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segunda-feira, 29 de dezembro de 2025

Paço da Liberdade: O Coração Administrativo que se Tornou Guardião da Memória Paranaense

 Denominação inicial: Prefeitura de Curitiba - Paço Municipal

Denominação atual: Paço da Liberdade

Categoria (Uso): Diversos
Subcategoria:

Endereço: Praça Generoso Marques

Número de pavimentos:
Área do pavimento: 
Área Total: 

Técnica/Material Construtivo: Concreto Armado

Data do Projeto Arquitetônico: 1914-1916

Alvará de Construção: 

Descrição: Prefeitura de Curitiba - Paço Municipal

Situação em 2012: Existente


Imagens

1 - Fachadas lateral e frontal do Paço da Liberdade.
2 - Fotografia do Paço Municipal. s/d.
3 - Matéria sobre a inauguração do Paço Municipal.

Referências: 

1 - SANT’ANNA, Simone Soares. O Paço da Liberdade. Documentação arquitetural fotogramétrica do edifício que abriga o Museu Paranaense e produção de arquivo histórico digital. Curitiba, 2001.
2 - Fundação Cultural de Curitiba.
3 - MARIUS. O Paço Municipal. In Jornal Diário da Tarde. Curitiba, 17 de janeiro de 1916. p.1

Acervo: Fundação Cultural de Curitiba.

Paço da Liberdade: O Coração Administrativo que se Tornou Guardião da Memória Paranaense

"Entre a praça movimentada e as colunas que testemunharam décadas de decisões, o Paço da Liberdade respira história — não apenas como edifício, mas como símbolo vivo da identidade curitibana."


Das Ruas do Centro à Praça Generoso Marques: O Nascimento de um Marco

Inaugurado oficialmente em 17 de janeiro de 1916, o Paço Municipal de Curitiba — hoje conhecido como Paço da Liberdade — ergueu-se no coração da cidade como resposta à necessidade de um espaço administrativo à altura de uma capital em plena expansão. Localizado na Praça Generoso Marques, uma das praças mais simbólicas do centro de Curitiba, o edifício substituiu a antiga sede da prefeitura, que não mais comportava as demandas de uma cidade em crescimento acelerado.

Projetado entre 1914 e 1916, o prédio foi uma das primeiras construções de grande porte em concreto armado na capital paranaense — um material ainda revolucionário na época, que anunciava a modernidade urbana. A escolha do concreto armado não foi apenas técnica, mas simbólica: representava a força, a estabilidade e o futuro que Curitiba aspirava.

Embora os registros sobre o autor do projeto arquitetônico não sejam unânimes em todas as fontes, o estilo eclético do edifício — com influências neoclássicas e traços remanescentes do academicismo europeu — revela o gosto da elite urbana da Primeira República por estruturas que dialogassem com a tradição e a ordem.


Função e Transformação: Da Administração à Cultura

Durante quase um século, o edifício abrigou a Prefeitura Municipal de Curitiba, sendo o epicentro político-administrativo da cidade. Seus corredores viram prefeitos, secretários, vereadores e cidadãos comuns cruzarem portas em busca de soluções, justiça ou simplesmente para exercer seu direito de cidadania.

A estrutura original contava com múltiplos pavimentos (embora o número exato não seja sempre mencionado nas fontes disponíveis), organizados de forma a abrigar gabinetes, salas de reunião, arquivos e espaços públicos. Sua fachada imponente, com grandes janelas, colunas e frontões ornamentais, imprimia autoridade e solenidade — elementos típicos da arquitetura institucional do início do século XX no Brasil.

Em 2010, após uma cuidadosa restauração e requalificação, o edifício foi reinaugurado com novo propósito: deixou de ser sede da prefeitura (transladada para o Centro Cívico) e passou a abrigar o Museu Paranaense, instituição ligada ao Instituto Estadual de Planejamento e Economia Aplicada (IEPÉ) e à Secretaria de Estado da Cultura.

Foi nesse momento que o nome “Paço da Liberdade” foi oficialmente adotado — uma homenagem à liberdade cívica, à memória histórica e ao acesso democrático à cultura. A praça à sua frente, Generoso Marques, ganhou nova vida com o projeto de revitalização do centro histórico, tornando-se um espaço de encontro, arte e reflexão.


Arquitetura e Simbolismo: Um Monumento Urbano

Embora dados técnicos como área total, número exato de pavimentos e área por pavimento não estejam amplamente divulgados nas fontes públicas, o impacto visual e urbano do Paço da Liberdade é inegável. Sua localização estratégica — entre a Rua XV de Novembro, o Teatro Guaíra e a Catedral — o coloca no núcleo simbólico da cidade.

As fachadas lateral e frontal, preservadas com rigor patrimonial, exibem detalhes em alvenaria, molduras em estuque e uma volumetria hierárquica que destaca o corpo central do edifício — um recurso comum na arquitetura de poder da época. A fotografia histórica publicada no Jornal Diário da Tarde em 1916 já mostrava a grandiosidade do novo Paço Municipal, celebrado como “digno de uma capital progressista”.

Em 2012, o edifício continuava existente, funcional e valorizado, consolidando-se como um dos principais marcos do patrimônio arquitetônico de Curitiba.


Patrimônio Vivo: Do Arquivo ao Afeto

A importância do Paço da Liberdade vai além da pedra e do concreto. Ele é um espaço de memória coletiva, onde agora se preservam documentos, exposições e narrativas que contam a história do Paraná desde os tempos coloniais até a contemporaneidade. O trabalho de Simone Soares Sant’Anna (2001), que realizou documentação fotogramétrica e digitalização do acervo histórico do edifício, foi fundamental para garantir que sua transição de sede administrativa a museu ocorresse com respeito à integridade arquitetônica e histórica.

Hoje, visitar o Paço da Liberdade é caminhar entre duas camadas de tempo: a da administração municipal que moldou a cidade moderna, e a da cultura que agora a interpreta, conserva e reinventa.


“Não se constrói uma cidade apenas com ruas e leis — mas com memória, beleza e lugares onde o passado fala ao futuro.”


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