quinta-feira, 28 de julho de 2022

PRAÇA SANTOS ANDRADE E SEU ENTORNO, AO LONGO DO TEMPO "Meninos de calças curtas jogam bola e brincam com seus carrinhos de madeira. Lavadeiras, equilibrando suas trouxas de roupas em cima da cabeça, passam em direção às águas do Passeio Público.

 PRAÇA SANTOS ANDRADE E SEU ENTORNO, AO LONGO DO TEMPO
"Meninos de calças curtas jogam bola e brincam com seus carrinhos de madeira. Lavadeiras, equilibrando suas trouxas de roupas em cima da cabeça, passam em direção às águas do Passeio Público.

PRAÇA SANTOS ANDRADE E SEU ENTORNO, AO LONGO DO TEMPO
"Meninos de calças curtas jogam bola e brincam com seus carrinhos de madeira. Lavadeiras, equilibrando suas trouxas de roupas em cima da cabeça, passam em direção às águas do Passeio Público. Transeuntes se dirigem à praça do Mercado, ponto de encontro dos moradores, que iam ao local em busca de gêneros alimentícios. Estas cenas faziam parte do cotidiano do Largo Thereza Christina, nos idos de 1890, rotina que só se alterava quando as companhias de espetáculos circenses e de inusitadas touradas ali se instalavam, atraindo grande público.
O logradouro já fora chamado Largo Lobo de Moura, denominação recebida em 05/04/1879, Largo Duque de Caxias, a partir de 16 de novembro do ano seguinte, e novamente Lobo de Moura, a 20/01/1881. Esta última designação permaneceu até 03/01/1890, quando o local passou a ser chamado Largo Thereza Christina.
Nessa época, o largo era um extenso campo, que se estendia desde a Rua São Francisco, ocupando a área onde atualmente está a Praça Santos Andrade, até as ruas Marechal Deodoro e Garibaldi (hoje Presidente Faria). Aproveitando o espaço, a Câmara aprovou, em 1893, a venda em leilão de parte do largo. Três anos depois, a Prefeitura quis construir naquele terreno o Paço Municipal. Um acordo, porém, entre o Município e o Estado, destinou o local para a edificação do Palácio das Secretarias. No entanto, nenhuma destas obras chegou a ser executada.
Desde 1901, o largo passou a ser denominado Praça Santos Andrade, em honra ao ex-presidente do Estado José Pereira dos Santos Andrade. Seu aspecto, contudo, em nada havia se modificado. A urbanização do espaço começou somente nos anos de 1910, incrementada pela construção do prédio da Universidade do Paraná. Nesse período, Victor Ferreira do Amaral, seu diretor, recebeu, por autorização da Câmara, parte do logradouro para edificar no local, a sede da Universidade.
Fundada em 19/12/1912, nas comemorações de aniversário de emancipação do Paraná, até então a Universidade ocupava um sobrado alugado na Rua Comendador Araújo, 42. Para o terreno da Praça Santos Andrade, o engenheiro Baeta de Faria, a quem coube projetar a obra, propôs “um majestoso edifício de cinco andares (três principais mais o porão habitável e o sótão), tudo em três módulos, um central, provido de bela cúpula, e duas alas laterais, a serem construídas posteriormente”. A empresa Bergonse ficou responsável pela construção da sede universitária.
A solenidade de lançamento da pedra fundamental do edifício ocorreu em 31/08/1913. Centenas de pessoas compareceram à praça para acompanhar o evento, amplamente notificiado pelos jornais da época. Um tablado foi erguido na praça para as autoridades. Às 10 horas da manhã, Carlos Cavalcanti, então Presidente do Estado, assinou a ata que registrou o acontecimento. Em seguida, políticos, docentes e discentes da instituição e jornalistas também assinaram o documento que foi guardado em um cofre, “juntamente com exemplares dos jornais do dia, do regulamento e programa da universidade, lista dos lentes e alunos e exemplares de todas as moedas metálicas circundantes no país”.
Nesse período, a Prefeitura pretendeu construir um novo Teatro Guaíra, na região que estava em processo de desapropriação desde a Praça Santos Andrade até a Rua Riachuelo. O projeto, ambicioso para a época, incluía um auditório com 1.200 lugares. Mas a idéia, como outras anteriores, não se concretizou.
As obras da Universidade tiveram início em setembro de 1913, com a construção do bloco central voltado para a praça. Na proposta arquitetônica constava um edifício quadrangular, com pátio central, circundado por uma galeria que interligava todos os espaços.4 A ocupação do prédio deu-se paulatinamente, à medida que as salas eram terminadas.
