sexta-feira, 20 de maio de 2022

O SOFRIMENTO DOS IMIGRANTES PARA CHEGAR AO BRASIL “No dia 8 de Maio de 1863, quando chegamos em Hamburgo, fomos alojados na nova Casa do Emigrante, onde permanecemos três dias.

 O SOFRIMENTO DOS IMIGRANTES PARA CHEGAR AO BRASIL
“No dia 8 de Maio de 1863, quando chegamos em Hamburgo, fomos alojados na nova Casa do Emigrante, onde permanecemos três dias.


Nenhuma descrição de foto disponível.

Nenhuma descrição de foto disponível.
Em 1850, jornais na cidade de Hamburgo, publicaram o desenho acima, de um artista chamado “PUSCHKIN.” Ele nos dá conta da verdadeira febre de emigra- ção que ocorria na época. Muitos almejavam ir para as Américas.

Nenhuma descrição de foto disponível.
Miriade de mastros dos veleiros estaleirados no Porto de Hamburgo, década de 1870, na epopéia da imigração às Américas.
Foto: web.
O SOFRIMENTO DOS IMIGRANTES PARA CHEGAR AO BRASIL
“No dia 8 de Maio de 1863, quando chegamos em Hamburgo, fomos alojados na nova Casa do Emigrante, onde permanecemos três dias. No segundo dia, fui até o cais para conhecer o navio que nos levaria para a América. Qual a minha surpresa, por mais de duas milhas, pontas e mais pontas de mastros, uma infinidade de navios e ninguém sabia informar qual seria o nosso.
No porto, o mar é muito tranquilo e nós imaginamos que assim seria por toda viajem. No terceiro dia nosso navio estava pronto para a partida, um veleiro de nome FRANKLIN. Nós mesmos tivemos que carregar as nossas bagagens até o porto, e só foram embarcadas no dia seguinte pela manhã. Logo em seguida um rebocador nos conduziu até KUXHAVEN, onde permanecemos por mais três dias, quando finalmente, partimos para o canal Inglês. Ventos contrários fortíssimos empurraram-nos mais de 100 milhas em direcção ao Mar do Norte. Estávamos acostumados com frio, mas nunca o sentimos tanto. E mais, todos estavam mareados, um deitado aqui outro ali, será difícil imaginar nossa situação.
Estávamos alojados no segundo convés, trancados como num galinheiro, éramos mais de 250 pessoas, sem qualquer assistência do pessoal de bordo. Os beliches até o teto para 4 ou 5 pessoas, todo mundo passando mal, só quem viveu a situação poderá imaginá-la. Estávamos todos muito enjoados. Tínhamos nojo de tudo, mesmo da melhor comida e quando a fome nos obrigava a comer, o estômago devolvia.
Depois de uma semana, tornamos a passar no mesmo lugar de onde saímos. Agora iniciamos a passagem no canal Inglês, e já no primeiro dia esbarramos duas vezes no fundo. Foram choques tão violentos que pensamos ter chegado nosso fim. Chegamos na região que habitualmente permanece sob forte neblina. Durante o dia navegava-se com permanente toque de sino, e a noite com foguetes sinalizadores. Hoje vapores modernos tem apitos que se ouvem de muito longe. Mas nós estávamos em um veleiro e mesmo com todos os sinos, foguetes e a atenção dos nossos marinheiros por pouco, muito pouco, não trombamos com outro veleiro. Graças a perícia da nossa tripu1ação, numa rápida manobra passamos à alguns metros do outro barco.
Enfim alcançamos o mar aberto. Avistamos ainda a ultima cidade em chão europeu: CALAIS, e daí por diante nada mais que céu e água. A viajem prometia ser tranquila, porém na segunda feira de Pentecostes, terça e quarta, fomos atingidos por uma tempestade tão violenta que fomos proibidos de sair do alojamento. Fomos trancafiados e não sabíamos mais o que acontecia. Por sorte nosso navio estava bem lastrado, com carga pesada o que evitou que o vento o virasse de lado e nós presos, morrêssemos miseravelmente afogados. Quando nos foi permitido sair o próprio capitão nos disse nunca ter enfrentado tamanha tormenta.
Fome não passamos, mas a comida era estranha e a agua não conseguíamos beber. A carne era boa porem muito salgada, provocando muita sede e a água nas barricas, fedorenta e cheia de vermes. Sempre que eu bebia, fechava os olhos e o nariz e assim conseguia engolir uns poucos goles. Em lugar de pão ofereciam-nos torradas, provavelmente assadas há anos, duras como pedras. Daria para partir a cabeça de alguém. O jeito era mergulhá-las no café ou no chá. Era bom? Não se questionava desde que a fome fosse aplacada.
Vimos baleias e tubarões. Divertimo-nos com os peixes vo- adores, muitos caiam a bordo e eram levados imediatamente para a cozinha. Faziam três meses que estávamos entre o céu e o mar e ainda não havia terra a vista. Acho que já estávamos tão desesperados, quanto o pessoal do Cristóvão Colombo. Até que numa manhã de chuva e nevoeiro avistamos uma mancha escura no horizonte. Corremos ao capitão, que de luneta nas mãos nos disse: “É terra”.
Finalmente terra! Foi uma alegria geral. Estávamos nos aproximando do Brasil, porém ainda a 30 milhas da costa, mas a esperança de logo deixar o navio e poder colocar os pés em terra firme, alegrou a todos. Após mais algum tempo chegamos a entrada de um porto, totalmente cercado de grandes montanhas, ventos fortes provocavam ondas enormes a quebrar no paredão de pedras. O comandante considerou impossível a entrada e ordenou lançar ancoras e aguardar melhor tempo.
Na manhã seguinte prosseguimos viajem e no mesmo dia alcançamos Santa Catarina. Também tivemos que ancorar devido ao mau tempo. Ao longe víamos montanhas e percebemos a proximidade de terra pela quantidade de folhas e gravetos boiando na água. Na manhã seguinte ficamos felizes com a chegada do prático que nos conduziu ao porto.
Vários barquinhos se aproximaram jogando laranjas e bananas que avidamente comemos. Novamente o navio bateu em uma pedra estremecendo a embarcação violentamente e todos muito assustados duvidamos pôr momentos, chegar vivos ao solo brasileiro. Imaginamos que teríamos o mesmo fim do nosso companheiro Manoel Schaffer, que uma semana antes falecera e o seu corpo costurado em um pedaço de lona, foi sepultado no mar.
Finalmente atracamos em Santa Catarina (São Francisco ?) mas tivemos ordem de permanecer a bordo por mais três dias. Finalmente eu podia apreciar a paisagem, lindas palmeiras e as bananeiras que nunca tinha visto ao natural. Eu me senti como nascido de novo em uma terra melhor e X muito mais bonita que a minha pátria”.
(Trecho da Carta relatório, do imigrante Antônio Pospissil, publicada na “Nordmährische Rundschau 1904” (Revista da Moravia do Norte) Áustria (Hoje República Tcheca) reproduzida no livro “Die Deutschen in Paraná” do Pastor Wilhelm Fugmann editado em Ponta Grossa PR, no ano de 1929.(Os Alemães no Paraná- Tradução Paulo A. Grötzner).
(Texto extraído do livro A Saga de Um Pioneiro, de Paulo Grotzner)
Paulo Grani

