulas e cavalos, a maioria proveniente da captura de animais soltos ou da pilhagem de criatórios dos jesuítas. A tropa tinha diversos destinos e, quando passou por Sorocaba, já cumpridos 1.500 quilômetros, estava reduzida a 800 cabeças que seguiram para São Paulo. Foi assim que Pereira de Abreu entrou para a história como o pioneiro do tropeirismo.
O trajeto permaneceu em uso por mais de 200 anos e incluía os seguintes locais, que depois originaram municípios.
- Em São Paulo: Sorocaba, Araçoiaba da Serra (antigo Campo Largo), Capela do Alto, Alambari, Itapetininga, Aracaçu (incorporado ao atual município de Buri), Buri, Itapeva (antigo sítio da Faxina e, mais tarde, vila de Itapeva da Faxina) e Itararé (antiga Fazenda de São Pedro do Itararé);
- No Paraná: Sengés, Jaguariaíva, Piraí do Sul (antiga Fazenda Piraí), Castro (antigo pouso de Santana do Iapó dos Campos), Carambeí (antiga Fazenda Carambeí), Ponta Grossa, Palmeira, Lapa, Campo do Tenente e Rio Negro;
- É m Santa Catarina: Mafra, Canoinhas (antigo Passo de Canoinhas), Timbó Grande, Santa Cecília (chamado campo do Corisco, no roteiro de 1745), Marombas, Ponte Alta do Norte, Curitibanos, Ponte Alta, Canoas e Lages;
- No Rio Grande do Sul: Bom Jesus, São Francisco de Paula, Rolante, Santo Antônio da Patrulha (Patrulha ou Guarda Velha do Viamão), Tramandaí e Viamão.
No início do século 19, os muares escassearam na região da Vacaria do Mar, o que motivou o deslocamento da rota em direção aos Sete Povos das Missões (Sudoeste do atual RS), onde os jesuítas mantinham criatórios. Essa variante do Caminho do Viamão foi denominada "Caminho Novo da Vacaria". Na altura de Lages/SC seguia para o Rio Grande do Sul pelas seguintes localidades: Vacaria, Lagoa Vermelha, Passo Fundo, Carazinho, Cruz Alta, Tupanciretã, Santiago e São Borja.
No final da década de 1840, para encurtar a jornada até Sete Povos das Missões, foi consolidada a Estrada das Missões ou de Palmas, como um ramal do eixo tradicional, que foi chamado "Caminho das Missões".
Saía de Ponta Grossa, no Paraná, e enveredava por Imbituva, Prudentópolis, Relógio, Guarapuava, Pinhão, Reserva do Iguaçu, Mangueirinha, Covó e Palmas; em Santa Catarina passava por: Xanxerê, Xaxim, Chapecó, Marechal Bormann e Goio-en (os últimos hoje distritos do município de Chapecó); e no Rio Grande do Sul: Nonoai, Palmeira das Missões, Santo Ângelo, São Luís Gonzaga, São Borja, Itaqui e Uruguaiana.
O tropeiro era o dono do negócio e comandante da viagem; o capataz era seu homem de confiança o substituía em sua ausência; os peões faziam todo o restante. A atividade econômica era muito lucrativa para o tropeiro e escorchante para a peonada, a quem cabia as tarefas mais árduas, como conservação dos animais, arreios e bagagem.
O pintor francês Jean-Baptiste Debret registrou, em 1820, a indumentária e os objetos da época. Todos usavam poncho e chapéu. O poncho, que também cobria parcialmente o animal, protegia do frio e da chuva. Debaixo dele guardavam armas como a clavina (carabina), a garrucha (uma espécie de revólver) e a lapiana, uma faca curta e de ponta fina, a preferida pelos tropeiros.
O chapéu era de feltro, de copa baixa e abas largas e flexíveis. O tropeiro e o capataz, com algumas variantes, usavam camisa de algodão com um colete por cima e ceroula (espécie de calça folgada) do mesmo pano, guaiaca (pequena bolsa de couro) na cintura e botas de cano longo.
Já a vestimenta dos peões era muito simples: camisa e calça de algodão grosseiro, complementada pelo chiripá (retângulo de tecido, geralmente de lã, passado entre as coxas e preso à cintura) que os protegia do frio.
A alimentação era à base de toucinho, feijão, farinha e carne seca, transportados junto com os utensílios de cozinha nas bruacas (caixas) de couro. Bebidas alcoólicas eram usadas em picadas de insetos e permitidas apenas em dias muitos frios, quando tomavam um pouco de cachaça para evitar resfriado.
A condução dos animais só era difícil durante a travessia dos sertões, no cruzo de rios caudalosos e nas regiões pantanosas ou íngremes. De resto, a marcha era monótona, com as mulas a passo desanimado a acompanhar o tilintar do cincerro (sino) da égua madrinha na solidão das vastas campinas, pequenas vilas e povoados do caminho das tropas." - (Autora: Rose Ferrari / publicação: campoecidade.com)
Paulo Grani

