ENTRANDO NA CERVEJARIA E PARQUE PROVIDÊNCIA
Nesta foto de Augusto Weiss, da primeira década de 1900
Flagrante da construção do primeiro bloco da fábrica com a residência da família anexa.
Foto: Acervo MP
Foto: Acervo MP
Em 1913, o fotógrafo Augusto Weiss registrou na entrada do Parque Providencia o sr. Ernesto Bengtsson e sua família: Da esquerda para a direita: o menino Ernesto Johann Kronland, as crianças Sigurd e Anna Suckow Bengtsson, Johann Ernid Waldemar Ernlund; os casais Carlos Gustavo Bengtsson e sua esposa Emma Suckow Bengtsson, Elijam Ernlund e sua esposa Emma Ernestina Bengtsson Ernlund (meus avós) com a filha Ellen no colo; Amália Bengtsson e seu noivo Carlos Lourenzen, Henriquetta Valt Bengtsson viúva de Bernardo Bengtsson, Crestruna Laxdal Bengtsson e Ernesto Bengtsson, o menino Oscar Johann Kronland, João Pedro Jonsson Kronland e sua esposa Anna Elida Bengtsson Kronland, Alma Christina e Emma Amanda Kronland.. A foto foi feita no ano de 1913 por Augusto Weiss.
(Texto e foto de Denise Ernlund Metynoski).
(Texto e foto de Denise Ernlund Metynoski).
Instalações de produção das cervejas da Cervejaria Providência.
Foto: Arquivo Publico do Paraná.
Foto: Arquivo Publico do Paraná.
Setor de vendas da Cervejaria Providência.
Foto: Arquivo Publico do Paraná.
Foto: Arquivo Publico do Paraná.
Funcionários e proprietários reunidos por ocasião de uma premiação das cervejas produzidas pela Cervejaria Providencia.
(Foto: Acervo de Denise Ernlund Metynoski)
(Foto: Acervo de Denise Ernlund Metynoski)
Um dos pavilhões do Parque Providência, onde bandas e músicos animavam os finais de semana dos curitibanos.
Foto: cervisiafilia.blogspot.com
Foto: cervisiafilia.blogspot.com
Família e funcionário posam às margens do lago formado dentro do bosque do Parque.
Foto: cervisiafilia.blogspot.com
Foto: cervisiafilia.blogspot.com
Propaganda da cervejaria veiculada em periodico da época.
ENTRANDO NA CERVEJARIA E PARQUE PROVIDÊNCIA
"Ernesto Bengtsson, imigrante sueco, após seu casamento com Krestruna natural da Islândia, fixou residência em Guajuvira, PR e ali nasceram seus quatro filhos: Anna, Carlos, Emma Ernestina e Amália.
Em Guajuvira, Ernesto tinha uma fábrica de barricas de madeira, naquela época havia uma grande demanda de barricas para embalar produtos comercializados e até exportados, principalmente erva-mate. Foi como fornecedor de barricas que ele travou conhecimento com o então proprietário de uma cervejaria e quando este decidiu vender a cervejaria e a área onde estava instalada, Ernesto decidiu comprar e mudar-se para Curitiba para onde Anna, já casada com João Pedro Jonsson Kronland,havia se mudado.
Em 1901, Ernesto e João Pedro adquiriram a área de cerca de 78.000 metros quadrados, onde já havia duas casas, ali passaram a residir, também havia a pequena fábrica de cerveja. Pretendendo se dedicar à fabricação de cerveja Ernesto e Kronland contrataram um engenheiro para fazer o projeto do prédio, com a parte residencial ocupando toda a frente da construção e instalações para a fábrica nos fundos, essa construção ficava no Bairro do Batel, na Rua Francisco Rocha na altura da Rua Guttemberg.
Com o maquinário importado da Europa, foi constituída a firma Ernesto Bengtsson & Cia. - Cervejaria Providência, que passou a ter como sócios majoritários Ernesto e seu genro Kronland e como sócios minoritários os filhos: Carlos, Emma Ernestina e Amália.
Ernesto auxiliado por seu filho Carlos era responsável pela parte industrial e comercial e Kronland responsável pela administrativa. No início a cervejaria somente produzia uma cerveja escura engarrafada com o nome Cerveja Providência.