CASAMENTO DA PRINCESA ISABEL E O CONDE D'EU "No dia 15 de outubro de 1864, casaram-se a Princesa Isabel, herdeira do trono do Brasil, e o Conde d’Eu, filho do Duque de Nemours, da França.

 CASAMENTO DA PRINCESA ISABEL E O CONDE D'EU
"No dia 15 de outubro de 1864, casaram-se a Princesa Isabel, herdeira do trono do Brasil, e o Conde d’Eu, filho do Duque de Nemours, da França.


Nenhuma descrição de foto disponível.
Nenhuma descrição de foto disponível.
Tela de Pedro Américo, retratando o momento das juras nupciais.

Nenhuma descrição de foto disponível.
Largo do Paço durante a festividade.
CASAMENTO DA PRINCESA ISABEL E O CONDE D'EU
"No dia 15 de outubro de 1864, casaram-se a Princesa Isabel, herdeira do trono do Brasil, e o Conde d’Eu, filho do Duque de Nemours, da França.
O cortejo saiu da Quinta da Boa Vista cerca de 9 horas e seguiu, sob aplausos do povo, até o Largo do Paço (atual Praça XV), onde aguardavam a Guarda Nacional e um Batalhão de Fuzileiros, em trajes de gala. As salas do Paço estavam cheias de gente.
Às 10 e meia anunciaram a chegada dos noivos e os foram esperar, à porta da Catedral, as Damas e os Oficiais da Casa.
A Princesa trajava um vestido de filó branco com renda de Bruxelas e uma grinalda de flores de laranjeira. O noivo, em farda de Marechal, trazia a grã-cruz do Cruzeiro, a comenda da Ordem Militar de Espanha, a comenda da Ordem da Casa de Saxe e a medalha da Campanha do Marrocos.
Os noivos, ajoelhados em almofadas bordadas a ouro, ouviram as palavras cerimoniais do arcebispo da Bahia, Dom Manoel Joaquim da Silveira, e confirmaram os votos perante Igreja.
Terminada a cerimônia, D. Pedro II abraçou o genro e lhe condecorou com o colar da Ordem da Rosa.
Seguiram todos para o salão do Paço, onde representantes estrangeiros, altos funcionários, membros do Legislativo e da Magistratura, muitos cidadãos de várias comissões especialmente designadas para cumprimentar Suas Majestades.
Às duas horas da tarde, recolheu-se a família Imperial, partindo os recém-casados do Arsenal de Marinha na galeota com destino a Petrópolis.
E o povo comemorou, até altas horas, o acontecimento.".
Fonte: Blog.ocurioso / fotos: Pinterest)
Paulo Grani.

Estrada entre Prudentópolis e Senador Correia, Paraná, em 1911. (Foto: novomilenio.com.br) Paulo Grani.

 Estrada entre Prudentópolis e Senador Correia, Paraná, em 1911.

(Foto: novomilenio.com.br)
Paulo Grani.


Nenhuma descrição de foto disponível.

quinta-feira, 19 de maio de 2022

A COISA ESTÁ PRETA ! De onde vem a expressão? Que fatores traduzem seu real significado? O que ela pretende dizer?

 A COISA ESTÁ PRETA !
De onde vem a expressão? Que fatores traduzem seu real significado? O que ela pretende dizer?


