Regional Santa Felicidade
Bairro: Campo Comprido
Logradouro: jardinete
Adelino Fressato nasceu em Curitiba, a 1° de outubro de 1912. Era filho de Antonio Romano Fressato e de Luiza Fressato. Foi casado com Hygina Enea Stella Bocchino Fressato, com quem teve três filhos: Romano, Romeu e Rubens. Tenor lírico, dedicou-se à ópera e outros estilos. Foi professor de violão, mas também manejava com destreza o bandolim. Passou a integrar uma dupla lírica com a cantora Hygina Bocchino, que posteriormente viria a ser sua esposa. Entre 1947 e 51, no auge dos programas de auditório transmitidos ao vivo pelas rádios, Adelino e Hygina ocuparam o horário dos sábados à noite na Rádio Clube Paranaense (PRB2).
A dupla marcou época acompanhada por orquestras como a do maestro Angelo Antonello, a orquestra Pirolito e a Orquestra do Genésio, que por muitos anos animou os Chás da Turma de Engenharia da Universidade do Paraná. As apresentações da dupla na casa noturna Boneca do Iguaçu, acompanhados pelo acordeonista virtuose Cláudio Todisco ou pelo pianista Athaide Zeike também são lembradas até hoje. Adelino faleceu no dia 2 de março de 2004.
Fontes:
Blog do radialista Paulo Branco
http://paulobrancoradialista.wordpress.com/2011/04/02/nossa-homenaem-a-hygina/
Histórias do Rádio Paranaense (Ubiratan Lustosa)
http://www.ulustosa.com/GALERIA%20-%20Hygina%20e%20Adelino.htm
fotos fatos e curiosidades antigamente O passado, o legado de um homem pode até ser momentaneamente esquecido, nunca apagado
quarta-feira, 4 de abril de 2018
Ada Macaggi Bruno Lobo (1906-1947)
Regional Boa Vista
Bairro: Bairro Alto
A escritora Ada Macaggi Bruno Lobo nasceu em Paranaguá, no dia 29 de março de 1906. Filha de Narcizo Macaggi e Maria Paiva Macaggi, concluiu os estudos primários em sua cidade natal, transferindo-se em seguida para Curitiba, onde ingressou na escola normal. Encerrado o curso em 1924, exerceu o magistério em sua cidade natal.
Sua estreia na literatura se deu em 1927, com o livro Vozes Efêmeras, recebido com entusiasmo pela crítica. Ada Macaggi também se dedicou ao canto e ao violão, apresentando-se em festivais realizados no Rio de Janeiro e em Curitiba. Sua carreira se desenvolveu de forma paralela ao movimento modernista e, embora a obra de Ada não se enquadre de forma estrita nos moldes desse movimento, ela sempre esteve em contato com seus representantes, como comprova o fato de que seu último livro, Ímpetos, de 1943, que recebeu ilustrações da pintora Anita Malfatti. Ada também contribuiu em vários órgãos de imprensa, com destaque para a revista O Cruzeiro. Faleceu no Rio de Janeiro a 12 de novembro de 1947.
Fontes:
Bueno, Wilma de Lara. A literatura e a formação da identidade feminina no Paraná dos anos 30. Universidade Tuiuti do Paraná
www.sbhe.org.br/novo/congressos/cbhe3/Documentos/Individ/Eixo6/414.pdf
Bueno, Wilma de Lara. Mulheres escritoras no Paraná dos anos 30.Universidade Tuiuti do Paraná
http://sbhe.org.br/novo/congressos/cbhe2/pdfs/Tema5/0510.pdf
Iorio, Regina Helena Sabóia. Literatose Literatura na Curitiba na década de 20. Tese apresentada para obtenção do título de Doutor na Universidade Federal do Paraná, Pós-graduação em História do Brasil
www.poshistoria.ufpr.br/documentos/2004/Reginaelenasaboiaiorio.pdf
Bairro: Bairro Alto
A escritora Ada Macaggi Bruno Lobo nasceu em Paranaguá, no dia 29 de março de 1906. Filha de Narcizo Macaggi e Maria Paiva Macaggi, concluiu os estudos primários em sua cidade natal, transferindo-se em seguida para Curitiba, onde ingressou na escola normal. Encerrado o curso em 1924, exerceu o magistério em sua cidade natal.