De 30 de abril a 1º de dezembro de 1904 a Cervejaria Providência participou da Exposição Internacional de St. Louis (Louisiana Purchase Exposition St. Louis – 1904) recebendo medalha de bronze por suas cervejas.
Em 16 de março de 1907 foi publicado no Diário Oficial da União o deferimento do requerimento que Ernesto Bengtsson & Cia. fez para pagamento do depósito da marca Olho que distingue suas cervejas e bebidas alcoólicas, marca registrada na Junta Comercial do Paraná.
Entre 1907 e 1909, a família adquiriu da Baronesa de Serro Azul uma outra área, no bairro do Bigorilho, limítrofe do Batel, e também foram adquirindo vários lotes de pequenos proprietários perfazendo 42.900m quadrados, entre a Campina do Siqueira e a área adquirida em 1901. Essa nova área agregada que passou a se chamar Chácara da Providência, tinha uma nascente e um riacho que foi represado formando um lago.
Nessa época Curitiba tinha poucas opções de lazer para as famílias, Ernesto mandou preparar uma área dentro da Chácara da Providência com mesas para piquenique em meio à mata nativa.
O parque Recreio da Providência, como ficou conhecida a área preparada, atraía muitas pessoas nos finais de semana. Era um dos melhores pontos de encontro dos curitibanos na época. Em 1910 uma banda foi contratada para animar o Parque, tocando em um grande pavilhão aberto e muitos músicos amadores ali tocaram.
O Recreio estendia-se da avenida batel até a Rua Saldanha Marinho, ficando dentro de sua área o local onde mais tarde foi instalada a sede campestre da sociedade União Juventus. A entrada do Recreio Providência era um grande portão sob um arco localizada na Avenida Batel, exatamente em frente onde hoje é a Praça do Batel.
A linha do bonde passava pela Av. Batel bem em frente ao portal do Parque da Providência, o arco do portal continha os dizeres "Entrada do Recreio da Providência". Ainda hoje é possível ver antigos cedros e pinheiros do Recreio nessa região. Nos finais de ano era no Recreio Providência que os funcionários das grandes empresas reuniam-se para as comemorações. Aos domingos e feriados, no coreto uma banda animava o público até às 22 horas.
A Cervejaria Providência foi ampliada e a cerveja ali produzida passou a ser muito apreciada entre os curitibanos. Cerveja de alta qualidade, a Providência chegou até mesmo a ser premiada em 1911, na Exposição internacional Turim-Roma.
Em 1912, Emma Ernestina casou-se com João Elijan Bentham Ernlund. Na chácara providência, como era chamada, nasceram os filhos de João Elijan e Emma Ernestina: Oscar (nascido em 30/08/1913), Ellen, Elvira (falecida aos quatro anos), Waldemar (falecido aos oito anos), Ewald, Gerda, Hjalmar e João Reinaldo. Oscar Edvin Villiam Ernlund, ainda muito jovem, também participou das atividades da cervejaria de sua família, onde trabalhou como perito contador.
A partir de 1915, passou a fabricar três tipos de cervejas: a Providência escura, a Pilsen e a Sueca Especial. A Cervejaria Providencia foi a primeira cervejaria do sul do Brasil a exportar seus produtos para países da América do Sul.
Em janeiro de 1919, João Elijan Ernlund, genro de Ernesto Bengtsson, entrou como sócio minoritário da Cervejaria Providência, passando a trabalhar na parte industrial da empresa.
Da mesma forma que havia sido premiada anteriormente em duas exposições, foi também na Exposição do Centenário do Brasil, no Rio de Janeiro (1922), Gotemburgo (1923), Estocolmo (1930) e Centenário Farroupilha (1935). E os seus rótulos passaram a divulgar as imagens das premiações recebidas.
Em 1930, seu genro e sócio João Pedro Jonsson Kronland vendeu sua parte nas terras e na fábrica para Ernesto Bengtsson que passou a ser o único proprietário.
Com a morte de Carlos Bengtsson, em 1940, João Elijan assumiu totalmente a parte industrial da cervejaria. E como os herdeiros não se entendiam a fábrica acabou sendo vendida em 1945.
Os novos proprietários ainda mantiveram a fabricação de cerveja por poucos anos, mas nos anos seguintes migraram as instalações para a fabricação de produtos plásticos mantendo, entretanto, o nome Providência.".
(Extraído de: jornalbigorrilho.blogspot.com / Texto de Denise E. Metynoski)
Paulo Grani.