segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

Rua América, atual Trajano Reis, em 1911. Vista em direção ao Cemitério São Francisco de Paula, tomada a partir da rua 13 de Maio. Foto: autor desconhecido. Acervo: Cid Destefani. Gazeta do Povo, Coluna Nostalgia (02/12/1990)

 

Rua América, atual Trajano Reis, em 1911. Vista em direção ao Cemitério São Francisco de Paula, tomada a partir da rua 13 de Maio. Foto: autor desconhecido. Acervo: Cid Destefani. Gazeta do Povo, Coluna Nostalgia (02/12/1990)





Gazeta do Povo, Coluna Nostalgia - 02/12/1990 - América, atual Trajano Reis, a rua da última viagem

"Em princípio, um caminho lamacento que ligava a antiga Igreja do Rosário ao Cemitério Municipal, Campo Santo mandado construir pelo conselheiro Zacarias de Góis e Vasconcelos na chácara que pertencera ao padre Agostinho Machado Lima. Sua primeira denominação popular foi Rua do Cemitério. Posteriormente foi batizada de Rua América, e com este nome participou por vários anos da vida da cidade.

A velha Rua América possuía já neste século, um comércio de importância. Como não poderia deixar de ser por sua ligação com o cemitério funcionou ali a funerária de Pedro Falce e ainda funciona a da família Stephan. Ficaram na lembrança de antigos moradores os açougues de Carlos Zikur e o de João Malecki, os armazéns de secos e molhados d Gino Zanier e o de João Lepinski, além da alfaiataria de João Faucz, que fazia questão de frisar sua origem polaca. Aliás este senhor João Faucz foi proprietário do primeiro restaurante polaco de Curitiba instalado na Rua São Francisco.

Escrever sobre a Rua América, antiga, de forma alguma ficaria completo o texto e nele não citássemos a velha Igreja Luterana a primeira construída toda em enxaimel dano lugar a que existe hoje e que foi inaugurada no início da década de 1890.










Google Street, 2014


A última ligação que existe com o antigo nome da rua é a Padaria América, instalada a princípio na esquina da rua Paula Gomes por Eduardo Engelhardt em 1914. Foi transferida para a casa e Pedro Falce, quando em 1928, Eduardo adquiriu a propriedade na esquina da então Rua do Serrito, hoje Carlos Cavalcanti. A Padaria América é o único elo que nos liga aos sabores da Curitiba de Antanho com seus pães e broas, doces cuques, craquenéis e bolachas de mel e outras tantas guloseimas todas feitas pelo próprio dono atual Ewaldo Engelhardt.

Em 12 de agosto de 1918 faleceu em Curitiba o humanitário médico Dr. Trajano Joaquim dos Reis. Em sua homenagem a rua foi rebatizada como Trajano Reis. A fotografia que ilustra Nostalgia de hoje foi feita por fotógrafo desconhecido em 1911 e nos mostra a rua vista da esquina da 13 de Maio em direção ao cemitério

Por esta rua da última viagem passou grande arte dos funerais realizados em Curitiba. Do mais simples "enterro de 3ª" até os pomposos com acompanhamento melancólico da banda da Força Pública. Todos eles com destino certo: a antiga chácara do Padre Agostinho".

 

Vista Panorâmica Aérea do Batel em direção aos bairros Rebouças e Prado Velho. Data: 14/09/1933. Foto: autor desconhecido. Acervo: Cid Destefani. Gazeta do Povo, Coluna Nostalgia (03/11/1996)


  Gazeta do Povo, Coluna Nostalgia (Cid Destefani, 03/11/1996)

"Em primeiro plano a foto mostra a antiga sede do Museu Paranaense, entre as ruas Benjamim Lins e Buenos Aires, tendo ao fundo o quartel do 9º. Regimento de Cavalaria Montada (posteriormente conhecido como Quartel do CPOR). A Praça Oswaldo Cruz ainda era um descampado onde os soldados se exercitavam e faziam manobras militares. Segundo Cid, "a Avenida Visconde de Guarapuava terminava na Rua Buenos Aires, assim como a Sete de Setembro, que, a partir dali era um mero caminho no campo. As habitações eram esparsas e a maioria era cercada por grandes terrenos".

 

Esquina entre a Marechal Deodoro (com seu alinhamento original) e a Rua Barão do Rio Branco. Data: início dos anos 60. Acervo: Cid Destefani. Foto: autor desconhecido. Gazeta do Povo, Coluna Nostalgia (17/05/1998)



O leito da rua ainda era de paralelepípedos e as calçadas de lajotas de cimento. O alargamento atingiu a face esquerda da rua, numa faixa de largura equivalente a do estacionamento mostrado na foto.

