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terça-feira, 27 de março de 2018
Avenida do Cruzeiro (atual Manoel Ribas). Foto: Acervo familiar de Maria de Lourdes Arruda e Osman Arruda. Gazeta do Povo, Coluna Nostalgia (Cid Destefani, 31/12/1995)
Gazeta do Povo, Coluna Nostalgia (31/12/1995) - Avenida do Cruzeiro (atual Manoel Ribas)
"Vamos focalizar a antiga Avenida do Cruzeiro, entre as ruas Brigadeiro Franco e Prudente de Morais. A fotografia nos foi fornecida pela leitora Maria de Lourdes Arruda, através de seu sobrinho Osman Arruda. A história deste pequeno espaço do então arrabalde das Mercês nos foi contada pelo Irineu Mazzarotto, o conhecidíssimo Queixinho.
A foto é do início da década de 30, quando a Avenida do Cruzeiro, atual Manoel Ribas, estava sendo preparada para receber o revestimento de macadame. Pelo lado direito vemos a casa de número 867, onde funcionava a Padaria Felicidade, de André Zanetti e Filhos. Um dos filhos de seu André foi famoso beque central do Atlético. As carroças dos colonos de Santa Felicidade faziam ponto obrigatório naquele estabelecimento, tanto na ida para o centro da cidade, quanto na volta. Ali tomavam café e forravam o estômago com pedaços de cuque, ou então degustavam os famosos chineques, especialidade da padaria do velho Zanetti.
Em seguida à padaria vinha a residência da família Zanetti e, após um terreno vago, vinha o Armazém do Albino e Dona Marta Dumke. Pouco tempo depois de ter sido feita esta fotografia, lembra o Queixinho, começou a circular o primeiro ônibus que ligava o bairro ao centro. Era de propriedade do Bertoldi e todos os moradores da região, quando falavam do veículo, o tratavam por Número Um.
Agora, olhando o lado esquerdo da foto, vemos, no alto do barranco, o açougue do Izídio Fabris, cuja irmã, Lola, também açougueira, possuía uma força descomunal. Sozinha transportava nas costas o quarto traseiro de um boi.
Em seguida ao açougue vemos a residência da professora Estela Barbosa e lá, mais ao fundo, a casa de Igino Mazzarotto, onde alguns anos depois funcionaria o Bar Botafogo, dos irmãos Euclides, Sílvio e Irineu Mazzarotto. Depois da casa vinha o armazém de seu Igino e depois a casa que pertencia à Dona Amália Gasparin Mazzarotto, mãe de Dom Jerônimo Mazzarotto.
Nesta época ali residia um irmão do bispo de nome Pedro e que era alfaiate. Nesta casa hoje funciona o Restaurante Tortuga".
O 1º. time do Atlético Paranaense. Data: 1924. Foto: autor desconhecido. Gazeta do Povo, Coluna Nostalgia (Cid Destefani, 27/06/1999)
Gazeta do Povo, Coluna Nostalgia (Cid Destefani, 27/06/1999) - A fundação do Clube Atlético Paranaense (1924)
"Em 1º. de março de 1924 estavam reunidos em assembléia extraordinária os diretores do Internacional Futebol Clube e do América Futebol Clube para concretizarem a fusão dos mesmos que resultaria no surgimento do Clube Atlético Paranaense. O patrimônio do novo clube seria formado pela soma dos clubes citados, incluindo-se aí os troféus e os arquivos.
As cores do novo clube seriam a vermelha, a preta e a branca. Camisa rubro-negra e o calção branco. Fundiam-se o vermelho do América e o preto e branco do Internacional. A primeira diretoria do Atlético tomou posse no dia 6 de março de 1924 tinha como presidente Arcezio Guimarães (escrevia-se Arcezio sem acento), que era presidente do extinto Internacional. seus companheiros de diretoria eram: Joaquim N. Azevedo, Hugo Franco da Cunha, Arnaldo L. Siqueira, Matheus Boscardin e Erasmo Mader. A comissão de contas era formada por Raul Carvalho, Heitor Requião, Alcídio de Abreu e José Eurípedes Gonçalves.