Durante a execução dos trabalhos, cuja primeira fase encerrou em 1916, a Praça Santos Andrade não recebeu quaisquer melhorias, dificultando o acesso ao prédio. Plácido e Silva, então aluno de Direito, ao rememorar o fato, comenta que, por sua sugestão, os funcionários da Universidade entulharam a grande baixada que vinha da Rua 15 de Novembro, à entrada do edifício “e que era vencida por um pontilhão de pranchões. Por ele é que se tinha acesso às escadas laterais da parte fronteiriça do prédio”.
Os demais freqüentadores da praça também enfrentavam certos percalços. Além de se esquivarem dos materiais de construção dispersos pelo logradouro, tinham que se habituar com toda sorte de entulhos, uma vez que o terreno servia como depósito do lixo urbano.
Reclamações a respeito foram encaminhadas pelo Centro Acadêmico, à administração pública e, aparentemente, surtiram efeito. Em 1917, tiveram início o nivelamento e a construção de bueiros, e houve a delimitação da área da praça, com a colocação de meio-fio. O local foi macadamizado, recebeu o delineamento dos passeios e um jardineiro foi contratado para cuidar de sua arborização.
A remodelação efetiva do espaço aconteceu em 1922, para as comemorações do Centenário da Independência do Brasil. A praça foi ajardinada, ao estilo dos jardins belgas. Na parte central, construiu-se um repuxo com três bicos d‘água, capazes de projetá-la a dez metros de altura. Próximo ao repuxo, foi colocado o monumento ao padre curitibano Ildefonso Ferreira, atribuindo nova característica à praça: a de espaço reservado à sacralização de pessoas e instituições proeminentes do Paraná e do Brasil. Para conforto e segurança de seus visitantes, nessa reforma, foram instaladas diversas lâmpadas, e bancos de madeira e outros, de cimento, imitando pedras.
O dia 07/09/1922 foi marcado por uma série de inaugurações, desfiles e manifestações patrióticas. À tarde, a entrega da herma do padre Ildefonso, à população, e a reinauguração da Praça Santos Andrade, foram festejadas com um desfile com cerca de cinco mil alunos das escolas de Curitiba. Caetano Munhoz da Rocha, então presidente do Estado, plantou um pinheiro, considerado um dos símbolos do Paraná, que ficou conhecido como a Araucária do Centenário.
transition-property: none !important;">O lançamento da pedra fundamental para a construção dos torreões laterais do edifício da Universidade, também foi incluído na programação das comemorações. A mudança definitiva da edificação, da qual se destaca a retirada de sua cúpula, ocorreu em 1955, sob influência do movimento de arquitetura moderna, então predominante no país.
O entorno da praça também sofreu alterações: o casario cedeu espaço para importantes edifiicações, representativas da arquitetura moderna. Em 1934, construiu-se a sede do Correio e, entre 1949 e 1951, o Edifício Marumbi. Inserido nos festejos do centenário de emancipação política do Paraná, o Teatro Guaíra começou a ser erguido em 1953. A falta de recursos e problemas inesperados como um incêndio, contribuíram para que o teatro fosse inaugurado somente em 1974.
A praça assistiu a essas transformações inalterada. Em 1977, entretanto, foi revestida com petit pavet, bem como o trecho da rua João Negrão que havia entre a Praça e a Universidade, foi fechada ao trânsito de veículos.
Um conjunto de monumentos, atualmente, integra-se à paisagem. Executados, em sua maioria, por renomados artistas locais, como João Turin e Erbo Stenzel, compõem o cenário da praça, que se sobressai com seu belo traçado."
(Fonte e fotos: acervodigital.ufpr.br)
Paulo Grani

Pode ser uma imagem de ao ar livre
Largo Lobo de Moura, atual Praça Santos Andrade, em 1886. No campo recoberto de grama os moradores da periferia deixavam suas carroças quando vinham à cidade. Meninos de calças curtas jogam bola e brincam com seus carrinhos de madeira. Lavadeiras, equilibrando suas trouxas de roupas em cima da cabeça, passam em direção às águas do Passeio Público. Transeuntes se dirigem à praça do Mercado, ponto de encontro dos moradores, que iam ao local em busca de gêneros alimentícios. Estas cenas faziam parte do cotidiano do Largo Thereza Christina, nos idos de 1890, rotina que só se alterava quando as companhias de espetáculos circenses e de inusitadas touradas ali se instalavam, atraindo grande público.
Foto: Coleção família Groff.