Sua estreia na literatura se deu em 1927, com o livro Vozes Efêmeras, recebido com entusiasmo pela crítica. Ada Macaggi também se dedicou ao canto e ao violão, apresentando-se em festivais realizados no Rio de Janeiro e em Curitiba. Sua carreira se desenvolveu de forma paralela ao movimento modernista e, embora a obra de Ada não se enquadre de forma estrita nos moldes desse movimento, ela sempre esteve em contato com seus representantes, como comprova o fato de que seu último livro, Ímpetos, de 1943, que recebeu ilustrações da pintora Anita Malfatti. Ada também contribuiu em vários órgãos de imprensa, com destaque para a revista O Cruzeiro. Faleceu no Rio de Janeiro a 12 de novembro de 1947.
Fontes:
Bueno, Wilma de Lara. A literatura e a formação da identidade feminina no Paraná dos anos 30. Universidade Tuiuti do Paraná
www.sbhe.org.br/novo/congressos/cbhe3/Documentos/Individ/Eixo6/414.pdf
Bueno, Wilma de Lara. Mulheres escritoras no Paraná dos anos 30.Universidade Tuiuti do Paraná
http://sbhe.org.br/novo/congressos/cbhe2/pdfs/Tema5/0510.pdf
Iorio, Regina Helena Sabóia. Literatose Literatura na Curitiba na década de 20. Tese apresentada para obtenção do título de Doutor na Universidade Federal do Paraná, Pós-graduação em História do Brasil
www.poshistoria.ufpr.br/documentos/2004/Reginaelenasaboiaiorio.pdf
O Monge do Cajuru
Com um movimento lento ergue o corpanzil cansado, fatigado até, após longo dia de trabalho.
No poente já se despede o sol, deixando como lembrança um céu avermelhado, sinal de bom tempo.
Amanhã será outro dia seco para a lavoura, quente para o trabalho.O verão se aproxima.
Esta é mesmo uma especialidade do ancião: a previsão do tempo.
Raramente erra, quem sabe uma ou duas vezes nesses setenta e poucos anos. A vista falha um pouco, mas a percepção não o engana. É hora de recolher o corpo exausto, sentar pela varanda da casa e contemplar o final do espetáculo - a partida da luz espalha pelo palco as estrelas.
Não gosta da lua o anacore-ta.
Isolado convive com o sol, trabalha na plantação, venerando a brisa e respeitando vento e tempestade, bastante distantes nessa época do ano.
Logo é hora de dormir, de esticar as costas largas, proporcionais a altura de quase dois metros.
A barba e os cabelos imundos acompanham a proporção, derramados sobre o peito robusto, igualmente sujo.
Difícil lembrar a última vez que tomou banho. Não é por acaso que o apelidaram de monge, "O Monge do Cajuru".
A descrição até pode ser e-xata da figura lendária que viveu em Curitiba no começo deste século.
Era André Helar, catarinense que com seis meses viu transferido o domicílio para a capital paranaense.
Do mundo ficou isolado. Não só porque Curitiba fosse um lugarejo, uma vila com poucos habitantes, também pelo temperamento esquivo.
Vivia na chácara "Quaresma", apelidado popularmente de "O Campo do Monge", lugar pitoresco, rodeado de pi-nheioros e cravejado de flores campestres.
Ali, resguardado das preocupações mundanas, cresceu, experimentou idade adulta e aguardou a velhice - sempre com saúde e resistência.
Teve ocasião em que procurou a convivência humana.
Também já foi jovem, e encontrou o casamento. Não resistiu.
Na mesma noite de núpcias abandonou o leito conjugal para dormir na estrebaria. A esposa fugiu, algum tempo depois.
Também experimentou o desenho, chegando a fazer regularmente alguns trabalhos.
Desistiu em função da agricultura.
Sempre de subsistência, para evitar envolvimento com a sociedade.
André não temia as pessoas.
Era receptivo até com os que o procuravam pela curiosidade de conhecer a mítica figura e mesmo com os que queriam-no apenas para memória, na irrespeituosa ânsia de fotografar um "urso humano e urbano".
Quem sabe a todos tolerasse, ou ainda, ignorasse.
Mas a muita gente prestava serviço, emprestando a capacidade natural de lidar com a difícil arte da meteorologia.
Os agricultores da região, vizinhos de onde hoje é o enfurnado bairro do Cajuru, sabiam de antemão quando 1a chover ou quando o sol castigaria ferozmente a lavoura.
