"Rainha negra da voz, mãe de todos nós"
Nossa Clementina de Jesus, o nosso canto mais poderoso, nos deixava há 30 anos desse chuvoso 19 de julho.
Vejam essa foto espetacular de um sarau simplesmente na casa de Jacob do Bandolim. Reparem no "acompanhamento": os meninos Paulinho da Viola e Elton Medeiros, parceiros de Clementina na época do histórico espetáculo "Rosa de Ouro", de Hermínio Bello de Carvalho.
"Quelé", a "Voz da cor", a "Voz de navalha", o "Canto dos Escravos", nasceu em 1901 na cidade de Valença, Sul Fluminense, filha de escravos libertos. Trouxe para o Rio toda sua carga histórica de jongos, batuques, cantos vindos de um Brasil rural e negro.
"O canto de trabalho,
A dança, a ânsia sagrada de rememorar
O escuro do negreiro,
O açoite pardo do feitor,
E um clarão enganador:
A liberdade sonhada ainda não chegou."
Homenageamos Clementina com o tributo "Rainha negra", letra de Aldir Blanc e música de Moacyr Luz
E desejamos sua memória como também a saudosa Jovelina Pérola Negra um dia cantou: "Clementina de Jesus, onde estiver. Venha, ilumina a nossa raça e o samba com a sua luz", samba de Niva e Luisão 7 cordas.
Crédito: Coleção Jacob do Bandolim - Acervo MIS