1927 - Atraso no correio de Guaratuba.
Nestas últimas semanas o correio tem chegado atrasado, sendo a mala só aberta no dia seguinte ao da chegada da diligência, cujo condutor é também o estafeta. Este serviço postal assim, vem causando embaraço ao comércio e aos funcionários, pelo curto tempo com que a agência de correio atende as partes, fechando o registrado ao meio-dia, e o porte simples a hora 14 da manhã em que distribui a correspondência.
Saindo de Paranaguá a hora 7, dos dias 5, 10, 15, 20, 25 e 30, com um percurso de 40km apenas a diligência do Alboit, num correr de lesma, chega ao Porto do Barreiro, ponto terminal da estrada, com noite fechando, desperdiçando um dia inteiro na jornada. Com um prolongamento fluvial de hora e meia do barreiro a Vila de Guaratuba, vem o correio alcançar a agência lá pelas 8 horas mais ou menos da noite.A volta é Uma odisseia, quase dois dias de viagem. A mala sai da agência a hora 14 quando fecha. Descansa a noite toda no Porto do Barreiro, no dia seguinte toca para Paranaguá, onde chega à tarde ou à noite. Não sabemos a quem atribuir esse cúmulo de velocidade da diligência que conduz o correio: se alguma desavença do milho com os seus animais tratores, ou ao moloidismo do "boleeiro" , como também da determinação de apressar o fechamento da mala.
Para obviar esta morosidade sugerimos o transporte do nosso correio por um próprio ou positivo a pé, como se usava nos tempos coloniais, até que as coisas melhorem; muitas pessoas que viajam a pé, saindo daqui pela manhã cedo, tem chegado em Paranaguá com tempo a tomar o trem para Curitiba.
Fonte primária: Do correspondente do Jornal curitibano Diário da Tarde, edição 16/04/1927.
Pesquisa: AlmirSS - IHGP
Foto: Revista O Itiberê - edição 06/1930
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