Mostrando postagens com marcador NOMES DAS RUAS DO BAIRRO CAJURU CTBA. RUA RAIMUNDO NINA RODRIGUES. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador NOMES DAS RUAS DO BAIRRO CAJURU CTBA. RUA RAIMUNDO NINA RODRIGUES. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 9 de julho de 2025

NOMES DAS RUAS DO BAIRRO CAJURU CTBA. RUA RAIMUNDO NINA RODRIGUES

 NOMES DAS RUAS DO BAIRRO CAJURU CTBA.

RUA RAIMUNDO NINA RODRIGUES

Nenhuma descrição de foto disponível.
Raimundo Nina Rodrigues nasceu em Vargem Grande, 4 de dezembro de 1862 e faleceu em Paris, 17 de julho de 1906) foi um médico legista, psiquiatra, professor, escritor, antropólogo e etnólogo brasileiro. Notório eugenista, foi ainda dietólogo, tropicalista, sexologista, higienista, biógrafo e epidemiologista.
Nina Rodrigues é considerado o fundador da antropologia criminal brasileira e pioneiro nos estudos sobre a cultura negra no país. Foi o primeiro estudioso brasileiro a abordar a temática do negro como questão social relevante para a compreensão da formação racial da população brasileira, apesar de adotar uma perspectiva racista, nacionalista e cientificista em seu livro Os Africanos no Brasil (1890-1905).
Filho do coronel Francisco Solano Rodrigues e de dona Luísa Rosa Nina Rodrigues, que seria descendente de um grupo de judeus que fugiam de perseguições na Península Ibérica,[2] Nina nasceu na Fazenda Primavera, município de Vargem Grande, no Maranhão, onde passou a infância sob os cuidados da madrinha negra, que auxiliava sua mãe nos afazeres com a prole de sete filhos. Casou-se com Maria Amélia Couto Nina Rodrigues, conhecida como D. Maricas, e o casal teve apenas uma filha, Alice, que morreu logo depois do pai. Foi também genro do conselheiro Almeida Couto e concunhado de Alfredo Thomé de Britto, diretor da Faculdade de Medicina da Bahia de 21 de agosto de 1901 a 4 de junho de 1908, este casado com D. Júlia de Almeida Couto Britto.
Estudou no Colégio São Paulo e no Seminário das Mercês, em São Luís. Segundo as suas próprias referências e as de seus colegas, parece ter tido uma saúde frágil. Em 1882, matriculou-se na Faculdade de Medicina da Bahia, seguindo o curso até 1885, quando se transferiu para o Rio de Janeiro, onde concluiu o quarto ano de faculdade. Voltou à Bahia no ano seguinte, quando escreveu seu primeiro artigo, sobre a lepra no Maranhão — "A Morféa em Anajatuba (Maranhão)".
Retornando ao Rio em 1887, concluiu o curso em 10 de fevereiro de 1888, defendendo a tese Amiotrophias de origem periférica, sobre três casos de paralisia progressiva numa família. No ano de 1888, clinicou em São Luís, mantendo consultório na antiga rua do Sol, hoje Nina Rodrigues. No Maranhão, realizou pesquisas sobre padrões de alimentação do povo, publicando seus resultados no jornal Pacotilha. Por causa de um desses artigos, em que atribui os problemas de saúde da população carente à má alimentação, foi apelidado de "Doutor Farinha Seca". Em 1889 passou a ocupar a cadeira de adjunto de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da Bahia. Neste mesmo tempo vinha a dedicação a escrever artigos para a Gazeta Médica da Bahia, chegando à sua direção em 1891. Nesse mesmo ano é transferido para a cadeira de Saúde Pública, sendo professor de medicina legal. Tentou por várias vezes a criação da habilitação específica para perito médico que só veio a acontecer anos depois.[2] Incompreendido e hostilizado por seus conterrâneos médicos, resolve fugir do provincianismo e do apelido derrisório, retornando no mesmo ano à Bahia, que será sua morada definitiva.