O primeiro jogo que o novo clube realizou foi no dia 6 de abril de 1924, já com o nome de Clube Atlético Paranaense e ainda sem a camisa rubro-negra que se tornaria tradição. Os atletas que participaram foram: Maneco, Marrecão, Smythe, Ari LIma, Motta, Mallelo, Ferrario, Franico, Marrequinho, Lourival e o goleiro Tapir Lopes. Seu estádio e campo eram advindos do patrimônio do Internacional, cujo presidente Joaquim Américo Guimarães havia adquirido o terreno da antiga Planta Hauer. Ali ele construiu o primeiro estádio da "Baixada", ainda em 1914. Posteriormente doou tudo ao CAP. Se o primeiro estádio foi construído e inaugurado em 1914, aquela praça de esportes é, no mínimo, dez anos mais antiga que o próprio Atlético.
A foto mostra o primeiro time do Atlético em abril de 1924, estando junto o presidente Arcezio Guimarães, que aparece de palheta e bengala".
Sociedade 21 de Abril (Bigorrilho). Data: 01/01/1940. Foto: Domingos Foggiato. Acervo: Cid Destefani. Gazeta do Povo, Coluna Nostalgia (02/11/1997)
Gazeta do Povo, Coluna Nostalgia (02/11/1997)
"A sociedade fundada pelo comerciante Cândido Hartmann ficava onde hoje está o Champagnat Shopping. Hartmann foi fundamental para o desenvolvimento da região. Seu armazém, adquirido de Ângelo Vercesi quando o Bigorrilho era composto quase que somente por chácaras, funcionou por 40 anos na estrada que ligava o centro da cidade à região do Barigüí, e que hoje leva seu nome".
Rua São Francisco. Data: 29/03/1945. Foto: Domingos Foggiatto. Acervo: Cid Destefani. Gazeta do Povo, Coluna Nostalgia (16/07/1989)
O início da rua São Francisco e o Largo Coronel Enéas (Largo da Ordem). À esquerda a Igreja da Ordem. No plano intermediário, a torre da Igreja Batista e, mais ao fundo, no alto, o muro do Palácio Garibaldi, as Ruínas de São Francisco e o Belvedere na praça Dr. João Cândido (antiga praça Emílio de Menezes).
Colégio Estadual ainda em construção. Data: 05/03/1948. Foto: autor desconhecido. Acervo: Cid Destefani. Gazeta do Povo, Coluna Nostalgia (17/03/1996)
Gazeta do Povo, Coluna Nostalgia (17/03/1996)
"(...) O Colégio Estadual do Paraná nasceu do antigo Liceu Paranaense, criado em 1846 e que teve coo seu primeiro mestre e diretor José Joaquim Pinto Bandeira, que viria a ser deputado em 1854 e primeiro presidente da Assembléia Provincial.
Em seu longo caminho, o colégio funcionou nos mais diversos lugares: Igreja Matriz cadeia Pública, Rua Ébano Pereira (na atual sede da Secretaria da Cultura) e, finalmente no local onde hoje se encontra.
Esta sede foi ali construída graças à visão do então governador Manoel Ribas, que desapropriou o terreno conhecido antigamente como Chácara da Nhá Laura Borges e que, à época da desapropriação pertencia à família Pinheiro Lima. (...)".
Igreja do Rosário, Semana Santa de 1934. Procissão do Senhor Morto (Quaresma). Foto: Domingos Foggiatto. Acervo: Cid Destefani. Gazeta do Povo, Coluna Nostalgia (24/11/1991)
O primeiro registro do templo data de 1785, construído pela "Irmandade de Nossa Senhora dos Pretos". O local foi frequentado somente por escravos até 1876, quando houve a demolição da velha Matriz e a Igreja do Rosário ocupou essa função. Por estar no caminho do cemitério, foi muito usada para liturgias fúnebres, principalmente por ocasião das epidemias entre o século XIX e o XX. Em 1937 teve início a reforma da igreja sob a direção do engenheiro Eduardo Chaves (o "Chaveco"). Para Cid Destefani, a foto mostra duas imagens perdidas de Curitiba: o templo, em sua forma original, e a procissão com centenas de pessoas.