Nenhuma descrição de foto disponível.
Nenhuma descrição de foto disponível.
Nenhuma descrição de foto disponível.
Nenhuma descrição de foto disponível.
Nenhuma descrição de foto disponível.
Nenhuma descrição de foto disponível.
Nenhuma descrição de foto disponível.
Nenhuma descrição de foto disponível.
Nenhuma descrição de foto disponível.
A COISA ESTÁ PRETA !
De onde vem a expressão? Que fatores traduzem seu real significado? O que ela pretende dizer?
Tenho visto nas redes sociais uma apologia desenfreada tentando de todas as maneiras possíveis associar a simples menção à "cor preta" a uma forma de racismo. É ultrajante termos que assistir essa teatralidade nefasta que assola a vida de todos, sem defender a verdade sobre a "cor preta".
Sua natureza, importância, simbologia e significância ao longo da história devem ser resgatadas e devolver seu devido status na cultura humana.
A mais objetiva das cores. Ela significa drama, perigo, violência, dor e morte, mas também é proteção, poder, elegância, formalidade. O preto é realmente a cor predileta dos designers e dos jovens. Mostra a negação, a sujeira, simboliza o azar e o mal. Apesar de ser ícone da moda no mundo inteiro, é o tom das pessoas mais conservadora.
"O preto nos traz mistério e sofisticação. Aliás, o preto é uma cor? Essa é uma das perguntas mais feitas quando falamos sobre o assunto. Há muita coisa para aprender sobre esse tom:
1 – Alguns estão totalmente convencidos de que o preto não é uma cor, porém não sabem dizer por que. Mas, já que a soma de todas as cores do arco-íris é o branco, o preto seria a ausência de luz, a ausência de todas as cores. Desse modo, ele foi declarado uma “não cor”, uma cor sem cor;
2 – Antigamente, pintar com tinta preta era censurado. Até mesmo as cores escuras deviam ser obtidas com a combinação do azul, vermelho e amarelo combinados. A noite, por exemplo, não deveria ser representada apenas por um tom escuro, deveria ser antes, um efeito visual;
3 – O famoso artista Renoir, precursor do impressionismo, questionava: “O preto uma não cor? De onde vocês tiraram isso? O preto é a rainha das cores”. Van Gogh também teve o mesmo problema e escreveu ao seu irmão dizendo: “Não, o preto e o branco tem a sua razão e sua importância, e quem os deixa de lado não se sai bem”;
4 – É a preferida de 10% das mulheres e homens do mundo, principalmente dos mais jovens (quanto mais jovens somos, maior a preferência pela cor). O motivo? Os jovens pensam no preto como roupa de moda e carros caros; os mais velhos associam com a morte;
5 – Uma sexta-feira 13 qualquer pode ser um pesadelo para os gatos pretos. Infelizmente, ainda há muita superstição sobre eles. Nessa data, algumas pessoas são capazes de dizer que os bichanos trazem azar. Como resultado, muitos deles – que não têm culpa de nada – são sacrificados e odiados. Tudo porque na Idade Média, os gatos pretos eram considerados bruxas transformadas em bichos. Pois bem, essa era a mentalidade da época que, além disso, levantou a ideia de que cruzar com um deles na rua poderia trazer má sorte. Foi aí que essa história nasceu, por conta da associação às trevas e a magia negra, a cor do azar
6 – Apesar de em muitos países, dizerem ainda que gato preto dá azar, na Escócia, Irlanda e Japão eles significam sorte!
7 – Em 1900, nas fotografias dos casamentos, quase todas as noivas usavam vestido preto que ia até os pés (somente o véu era branco). O preto também era a cor adequada para a ocasião, já que os casamentos eram tratados como negócios. Quem não tinha nada para herdar não tinha como se casar. Portanto, na época em que dominava a frieza da razão, o preto era realmente a cor adequada para as noivas;
8 – O preto é cor energética e séria. Por isso, é a que mais aparece em sobrenomes na lista telefônica da Alemanha. O sobrenome Schwarz (que significa preto) aparece 49.369 vezes;
9 – A cor transmite força e estabilidade. Talvez por isso seja a preferida para mostrar imponência em carrões esportivos;
