Amor, Fé e Indústria: Um Olhar para uma Página de 1965
Amor, Fé e Indústria: Um Olhar para uma Página de 1965
Em 1965, no Brasil ainda em transição entre o regime militar e o período de transformações culturais, os jornais eram mais do que fontes de notícias: eram espelhos da alma coletiva , onde conviviam política, religião, literatura e publicidade. Uma página como esta, extraída de um jornal da época, revela essa riqueza de camadas — misturando poesia, reflexão teológica e anúncios comerciais em um único espaço.
A página mostra três elementos diferentes, mas todos conectados pelo tema do amor , em suas formas humanas, espirituais e até comerciais.
📜 "A propósito do amor" – Um Poema de Vitor Hugo
O destaque da página é o poema "A propósito do amor" , atribuído a Vitor Hugo , embora seja possível que tenha sido adaptado ou traduzido por outro autor (como era comum na época). O texto é uma reflexão profunda sobre o amor , explorando sua natureza efêmera, intensa e transformadora.
"A vida é uma flor cujo molho é o amor."
“No amor não se pode viver sem amar, nem morrer sem sentir.”
Frases como essas ecoam o romantismo do século XIX, mas também ressoam com a sensibilidade dos anos 1960 — um tempo de busca por sentido, identidade e conexão humana. A fala do poema:
- O amor como força vital
- A dor do desamor
- A ideia de que o amor verdadeiro exige sacrifício e renúncia
- A necessidade de equilíbrio entre paixão e razão
É um texto que, apesar de seu tom clássico, continua atual. Mostra como o amor sempre foi tema central da cultura brasileira — especialmente nos meios de comunicação da época, que valorizavam a emoção e a introspecção.
🕊️ "Algumas definições cristãs" – Amor como Virtude
Logo abaixo, um pequeno texto intitulado "Algumas definições cristãs" oferece uma visão teológica do amor, com base em conceitos bíblicos e filosóficos. Cada palavra é definida com rigor moral:
- Amor : “é o que ampara em silêncio”
- Compromisso : “é o que coloca-se sem contragosto”
- Sofrimento : “é o que ajuda a passar”
- Coração : “é o que nada teme de si mesmo”
- Paz : “é o que sabe perdoar”
Essas definições são simples, mas profundas. Refletem o ideal cristão de amor como ato de serviço, paciência e coragem . Em um contexto de crise social e política, esse tipo de mensagem tinha um papel importante: oferecer orientação moral em tempos de incerteza.
Esse texto também mostra como os valores religiosos estavam profundamente entrelaçados com a cultura do Brasil dos anos 1960 — especialmente em meio ao crescimento do catolicismo popular e à influência das igrejas nas escolas e nos meios de comunicação.
🏭A Cia. Estearina Paranense SA – O lado industrial do cotidiano
Na parte superior da página, um anúncio da Cia. Estearina Paranense SA , fundada em 1925, traz um contraste interessante: enquanto o resto da página fala de sentimentos e fé, este bloco é puramente comercial e técnico .
A empresa produziu velas, estearinas, óleos, glicerina e sabão , com foco em produtos industriais e domésticos. Seu endereço era na Rua Matias Leme, 109 – Praça Central, Curitiba , e contava com representantes em todo o Brasil.
O anúncio inclui detalhes como:
- Telefone: 109 – Colos Pontal 342
- Telegrama: ESTEARINA
- Endereço: Curitiba – Paraná – Brasil
Este tipo de publicidade era comum nos jornais da época — uma forma de exibição que o cotidiano brasileiro girava em torno de indústrias locais , mesmo que pequenas. A presença da empresa em um caderno cultural sugere que ela fazia parte do tecido social do Paraná, fornecendo produtos essenciais para casas, compras e empresas.
🌍Um Espelho da Sociedade Brasileira de 1965
Esta página é um microcosmo da sociedade brasileira dos anos 1960 . Ela mostra:
- A importância do amor como tema cultural e emocional
- A influência da religião no pensamento público
- A presença de empresas regionais no mercado nacional
- O uso do jornal como espaço de cultura , não apenas de notícias
Tudo isso em uma única folha — um testemunho de quanto o Brasil já era complexo, diverso e cheio de contradições, mesmo antes do golpe de 1964.
🔚 Conclusão: O Amor Como Fio Condutor
O que todos os elementos desta página são o fio condutor do amor — seja ele romântico, divino ou simbólico (como no caso da empresa, que “ama” o consumidor com qualidade e confiabilidade).
Em 1965, o amor era algo que se falava em poemas, se vivia em convicção e se vendia em produtos. Hoje, podemos ver essa página não apenas um documento histórico, mas uma mensagem universal : que o amor, em suas diversas formas, continua sendo o centro da existência humana.
📄 Informações da Edição:
- Ano : 1965
- Local : Curitiba, Paraná
- Empresa destacada : Cia. Estearina Paranense SA
- Autores mencionados : Vitor Hugo (atribuído), desconhecido (autor do texto cristão)
- Tema principal : Amor, fé, indústria e cultura
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