Uma previsão do tempo com até uma semana de antecedência, coisa que atualmente muitos curitibanos famosos arriscam fazer.
Mas só arriscam...
Luiz Henrique Weber é jornalista.
Fonte: Historias de Curitiba Paraná.
No poente já se despede o sol, deixando como lembrança um céu avermelhado, sinal de bom tempo.
Amanhã será outro dia seco para a lavoura, quente para o trabalho.O verão se aproxima.
Esta é mesmo uma especialidade do ancião: a previsão do tempo.
Raramente erra, quem sabe uma ou duas vezes nesses setenta e poucos anos. A vista falha um pouco, mas a percepção não o engana. É hora de recolher o corpo exausto, sentar pela varanda da casa e contemplar o final do espetáculo - a partida da luz espalha pelo palco as estrelas.
Não gosta da lua o anacore-ta.
Isolado convive com o sol, trabalha na plantação, venerando a brisa e respeitando vento e tempestade, bastante distantes nessa época do ano.
Logo é hora de dormir, de esticar as costas largas, proporcionais a altura de quase dois metros.
A barba e os cabelos imundos acompanham a proporção, derramados sobre o peito robusto, igualmente sujo.
Difícil lembrar a última vez que tomou banho. Não é por acaso que o apelidaram de monge, "O Monge do Cajuru".
A descrição até pode ser e-xata da figura lendária que viveu em Curitiba no começo deste século.
Era André Helar, catarinense que com seis meses viu transferido o domicílio para a capital paranaense.
Do mundo ficou isolado. Não só porque Curitiba fosse um lugarejo, uma vila com poucos habitantes, também pelo temperamento esquivo.
Vivia na chácara "Quaresma", apelidado popularmente de "O Campo do Monge", lugar pitoresco, rodeado de pi-nheioros e cravejado de flores campestres.
Ali, resguardado das preocupações mundanas, cresceu, experimentou idade adulta e aguardou a velhice - sempre com saúde e resistência.
Teve ocasião em que procurou a convivência humana.
Também já foi jovem, e encontrou o casamento. Não resistiu.
Na mesma noite de núpcias abandonou o leito conjugal para dormir na estrebaria. A esposa fugiu, algum tempo depois.
Também experimentou o desenho, chegando a fazer regularmente alguns trabalhos.
Desistiu em função da agricultura.
Sempre de subsistência, para evitar envolvimento com a sociedade.
André não temia as pessoas.
Era receptivo até com os que o procuravam pela curiosidade de conhecer a mítica figura e mesmo com os que queriam-no apenas para memória, na irrespeituosa ânsia de fotografar um "urso humano e urbano".
Quem sabe a todos tolerasse, ou ainda, ignorasse.
Mas a muita gente prestava serviço, emprestando a capacidade natural de lidar com a difícil arte da meteorologia.
Os agricultores da região, vizinhos de onde hoje é o enfurnado bairro do Cajuru, sabiam de antemão quando 1a chover ou quando o sol castigaria ferozmente a lavoura.
Uma previsão do tempo com até uma semana de antecedência, coisa que atualmente muitos curitibanos famosos arriscam fazer.
Mas só arriscam...
Luiz Henrique Weber é jornalista.
Fonte: Historias de Curitiba Paraná.
Histórias de Curitiba - Shopping Curitiba
Shopping Curitiba
ABRIGO CENTENÁRIO DE DIVERSAS UNIDADES MILITARES
Valério Hoerner Júnior
O edifício do Shopping Curitiba, situado na praça Osvaldo Cruz, é tombado pelo patrimônio histórico e, para sua reforma,
como é natural, foi exigido que se mantivesse íntegra parcela física substancial da construção básica.
Foi projetado para servir de quartel e por cem anos isto se deu.
No ano da sua inauguração, 1886, quando inicialmente abrigou o 2° Corpo de Cavalaria de Linha (de 1886 a 1889), a atual praça Osvaldo Cruz, então mais um simples espaço descampado com algumas casas de moradia em torno, havia recém-tomado a denominação de Taunay, em homenagem a Alfredo d'Escrag-nole Taunay - Visconde de Taunay que fora presidente da Província do Paraná naquele ano.
Embora com a fachada e pátio central tombados, não foi observada a conservação da cor azul, original, que já na década de trinta fora substituída pela cor cinza.
