ABRIGO DE MENORES DO PORTÃO
Devido às dificuldades de triagem prévia, as meninas eram internadas diretamente na instituição, quando não houvesse a indicação do juizado de menores para serem encaminhadas à "Escola de Reforma". Sua lotação normal seria de 100 meninas, entretanto abrigou entre 140 a 160.
Esse estabelecimento foi administrado por religiosas da “Congregação de São Vicente de Paulo” e ocupava uma área de oito alqueires. A administração da instituição foi realizada mediante contrato com a Congregação, na base "per capita".
Até 1952, no Abrigo de Menores do Portão as meninas viviam em estado de superlotação, com encaminhamentos que privilegiavam a saúde, a higiene e a educação para o trabalho. A partir de 1953, passou a denominar- se Educandário Caetano Munhoz da Rocha, passando a atender meninos.
Diante dos aspectos da vida das crianças que viviam em uma instituição de assistência mantida pelo Estado percebe-se que os encaminhamentos priorizavam:
"Educar a criança desvalida: saudável, higiênica e apta para o trabalho". O Código de Menores de 1927 determinava as possíveis atividades que deveriam ser desenvolvidas pelos internos: “os menores se ocuparão em exercícios de leitura, escrita e contas, lições de cousas e desenho em trabalhos manuais, ginástica e jogos esportivos” (BRASIL, 1927).
O analfabetismo era comum entre as crianças que estavam inseridas nas instituições de assistência à infância desvalida. O Serviço de Assistência Social constata que era comum as crianças que passavam pelo abrigo serem analfabetas.
As recompensas por bom comportamento faziam parte das estratégias usadas para manter a disciplina e a obediência. Torna-se um exemplo para os demais e, o cerimonial de entrega, um fato marcante e pedagogicamente utilizado para dar lições de vida aos alunos. Em um relatório da Assistência Social, consta: “Cada Segunda-feira trazemos quatro menores (os mais bem comportados) a fim de darem um passeio pelo seguinte itinerário: Passeio Público, Praça Santos Andrade, Correio, e um passeio de elevador o que muito apreciam”.
Paulo Grani
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