No dia 5 de abril de 1906, o médico foi indicado como delegado para representar a Faculdade de Medicina da Bahia no Quarto Congresso Internacional de Assistência Pública e Privada, que aconteceria em Milão, na Itália, nos dias 23 e 27 de maio. O estado de saúde de Nina não estava bom depois de ter contraído uma grave infecção durante uma viagem que realizou ao Conde, que fica no litoral norte da Bahia. Para se recuperar da infecção, foi para a cidade de Alagoinhas, que fica a 100 Km da capital baiana. Dias depois ele retorna com estado de saúde melhor a Salvador para receber o convite da Universidade. Porém no dia da partida para a Europa, ele se encontrava pálido e débil, apesar da sua recuperação. Embarcaram com ele a sua esposa, Maria Amélia Couto Nina Rodrigues, e sua filha, Alice Nina Rodrigues, que na época tinha doze anos. Durante a viagem marítima, a doença avançou e na noite do desembarque ao aportar em Lisboa no dia 17 de maio, Nina apresentou uma crise de hemoptise, que é quando uma quantidade de sangue oriunda das vias aéreas e dos pulmões passa pela glote.] Assim que chegou a Portugal, recebeu atendimento médico. O exame radiológico dos pulmões atestou excluiu uma possível tuberculose pulmonar e um jornal da capital lusitana, o "Correo da Europa" publicou na sua edição que Nina sofria de câncer no fígado. Apesar do jornal afirmar tal enfermidade, os diagnósticos médicos apontavam também para uma possível colecistite calculosa. A solução era uma operação, a qual Nina se negava a fazer.
Na época, Paris era o centro mais avançado em saúde no continente europeu, logo o médico maranhense se encaminhou para a França no dia 19 de junho e é bem recebido pelos colegas de profissão. Em território francês, enquanto a doença avança, recebe diferentes diagnósticos como dilatação do coração e da aorta, tuberculose do pericárdio, abcesso aureolar do fígado e tuberculose da pleura, pericárdio e do diafragma. Apesar da doença, ele seguia obstinado com suas funções. Dias depois de uma melhora da enfermidade, Nina Rodrigues foi visitar fornecedores dos instrumentos que viriam a equipar o futuro instituto médico-legal que estava em construção na cidade de Salvador. No dia 10 de julho, enquanto assistia autópsias e coletava informações para a implantação de serviços mais avançados da área na Bahia, Nina tem um mal súbito e desmaia. Três dias depois, no seu quarto do Nouvel Hotel, tem mais uma vez uma fase de hemoptise e afirmou aos amigos, em torno das três horas da manhã, que “isso é o começo do fim”. As visitas ao quarto de Nina foram suspensas e somente um médico residente em Paris, que não se sabe o nome, e o colega brasileiro, o Dr. Eduardo Moraes, acompanharam seus últimos momentos. Antes de morrer, ele pede um padre e fala a esposa para que ela retornasse ao Brasil com a família do amigo Dr. Eduardo de Moraes.
Raimundo Nina Rodrigues faleceu na França às 7 horas da manhã do dia 17 de julho de 1906. O professor Brouadel, um dos médicos-legistas a quem Nina Rodrigues mais admirava, e que ocupava o cargo de diretor Faculdade de Medicina de Paris, foi o responsável pelo processo de autópsia e envio do corpo ao território brasileiro. Como o transporte entre os continentes era demorado, foi necessário embalsamar o cadáver de Nina para a longa viagem. A notícia da sua morte chegou ao Brasil por um telegrama e comoveu toda a categoria médica. Assim que o diretor da Faculdade de Medicina da Bahia, Dr Alfredo Tomé de Britto, soube da notícia, mandou suspender as aulas e colocou a bandeira nacional a meio mastro. O enterro só aconteceu na Bahia no dia 11 de agosto do mesmo ano, quase um mês depois de sua morte. O corpo de Nina foi recebido com grande honra na capital baiana e devido à sua importância, em solicitação ao Ministério do Interior foi requerido pelos alunos da Faculdade de Medicina da Bahia que todos os custos relacionados ao funeral fossem pagos pelo governo federal, já que ele tinha ido para o exterior representando o país em uma viagem oficial, porém todas as despesas foram pagas pela comunidade acadêmica da Bahia. Pela moeda corrente da época, as despesas que custearam desde o translado do corpo a até o enterro custaram cerca de 20 mil contos de réis. Ao chegar no porto da cidade de Salvador, o corpo seguiu em cortejo fúnebre até a Mosteiro de São Bento, onde chegou às 6 da tarde. No mosteiro beneditino, Nina foi velado, com a ajuda do revezamento de quinze turmas da faculdade, cada uma com quinze estudantes até o momento da missa, e que logo após ocorreu a saída em direção ao cemitério. O corpo foi enterrado no Cemitério do Campo Santo, no bairro da Federação onde hoje se encontra uma lápide branca do considerado fundador da medicina legal na Bahia.
Texto completo em: