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quinta-feira, 9 de novembro de 2023

O SEMEADOR, DE ZACO PARANÁ Escultura "O Semeador", em bronze, do artista João Zaco Paraná, de 1923, colocada na Praça Eufrasio Correia, de Curitiba

 O SEMEADOR, DE ZACO PARANÁ
Escultura "O Semeador", em bronze, do artista João Zaco Paraná, de 1923, colocada na Praça Eufrasio Correia, de Curitiba


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O SEMEADOR, DE ZACO PARANÁ
Escultura "O Semeador", em bronze, do artista João Zaco Paraná, de 1923, colocada na Praça Eufrasio Correia, de Curitiba.
João Zaco Paraná foi o cognome adotado por Jan 'Zak, nascido em 1884, em Brzezany, na Polônia, e falecido no Rio de Janeiro, em 1961.
Escultor, pintor, retratista, desenhista e professor. Imigra com a família para o Brasil em 1887, Aprende carpintaria com o pai, Miguel Zak, e passa a esculpir santos e utensílios domésticos em madeira.
Auxiliado por engenheiros da ferrovia onde seu pai trabalha como ferreiro, instala-se em Curitiba, em 1895, a fim de empreender seus estudos. De 1898 a 1901, estuda, como bolsista do Governo do Estado do Paraná, na Escola de Belas Artes e Indústrias do Paraná. É aluno de Mariano de Lima (1858-1942), convivendo com João Turin (1880 - 1949). Nessa época passa assinar João Zaco Paraná. Entre 1901 e 1902 estuda na Escola Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro - Enba com Daniel Bérard (1846 - 1910).
No ano seguinte, com o auxílio do governo paranaense, embarca para Europa, onde reside por vários anos. Em 1908 faz uma viagem de estudos aos Estados Unidos. Na Europa, estuda (de 1903 a 1909), na Academia Real de Belas Artes em Bruxelas, Bélgica. Na Escola Superior de Belas Artes de Paris, sob a supervisão de Jules Coutan. Vive em Paris, onde conhece Marc Chagall, Constantin Brancusi, Aristide Maillol, Picasso, Amadeo Modigliani, Antoine Bourdelle, Juan Gris e Chain Soutine, mas se mantém ligado aos preceitos da escultura realista. Em 1913 realiza com o pintor James Wall Finn um painel decorativo para a Biblioteca Astor, em Nova York.
Em 1922, de volta ao Brasil, estabelece-se no Rio de Janeiro. Por volta de 1923, realiza O Semeador, encomenda em homenagem à contribuição dos poloneses à cultura brasileira. Na década de 1940, leciona modelagem na Enba, Rio de Janeiro, sendo efetivado como professor catedrático em 1949, com a apresentação da tese A Modelagem nas Artes do Desenho. Permanece nessa instituição até 1953.
A escultura de Zaco Paraná é inicialmente influenciada pelo diálogo com a fotografia, utilizada como recurso para o estudo da composição, como instrumento de análise do movimento da figura humana, de estudo de poses ou mesmo na observação dos diferentes jogos de claro-escuro formados na incidência de luz sobre objetos e materiais. O artista atribui grande importância ao modelado, considerado a base de toda criação em escultura.
A relevância do procedimento para o artista pode ser notada em trabalhos como Amor Materno, 1907, ou Menina de Máscaras, de 1913, pertencente ao acervo da Pinacoteca do Estado de São Paulo - Pesp. Ambas de bronze, revelam um modelado preocupado em captar as formas de maneira sintética, através de uma linha contínua e sinuosa que delimita superfícies e volumes quase sem atritos ou interrupções, à maneira de Bourdelle ou Maillol, escultores que admira e com os quais convive em Paris nos anos 1910. Nessas obras, é possível perceber certa influência das discussões relativas à escultura moderna, embora o artista posteriormente demonstre frustração por não ter se afastado completamente dos preceitos da escultura realista.
No contexto da arte paranaense, Zaco Paraná é considerado, com o pintor Theodoro de Bona e os escultores João Turin e Erbo Stenzel, um dos representantes do movimento de renovação artística dos anos 1920, de forte cunho regionalista, característica de várias manifestações das vanguardas no Brasil do início do Século XX. Imbuído desse caráter de redescoberta do dado local, funda com o escultor João Turim e o artista e cientista Frederico Lange (Lange de Morretes) o movimento "paranista" (1927-1930), que tem como mote a identidade regional do Estado, com a construção de um imaginário a partir de símbolos da cultura paranaense.
(Fonte: Wikipedia)
Paulo Grani.