sexta-feira, 26 de abril de 2019

O GUARDA-FREIOS, DE POTY LAZZAROTTO

Nenhuma descrição de foto disponível."No começo do século 20, uma das mais arriscadas profissões ferroviárias era a de guarda-freios. Sua tarefa era andar sobre o trem em movimento apertando e afrouxando os freios de cada vagão. Isaac Lazzarotto foi um guarda-freios que, após se aposentar, abriu um pequeno armazém no início do ramal ferroviário Curitiba-Rio Branco, no bairro Capanema, hoje Jardim Botânico, na capital paranaense.

Em 1937, Issac e a esposa, Júlia, começaram a servir refeições em uma pequena cantina no fundo da propriedade. A comida agradou tanto a freguesia que ilustres personalidades começaram a frequentar o local, dentre elas o interventor Manoel Ribas, na época governante do Paraná. Certa vez o interventor observou um dos filhos de Issac desenhando. Percebendo que o garoto realmente gostava daquilo decidiu presenteá-lo com uma bolsa de estudos na Escola de Belas Artes do Rio de Janeiro. Foi assim que começou a carreira de Poty Lazzarotto, artista plástico consagrado por suas ilustrações, gravuras e murais."

Garoto esperto e de grande percepção, criou-se ouvindo o pai relatar as peripécias dele sobre os trens em sua labuta diária na arriscada profissão, foi que, em 1960, pintou a "O Guarda-Freios".

"Mas não somente personalidades políticas frequentavam o estabelecimento de Júlia e Isaac, além da nata política da época, batiam ponto no local cantores de rádio e artistas de teatro, em visita a Curitiba. A lista é um palco iluminado – passaram pela cantina Vicente Celestino, o Ébrio; Sílvio Caldas, o Caboclinho Querido; as irmãs Linda e Dircinha Batista; a bela Maria Della Costa e seu marido, Sandro Polloni. Inclua-se Hebe Camargo e Cecília Meirelles, sem falar as damas da sociedade curitibana, vestidas como se estivessem no salão azul do Clube Curitibano. Alguns cantores davam palhinha, mas quem mandava no território era o gaiteiro do bairro, Zé Pequeno. Os ilustres em visita viravam retratos na parede. Todos deixavam a assinatura num livro de ouro – documento desaparecido, para tristeza geral."
(Adaptado de: gazetadopovo.com.br)
(Foto: Museu Ferroviário).

Paulo Grani.

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