segunda-feira, 12 de setembro de 2022

ENTRE SUJEIRAS E MAUS TRATOS AOS BURROS, CURITIBA PEGAVA O BONDE DA HISTÓRIA

 ENTRE SUJEIRAS E MAUS TRATOS AOS BURROS,
CURITIBA PEGAVA O BONDE DA HISTÓRIA


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CURITIBA PEGAVA O BONDE DA HISTÓRIA
"Atraso, lotação, sujeira e goteiras eram algumas das críticas à conservação dos bondes. “Vê-se o maior descuido, nota-se que nem o espanador, nem um panno molhado, tiveram a dita de andar por ali. […] Nos bancos, em logar de verniz, ostentava-se uma bella camada de pó”, assinou Zé das Dornas, em artigo publicado no jornal “A Republica”, em maio de 1890.
No mesmo jornal, em junho de 1894, questionava-se como era possível andar de bonde em dias chuvosos: “Espera-se um bond duzentos e tantos minutos! [...] São mesmo uma casa velha toda cheia de gotteiras”. Em maio de 1896, um cidadão, cansado do “bond cheio como um ovo”, cobrava um código para regulamentar as viagens. Esse documento, dizia, teria que determinar o limite de quatro pessoas por banco, vedar a prática de escarrar nos vagões e afixar a pessoas “com mais de 60 centímetros de base” o pagamento da passagem em dobro.
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Se as condições dos bondes chamavam a atenção, a dos burros que os puxaram até 1913 também era lamentada, com denúncias de maus-tratos aos animais. “Ah! Quanto horror! O pobre do burro estava magro e já não podia mais. Apanhou tanto, que cheguei a contar-lhe cinco mil quinhentas e dezoito bordoadas! […] Sociedade Protetora dos Animaes, onde estais tu?”, escreveu João de Tapitanga, em junho de 1894, no “A Republica”.
“Velhos, vagarosos, mal lavados e mal cheirosos, mas sempre super lotados, os poucos bondes que servem o curitibano nos dias que passam se constituem num martírio indispensável”, definiu a “Gazeta do Povo” em 1952, ano que os bondes elétricos, já raros, deixaram de circular em Curitiba. A última viagem seguiu do Centro ao Portão, em julho daquele ano. O transporte coletivo da cidade, desde então, gira em torno dos ônibus."
Extraído de: cmc.pr.gov.br / Foto: cmc.pr.gov.br)
Paulo Grani

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