 

Rua São Francisco, a antiga Rua do Fogo. Data: 1923. Foto: autor desconhecido. Acervo: Cid Destefani. Gazeta do Povo, Coluna Nostalgia (17/05/1992)





Rua São Francisco, a antiga Rua do Fogo. Data: 1923. Gazeta do Povo, Coluna Nostalgia (Cid Destefani, 17/05/1992)

"A Rua do Fogo não nominava toda a extensão da atual São Francisco, pois esta, em outros trechos, possuía outros nomes como Rua do Hospício e Rua do Terço. Por Rua do Fogo era denominada a parte que hoje vai da Presidente Faria até a Barão do Serro Azul. Somente em novembro de 1867 ela passou a ser chamada de Rua São Francisco.

Na foto, é possível observar à direita o prédio da Delegacia Fiscal. Neste local funcionou durante o século XIX a primeira sede do Clube Coritibano. O prédio foi demolido no início da década de 40 para dar lugar ao alargamento da Barão do Serro Azul.

Vindo lá de baixo, passamos pelo consultório dentário de Eduardo P. Reginato seguido da alfaiataria de Hugo Momoli, do escritório de representações de Pedro Kneib e a casa onde residia o italiano Domingos Fucci, excelente artista de teatro amador. O HOTEL Palácio Riachuelo ficava na esquina desta rua. Continuando, passamos pela fábrica de chapéus para senhoras de Santo Gussi, tendo em frente a tinturaria São Francisco. O consultório do odontólogo Ewaldo Schiebler professor da UFPR e excelente fotografo amador. O Salão São Francisco e a floricultura A Orquídea. A Casa de Saúde São Francisco dirigida pelo famoso médico Dr. Jorge Meyer, o doutor 'Maia'. 

Em frente ficava a Foto progresso de Augusto Weiss, um dos pioneiros da arte em Curitiba. No outro lado, no mesmo endereço, funcionavam a fábrica de carimbos e gravações de medalhas de Frederico Tod e a vidraçaria dos irmãos Castro. A papelaria e livraria de Max Roesner, em frente as conjugadas Flora Crisântemo e Funerária São Francisco. A loja de materiais elétricos e utilidades de Botelho de Souza, a casa de sabão e cera de assoalho pertencente a Mariano Campos Hidalgo, a Relojoaria Suiça, ao lado da Litografia Progresso de Rômulo César Alves, que fazia rótulos para barricas de erva-mate, cartazes e reclames em qualquer dimensão. O atacadista Guisardo Pilati, Mansur N. Mansur, a papelaria de João Haupt e finalmente a Farmácia Moderna".

 

Avenida Vicente Machado entre as ruas Jerônimo Durski e Francisco Rocha, em direção ao Centro. Região conhecida como "Bragalândia". Data: setembro de 1950. Foto: Arthur Wischral. Acervo Cid Destefani. Gazeta do Povo, Nostalgia (22/06/1997)


Rua Nilo Cairo, quase na esquina com a Mariano Torres. Data: 1956. Foto: Arthur Wischral. Acervo: Cid Destefani. Gazeta do Povo, Coluna Nostalgia (17/01/1999)

 


Correios, Rua Presidente Faria Data: 19/07/1940. Foto: Domingos Foggiatto. Acervo: Cid Destefani. Gazeta do Povo, Coluna Nostalgia (12/05/1991)

 






"No começo do século a rua presidente Faria se chamava rua Garibaldi, e a atual praça Garibaldi era o Largo Dr. Faria. Houve, portanto, uma permuta. É possível ver as pilastras do muro que cercava o prédio da UFPR. Ao fundo o prédio dos Correios e Telégrafos, construído em 1935 no terreno onde antes funcionara a segunda sede do Tiro Rio Branco".



*****











Inauguração do prédio em 1935 (Gazeta do Povo, 31/08/2014)


"Durante o Estado Novo, conceitos como funcionalidade, eficiência e economia foram aplicados na arquitetura de obras públicas de todo o país. Linhas geometrizantes passaram a caracterizar os edifícios escolares da época e um projeto nacional de padronização arquitetônica foi posto em prática nos prédios que compunham o então Departamento de 
Correios e Telégrafos. 