Colégio Progresso, a antiga Escola Alemã - Cruzamento entre as ruas Barão do Serro Azul e Inácio Lustosa, onde hoje é a Praça 19 de Dezembro. Data: 11/08/1940. Foto: Domingos Foggiato. Acervo: Cid Destefani. Gazeta do Povo, Coluna Nostalgia (20/08/1989)
Coluna Nostalgia, Cid Destefani (20/08/1989)
"A 'Deutsch Schule', escola alemã da comuna evangélica foi construída na Praça 19 de Dezembro em terreno doado pela Câmara Municipal em 1891. O prédio foi concluído em 1892. Ficava o vetusto edifício na confluência entre as ruas Barão do Serro Azul e Inácio Lustosa. Teve m sua vizinhança construções importantes como o chafariz conhecido por 'Carioca de Baixo', que foi demolido em 1911. Em 1914 a prefeitura construiu ao lado o Mercado Provisório de Curitiba, que ali ficou por largos anos".
Em primeiro plano, à direita, parte do telhado do mercado público provisório, instalado à Praça Dezenove de Dezembro. À esquerda, a rua Barão do Serro Azul e, ao fundo, o edifício escolar da Deutsch Schule, já com o segundo pavimento. 1914. FONTE: Acervo da Casa da Memória, citado por Regina Maria Schimmelpfeng de Souza na tese de doutorado “Deutsch Schule”, a Escola Alemã de Curitiba. Um olhar histórico (1884-1917) (UFPR, Curitiba, 2006). Figura 12, Pág. 164.
"A escola alemã acolhia em suas salas de aula não somente filhos de germânicos e seus descendentes. Frequentava também ali uma grande quantidade de meninos que não tinham relação com a colônia alemã de Curitiba".
Foto de Fleury e Kopf (1908). Citado por Regina Maria Schimmelpfeng de Souza na tese A Estrada do Poente: Escola Alemã/Colégio Progresso (1930/1942). Dissertação de mestrado (UFPR, Curitiba, 2002).
"Durante a I Guerra, mais precisamente nos dias 28 e 30 de outubro d 1917, sofreu o estabelecimento grandes quebra-quebras por parte de arruaceiros que, acobertados pela fachada de patriotismo, destruíram móveis e pertences. A escola foi fechada pelo secretário da Instrução Pública, Enéas Marques, ato que prejudicou os quase 500 alunos, brasileiros natos, cujos pais já estavam radicados no Brasil há muitas décadas".
Fotografia aérea realizada pelo 5º Regimento de Aviação, em 25 de junho de 1935. Acervo particular (Regina Maria Schimmelpfeng de Souza, 2002. Pág. 85)
"Quase dois anos foram levados para serem reparados os estragos produzidos pela turba. A escola reabriu suas dependências reiniciando as aulas em 15 de julho de 1919, já rebatizada como Colégio Progresso. Em 11 de agosto de 1940, quando a fotografia acima foi tirada, o prédio da escola já estava condenado à demolição. A reurbanização da cidade, no projeto que ficou conhecido como “Plano Agache”, previa a construção do Centro Cívico, no fim da Avenida Cândido de Abreu, além do alargamento da rua Barão do Serro Azul, o que aconteceu em 1941".
Alargamento da Rua Barão do Serro Azul
(Gazeta do Povo, 07/12/2008)
"O colégio então se mudou para a Rua Coronel Dulcídio, onde hoje funciona a Faculdade de Farmácia, tendo ali encerrada sua função social, fechado que foi por vários motivos, sendo o mais forte a nova guerra mundial, em que o Brasil era inimigo declarado da Alemanha".
Estudantes em frente à Escola Alemã
(Gazeta do Povo, 29/11/2012)
"A 'Deutsch Schule' desapareceu, mas ficaram as lembranças nostálgicas das gerações de curitibanos que passaram pelos seus bancos escolares. Se você foi um destes privilegiados, gaste um pouco do seu domingo recordando os antigos colegas. Não esquecendo de fazer uma boa prece aos seus mestres que já se foram".
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