quarta-feira, 27 de julho de 2022

DOM PEDRO II CONGRATULA O CLUB CURITYBANO PELOS FESTEJOS DA ABOLIÇÃO

 DOM PEDRO II CONGRATULA O CLUB CURITYBANO PELOS FESTEJOS DA ABOLIÇÃO

DOM PEDRO II CONGRATULA O CLUB CURITYBANO PELOS FESTEJOS DA ABOLIÇÃO
Nos dias que antecederam a Abolição da Escravatura no Brasil, Curitiba promovia ampla campanha abolicionista veiculada pela imprensa, agremiações e associações.
Após a princesa Isabel ter assinado a Lei Áurea, o Imperador Dom Pedro II envia um telegrama ao presidente da Província do Paraná agradecendo os festejos do Clube Curitibano, comemorando o 1° aniversário da promulgação da Lei Áurea.
Transcrição do ofício encaminhado pelo presidente da Província ao sr. Cyro Velloso, Presidente do Clube Curitibano:
"2ª secção. Província do Paraná, Palácio da Presidência, em 15 de Maio de 1889.
Illmo. Snr. - É-me grato communicar a V. Sª que por telegramma de Petropolis, S.M. o Imperador agradece os festejos do Club Curitybano, commemorando a lei de 13 de Maio de 1888, associação essa dignamente dirigida por V.Sª e que distingue-se pelos seus sentimentos patrioticos. Deus guarde a V.Sª. - Illmo Snr Cyro Velloso, D. Presidente do Club Ciritybano. - Dr. Balbino Candido da Cunha."
Assim que a Lei n° 3353 proibiu a escravidão no Brasil, os presidentes das províncias foram formalmente informados pelo Ministro da Agricultura. Em Curitiba a notícia foi celebrada em festividades católicas promovidas pela Câmara Municipal de Curitiba. Em 16 de maio um 'Te Deum' foi realizado na igreja matriz, com a presença do 2º Corpo de Cavalaria da Província, em ação de graças pela extinção da escravidão no Brasil.
Quanto à imprensa paranaense, apesar de alguns aspectos políticos divergentes, a informação parece ter sido recepcionada de forma semelhante. No dia seguinte à abolição, a Gazeta Paranaense escreveu, sob o título 'O Brasil Livre':
"Os senhores e os escravos de ontem abraçam-se hoje a sombra de uma mesma bandeira, nessa efusão indefinível da alma que santifica o próprio crime, e ante os rutilos clarões de uma aurora surge, e entre as aclamações entusiásticas e ardentes das massas populares, e recebendo de cheio o vivo esbatimento da luz imorredoura da liberdade, selam entre si o osculo sagrado da paz, da harmonia e da fraternidade geral, ao som do mote mais sublime que jamais tenha irrompido de lábios humanos: nós todos somos irmãos!"
No mesmo sentido é o discurso de Joaquim Nabuco, publicado no Jornal Dezenove de Dezembro, de 16/05/1888, que concluiu o artigo com um "Viva a igualdade do povo brasileiro! São ambos os partidos agora unidos, se abraçam neste momento solene de reconstituição nacional dois rios de lágrimas que formam mar bastante largo para que possa banhar inteira a nossa pátria nacional.”
E também a publicação do Jornal A República de 24/05/1888, que noticia a abolição:
"Cessou pois a grande ignominia nacional; caiu o anátema de excomunhão que pesava sobre o nosso pais e todos hoje são igualmente livres no Brasil. A barreira que acaba de ser destruída abriu uma larga estrada de novas aspirações que que hão de ser realizadas para o progresso de nossa pátria e para o nosso aperfeiçoamento social. A igualdade civil dos brasileiros há de seguir- se a igualdade política que levara esta grande nação americana a proclamação do governo republicano, único capaz de conduzi-la aos seus grandes destinos."
Paulo Grani

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