Pode ser uma imagem de 9 pessoas, pessoas em pé e ao ar livre
Solenidade de lançamento da pedra fundamental do edifício ocorrida em 31/08/1913. Centenas de pessoas compareceram à praça para acompanhar o evento, amplamente notificiado pelos jornais da época. Um tablado foi erguido na praça para as autoridades. Às 10 horas da manhã, Carlos Cavalcanti, então Presidente do Estado, assinou a ata que registrou o acontecimento. Em seguida, políticos, docentes e discentes da instituição e jornalistas também assinaram o documento que foi guardado em um cofre, “juntamente com exemplares dos jornais do dia, do regulamento e programa da universidade, lista dos lentes e alunos e exemplares de todas as moedas metálicas circundantes no país”.
Foto: Arthur Wischral, coleção Museu Paranaense.

Pode ser uma imagem de monumento e ao ar livre
Predio da Universidade do Paraná, década de 1910. Ao fundo, à esquerda da Universidade, aparece o antigo prédio da Associação Comercial do Paraná na rua XV de Novembro com a antiga rua Garibaldi, hoje Presidente Faria.
Foto: Coleção família Groetzner.

Pode ser uma imagem de 1 pessoa, monumento e ao ar livre
Vista da Praça Santos Andrade no final da década de 1910. A saudosa charrete percorre trecho da rua XV de Novembro ainda sem em puro barro. O edifício da Universidade recém-construído.
Foto: Acervo Museu Paulista da USP.

Pode ser uma imagem de 1 pessoa, monumento e ao ar livre 7&_nc_sid=8bfeb9&_nc_eui2=AeF8D_sAVpULWgZUtFshTTcg3X4teTOT1-3dfi15M5PX7c8LchoJ10nUuj5SJDEjTk28Qks8BocLMGgeC5wGHFbN&_nc_ohc=6TtWP_1CKJYAX-J_mPY&tn=nKLT46fLEqJKUgdo&_nc_ht=scontent.fbfh10-1.fna&oh=00_AT_MrtozXQ7DXPD96PaSL9OXmKFGvpoPvfAsHtDQqeQMlQ&oe=62E74A44" style="animation-name: none !important; background-color: black; border: 0px; color: #1c1e21; font-size: 12px; max-height: calc(100vh - var(--header-height)); max-width: 100%; object-fit: contain; transition-property: none !important; white-space: normal;" />
Praça Santos Andrade em 23/08/1922. Destacando-se na praça o recém-concluído ajardinamento.
Foto: Coleção família Groetzner.

Pode ser uma imagem de 1 pessoa, monumento e ao ar livre
Dia 07/09/1922 foi marcado por uma série de inaugurações, desfiles e manifestações patrióticas. À tarde, a entrega da herma do padre Ildefonso, à população, e a reinauguração da Praça Santos Andrade, foram festejadas com um desfile com cerca de cinco mil alunos das escolas de Curitiba. Caetano Munhoz da Rocha, então presidente do Estado, plantou um pinheiro, considerado um dos símbolos do Paraná, que ficou conhecido como a Araucária do Centenário.
Foto: Família Linsmeyer, coleção Lysimaco Ferreira da Costa.

Pode ser uma imagem de 1 pessoa, em pé, monumento e ao ar livre
Concentração de alunos das escolas públicas na Praça Santos Andrade durante o Congresso Nacional de Educação, em 1927. No terreno arborizado, ao fundo, ficava a sede do Tiro Rio Branco, onde hoje encontra-se construído o prédio do Teatro Guaíra.
Foto: João Batista Groff.

Pode ser uma imagem de 1 pessoa, em pé, monumento e ao ar livre
Populares assistem a uma comemoração cívica na Praça Santos Andrade, Curitiba, em 1937. Em primeiro plano populares junto aos carros enfileirados. À esquerda o prédio dos Correios e Telégrafos.
Foto: João Batista Groff, coleção ECT.