10 – Existem 50 tons de preto catalogados pelo homem. Entre eles, preto asfalto, preto carvão, preto fumaça, preto nanquim, entre outros;
11 – O medo dessa cor tem nome: melanofobia;
12 – O preto transforma todos os significados positivos das cores em seu oposto negativo. Quer um exemplo? Vermelho é amor; mas vermelho com preto significa o oposto, o ódio. Amarelo é a cor da alegria, mas se adicionarmos preto, teremos o egoísmo, a infidelidade, a hipocrisia;
13 – A cor preta também sinaliza um alerta, algo como “pense bem no que irá fazer, pois pode se machucar”. Vemos isso claramente nas placas de “perigo” e nos remédios de tarja preta;
14 – Na Alemanha, quando alguém fica muito irritado, dizem que a pessoa “ficou preto de raiva”. Quando alguém fica bravo, costuma ouvir o conselho: “espere até ficar preto”. Piadas ofensivas também são chamadas de “humor negro”. Quando a pessoa sofre uma pane, é acometida por um blackout, ou seja, fica tudo escuro, não se lembra de nada. São sentimentos fortes associados…
15 – O pintor Kandinsky descrevia o preto da seguinte maneira: “Como um nada sem possibilidades, como um nada morto, após a extinção do sol, como um eterno calar, sem futuro e sem esperança: assim soa interiormente o preto”
16 – Quando falamos em morte, o preto significa o fim. A carne decomposta fica preta, assim como as plantas podres e os dentes cariados;
17 – Preto é também a cor da dor. Muitas culturas lidam com o luto usando roupas escuras. Muitos adotavam o preto para afastar os demônios negros, para não serem pegos por eles. Para os cristãos, o preto é a tristeza pela morte terrena. A morte também é frequentemente retratada usando um manto preto. Na Europa até hoje, apenas os parentes mais próximos e amigos mais chegados aparecem totalmente de preto em um velório. Todos os demais usam azul escuro, cinza escuro ou cores discretas, para passar uma impressão solene;
18 – A palavra melancolia deriva da combinação do preto com amarelo, de “melas” (preto em grego) com “chole” (amarelo em grego). Antigamente acreditava-se que as pessoas melancólicas tinham o sangue preto. Sério! A alquimia também significa algo como a “arte negra” (“chemi” significa preto em árabe);
19 – Dizem que os adolescentes muitas vezes têm uma necessidade psicológica de usar preto durante a fase de transição da inocência da infância à sofisticação da vida adulta. Significa o fim de uma parte da sua vida e o início de outra, o que lhes permite se esconder do mundo, enquanto eles descobrem a sua própria identidade;
20 – Violeta e preto são as cores do ocultismo, da magia, do mistério, por isso nos lembram o cosmos e o universo. Saturno é chamado de planeta negro. Isso porque Saturno era o deus grego do tempo, e o preto é a cor que pertence ao início e ao fim do mundo;
21 – A cor da sujeira e do mal. Quantas vezes você já ouviu falar que um colarinho preto é um colarinho sujo? Pés e mãos sujas também ficam “pretas”. Aquele que “denigre” a imagem de alguém está falando mal dele. O crime da chantagem em inglês, se chama blackmail. Existem também as pessoas “ovelhas negras”. Caracterizar alguma coisa como “negra” tem esse significado: é o pior que pode ser dito sobre ela. Os que enxergam tudo negro são pessimistas. Quem vive nervoso tem sempre uma nuvem negra na cabeça. Isso sem falar no humor negro;
22 – Com o descobrimento das Américas, surgiu um corante da cor, o campeche, uma madeira de uma árvore nativa da América Central que era ralada e submersa para fermentar. O corante que se desprendia tingia denso. A madeira era importada e muito cara, por isso, o preto se tornou uma cor nobre;
23 – As cores desapareceram das roupas quando a Espanha se tornou a potência mundial. Na corte espanhola, todos usavam preto. A ideia predominou por todo o século e o preto virou moda. Os trajes cobriam até a orelha. As roupas pretas exibiam a riqueza e as de gala eram enfeitadas com pérolas e pedras preciosas. Em 1525, o rei da França, Francisco I, mandou fabricar 13.600 botões de ouro para seu traje de veludo preto;
24 – Elegância era abrir mão de chamar a atenção e quem usava preto abria mão até da cor, e isso era garantia de elegância, segundo a moda conservadora. Os ternos, o black tie, os smokings são sempre pretos. Mas ninguém revolucionou mais a moda do que Coco Chanel no século 20. A estilista criou em 1930 o “pretinho básico”, vestido curto até hoje ideal para ocasiões formais. “Uma mulher precisa de apenas duas coisas na vida: um vestido preto e um homem que a ame” – disse Chanel. Sinônimo de estilo e elegância, o “pretinho básico” é um dos clássicos da moda mundial há quase 80 anos;
25 – Karl Lagerfeld dizia que “o preto é a cor que cai bem em todos. Com o preto não tem como errar”. Yves Saint-Laurent já afirmava que “o preto simboliza a ligação entre a arte e a moda”. Gianni Versace acha que “o preto é a quintessência da simplicidade e elegância”. Uma cor realmente amada pelos estilistas!
26 – A roupa preta então era sempre a preferida, dando certa importância e chiqueza a quem vestia. A artista suíça Pipilotti Rist dizia: “Quem se veste com cores alegres passa uma impressão de superficial. Quem se veste de preto está demonstrando que não necessita de adornos, que tem valores internos”;
27 – A cor da individualidade e da negação. Martinho Lutero usava roupas pretas, Jean-Paul Sartre sempre se vestiu de preto. A cantora Juliette Grego, ficou famosa por seus olhos delineados e roupas pretas. A cor que delimita permaneceu popular entre grupos e pessoas que queriam estar acima da massa, que queriam se destacar, e que não se adaptavam aos valores da sociedade. Os beatniks usavam jaquetas da mesma cor, depois vieram os roqueiros e os punks;
28 – Dizem que quanto mais idade alguém tiver, mais velho parece ao usar preto. Ele combina melhor com pessoas jovens porque é a cor que mais dá realce à velhice. Segundo estudos, uma camisa preta, por exemplo, mostra qualquer flacidez no rosto, já que a cor não reflete luz;
29 – Na África, o preto tem naturalmente outro significado. Na bandeira da Uganda, por exemplo, significa o povo. Na de Malawi, simboliza uma nova era dos estados independentes e a nova consciência do povo. Não é a toa que o símbolo africano de liberdade é uma estrela preta com cinco pontas;
30 – O movimento “Black is Beautiful” teve início nos anos 60. e produz muitos efeitos na moda até hoje. Em 1960, os negros pararam de seguir a moda branca e foram atrás de suas próprias tradições. Assim, o look etno/afro se tornou popular. Pela 1ª vez a indústria de cosméticos passou a oferecer maquiagens para a pele negra e apareciam modelos nas passarelas;
31 – Preto nos remete ilegalidade e anarquia. Tudo que é proibido ou segredo é referente a cor. Trabalho e comércio negro (comércio ilegal), dinheiro negro (não declarado), listas negras (pessoas indesejáveis, adversários políticos), livros negros (leitura perigosa para os jovens). As organizações secretas que agem contra a lei também tem símbolos e bandeiras pretas;
32 – Fascistas britânicos e holandeses adotaram a camisa preta como uniforme político em 1933. Na Itália, Inglaterra e Irlanda, um “negro” era aquela pessoa que era um fascista;
33 – Espaços pretos parecem bem menores do que os brancos. Os móveis e objetos da mesma cor dominam o espaço, parecem mais pesados e brutos. Pelo forte contraste que fazem com o ambiente, eles podem causar a impressão de desajeitados. Um sofá preto parece ser mais duro do que um claro. Enquanto o branco irradia, aumenta opticamente a superfície, o preto concentra a ação dos limites dos objetos;
34 – Dizem que o preto é uma das cores prediletas dos designers. Isso porque em alguns casos, a forma segue a função. O design muitas vezes significa a renúncia aos ornamentos, enfeites, padrões e cores supérfluas. Dizem que tudo mais clean (em preto, branco ou cinza) destaca a funcionalidade e praticidade, as verdadeiras virtudes do design;
35 – Nos objetos de luxo, a renúncia às cores permite que o luxo se manifeste por si só. Aqui o preto é realmente a renúncia ao colorido – e por isso, a mais nobre das cores;