Fonte da Imagem 

 
Curitiba teve construída sua sede dos Correios, em 1934, dentro das concepções propostas por arquitetos cariocas, contratados para idealizarem os projetos. Em  suas criações, os prédios se concentravam estrategicamente nas esquinas e se caracterizavam  por acessos independentes entre si, segundo uma hierarquia funcional. 

















 
Planta baixa do pavimento Térreo


Amplos salões de atendimento ao público, executados com grandes vãos e despidos de ornamentos, localizavam-se no interior da obra".


Bahls, Aparecida Vaz da Silva. A busca de valores identitários: a memória histórica paranaense. Tese de doutorado em História pela UFPR. Curitiba, 2007 

Citando 

SEGAWA, Hugo. Arquiteturas no Brasil, 1900-1990. 2. ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1999, p. 66-71



 Vista noturna

sábado, 20 de fevereiro de 2021

Rua São Francisco. Data: 29/03/1945. Foto: Domingos Foggiatto. Acervo: Cid Destefani. Gazeta do Povo, Coluna Nostalgia (16/07/1989)

 




O início da rua São Francisco e o Largo Coronel Enéas (Largo da Ordem). À esquerda a Igreja da Ordem. No plano intermediário, a torre da Igreja Batista e, mais ao fundo, no alto, o muro do Palácio Garibaldi, as Ruínas de São Francisco e o Belvedere na praça Dr. João Cândido (antiga praça Emílio de Menezes).

METROPOLIA CATÓLICA UCRANIANA SÃO JOÃO BATISTA

 CRIAÇÃO DA PARÓQUIA

A Paróquia foi fundada aos 23 de fevereiro de 1992, através do Decreto nº L. II-113/92 Fls. 009, expedido por Dom Efraim Basílio Krevey, OSBM. A 1ª Capela foi construída em 1968 e a atual, em alvenaria, foi consagrada e inaugurada aos 14 de dezembro de 1986, pelo Eparca Dom Efraim.

HISTÓRICO

A vinda das primeiras famílias ucranianas para Pinheirinho, Curitiba.

A primeira família a chegar para morar aqui no Pinheirinho foram: Sra. Paulina Schpak de Vera Guarani e Sr. João Melnichenko de Antonio Olinto.

pinheirinhoNo ano de 1963, logo depois do dia da padroeira Nossa Senhora Santa Ana, 28 de agosto, chegou a família muito ativa e espiritual do Sr. Augusto Martinhak de Antonio Olinto, a qual todos os domingos ia com a família para assistir a Santa Missa na Catedral São João Batista na Vila Guaíra – Curitiba. Em setembro de 1963, chegou a família do Sr. João Krentiglova de Antonio Olinto. Até o final do mesmo ano já havia várias famílias aqui na redondeza.

Em 1964, o Pe. PaceuLozovey, OSBM fez a primeira visita às famílias com água benta. Neste mesmo ano chegaram várias famílias de Vera Guarani: família Balaban, Tomkiu, Diakiuski e outras.

Chegou ao conhecimento do Bispo Dom José Martenetz, OSBM, de saudosa memória, que havia um número grande de famílias ucranianas no Bairro Pinheirinho. Ele então toma providências e convida ao então seminarista diocesano Josafat Gaudeda para que fizesse um levantamento e iniciasse a catequese e ensino da língua ucraniana para as crianças.

Em 1965, já havia umas 20 famílias e foi rezada a primeira Santa Missa na casa da Sra. Paulina Schpak, graças ao esforço do seminarista e do Sr. Augusto Martinhak.

Em 1966, aconteceu a primeira reunião na casa do Sr. Pedro Balaban, onde foi decidido fazer a 1ª festa em prol da comunidade, na qual foi arrecadado 2.000,00 Cruzeiros Novos. Logo depois daquele evento as lideranças foram em busca do terreno para comprar e construir a Igreja. Com o esforço de todos, encontraram os dois lotes, os quais foram adquiridos.

Tudo estava a caminho para dar certo. No mesmo tempo, em Antonio Olinto, haviam desmanchado uma escola de madeira, que foi comprada pelos novos paroquianos. Trouxeram junto o carpinteiro Sr. Teodoro Hlachuk, que foi construindo a capela com a ajuda do Sr. Augusto Martinhak, João Krentiglova e família Balaban.

Nesta época, o seminarista Josafat Gaudeda, já como diácono, continuava ensinando catequese na casa da família Hrudenski.

