Década de 1950: os curitibanos vestiam-se na Pugsley, compravam sapatos na Clark, ouviam O Direito de Nascer, nascia a Boca Maldita e os pianos Essenfelder eram símbolo de status nas salas de estar da elite curitibana. Fazia-se o footing na XV e lanchava-se na Confeitaria das Famílias.
Quase no final da Marechal Floriano (Boqueirão), havia a necessidade de se construir uma escola para os filhos dos chacreiros e moradores que ali começavam a se instalar. Um terreno da família Amaral foi doado ao estado para esta finalidade. Nascia o Ginásio Estadual do Boqueirão que em 10 de outubro de 1956, receberia o nome de Ginásio Estadual Professor Victor do Amaral.
À frente do estabelecimento, com 10 salas de aula e 400 alunos, estava o Professor Lisímaco Cid Bastos, nosso primeiro diretor que permaneceu no cargo durante 23 anos. Em sua época aprendia-se Latim, Francês, executava-se trabalhos de marcenaria, de tipografia e de corte e costura. É óbvio que meninos de um lado e meninas do outro! Vieram novas leis educacionais, aposentaram-se o Francês e o Latim e os cursos secundários voltaram-se para o mercado de trabalho. A partir de 1976, Lisímaco passou a coordenar o Complexo Escolar Professor Victor do Amaral que, além de nós, englobava as escolas Alfredo Parodi, Lúcia Bastos, Conselheiro Carrão, Leonor Castelano, Nivaldo Braga e outras.
Após Lisímaco, vieram Romeu Conti de Souza e Alzir Demétrio que criaram os cursos de Publicidade e Propaganda e o de Assistente de Administração. Naquela época, nunca imaginei que um dia voltaria para cá (isso, lá em 1992), vindo reencontrar um colégio bem diferente daquele que deixei. Na gestão da Professora Marta Ida já não havia mais divisões por sexo, nem aulas de tricô, encontrei mais salas de aulas e o curso de Magistério. Além de mim, muitos de nossos ex-alunos retornaram para cá (ou professores ou funcionários). Somos uma turma de ex-alunos cheia de histórias para contar, que o digam o Mauro, Eni, Marlene, Rosana, Maria Alice, Ana Pires, Marco Antônio, Ana Beatriz, Marli e Marlizinha, Cléia, Márcia, Maurina, Silmara, Zeneide e o Mauricinho, ou melhor, o Professor Maurício Rodrigues, nosso atual diretor.
Muitas são nossa histórias, mas nem tudo são flores. Como qualquer outro colégio da rede estadual, deparamo-nos em nosso cotidiano com situações adversas e muitas vezes nos vimos impotentes para resolvê-las, como em 1996, quando assumimos a direção do CEVA junto com o Professor Helder Pereira de Souza, encontrando um colégio completamente sucateado. Foi um tempo difícil porém, conseguimos resgatar muito de bom que havia se perdido e deixamos como legado para a próxima diretora (Roseli Ribeiro) uma maneira mais democrática e transparente de se trabalhar pois, nossa grande bandeira sempre foi a busca de uma gestão democrática na escola pública.
Em sua gestão vieram as salas–ambientes (1999) e em 2000 foi a vez da Mostra Interdisciplinar: uma das formas que encontramos para abrirmos os portões de nosso colégio à comunidade e mostrarmos o que é produzido por nossos alunos. Há ainda a Fanfarra (50 integrantes) que já conquistou duas vezes o primeiro lugar no Fera e também outros mimos dos quais nos orgulhamos como: nosso hino escrito pelo maestro Bento Mussurunga, o Piano Essenfelder que já esteve nas mãos do maestro Artur Moreira Lima e Victor do Amaral no pincel de Teodoro de Bonna.
