Mostrando postagens com marcador O LOBISOMEM DO PORTINHO. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador O LOBISOMEM DO PORTINHO. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 17 de março de 2023

BECO, O LOBISOMEM DO PORTINHO

 BECO, O LOBISOMEM DO PORTINHO


Nenhuma descrição de foto disponível.

BECO, O LOBISOMEM DO PORTINHO

•••

Havia no Portinho um homem chamado Belmiro, apelidado de Beco. Ele era um homem simples que vivia em um barraco com um cachorro mal encarado, chamado Tico. O velho bebia mais que alemão em uma piscina de cerveja no deserto.

Quase que diariamente, Beco se deslocava até o centro da cidade para comprar fumo e pinga no boteco de Corote, no Mercado Municipal. Esse era o prazer do pobre velho.

Beco era de pequena estatura, magricelo, falava muito pouco, tinha cabelos grisalhos, um olhar sinistríssimo e sempre assoviava a "Valsa Vianense".

Assim como Dom Quixote e Sancho Pança, Beco e Tico eram amissíssimos e inseparáveis. Onde estava Beco, estava Tico, e onde estava Tico, estava Beco. Era algo anormal, parecia até que eles eram um mesmo ser. No caso, eles eram mesmo.

Nas sextas-feiras de lua cheia, não se via eles de dia pela cidade, pois ambos não saiam de casa. Parecia que ficavam fazendo algum tipo de ritual dentro do barraco. Mas à noite, por volta das 23:00, Beco e seu amigo iam até o Mirante da Pedra (Pedra Santa) e segundo relata Paulinho Siri, que por algumas vezes os seguiu até o Mirante, Beco e Tico se abraçavam, e no momento do abraço, uma luz irradiava de ambos e ouvia-se um grito horripilante, e ali era realizada a fusão, nascendo aquilo que se tem por lobisomem.

Pontualmente, à meia-noite, o lobisomem uivava por 7 vezes seguidas, deixando toda a vizinhança muito assustada. Em uma dessas ocasiões, Zé Pelego, que morava no bairro Laranjeiras, se assustou com os uivos do lobisomem e acabou tendo uma parada cardíaca e falecendo em seguida.

Ninguém saía de casa após ouvir os uivos. A situação era ainda mais assustadora e dramática quando, pela manhã, alguns animais eram encontrados mortos na vizinhança. O lobisomem chupava o sangue desses animais e depois jogava os corpos na rua ou no mato.

Hoje, 20 anos após a morte da dupla, ainda há quem diga que Beco e Tico visitam a Pedra Santa nas sextas-feiras de lua cheia.

— Jhonny Arconi