Pode ser uma imagem de árvore e ao ar livre
Foto de 1934, detalhe de um canteiro da Praça Santos Andrade, tendo ao fundo o edifício dos Correios e Telégrafos.
Foto: Coleção ECT.

Pode ser uma imagem de monumento e ao ar livre
Histórico Cartão Postal de 1935, em foto de Armin Henkel, apresentando o edifício da Universidade do Paraná e parte da Praça Santos Andrade com seu repuxo construído em 1922.
Foto: Coleção Rodolfo Doubek.

Pode ser uma imagem de monumento e ao ar livre
Praça Santos Andrade, década de 1930. Em primeiro plano à esquerda, o monumento à Santos DUMONT inaugurado em 1935. Ao fundo, à direita, o edifício da Universidade do Paraná.
Foto: Coleção João Bley do Amaral.

Pode ser uma imagem de ferrovia
Vista aérea da Praça Santos Andrade em 1938, durante festejos de comemoração do Dia da Pátria.
Foto: João Batista Groff.

Pode ser uma imagem de monumento e ao ar livre class="gitj76qy d2edcug0 r9f5tntg r0294ipz" data-visualcompletion="media-vc-image" referrerpolicy="origin-when-cross-origin" src="https://scontent.fbfh10-1.fna.fbcdn.net/v/t39.30808-6/296004707_2791389177673996_4797287089114738653_n.jpg?_nc_cat=107&ccb=1-7&_nc_sid=8bfeb9&_nc_eui2=AeEBOa0Kn-rg2lnX67_OUhbsyUrY7WuJFxnJStjta4kXGaO4y8gxZggJkKgljqbfc3CFNzxRL4VXMZWU5F5GPywa&_nc_ohc=BEQSEluyEJsAX931Vhl&_nc_ht=scontent.fbfh10-1.fna&oh=00_AT-tnffVrSwD1h0LpFOcswR5Xx8_YHcvbs0b_2wARVmlDg&oe=62E75898" style="animation-name: none !important; background-color: black; border: 0px; color: #1c1e21; font-size: 12px; max-height: calc(100vh - var(--header-height)); max-width: 100%; object-fit: contain; transition-property: none !important; white-space: normal;" />
Praça Santos Andrade, década de 1940. Rua XV de Novembro esquina Conselheiro Laurindo, tendo ao fundo a antiga sede do Colégio Santa Maria.
Foto: Autor desconhecido.

Pode ser uma imagem de 1 pessoa, monumento e ao ar livre
cartão Postal da Praça Santos Andrade, Curitiba, década de 1950. Em primeiro plano, busto em homenagem à Profª. Julia Wanderley, ao fundo, edifício Marumbi, marco da arquitetura urbana de Curitiba à época.

Pode ser uma imagem em preto e branco de 1 pessoa e ao ar livre
Praça Santos Andrade de Curitiba, em 1953, esquina com rua Conselheiro Laurindo. À direita, nota-se o início da construção do Teatro Guaíra.
Foto: coleção Secretaria Municipal de Meio Ambiente.

Pode ser uma imagem de 2 pessoas, pessoas em pé e ao ar livre
Vista parcial da Praça Santos Andrade, Curitiba, em 1954.
Foto: Arthur Wischral, coleção Secretaria Municipal de Meio Ambiente.

Pode ser uma imagem de monumento e ao ar livre
Em primeiro plano, repuxo da Praça Santos Andrade, Curitiba, anos 1950. Ao fundo, edifício da Universidade Federal do Paraná, totalmente concluído.
Foto: pinterest.


ALIENADOS MENTAIS DA CURITIBA DE ANTES "Os ”loucos” do século 19 que perambulavam pelas ruas de Curitiba

 ALIENADOS MENTAIS DA CURITIBA DE ANTES
"Os ”loucos” do século 19 que perambulavam pelas ruas de Curitiba

ALIENADOS MENTAIS DA CURITIBA DE ANTES
"Os ”loucos” do século 19 que perambulavam pelas ruas de Curitiba e se misturavam à paisagem urbana chegavam a parar atrás das grades se tivessem surtos psicóticos. Encarcerados com bandidos e desordeiros, muitas vezes eles saíam da Cadeia Civil da cidade, na Praça Tiradentes, e iam dias depois para a Santa Casa de Misericórdia.
Tratados também como “alienados mentais” pelas autoridades da época, no hospital eles ficavam internados em seis quartos especiais de contenção, sem tratamento adequado, e novamente “soltos” para as ruas da capital do Paraná.
Muitos deles eram alvos de chacotas e sobreviviam de doações. Alguns viam seus nomes ou apelidos publicados em jornais da época por provocarem algum tipo de perturbação na ordem social, como foi o caso de uma senhora chamada de “Maria Balão”, que vivia nas ruas.
Apenas quase quatro décadas depois de o Paraná emancipar-se de São Paulo e virar um território autônomo, surgiu a preocupação em montar uma estrutura específica para tratar os doentes mentais. Até então não se pensava em nada a respeito.
Em 1890 começou a surgir a ideia de um hospício em Curitiba e quem encabeçou a discussão foi o provedor da Santa Casa, Dom Alberto Gonçalves”. A ideia defendida por Gonçalves era de que um hospital, denominado na época também de “asilo de alienados”, poderia curar os pacientes apenas se fosse um ambiente em que as regras sociais tivessem que ser estritamente respeitadas pelos pacientes.
O modelo adotado na capital paranaense era semelhante ao proposto por Philipe Pinel em 1793, na França, propondo uma nova lógica para a tutela: o tratamento moral e educativo. Assim como Pinel, o hospício de Curitiba apostava que a imposição da ordem e de regras socais seria o caminho para o tratamento da doença mental e o isolamento era necessário para a recuperação e socialização.
Após debates com o poder público e fazer campanhas por doação e loterias para angarias fundos, Gonçalves conseguiu ver em 1896 o início da construção do Hospício Nossa Senhora da Luz, a primeira instituição psiquiátrica do estado.
Inaugurado em 1903, o hospício funcionou no local até 1907, quando deu espaço ao Presídio do Ahú. Nesse ano, o Nossa Senhora da Luz mudou-se para a atual sede na Avenida Marechal Floriano Peixoto. “Foi algo muito marcante para a história da cidade, que até então não tinha espaço para os doentes mentais”. A partir daí a loucura começou a ser tratada como uma “doença especial”, que merece tratamento distinto e específico.
O Hospício Nossa Senhora da Luz foi idealizado para possuir quatro alas destinadas a internar pacientes distintos. A ideia era implantar no Hospício Nossa Senhora da Luz o modelo hospitalar francês, com uma ala era para os que tinham mania, demência, idiotia e melancolia. Mas na prática nunca conseguiram instaurar essa racionalidade dentro do hospital.
Nos primeiros anos de funcionamento do hospital os médicos tinham pouco poder na instituição Nossa Senhora da Luz – que passou a ser denominado de hospital psiquiátrico apenas em 1940. Além disso, mesmo com o espaço, os doentes mentais continuavam sendo levados, em algumas situações, para a prisão. Na fase pioneira da instituição, os médicos lutavam para que eles tivessem o direito de definir o que seria melhor para os pacientes.
O tempo de internação dos pacientes variava. Alguns ficavam internados por tempo quase indeterminado e outros não. Naquele começo, o hospício era visto como uma espécie de “salvação” para os doentes mentais."
(Texto adaptado da Gazeta do Povo / Fotos: Arquivo Gazeta do Povo)
Paulo Grani

Nenhuma descrição de foto disponível.
Construção do hospital psiquiátrico Nossa Senhora da Luz, em 1902. O hospício funcionou no local até 1907, quando deu espaço para o Presídio do Ahú. Foto: Rodrigo Bichara/Divulgação

Nenhuma descrição de foto disponível.
Padre Dom Alberto Gonçalves (ao centro) encabeçou o debate sobre o hospital para doentes mentais.
Nenhuma descrição de foto disponível. name: none !important; background-color: black; border: 0px; color: #1c1e21; font-size: 12px; max-height: calc(100vh - var(--header-height)); max-width: 100%; object-fit: contain; transition-property: none !important; white-space: normal;" />
Pavilhões sendo construídos no novo endereço, Marechal Floriano Peixoto.
Nenhuma descrição de foto disponível.
Ala masculina de indigentes no Hospital Nossa Senhora da Luz: pacientes ficavam isolados.

quarta-feira, 27 de julho de 2022

Igreja do Abranches, em 1975 **(Paróquia Sant'Ana de Abranches) **-**Rua Vitório João Brunor, 688 - Abranches - Curitiba.

 Igreja do Abranches, em 1975
**(Paróquia Sant'Ana de Abranches)
**-**Rua Vitório João Brunor, 688 - Abranches - Curitiba.


Pode ser uma imagem de uma ou mais pessoas e ao ar livre

DOM PEDRO II CONGRATULA O CLUB CURITYBANO PELOS FESTEJOS DA ABOLIÇÃO

 DOM PEDRO II CONGRATULA O CLUB CURITYBANO PELOS FESTEJOS DA ABOLIÇÃO

DOM PEDRO II CONGRATULA O CLUB CURITYBANO PELOS FESTEJOS DA ABOLIÇÃO
Nos dias que antecederam a Abolição da Escravatura no Brasil, Curitiba promovia ampla campanha abolicionista veiculada pela imprensa, agremiações e associações.
Após a princesa Isabel ter assinado a Lei Áurea, o Imperador Dom Pedro II envia um telegrama ao presidente da Província do Paraná agradecendo os festejos do Clube Curitibano, comemorando o 1° aniversário da promulgação da Lei Áurea.
Transcrição do ofício encaminhado pelo presidente da Província ao sr. Cyro Velloso, Presidente do Clube Curitibano:
"2ª secção. Província do Paraná, Palácio da Presidência, em 15 de Maio de 1889.
Illmo. Snr. - É-me grato communicar a V. Sª que por telegramma de Petropolis, S.M. o Imperador agradece os festejos do Club Curitybano, commemorando a lei de 13 de Maio de 1888, associação essa dignamente dirigida por V.Sª e que distingue-se pelos seus sentimentos patrioticos. Deus guarde a V.Sª. - Illmo Snr Cyro Velloso, D. Presidente do Club Ciritybano. - Dr. Balbino Candido da Cunha."
Assim que a Lei n° 3353 proibiu a escravidão no Brasil, os presidentes das províncias foram formalmente informados pelo Ministro da Agricultura. Em Curitiba a notícia foi celebrada em festividades católicas promovidas pela Câmara Municipal de Curitiba. Em 16 de maio um 'Te Deum' foi realizado na igreja matriz, com a presença do 2º Corpo de Cavalaria da Província, em ação de graças pela extinção da escravidão no Brasil.
Quanto à imprensa paranaense, apesar de alguns aspectos políticos divergentes, a informação parece ter sido recepcionada de forma semelhante. No dia seguinte à abolição, a Gazeta Paranaense escreveu, sob o título 'O Brasil Livre':
"Os senhores e os escravos de ontem abraçam-se hoje a sombra de uma mesma bandeira, nessa efusão indefinível da alma que santifica o próprio crime, e ante os rutilos clarões de uma aurora surge, e entre as aclamações entusiásticas e ardentes das massas populares, e recebendo de cheio o vivo esbatimento da luz imorredoura da liberdade, selam entre si o osculo sagrado da paz, da harmonia e da fraternidade geral, ao som do mote mais sublime que jamais tenha irrompido de lábios humanos: nós todos somos irmãos!"
No mesmo sentido é o discurso de Joaquim Nabuco, publicado no Jornal Dezenove de Dezembro, de 16/05/1888, que concluiu o artigo com um "Viva a igualdade do povo brasileiro! São ambos os partidos agora unidos, se abraçam neste momento solene de reconstituição nacional dois rios de lágrimas que formam mar bastante largo para que possa banhar inteira a nossa pátria nacional.”
E também a publicação do Jornal A República de 24/05/1888, que noticia a abolição:
"Cessou pois a grande ignominia nacional; caiu o anátema de excomunhão que pesava sobre o nosso pais e todos hoje são igualmente livres no Brasil. A barreira que acaba de ser destruída abriu uma larga estrada de novas aspirações que que hão de ser realizadas para o progresso de nossa pátria e para o nosso aperfeiçoamento social. A igualdade civil dos brasileiros há de seguir- se a igualdade política que levara esta grande nação americana a proclamação do governo republicano, único capaz de conduzi-la aos seus grandes destinos."
Paulo Grani

Nenhuma descrição de foto disponível.

"Curityba - Paraná - Brazil - Rua da Liberdade", datado de 14/02/1901.