36 – Por muito tempo, os designers de moda usavam objetos comuns todos pretos, laqueando-os com a cor. Em cima de suas escrivaninhas pretas, por exemplo, todos os objetos eram da mesma cor – desde o grampeador até os lápis;
37 – Quando a tecnologia surgiu, tudo o que queria ganhar a aparência de ser tecnicamente moderno se tornou preto: TVs, aparelhos de som, celulares, câmeras fotográficas e relógios. Antigamente, as cores deviam desaparecer para a técnica (e o design como falado acima) se mostrar em 1º plano;
38 – Nos vários sistemas de coordenadas de cor, o preto é representado como #000000 (no sistema hexadecimal), como 0, 0, 0 (no RGB), 0º, 0%, 0% (no HSB) e 0, 0, 0, 100 (no CMYK);
39 – A combinação do preto com branco significa clareza e verdade. No xadrez é assim, em um papel branco escrito com caneta preta também – a cor que deveria ser negativa, encontra outro significado ao ser associada com o branco. Até o ditado “preto no branco” tem por escrito um valor legal;
40 – Black box, a conhecida caixa de mágico, é o lugar onde acontecem estranhas transformações. É daí que surgiu o nome da “caixa preta”, expressão que passou a ser um conceito quando falamos em tecnologia e comunicações. A caixa preta é o local onde armazena-se dados de um sistema, como os gravadores de vôos de aviões;
41 – E por falar em caixa preta dos aviões, você sabia que na verdade elas são da cor laranja? Isso acontece para chamar mais atenção visual no caso de acidentes;
42 – A cor que seus olhos veem quando está na total escuridão não é o preto, mas sim, um cinza escuro que é chamado de Eigengrau;
43 – Segundo estudos, o efeito psicológico do que está impresso ou escrito em letras pretas é tão forte que letras coloridas parecem menos dignas de credibilidade. A fotografia e os filmes em P&B também parecem ter um valor documental maior do que uma foto ou vídeo em cores. Em um mundo colorido, dizem que o preto e o branco são consideradas as mais objetivas cores da realidade;
44 – Justamente por isso, o diretor de cinema Sergei Eisenstein renunciou à cor em seus filmes. Ele acreditava que, “renunciando-se à atração das cores, a forma e o conteúdo receberiam uma maior atenção por parte do espectador”. Ele tinha convicção disso;
45 – Dizem que um empresário americano, cujos funcionários se queixavam de ter que carregar caixas excessivamente pesadas, mandou pintar as caixas escuras de branco. Resultado: as queixas foram suspensas; os trabalhadores acharam que as caixas eram muito mais leves. Isso porque o preto muitas vezes é relacionado com algo pesado
46 – No Oriente Médio, o preto representa o nascimento e a morte, o mal e o mistério. Nas culturas orientais e asiáticas, mostra a masculinidade, a saúde, a riqueza, e a prosperidade, porém, na Tailândia e no Tibete, a cor também é associado com o mal. Já na América do Norte e na Europa, preto é o fim, a morte, a formalidade e a lamentação, além de poder e força;
47 – A cor absorve a radiação solar. Por esse motivo, se usarmos roupa preta em um dia de sol e de calor, a sensação de quente será bem maior;
48 – A palavra preto tem origem no termo em latim pressus, que significa algo como “o ato da compressão” (vários pigmentos comprimidos). O preto pode ser obtido através da mistura das três cores primárias: vermelho (magenta), amarelo e azul (ciano);
49 – A primeira cor a existir para os automóveis foi o preto. Henri Ford disse que todos os tons iriam bem em seus carros, mas o famoso Ford T, durante décadas, só existiu em preto;
50 – Segundo estudos feitos por psicólogos britânicos, carros pretos são muito mais propensos a se envolverem em acidentes e brigas no trânsito. É também a cor que mais aquece o interior do carro — comprovado pela ciência. Carros pretos ficam aproximadamente 6° mais quentes do que um prata, além de aumentarem o consumo de combustível em até 2%. Mas isto não impede que seja uma das cores mais vendidas de automóveis — mesmo no Brasil, um país de clima tropical.".
Então, será que tudo foi esclarecido, "no preto e no branco" ?
Paulo Grani