A CHAMADA "RUA DO CHAFARIZ"

 A CHAMADA "RUA DO CHAFARIZ"


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Foto de 1900, tirada dos fundos igreja, mostra a agora Rua José Bonifácio, antiga rua Fechada.
Foto: Acervo Gazeta do Povo.


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Foto da primeira década de 1900, mostra o chafariz como era, com as dez colunas e outras duas unidas por um arco, tendo ao centro uma espécie de tanque depositário da água da fonte. Esse formato propiciava que diversos animais pudessem saciar a sede simultaneamente, fato que acabou condenando o uso da água à população.
Foto: Fanny Volk. Acervo Cid Destefani.


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Colonos dão de beber aos animais no chafariz, foto da primeira década de 1900.
Foto: Acervo Cid Destefany.

Ao se falar dos Chafarizes de Curitiba, logo vem em mente o Chafariz da praça Zacarias, instalado lá em 1871, o que motivou o lugar ser chamado "Largo do Chafariz", entre outros nomes.
O que poucos sabem é que, uma rua mais antiga, já foi chamada de "Rua do Chafariz", como vamos ver.
No lugar onde Curitiba nasceu, em 1668, foi edificada uma pequena capela de madeira, de onde irradiou-se as primeiras ruas a partir dela. Uma dessas ruas saía pela lateral da capela, em direção aos fundos dela.
Ainda no século 18, essa viela não tinha nome e suas designações variaram ao longo do tempo, provavelmente por não ter-lhe sido atribuído um topônimo específico. Nas atas da Câmara, lemos: “rua que vai da Matriz da Igreja” (1740); “rua detrás da Igreja” e “rua Direita fronteira a Matriz” (ambas em 1761).
Os anos passaram-se e a capela foi demolida para dar lugar a uma nova igreja, agora de pedra e barro, em estilo colonial, a qual foi inaugurada em 1721.
Sem maiores preocupações, a nova edificação ocupou o espaço da pequena viela que dava acesso aos fundos da igreja, impedindo seu antigo caminho aos fundos da igreja. Tal situação fez com que a população logo a chamasse de "Rua Fexada", recebendo assim o seu primeiro nome.
Em 1786, constata-se o primeiro uso formal do nome "Rua Fechada" em uma ata da Câmara, demonstrando que a interrupção abrupta de seu acesso ao fundo da igreja, criou junto a população tal termo.
Essa nomenclatura pode ser constatada em uma escritura de 1811, de venda de uma casa, onde lê-se: "na rua Fechada que faz frente para a rua do Rosário". Em um anúncio de emprego, de 1856, percebe-se também a denominação “Fechada”. O nome Rua Fechada, aparece consagrado também na planta de Curitiba, de 1857, e na maquete de 1876.
Em 1860, a coletividade resolveu levantar duas torres na igreja, porém a construção apresentou rachaduras o que motivou, em 1875, sua completa demolição.
Por ocasião da edificação da nova matriz, o projeto contemplou a relocação da Igreja mais para o lado, permitindo a reabertura da rua dando acesso à frente da igreja e à praça Tiradentes, sendo ela, então, uma importante via de ligação com a expansão territorial que já estava ocorrendo em direção oeste da igreja.
Em sua pequena extensão, ela passou a ligar a praça Tiradentes indo até o chafariz que havia sido edificado em 1853, lá nos fundos da igreja. Note-se que esse chafariz foi inaugurado quase vinte anos antes do chafariz da Zacarias.
Segundo o historiador Ruy Wachowicz, por tal proximidade com o chafariz a viela chegou a receber a denominação de "Rua do Chafariz", tempos em que a população servia-se diariamente da água que ali brotava, e cuja local também foi chamado de "Chafariz da Rua Fechada".
Em 1886, finalmente, a rua foi formalmente nominada com seu atual topônimo "José Bonifácio".
Infelizmente, o chafariz foi demolido em 1911, após a rede de água e esgoto de Curitiba ser instalada (1908), obrigando a população a aderir ao serviço da água encanada.
Após a demolição do chafariz, o local passou por várias metamorfoses, conforme constata-se nas fotos:
Paulo Grani