Sua construção foi iniciada em 1879 pelo capitão de engenheiros Francisco Clementino de San Tiago Dantas, avô do advogado, professor e político brasileiro de mesmo nome, que foi ministro das Relações Exteriores e da Fazenda no tumultuado período de governo do presidente João Goulart.
Permaneceu à frente das obras até outubro de 1880, para dar então lugar ao engenheiro militar, capitão Francisco Antônio Monteiro Tourinho, que as concluiu.
No episódio da tomada de Curitiba pelos maragatos, ocorrido de 20 de janeiro a fins de abril de 1894, durante a revolução federalista, o local serviu de quar-tel-general a Gumercindo Saraiva, comandante das forças revolucionárias.
Este episódio originaria, em seguida, ao ser retomada a cidade, o desforço das tropas gover-nistas de Floriano Peixoto, culminando, no Paraná, em 20 de maio de 1894, com os fuzilamentos na Serra do Mar, quilômetro 65, onde perderam a vida Ildefonso Pereira Correia - Barão do Serro Azul -, Lourenço Rodrigo de Mattos Guedes, Prescilliano da Silva Correia, Balbino Carneiro de Mendonça, José Lourenço Schleder e José Joaquim Ferreira de Moura.
Em 1894, o quartel, já abrigando o 13" Regimento de Cavalaria (de 1890 a 1910), formou-se, em seu pátio central, junto ao portão de entrada, no dia 17 de abril, por ordem do próprio general Gumercindo Saraiva, o pelotão de fuzilamento que executou Inácio José Diniz, assassino de Maria Bueno, crime que um ano e pouco antes abalara Curitiba pelos requintes de selvagismo que apresentara.
Ocorreu que Diniz aguardava, na Cadeia Pública, um segundo julgamento popular, uma vez que tenha sido absolvido, no primeiro, por falta de provas.
Soltou-se na confusão da fuga das autoridades políticas e militares (Vicente Machado, vice-governador do Estado em exercício, e Pêgo Júnior, comandante do Distrito Militar), ante a iminência de invasão por parte dos revolucionários maragatos.
Diniz, anspeçada do 13" Regimento, retornara às fileiras de onde saíra, misturando-se com os gaúchos do quartel.
Autor de um segundo homicídio, foi enredado por circunstâncias curiosas e levado a confessar este crime diante do comandante federalista.
Foi fuzilado na hora.
Além das referidas unidades militares, abrigou também, de 1911 a 1919, o 2° Regimento de Artilharia Montada,- de 1920 a 1938, o 9° Regimento e de 1939 a 1949, o 3°; de 1950 a 1971, nele instalou-se o CPOR e, de 1972 a 1993, o 5° Batalhão Logístico.
Valério Hoerner Júnior é escritor
Fonte: Historias de Curitiba Paraná.
ABRIGO CENTENÁRIO DE DIVERSAS UNIDADES MILITARES
Valério Hoerner Júnior
O edifício do Shopping Curitiba, situado na praça Osvaldo Cruz, é tombado pelo patrimônio histórico e, para sua reforma,
como é natural, foi exigido que se mantivesse íntegra parcela física substancial da construção básica.
Foi projetado para servir de quartel e por cem anos isto se deu.
No ano da sua inauguração, 1886, quando inicialmente abrigou o 2° Corpo de Cavalaria de Linha (de 1886 a 1889), a atual praça Osvaldo Cruz, então mais um simples espaço descampado com algumas casas de moradia em torno, havia recém-tomado a denominação de Taunay, em homenagem a Alfredo d'Escrag-nole Taunay - Visconde de Taunay que fora presidente da Província do Paraná naquele ano.
Embora com a fachada e pátio central tombados, não foi observada a conservação da cor azul, original, que já na década de trinta fora substituída pela cor cinza.
Sua construção foi iniciada em 1879 pelo capitão de engenheiros Francisco Clementino de San Tiago Dantas, avô do advogado, professor e político brasileiro de mesmo nome, que foi ministro das Relações Exteriores e da Fazenda no tumultuado período de governo do presidente João Goulart.
Permaneceu à frente das obras até outubro de 1880, para dar então lugar ao engenheiro militar, capitão Francisco Antônio Monteiro Tourinho, que as concluiu.