Em 1968, a igrejinha estava pronta. Iniciou-se a uma nova pastoral, muito mais abrangente. Pe. Taras Olinek, OSBM, do Seminário Batel, dá suporte espiritual, mas por pouco tempo. Logo assume o Pe. AmbrosioDubena, OSBM, e fica até 1973. Nesta época, as Catequistas do Sagrado Coração de Jesus da Vila Guaíra e Irmãs Catequistas de Santa Ana vinham ajudar cantar. As Irmãs Catequistas de Santa Ana compram o terreno para construírem a residência delas ao lado da Igreja.

Desde o Natal de 1973, iniciou sua pastoral por longos anos o Pe. Soter Schiller, OSBM, o qual é conhecido e querido até hoje pelos paroquianos.

Em fevereiro de 1975, as Irmãs Catequistas de Santa Ana fixam sua morada aqui no Pinheirinho, hoje casa geral da Congregação. Antes disso, a Sra. IláriaMartinhak e Sra. Tecla Gaudeda é que cuidavam da limpeza e ornamentação da Igreja.

Em 1974, deu-se a benção da pedra fundamental da nova Igreja de alvenaria. Em 1978, Dom Efaim B. Krevey, OSBM faz a visita pastoral na comunidade e abençoa a primeira parte da nova Igreja.

De tempo em tempo fazia visita e observava o andamento da obra o Pe. MykolaIvaniv, OSBM, o qual incentivava o povo para não desanimarem. O povo ainda rezava na capelinha. Mas como estava aumentando o número de fiéis, foi necessário mudar-se para o porão da Igreja em construção até cobrirem a nova Igreja.

A comunidade foi crescendo a cada dia. As Irmãs logo deram início ao Apostolado de Oração das mulheres e dos homens, grupo de jovens e deram início a catequese no sábado.

Desde o início até hoje por quatro vezes a comunidade teve missões; entre os pregadores estavam: Pe. MykolaIvaniv, OSBM, Pe. Vidal A. Klemchuk, OSBM, Pe. Tarcísio Zaluski, OSBM, Pe. Melécio Krauczuk, OSBM.

Em 1986, nas redondezas da igreja moravam perto de 300 famílias que chegaram de diversos como: Antonio Olinto, Vera Guarani, Cândido de Abreu, Carazinho, Prudentópolis, Dorizon, Mallet, Marcelino e Santa Catarina.

Desde o início foram escolhidos os Conselhos Administrativos Paroquiais cujos presidentes executivos foram os seguintes:

De 1968 até 1969 Sr. Augusto Martinhak

De 1969 até 1971 Se. Miguel Tomkio

De 1971 até 1972 Sr. João Krentiglova

De 1972 até 1974 Sr. Miguel Tomkio

De 1974 até 1976 Sr. ZenóbioBalaban

De 1976 até 19……………………………..

De 1981 até 1983 Sr. João Gaudeda

De 1983 até 1987 Sr. LeonidioBalaban

De 1987 até 1989 Sr. José Kobernovicz

De 1989 até 1992 Sr. Clemente Melnik

De 1992 até 1994 Sr. Mathias Herman

De 1994 até 1996 Sr. Clemente Melnik

De 1996 até 2000 Sr. Amilton Ivankio

De 2000 até 2001 Sr. Clemente Milnik

De 2001 até 2004 Sr. Amilton Ivankio

De 2004 até 2007 Sr. Irineu Ivankio

Pe. Teófilo Michalichen, OSBM

PÁROCO: Pe. Edison LuisBoiko.

COMUNIDADES DE VIDA CONSAGRADA E OUTRAS EXISTENTES NA PARÓQUIA

Residência Paroquial.

Convento – Sede Geral da Congregação das Irmãs Catequistas de Santa Ana.

ATIVIDADES PASTORAIS

Catequese: realiza-se aos sábados e é ministrada pelas Irmãs Catequistas de Santa Ana, Catequistas do Sagrado Coração como também por catequistas leigas.

Cultos e devoções tradicionais: durante a Quaresma – Via-Sacra, Missa dos Dons Pré-Santificados, celebrações próprias da Semana Santa e tríduos de renovação espiritual. Durante o mês de maio – tradicional novena (Maivka). No mês de junho – Novena ao Sagrado Coração de Jesus. No mês de outubro – Rosário comunitário. Periodicamente realizam-se missões a cargo dos Padres Basilianos.

Ação Social: Periodicamente, realizam-se festas e promoções apropriadas, tendo por finalidade a manutenção da Paróquia e de suas obras.

Associações leigas religioso-culturais: Apostolado da Oração; Congregação Mariana; Grupo de Jovens; Cruzada Eucarística; Comissão Paroquial de Catequese; Comissão Administrativa Paroquial (CAP).

