terça-feira, 24 de junho de 2025

"Riachuelo, A história de uma rua de lendas" 1977

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A história de uma rua de lendas" 1977

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A velha senhora que diariamente entra na Riachuelo apenas para exercer seu "religioso". O rapaz que gasta duas horas por dia "passeando" ou é um velho de mais de noventa. A prostituta que corre e ri de palavrões toda vez que vê um fotógrafo. O vendedor de móveis usados que compra peças antigas por um preço e vende por uma quantia três vezes maior. O herói que, no início do século, salvou uma artista preso num balaústre de gás. O ônibus expresso com o escapamento barulhento. Os antigos bondes com seus sinos tilintando...

São os personagens que junto com garis, ciganos, caixas, leões de chácara, alfaiates, padeiros e, simplesmente, desocupados, fazem a encenação diária da arte de viver na Rua Riachuelo. Uma rua histórica, boêmia e cheia de vida. A sua extensão — já que seus 500 metros, trecho suficiente, afinal, para reunir todo o grão de mais antigo moradores do local; a grande parte da história do transporte coletivo de Curitiba. Além dos bondes passaram por ali, a furar o som da manhã e da tarde, antiga Estação Ferroviária.

BOLA BRANCA

São duas horas da tarde. No bar localizado quase na esquina da Riachuelo com a Treze de Maio, um grupo de intelectuais e boêmios conversa animadamente. É um dos bares que ainda mantém o charme e o romantismo de outros tempos. A decoração — com objetos antigos, fotos de grandes nomes da literatura paranaense e livros espalhados pelas mesas — é uma atração à parte. Quem passa pela rua pode ver, através da vidraça, figuras conhecidas da cidade, entre elas o poeta Paulo Leminski, o cronista Luiz Geraldo Mazza, o teatrólogo Oracy Gemba, além de músicos, jornalistas, estudantes e artistas plásticos. Na calçada, outros freqüentadores acompanham o papo do grupo de dentro do bar. Alguns estão sentados, outros em pé, todos tomando cerveja e falando sobre arte, política e futebol.

É o início da tarde e os bares da Riachuelo já estão cheios. O público é variado e sempre disposto a conversar. Há os que falam alto e gesticulam, os que escutam e riem, e os que preferem a solidão, lendo um livro ou simplesmente observando o movimento da rua.

No meio da rua, um carro da polícia passa em baixa velocidade. O tráfego é intenso e o cheiro de gasolina se mistura ao aroma do café que brota de uma das padarias do trecho. No final do mês e início da madrugada os carros de polícia são de vista exclusiva dos ônibus expresso, as moças e senhoras, a idade varia de 15 a 52 anos, também passaram a "fazer ponto" durante a tarde e posteriormente também pela manhã. Elas se distribuíram por toda a extensão da rua e muitas vezes são convidadas pelos donos de bares e restaurantes para não interferirem na freguesia. Elas atendem interfonadas e pela segurança, vão ao lado do Delegacia de Costumes faz batida no local.

Atualmente, os anúncios não são raros. Muitas pensões têm fachadas enfeitadas com cartazes que nos tachadas inocentes para turistas, e até hoje alguns hotéis são considerados "suspeitos" pelos fiscais da prefeitura.

Os comerciantes estão cada vez mais curiosos da clientela que mudou substancialmente nos últimos anos. A maior parte dos pontos de prostituição foi retirada do local e os proprietários sentem a diferença nas vendas. "Antes era só um grito e o cliente já estava no hotel". E agora precisam de atrativos maiores — inclusive a mudança do nome de muitos comerciantes.

RUA CHALACHADA

Lembro-me que meu pai contou sobre uma vez em que ele havia comprado um armário antigo na Riachuelo e ao chegar em casa descobriu que uma das gavetas estava cheia de cartas de amor e retratos antigos. "Essas coisas acontecem por aqui", me disse ele, rindo. "A rua é cheia de surpresas."

A mesma surpresa que teve um estudante que procurava um disco raro em uma loja de vinis usados e encontrou uma gravação original de um discurso de Getúlio Vargas. Ou a senhora que, ao entrar em uma loja de antiguidades, encontrou uma boneca igual à que tinha na infância e chorou de emoção.

A Riachuelo é assim: uma rua cheia de memórias, histórias e encontros inesperados.

Carl Reichenbach, o Alemão que segundo ele ficou famoso na Riachuelo.

E reclamava que à noite ninguém mais dormia. Ele escrevia sua loja especializada em armarinhos e as prostitutas eram muitos maus elementos que praticam diversos roubos. Quanto ao expresso que passava ele também se queixava de um barulho muito silencioso. O barulho vinha de diminuir a poluição sonora do ambiente também restringiu o trabalho de seleção técnica nos hotéis.

Hoje passam pela rua Casa Lohner, Relojoaria da Cidade e de outros estabelecimentos, entre eles: Padaria Estrela, Padaria São João, Farmácia Paladino, Farmácia Internacional, Padaria Eschholz, Papelaria Hoffmann e o Chico Brio. Ícones do fabricar do charutos nos anos 50.

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