No episódio da tomada de Curitiba pelos maragatos, ocorrido de 20 de janeiro a fins de abril de 1894, durante a revolução federalista, o local serviu de quar-tel-general a Gumercindo Saraiva, comandante das forças revolucionárias.
Este episódio originaria, em seguida, ao ser retomada a cidade, o desforço das tropas gover-nistas de Floriano Peixoto, culminando, no Paraná, em 20 de maio de 1894, com os fuzilamentos na Serra do Mar, quilômetro 65, onde perderam a vida Ildefonso Pereira Correia - Barão do Serro Azul -, Lourenço Rodrigo de Mattos Guedes, Prescilliano da Silva Correia, Balbino Carneiro de Mendonça, José Lourenço Schleder e José Joaquim Ferreira de Moura.
Em 1894, o quartel, já abrigando o 13" Regimento de Cavalaria (de 1890 a 1910), formou-se, em seu pátio central, junto ao portão de entrada, no dia 17 de abril, por ordem do próprio general Gumercindo Saraiva, o pelotão de fuzilamento que executou Inácio José Diniz, assassino de Maria Bueno, crime que um ano e pouco antes abalara Curitiba pelos requintes de selvagismo que apresentara.
Ocorreu que Diniz aguardava, na Cadeia Pública, um segundo julgamento popular, uma vez que tenha sido absolvido, no primeiro, por falta de provas.
Soltou-se na confusão da fuga das autoridades políticas e militares (Vicente Machado, vice-governador do Estado em exercício, e Pêgo Júnior, comandante do Distrito Militar), ante a iminência de invasão por parte dos revolucionários maragatos.
Diniz, anspeçada do 13" Regimento, retornara às fileiras de onde saíra, misturando-se com os gaúchos do quartel.
Autor de um segundo homicídio, foi enredado por circunstâncias curiosas e levado a confessar este crime diante do comandante federalista.
Foi fuzilado na hora.
Além das referidas unidades militares, abrigou também, de 1911 a 1919, o 2° Regimento de Artilharia Montada,- de 1920 a 1938, o 9° Regimento e de 1939 a 1949, o 3°; de 1950 a 1971, nele instalou-se o CPOR e, de 1972 a 1993, o 5° Batalhão Logístico.
Valério Hoerner Júnior é escritor
Fonte: Historias de Curitiba Paraná.
A FAMILIA ROBERT CHEGA À COLÔNIA ARGELINA, CURITIBA
"Frederico José Cardais d'Araújo Abranches. Faço saber que tendo Jacques Robert requerido compra da casa n° 16 do lote de campo n° 16 e a da floresta n° 6, situados no núcleo colonial do Bacachery, mandei-lhe passar pela Secretaria desta Presidência o presente título provisório que será substituído pelo definitivo logo que o comprador se mostrar quite com a Fazenda Nacional. Vae este título por mim assignado e sellado com sello da mesma Secretaria. Palácio da Presidência do Paraná, em 22 de junho de 1874, (ass) Frederico José d'Araújo Abranches" (livro 62, acervo do Arquivo Público do Paraná).
Pelo título provisório acima, conseguimos saber que Jacques Robert adquiriu o lote n° 16 da Colônia Argelina. Não consegui nada a respeito do que seria o lote de floresta n° 6.
"Jacques Roberto. O Sr. Francisco Xavier da Silva Procurador do Estado, Faz saber que tendo Jacques Robert comprado o lote n° 16 da colônia Argelina (ilegível) a área de 80.000 m² (ilegível) 8,5 m (ilegível) com a Fazenda do Estado para a qual passaram (ilegível) direito de propriedade no dito terreno (ilegível) com a lei (ilegível), (ass) Fco Xavier" (sem local, sem data, acervo do ITCG)
A partir desse titulo provisório, conseguimos saber que o lote de Jacques Robert era de 80.000 m². Abaixo a localização do lote dentro da colônia e atualmente, dentro do aeroporto do Bacacheri.
O mapa da esquerda é da colônia Argelina e destaca o lote n° 16, de Jacques Robert, faz parte do acervo do ITCG. O mapa da direita é do IPPUC e está demarcada a região aproximada do lote de Jacques, localizado no terreno do aeroporto do Bacacheri.
A imagem abaixo é do acesso principal ao lote de Jacques, atualmente dentro do aeroporto, marcado com o pino amarelo nos mapas acima.