Sabemos que muitas coisas ainda estão por fazer e não queremos que nossos jovens sejam apenas mais um subproduto duma cultura de massa ou vítimas dum sistema político e econômico nefasto, onde só os mais fortes sobrevivem. Queremos nossos alunos sendo como são: alegres, espontâneos, brincalhões, mas capazes de interpretarem e se emocionarem com um poema de Drummond e que, guardem, com carinho, os anos que aqui viveram.
À frente do estabelecimento, com 10 salas de aula e 400 alunos, estava o Professor Lisímaco Cid Bastos, nosso primeiro diretor que permaneceu no cargo durante 23 anos. Em sua época aprendia-se Latim, Francês, executava-se trabalhos de marcenaria, de tipografia e de corte e costura. É óbvio que meninos de um lado e meninas do outro! Vieram novas leis educacionais, aposentaram-se o Francês e o Latim e os cursos secundários voltaram-se para o mercado de trabalho. A partir de 1976, Lisímaco passou a coordenar o Complexo Escolar Professor Victor do Amaral que, além de nós, englobava as escolas Alfredo Parodi, Lúcia Bastos, Conselheiro Carrão, Leonor Castelano, Nivaldo Braga e outras.
Após Lisímaco, vieram Romeu Conti de Souza e Alzir Demétrio que criaram os cursos de Publicidade e Propaganda e o de Assistente de Administração. Naquela época, nunca imaginei que um dia voltaria para cá (isso, lá em 1992), vindo reencontrar um colégio bem diferente daquele que deixei. Na gestão da Professora Marta Ida já não havia mais divisões por sexo, nem aulas de tricô, encontrei mais salas de aulas e o curso de Magistério. Além de mim, muitos de nossos ex-alunos retornaram para cá (ou professores ou funcionários). Somos uma turma de ex-alunos cheia de histórias para contar, que o digam o Mauro, Eni, Marlene, Rosana, Maria Alice, Ana Pires, Marco Antônio, Ana Beatriz, Marli e Marlizinha, Cléia, Márcia, Maurina, Silmara, Zeneide e o Mauricinho, ou melhor, o Professor Maurício Rodrigues, nosso atual diretor.
Muitas são nossa histórias, mas nem tudo são flores. Como qualquer outro colégio da rede estadual, deparamo-nos em nosso cotidiano com situações adversas e muitas vezes nos vimos impotentes para resolvê-las, como em 1996, quando assumimos a direção do CEVA junto com o Professor Helder Pereira de Souza, encontrando um colégio completamente sucateado. Foi um tempo difícil porém, conseguimos resgatar muito de bom que havia se perdido e deixamos como legado para a próxima diretora (Roseli Ribeiro) uma maneira mais democrática e transparente de se trabalhar pois, nossa grande bandeira sempre foi a busca de uma gestão democrática na escola pública.
Em sua gestão vieram as salas–ambientes (1999) e em 2000 foi a vez da Mostra Interdisciplinar: uma das formas que encontramos para abrirmos os portões de nosso colégio à comunidade e mostrarmos o que é produzido por nossos alunos. Há ainda a Fanfarra (50 integrantes) que já conquistou duas vezes o primeiro lugar no Fera e também outros mimos dos quais nos orgulhamos como: nosso hino escrito pelo maestro Bento Mussurunga, o Piano Essenfelder que já esteve nas mãos do maestro Artur Moreira Lima e Victor do Amaral no pincel de Teodoro de Bonna.
Sabemos que muitas coisas ainda estão por fazer e não queremos que nossos jovens sejam apenas mais um subproduto duma cultura de massa ou vítimas dum sistema político e econômico nefasto, onde só os mais fortes sobrevivem. Queremos nossos alunos sendo como são: alegres, espontâneos, brincalhões, mas capazes de interpretarem e se emocionarem com um poema de Drummond e que, guardem, com carinho, os anos que aqui viveram.
oão Bueno)
Cláudia Gruber
Professora de Língua Portuguesa e ex-aluna do CEVA.
Professora de Língua Portuguesa e ex-aluna do CEVA.
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