Guaraqueçaba e sua história - Foto 6/7 - Acervo IHGP
Um dia, porém, surgiu no Paraná o homem fatídico que devia levar a ruina à risonha Vila e semear a desolação e a miséria à zona então próspera, o Delegado Fiscal do Tesouro, João Lindolfo Câmara. Este embirrou com a ida de vapores a Guaraqueçaba, porque, alegou, serviria à prática e desenvolvimento do contrabando.
O zelo ao fisco federal assim o aconselhava, sem que se lembrasse o escrupuloso funcionário, que, para conjurar esse perigo, havia o remédio da criação de Mesa de Rendas ou Posto Alfandegário, e não foi com outra finalidade que a lei criou as Alfandegas.Suspensa por motivo tão falho de fundamento e de justiça a navegação de alto bordo para Guaraqueçaba, era fatal a sua decadência, e, assim, ao cruel alfanje do fisco manejado por Câmara, entrou em agonia uma região inteira, não recebendo apoio nem da situação política do Estado, cujos principais vultos em eterna atitude de subserviência, não ousavam contrariar sequer o ato de um Ministro, contra os interesses econômicos do Paraná. Na mesma época (1900) Estados do Norte se insurgiam contra atos mais ou menos idênticos do poder central, e somente o nosso, de rodilhas, aceitava passivamente os golpes desferidos na sua economia.
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