domingo, 25 de julho de 2021

Rua XV a Livraria Econômica no limiar de 1900 Coluna de CID DESTEFANI para Gazeta do povo

 Rua XV a Livraria Econômica no limiar de 1900
Coluna de CID DESTEFANI para Gazeta do povo

Annibal Requião foi um sonhador e um pioneiro. Era proprietário da Livraria Econômica instalada na Rua XV de Novembro desde o final do século 19, onde se desenvolvia uma gama variada dentro das artes gráficas. Entre elas, a produção de postais, livros e álbuns. Apreciador de novidades, Annibal foi pioneiro em cinematografia no Paraná. Filmou todos acontecimentos importantes que ocorriam e os projetava na tela de seu cinema, o Cine Smart, frequentado pelos curitibanos que muitas vezes iam para se ver participando dos fatos registrados.
Infelizmente, o material cinematográfico de Annibal Requião se perdeu no violento incêndio que consumiu a Cinemateca de São Paulo, onde os filmes estavam depositados para serem copiados. As fotografias em negativos originais que me foram repassados estão devidamente conservadas, tendo algumas em recuperação. São elas praticamente as iniciadoras do acervo particular que hoje contém milhares de imagens feitas por outros profissionais e amadores da fotografia.
Annibal Requião, amante das artes, não perpetrou o seu maior sonho, o de possuir uma casa de espetáculos além do seu Cine Smart, um teatro. Lidou ele com imagens estáticas e em movimentos e inclusive com som. A sua Livraria Econômica foi à pioneira em trazer para Curitiba o fonógrafo, em 1900. À frente de sua loja ficava repleta de curiosos para ver e ouvir a novidade. Posteriormente, montou uma casa especializada em discos e vitrolas junto ao seu cinema. Era a Casa Victrix, que existiu nas duas primeiras décadas do século passado. Em 1929, com apenas 56 anos de idade, Annibal Requião faleceu, deixando, entretanto, suas obras, as que foram salvas, para lembrar a sua história de vida e a da própria Curitiba durante sua existência.

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