NOSSAS BRINCADEIRAS DE INFÂNCIA Tenho visto em diversas publicações a expressão: "Éramos felizes e não sabíamos".

 NOSSAS BRINCADEIRAS DE INFÂNCIA
Tenho visto em diversas publicações a expressão: "Éramos felizes e não sabíamos".


Nenhuma descrição de foto disponível.
Jogávamos burico com bolinhas de gude, fazendo um buraco na areia da rua.
Foto: Revista dos Viajantes.

Nenhuma descrição de foto disponível.
Chamávamos esconde-esconde ou 31.
Foto: pinterest.

Nenhuma descrição de foto disponível.
Pula sela, caniça ou mula. Quem não pulou?
Foto: myheritage.pt

Nenhuma descrição de foto disponível.
Cabo de guerra.
Foto: pinterest.

Nenhuma descrição de foto disponível.
Betes.
Foto: pinterest.

Nenhuma descrição de foto disponível.
Plantar bananeira.
Foto: picssr.com

Nenhuma descrição de foto disponível.
Pular corda, quem não pulou?
Foto: sweet-fluty.

Nenhuma descrição de foto disponível.
Rolar pneu ou aro.
Foto: pinterest.

Nenhuma descrição de foto disponível.
Pião.
Foto: pinterest.

Nenhuma descrição de foto disponível.
Os carrinhos de rolimã eram feitos com esmero, quase sempre com ajuda das mãos de algum adulto. Eram o supra-sumo das brincadeiras.
Foto: dofundodobau.com.br

Nenhuma descrição de foto disponível.
Roda-cotia.
Foto: pinterest.

Nenhuma descrição de foto disponível.Quem não teve um barquinho para vê-lo sobre as águas, mesmo que fosse de papel?
Foto: pinterest.