 "Curityba - Paraná - Brazil - Rua da Liberdade", datado de 14/02/1901.

"Curityba - Paraná - Brazil - Rua da Liberdade", datado de 14/02/1901.
Em primeiro plano, vemos o antigo "Grande Hotel de Curitiba", que existiu na esquina da antiga Rua da Lyberdade (atual Barao do Rio Branco), esquina com rua XV de Novembro.
Este hotel fez parte da história da cidade, tendo recepcionado grandes personalidades, empresários e os primeiros imigrantes abastados que escolheram Curitiba para morar. Textos de jornais citam que as pessoas e famílias hospedavam-se nele, morando por tempos, até encontrarem empregos ou comprarem propriedade para morarem definitivamente na cidade.
Em antigos periódicos da cidade constam o hotel ter sido ponto de partida e chegada de algumas linhas de diligências para o litoral e interior do estado, até a década de 1910.
Ele foi demolido na década de 1930 e, no local, foi construída a quarta sede do Clube Curitibano, chamada "O Palácio Encantado", concluída em meados da década de 1950.
(Foto: Acervo Paulo José Costa)
Paulo GraniNenhuma descrição de foto disponível.

Vista aérea de Curitiba, em 1953. Vê-se poucos edifícios naquela época e, a maioria, na área central. (Foto: Arquivo Publico do Paraná) Paulo Grani

 Vista aérea de Curitiba, em 1953. Vê-se poucos edifícios naquela época e, a maioria, na área central.
(Foto: Arquivo Publico do Paraná)
Paulo Grani


Nenhuma descrição de foto disponível.

CONHECENDO O COLYSEO CORITIBANO " [...] o Colyseo Coritibano, inaugurado em 1905, foi o primeiro parque de diversões da cidade, funcionava na Rua Emiliano Perneta, esquina com Voluntários da Pátria.

 CONHECENDO O COLYSEO CORITIBANO
" [...] o Colyseo Coritibano, inaugurado em 1905, foi o primeiro parque de diversões da cidade, funcionava na Rua Emiliano Perneta, esquina com Voluntários da Pátria.

CONHECENDO O COLYSEO CORITIBANO
" [...] o Colyseo Coritibano, inaugurado em 1905, foi o primeiro parque de diversões da cidade, funcionava na Rua Emiliano Perneta, esquina com Voluntários da Pátria. Foi lá que começou a funcionar o primeiro cinematógrafo fixo da capital paranaense. Antes disso, existiam apenas sessões ambulantes – elas passavam por Curi­tiba e se dirigiam a outras cidades do Brasil.
No Colyseo, era apresentado o cosmorama, uma série de paisagens de vários países, observadas por aparelhos ópticos que as ampliavam, os mareoramas (uma máquina que simulava um navio e submetia seus espectadores às ondas e à brisa do mar, exibindo imagens de praias), a Fonte Luminosa (um jogo de luzes), o zonofone (um precursor do gramofone), o polifone (uma espécie de caixinha de música) etc.
Entre essas atividades multi-disciplinares, havia ainda galinhas que colocavam ovos de ouro, a máquina que imprimia cartões e que lia a sorte, a barraca do tiro ao alvo, o carrossel mecânico e outros.
Nas fábricas, diziam que havia uma espécie de ‘ser mágico’ que transformava ma­deira em papel. No lazer não foi diferente: o carrossel e o cinematógrafo despertavam o interesse mais pelo modo como funcionavam do que pela diversão que proporcionavam”, [...]
a população de Curi­tiba sentava para assistir às sessões do cinema. Pri­meiramente não era o enredo do filme que chamava a atenção, mas sim a vontade de saber como funcionava o sistema de projeção. [...] Curitiba passava, naquela época, pelo encantamento das máquinas.
As sessões também eram um encontro social: precedidas por um evento promovido pelas autoridades e pela imprensa. Falava-se das melhorias do cinema, das no­­vas aquisições e da censura. Os cronistas dos jornais eram convidados a participar das sessões, pois assim davam publicidade ao Colyseu nos jornais [...]
Casamento Infantil, Troça de Estudantes, Ladrões de Igreja e Viva a Vida de Solteiro, eram alguns dos títulos das sessões da época. Mas foi somente quando o cinema começou a exibir imagens das próprias pessoas e da cidade onde elas viviam é que aumentou a preocupação em ver o que estava passando na tela. [...] “Entre as atrações locais estava um filme que apresentava a viagem na estrada de ferro do Paraná e outro que mostrava o desfile dos Volun­tários da Pátria na Rua XV.
Nos primeiros cinco anos de funcionamento, o Colyseo teve como função central ser um parque de diversões. Já por volta de 1910, ele se transformou também em casa de show, no estilo dos atuais music halls, com apresentações de teatros, dançarinas e bandas locais. “Até hoje não se sabe ao certo qual era o público que gostava de frequentar o parque – se era a população mais rica ou a menos favorecida. A verdade é que o preço do bilhete para entrar no cinema era mais barato que o de uma ópera” [...]
Nos jornais da época [...] falava-se em belas mulheres que frequentavam o parque Co­­lyseo com seus trajes finos; no en­­tanto, os cronistas narravam também as brigas que aconteciam no local, de pessoas que se amontoavam na porta do cinema para conseguir entrar, com direito a empurrões e pontapés. O cinematógrafo da época também não escapou da censura: criticavam-se os filmes sobre adultério, roubo e pilhagem. Um jornal chegou a escrever que o cinematógrafo exibia filmes que abalavam os alicerces sociais; portanto, era uma má escola.
O parque funcionou ininterruptamente até 1915; depois disso, caiu em decadência, principalmente porque passou a ser mal frequentado. Mas a essa altura o bichinho do cinema já havia pegado os curitibanos: logo que o Co­­lyseo fez sucesso, outros locais também começaram a projetar filmes, como o antigo Theatro Guayra, o Hauer, o Éden, o Central Park, o Smart e o Mignon.".
(Adaptado do texto de Pollianna Milan, historia@gazetadopovo.com.br, baseado no livro Fábrica de Ilusões, de Angela Brandão).
Paulo Grani