Não sei até quando a família Robert permaneceu na colônia Argelina. Desde 1885 o lote 16 estaria com o italiano Pedro Zechin e contaria com uma casa de madeira, roça de milho, centeio e vinhas e mais 3 cabeças de gado. Em 1885 terminou a construção do trecho Curitiba-Paranaguá da estrada de ferro e a família pode ter se mudado para outro lugar, provavelmente no mesmo bairro. Arquivo Público do Paraná, livro códice 832, Estatísticas das colônias da Província do Paraná, organizada em dezembro de 1887.
RUA SILVA JARDIM, CURITIBA
Curitiba no início do século XX.
Antônio Robert e Helena Gerber casaram em meados do ano de 1900. Meu avô Fernandes nasceu em outubro de 1900 e foi registrado no cartório do Portão, então acredito que a família, nesta ocasião, devia morar nessa região. Morava no bairro do Portão o irmão de Helena, Fernando Gerber.
Provavelmente por volta de 1905 a família mudou para uma região mais central, na rua Silva Jardim, em alguns documentos nº 171 em outros nº 194. Em 1909, com certeza, já estava nesse endereço, próximo à rua João Negrão, praticamente ao lado da estação ferroviária de Curitiba, local de trabalho de Antônio Robert. Como seria a região ?
Quando mudaram usavam água de poço, mas logo o abastecimento seria com água encanada.
Água encanada desde 1911, Jornal A República de 10 de outubro de 1910, daqui.
O nr. 171/194 da Silva Jardim era rodeado pelo pequeno comércio, pequenas vendas, uma padaria, casinhas de aluguel no nr. 164, um açougue no 172, um botequim no 222. E toda essa diversidade trazia alguns problemas ...
Delicioso ler uma notícia dessas:
Jornal A República de 29 de outubro de 1910.
Jornal A República de 29 de setembro de 1911.
Jornal A República de 7 de maio de 1912.
Na edição de 07 de março de 1913, saiu na pg. 4 do jornal Diário da Tarde, o seguinte:
“O vizindario (vizinhança) queixa-se da fedentina, produzida pelos restos de bofes, buxo, tripas, o diabo, que costumam lançar nos quintais. Ora, dentro do quadro urbano não deve ser permitido isso e nem o (no) quintal, numa cidade como a nossa, (não) é logar próprio para deposito e lavagem de detrictos. Além disso, o cidadão não pode, em sua casa, estar sujeito a sofrer as consequencias da falta de higiene observada em casas de outrem.”
Em 11 de abril de 1913, o Diário da Tarde publicou:
“Diversos moradores da rua Silva Jardim veem recorrer, a bem da higiene publica, ao impoluto Diário da Tarde, sempre prompto a pugnar pelos interesses da nossa bela capital e solicitar... a atenção do sr. fiscal de posturas municipais para um estabulo (tendo mais de 5 vacas) estabelecido clandestinamente, em plena rua... entre as Lamenha Lins e Brigadeiro Franco, cuja emanação pestilenta traz as narinas dos transeuntes e moradores próximos em constante sobressalto e os mosquitos sempre em festa, pois o seu proprietário não remove o estrume. Ora, sr. redactor, isto não é serio numa capital como a nossa..”
Uma tentativa de lidar com a questão do saneamento básico e urbanização numa cidade que estava crescendo. Difícil imaginar esse quadro na Silva Jardim de hoje .... tão adensada e caótica, mas nos arredores do centro da cidade, em regiões mais distantes, sim ... é possível ...
Algo me diz que o "foca" se equivocou. Não conheço nenhum Emílio Robert, você conhece ? Jornal A República de 26 de janeiro de 1914.
Jornal A República de 11 de abril de 1914
Jornal A República de 30 de outubro de 1914.
Jornal A República, 28 de dezembro de 1914.
Depois do falecimento de Antônio Robert, em 1923, a família saiu da av. Silva Jardim, não sei exatamente quando. Em 1925 a mãe de Antônio Robert, Maria Louise Coste, faleceu na av. Silva Jardim 171, veja aqui. Em 1939 a família já estava na rua cel. Dulcídio.
Jornal A República de 11 de abril de 1914
Jornal A República de 30 de outubro de 1914.
Jornal A República, 28 de dezembro de 1914.