PARÓQUIA SANT’ANA DO PINHEIRINHO – COMUNIDADES

Fazenda Rio Grande (sede): Salão Comunitário construído entre os anos 1996-1999. Padroeiro: Divino Espírito Santo. Famílias: 117. Distância da sede paroquial: 24 km.

Vila Santa Amélia (Curitiba): A 1ª e única igreja construída, em alvenaria, data do ano 1997. Padroeiro: São Nicolau. Famílias: 78. Distância da sede paroquial: 11 km.

Vila São Pedro (Curitiba): A atual igreja construída, em alvenaria, data do ano 1992. Padroeiro: Nossa Senhora das Dores. Famílias: 147. Distância da sede paroquial: 6 km.

 

Boqueirão é um dos maiores bairros da capital paranaense. Conheça sua história

 

Bairro Boqueirão

Localizado na região sudoeste de Curitiba, o bairro Boqueirão é um dos maiores bairros da capital paranaense, com área de 14,80 km² e população de 68.495 habitantes.

Fica há exatos dez quilômetros do centro da cidade, há cerca de vinte minutos de carro.

Sua principal via de acesso é a Avenida Marechal Floriano Peixoto, que conecta o centro à zona Sul, à BR-116 e a São José dos Pinhais.

Boqueirão é um bairro predominantemente residencial, apesar da grande atividade comercial.

O forte da economia do bairro é a concentração de indústrias, com destaque para o setor automobilístico e polo têxtil.

A grande oferta de serviços faz o bairro parecer uma cidade, e o acesso facilitado ao comércio é um dos motivos pelos quais os moradores gostam de viver lá.

A palavra boqueirão tem o seu significado no dicionário, como sendo um “covão”, “grande boca”, “abertura de um canal”, “rua que dá para o rio” ou até mesmo uma “quebrada entre montes”. Não sabe-se, ao certo, qual destes significados foi o mais usual para determinar o nome de uma fazenda que estava localizada muito longe do centro da velha Curitiba do século XIX.

A primeira referência conhecida das terras que atualmente fazem parte do  Boqueirão está nos registros de propriedade da Fazenda Boqueirão e em nome do Coronel Manoel Antônio Ferreira, datado de 1856.

No documento consta que a fazenda possuía, aproximadamente, 1.000 alqueires.

Destas terras se sabe que era um grande banhado, porém, de solo fértil e contendo mata nativa.

Fazenda Boqueirão era utilizada para a criação de gado, cavalos e de onde se extraía madeira e em 1855, com a morte do coronel, foi partilhada entre os seus filhos: Theolindo Ferreira Ribas e Ubaldina Ferreira de Sá Ribas e uma parte menor para Amélia Ferreira do Valle, que não era filha mais fora criada pelo coronel.

Assim a fazenda foi dividida em três partes desiguais e coube a Theolindo, filho mais velho, a maior parte da propriedade.

Após a divisão, as fazendas ficaram com o mesmo nome, constando em outros documentos da época como sendo “propriedades Boqueirão”.

Major Theolindo Fererira Ribas manteve a fazenda até 1910 e neste ano ele vendeu a propriedade para Victor Ferreira do Amaral, Homero Ferreira do Amaral e Alexandre Harthey Gutierrez que era casado com a filha de Victor Ferreira.

As famílias Gutierrez e Ferreira do Amaral criaram, em 1933, a Companhia Territorial Boqueirão com a finalidade de dividir os 960 alqueires da Fazenda Boqueirão em lotes para a venda.

Foram divididos e mapeados 12.000 lotes de 15x15m e algumas dezenas de lotes coloniais (chácaras com dois alqueires cada).

As vendas começaram em 1934 e o último lote foi vendido no ano de 1982.

Na história do bairro Boqueirão, não podemos esquecer, também, da enorme contribuição dos Menonitas – imigrantes russos, vindos do estado vizinho de Santa Catarina – os quais instalaram-se na região e compraram a fazenda de Jesuíno Martins – vizinha à Fazenda Boqueirão – nos anos de 1930.

Com os Menonitas instalados na região, o lugar cresceu e desenvolveu-se graças ao surgimento de ações empreendedoras como a Cooperativa Mista Boqueirão ou a criação de escolas, igrejas e até um cemitério.

São obras dos Menonitas o Colégio Erasto Gaetner, a Igreja Irmãos Menonitas e o Cemitério Municipal do Boqueirão.

Estas obras, de iniciativa da comunidade Menonita, consolidaram o crescimento do bairro tornando-se um dos maiores da capital paranaense.