Nenhuma descrição de foto disponível.
Quiosques, bazares, pátio e instalações do Colyseo, em 1906.
Foto: gazetadopovo.com.br

Nenhuma descrição de foto disponível. 9/37844298_1443124045833856_1576078527470501888_n.jpg?_nc_cat=102&ccb=1-7&_nc_sid=730e14&_nc_eui2=AeFEXb-4Eb9R_GRBbsCK4KkaNV6aniRk2501XpqeJGTbnXvNDQy4l6jQUl5fpWomH9Pmj2hAXEDtmPo9_eoHNewS&_nc_ohc=vEvwkLvod_sAX_uZpY6&_nc_ht=scontent.fbfh10-1.fna&oh=00_AT-KyR6ToMw8devD4Cmngg02NVLHs9oU_BjEHwvRr8PC8Q&oe=63058A46" style="animation-name: none !important; background-color: black; border: 0px; color: #1c1e21; font-size: 12px; max-height: calc(100vh - var(--header-height)); max-width: 100%; object-fit: contain; transition-property: none !important; white-space: normal;" />
Propaganda do Colyseo Coritibano em periódico da época.
Foto: gazetadopovo.com.br

Nenhuma descrição de foto disponível. 12px; max-height: calc(100vh - var(--header-height)); max-width: 100%; object-fit: contain; transition-property: none !important; white-space: normal;" />
Cartão Postal do Colyseo Coritibano, em 1906.
Foto: Mercado Livre

Nenhuma descrição de foto disponível.
Festa da Primavera no Colyseo Coritibano, em 1911.
Foto: gazetadopovo.com.br

Nenhuma descrição de foto disponível.
Entrada do auditório do Cinematógrafo do Colyseo, em 1906.
Foto: gazetadopovo.com.br

Nenhuma descrição de foto disponível.
Cartão Postal do Colyseo Coritibano, em 1906.
Foto: Mercado Livre

Nenhuma descrição de foto disponível.
Cartão Postal do Colyseo Coritibano, em 1906.
Foto: Mercado Livre

Nenhuma descrição de foto disponível.
Propaganda do Coliseo na revista curitibana Olho da Rua, em 1913.
Foto: revistascuritibanas.ufpr.br

Nenhuma descrição de foto disponível.
Propaganda do Coliseo na revista curitibana Olho da Rua, em 1913.
Foto: revistascuritibanas.ufpr.br

Nenhuma descrição de foto disponível.
Público no auditório do cinematógrafo, em 1906.
Foto: gazetadopovo.com.br