Nenhuma descrição de foto disponível.
Partida de futebol de rua. As traves eram casacos dobrados ou pedras.
Foto: cultura.estadao.com.br

NOSSAS BRINCADEIRAS DE INFÂNCIA
Tenho visto em diversas publicações a expressão: "Éramos felizes e não sabíamos".
E, certamente, parece ser a forma mais simples de relatar a alegria que permeava nossa infância ao crescermos numa vila, bairro ou um pequeno reduto, onde todos nos conhecíamos pelo nome ou apelido.
As brincadeiras podiam até ser ingênuas, mas passávamos as horas pulando, saltando, cantando, correndo, ou mais que fosse, sem nos darmos conta.
Quando percebíamos, nossos pais estavam a nos chamar para nos recolhermos em casa, porque a noite já se aproximava. E, assim, crescemos felizes, brincando como se aquele tempo nunca fosse passar.
Paulo Grani

A PRAÇA, O PAVILHÃO E O CIRCO "Quando a Praça Carlos Gomes foi fundada, em 1870, ficava muito além dos limites urbanos da cidade, sendo apenas ponto de passagem para os viajantes.

 A PRAÇA, O PAVILHÃO E O CIRCO
"Quando a Praça Carlos Gomes foi fundada, em 1870, ficava muito além dos limites urbanos da cidade, sendo apenas ponto de passagem para os viajantes.


Nenhuma descrição de foto disponível.
Pavilhão Carlos Gomes, centro de entretenimento da cidade, anos 1930.

Nenhuma descrição de foto disponível.
Placa em bronze, homenagem ao pioneirismo da Cia. nas atividades do Pavilhão, em 1943, por ocasião da 153ª apresentação dos Irmãos Queirolos.

Nenhuma descrição de foto disponível.
Nenhuma descrição de foto disponível.
Apresentação da Cia. Teatral Nair Ferreira, em 1943.

Nenhuma descrição de foto disponível.
Nenhuma descrição de foto disponível.
João Turin, em seu ateliê, durante confecção da obra.

Nenhuma descrição de foto disponível.
Busto do músico Carlos Gomes, erigido na praça.

Nenhuma descrição de foto disponível.
Nenhuma descrição de foto disponível.
Nenhuma descrição de foto disponível.
Nenhuma descrição de foto disponível.
Praça Carlos Gomes, em 1914.
A PRAÇA, O PAVILHÃO E O CIRCO
"Quando a Praça Carlos Gomes foi fundada, em 1870, ficava muito além dos limites urbanos da cidade, sendo apenas ponto de passagem para os viajantes. Chamada inicialmente de Praça Sete de Setembro e posteriormente, com o advento da República, de Praça da Proclamação, somente em 1896 recebeu seu nome atual, em homenagem ao grande compositor brasileiro, então falecido, Carlos Gomes.
Acompanhando as novas tecnologias da construção, logo em 1911, foi a primeira praça da cidade a obter calçamento em paralelepípedos e dois anos depois, recebeu uma série de modificações, que incluíam um lago com direito à queda dágua.
A musicalidade na história da praça não parou somente no nome: o local foi “palco” da famosa Família Queirolo. Estabelecendo-se na cidade em 1942, a família inaugurou o "Pavilhão Carlos Gomes", uma espécie de circo, com comédias musicadas e apresentações típicas, que atraiu o público curitibano em grande quantidade até o final da década de 60. Entre os personagens mais destacados e lembrados estão a dupla Chic-Chic e Harris, conhecidos como os Reis da Galhofa. Artistas renomados também se apresentaram em seu palco, como Grande Otelo e Dalva Oliveira. No entanto, uma enchente em 1944 destruiu a estrutura do circo, que anos mais tarde, foi demolida.
Ancorando à homenagem ao músico que originou o nome da praça, João Turin, um dos maiores artistas paranaenses, considerado precursor da escultura no Estado, realizou uma escultura em bronze do artista, obra que permanece no local até os dias atuais.".
(Extraído de: thecities.com.br)
(Fotos: thecities.com.br, Pinterest, cmc.pr.gov.br, gazetadopovo.com.br)
Paulo Grani.