quinta-feira, 31 de março de 2022

O Guairacá era um tradicional ponto da avenida Luiz Xavier e foi inaugurado em 1928, quando no edifício do Palácio Avenida instalou-se a Casa do Mate, sob o patrocínio do Instituto do Mate, para funcionar como uma requintada confeitaria que fizesse "jus à então nobre erva".

 O Guairacá era um tradicional ponto da avenida Luiz Xavier e foi inaugurado em 1928, quando no edifício do Palácio Avenida instalou-se a Casa do Mate, sob o patrocínio do Instituto do Mate, para funcionar como uma requintada confeitaria que fizesse "jus à então nobre erva".


Nenhuma descrição de foto disponível.BAR E CAFÉ GUAIRACÁ

O Guairacá era um tradicional ponto da avenida Luiz Xavier e foi inaugurado em 1928, quando no edifício do Palácio Avenida instalou-se a Casa do Mate, sob o patrocínio do Instituto do Mate, para funcionar como uma requintada confeitaria que fizesse "jus à então nobre erva".

Foram vários os seus proprietários. Willian Winkel a administrou nos tempos de casa sofisticada. Sucederam-se os Gaesel, Angelucci e Toledo, Campilongo, Barreto e Cordeiro. Sob os cuidados de Miguel Martins e Olímpio Soares, 'Guairacá' fechou as portas.

Universitários, intelectuais, políticos de expressão, militares da ativa e da reserva foram os assíduos fregueses do 'Bar e Café Guairacá', que mantinha-se sofisticado e ao mesmo tempo popular.

Ficaram famosas as brigas que ali ocorriam entre militares da PM e do Exército. E também dos civis valentões da Curitiba dos anos 40-50. [...].

Entre os muitos artistas que faziam do 'Guairacá' seu ponto de aperitivo diário: Bento Mossurunga. Cabeleira branca, tranqüilo, geralmente carregando uma pasta com partituras, passava horas no bar, tomando seu chope gelado - exigência rigorosa! Mossurunga considerava o poema sinfônico 'Guairacá' como uma das suas melhores obras. Mas não o fez em homenagem ao decantado endereço etílico da Avenida. É uma outra história ...

O Bar e Café Guairacá servia doces, sorvetes, petiscos, pizzas, pratos à la carte de "excelente qualidade", na opinião do entrevistado sr. Nireu Teixeira. Ele lembra que na Guairacá havia um trio de cordas que tocava, deixando o ambiente muito agradável. Havia também a "turma da Guairacá", um grupo de homens que costumavam se reunir para conversar e degustar os acepipes servidos.

A Guairacá, dentro da crônica curitibana passou por várias fases, desde o mais sofisticado salão de chá, na Belle Époque do final dos anos 20, até o restaurante- expresso, no final dos anos 70, quando teve seus dois últimos proprietários, emigrados portugueses que receberam na época Cr$ 800 mil de indenização do Bamerindus e fecharam o estabelecimento.

Durante cinqüenta anos, registrou momentos de vertiginosa evolução de Curitiba, instantes de glória da cinelândia, alegrias e tristezas escritas no tilintar dos copos ...

No dia 25 de maio de 1979, fechadas as suas portas 'Guairacá' recolhia para sempre farta documentação humana. Era meia-noite!
(Extraído de: memória digital.ufpr.br / tese de Maria do Carmo Marcondes Brandão Rolim)

Paulo Grani

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