Depois do falecimento de Antônio Robert, em 1923, a família saiu da av. Silva Jardim, não sei exatamente quando. Em 1925 a mãe de Antônio Robert, Maria Louise Coste, faleceu na av. Silva Jardim 171, veja aqui. Em 1939 a família já estava na rua cel. Dulcídio.
Foto de João Groff (detalhe), sem data, (1920-1930 ?), foto completa aqui. |
av. Iguaçú, av. Silva Jardim, av. Sete de Setembro, av. Vis. Guarapuava, década de 1940, daqui |
av. Silva Jardim, atualmente, daqui |
rua Cel. Dulcídio, 25 de dezembro de 1941 casa de Helena Gerber Robert (direita) |
A IGREJA LUTERANA EM CURITIBA
As famílias Gerber e Bunde, frequentaram a Igreja Luterana de Curitiba, desde que chegaram à capital. Provavelmente entre o final da década de 1860 e início da década de 1870.
A primeira família alemã em Curitiba data do ínício da década de 1830, mas a grande maioria chegou à cidade em meados do século XIX, 1850 ou mais, vindos da Colônia Dona Francisca (Joinville).
Em 1857 foi fundado o Cemitério Luterano de Curitiba, na travessa Luthero 123, bairro Alto da Glória, ele é anterior à Igreja. Ali foram sepultados João Gerber (1905) e Albertina Bunde (1920).
Sobre a criação do Cemitério Luterano, leia aqui.
A comunidade alemã em Curitiba começou a ser assistida por um pastor em 1866, ainda sem uma igreja.
Em 1876 construiu-se a primeira igreja propriamente dita, um prédio de madeira, com arquitetura germânica.
Sobre a criação do Cemitério Luterano, leia aqui.
A comunidade alemã em Curitiba começou a ser assistida por um pastor em 1866, ainda sem uma igreja.
Em 1876 construiu-se a primeira igreja propriamente dita, um prédio de madeira, com arquitetura germânica.
A última gravura é a cópia de uma obra do pintor Hugo Calgan.
Não muito resistente às intempéries, logo se fez necessário um novo prédio, que foi inaugurado em 1897.
Abaixo, como se encontra atualmente o prédio da Igreja Luterana de Curitiba, Paróquia Cristo Redentor - Comunidade Evangélica do Redentor, localizado na rua Trajano Reis 199, no centro da cidade.
Aí se encontra o acervo dos assentamentos de batismo, confirmação, casamento e óbitos dos luteranos de Curitiba desde o séc. XIX, inlcusive dos Gerber e dos Bunde. Essas famílias devem ter frequentado as duas casas, talvez até a mesmo a casa do pastor, antes da construção da primeira igreja !
Niemeyer, Ernesto - Os allemães no Paraná, esboço histórico
para o texto e imagens, IECLB História e Curitiba-Paraná.
Praça da Estação - Estação Ferroviária
1909: Na praça da Estação, civis e militares abrem alas para a passagem do Presidente Affonso Penna, em visita oficial ao Paraná. No início do século XX, Curitiba regulava a passagem de tempo pelo apito do trem. A Estação Ferroviária, ao fundo, foi inaugurada em 2 de fevereiro de 1885 "sobre o eixo da rua Leitner" (depois da liberdade, depois Barão do Rio Branco), conforme encomenda do Comendador Ferrucci ao projetista italiano Michelangelo Cuniberti. O edifício original era baixo, com três portadas sobre a escadaria da futura Avenida Sete de Setembro, encimadas por modesta cobertura e tendo por centro de interesse um relógio (depois colocado no estádio Durival de Britto e Silva).
Palácio Avenida, 1929
O Palácio Avenida em 1929, ano em que ficou pronto, na esquina da Avenida Luiz Xavier com a Travessa Oliveira Bello. Aparecem A Casa Combate, Alfaiataria Avenida, O Cine Avenida- um dos primeiros de Curitiba- e o escristório do jornal O Estado de S. Paulo. Uma das primeiras edificações de porte de Curitiba, construída entre 1927-29, tendo como empreendedor o comerciante Felix Mehry. Entre escritórios e estabelecimentos comerciais, abrigou o café e o folclórico Bar Guaíraca.
A Avenida Luiz Xavier , que dá início na Rua XV de Novembro, era aberta ao tráfico dos poucos veículos da época.
A Avenida Luiz Xavier , que dá início na Rua XV de Novembro, era aberta ao tráfico dos poucos veículos da época.
Assinar:
Postagens (Atom)