domingo, 9 de outubro de 2022

NOME DE ESCOLA: QUEM FOI FRANCISCO DOS SANTOS JÚNIOR?

 

NOME DE ESCOLA: QUEM FOI FRANCISCO DOS SANTOS JÚNIOR?


Francisco dos Santos Junior, nasceu em Portugal no dia 08 de Dezembro de 1928, naturalizado brasileiro, casado com Filomena da Silva Santos, deste casamento tiveram seis filhos: Francisco Leonel dos Santos,Maria de Fátima dos Santos, Maria Zita dos Santos, Zita Maria dos Santos, Maria Jovelina dos Santos (Falecidos) e  Francisco Carlim dos Santos. Chegou no litoral Paranaense em 1952, tendo como profissão inicial a função de pedreiro, mais tarde agricultor e comerciante, proprietário da Fazenda São Francisco, localizada na Colônia Cambará, atualmente Parque Aquático “Águas Claras”. Na área privada foi arrendatário da sociedade Duque de Caxias em Matinhos, onde trabalhou com hotelaria, restaurante e churrascaria.  Foi proprietário do Caravelas Praia Clube e do Funchal Clube de Paranaguá. Foi proprietário da 1ª churrascaria de Paranaguá, foi empresário na área de hotelaria em Paranaguá. Em Matinhos foi proprietário do Estádio Francisco dos Santos, considerado um dos melhores do litoral na época, com sistema de iluminação. Foi Vice-Presidente do Rio Branco Esporte Clube, Diretor do Clube Atlético Seleto, ambos de Paranaguá. Presidente da Associação Atlético Matinhos e Clube Atlético Cambará de Matinhos. Foi um dos grandes incentivadores do esporte amador e profissional do litoral. Em atividade política, foi candidato a prefeito por duas vezes, pelo PMDB, onde exerceu cargos de direção do partido. Na administração do Prefeito João Jacinto Mesquita, exerceu o cargo de Diretor de Obras. Cavalheiro-Comendador da Confraria da Fraternidade de São Luiz IX e Legião de Branca de Castelo, da Câmara Brasileira, com sede em São Paulo. Cavalheiro da Boca maldita de matinhos e Curitiba. No dia 23 de Junho de 1997 recebeu o Título de Cidadão Honorário de Matinhos.

NOME DE RUA: QUEM FOI FRANCISCA RAMOS?

 

NOME DE RUA: QUEM FOI FRANCISCA RAMOS?




Dona Francisca, como era conhecida pelos vizinhos, familiares e amigos, nasceu no bairro do Cambará, em Matinhos, filha de Arcendina. Por falta de condições de sua mãe, já com dois anos de idade, deixou seus quatro irmãos e sua casa para ser criada por Indalício e Maria, moradores no Balneário Praia Grande, onde desde nova aprendeu o trabalho da roça. Adorava os Bailes de Fandango que seu pai realizava em sua casa. Num destes bailes conheceu João Eulázio, pescador das redondezas, tinha 15 anos quando se casou com ele. 


Após vinte anos de casamento S. João faleceu, deixando Dona Francisca para criar sozinha seus dez filhos: Lopez, Guido, Jandira, Irene, Amélia, Roger, Vilmar, Maria, Nozor e Renê. Trabalhava na roça, onde plantava arroz, batata e mandioca, fabricação da farinha de Mandioca e na confecção de cestos de cipó e os vendia nos comércios do centro da cidade. Muitas vezes se via obrigada a trocar seu trabalho artesanal por verduras para alimentar os filhos. Dona Francisca Ramos veio a falecer com 83 anos no ano de 1995, e por indicação de familiares a Nomeação da Rua foi feita pela SANEPAR e sancionada no ano de 1998 pelos Vereadores e pelo Prefeito.

NOME DE CMEI: QUEM FOI "GIGI BONATTO"

 

NOME DE CMEI: QUEM FOI "GIGI BONATTO"


Dona Gigi Bonatto foi uma daquelas personalidades que fez questão de não apenas passar, mas deixar marcas por onde passou... Matinhense de nascimento, de luta e, principalmente, de coração; escreveu um livro com suas fantásticas memórias sobre a vida que por aqui "marcou". Abaixo o texto de apresentação onde seus filhos, lindamente, mostram quem foi a excepcional mulher matinhense, Gigi Bonatto:

"Escrevia no quadro-negro de uma pequena escola pública de Matinhos, em letras grandes e dizia a seus novos alunos:
- JOCELINA, este é meu nome.
Imediatamente um dos alunos erguia as mãos e argumentava:
- Minha mãe me disse que o nome da minha professora seria Dona Gigi.
- Então pra vocês eu serei a Dona Gigi.
E esse fato se repetia a cada ano. Na nossa pequena cidade dificilmente alguém que não fosse um parente ou um amigo muito próximo saberia dizer qual era o seu verdadeiro nome. Pra que mais que Gigi? Simples o nome, e mais, ainda a portadora. Não tinha porque ser diferente. Nasceu num lugar onde não havia nada que lembrasse luxo, num caloroso mês de janeiro. Filha de lavradores, primogênita numa lista de doze filhos que tiveram Etelvina e Alexandre. Por curiosidade e esperteza aprendeu o bê-a-bá em casa, antes mesmo que fosse levada à escola isolada, como eram chamadas as escolas que se subordinavam às ordens de Paranaguá.
Ainda criança ficou muito doente, cujo mal não havia quem tratasse em Matinhos. Foi levada para Curitiba, por turistas que frequentavam o balneário e por lá ficou durante parte de sua mocidade. Em Curitiba foi mais Gata Borralheira que Cinderela, mas soube tirar lições que trouxe consigo pelo resto da vida e pôde passar para todos aqueles que viveram ao seu redor. Cada pedaço de papel escrito tinha para ela a importância de um livro. Cada filme que assistia tinha o poder de horas de terapia. Cada vestido, cada sapato, cada corte de cabelo, cada comida, eram verdadeiras aulas de boas maneiras. Cada discussão que presenciava tinha o valor de uma aula.
Quando retornou estava curada e se sentia preparada para a vida. Sabia exatamente o que queria para si e para seus entes queridos. Mudou o rumo de vida de muita gente sem fazer escarcéu. Teve importância fundamental na vida de seus pais e de seus irmãos. Como professora atuou bravamente nos rumos da educação da nossa cidade. Como funcionária pública municipal, até hoje é lembrada como exemplo de capacidade e dedicação.
Casou-se com Alberto já falecido, aí nasceram os filhos Alberto Jr, Silmara e Hamilton que casaram com Rachel, Raul e Vivian, que tiveram Caio, Igor, Juan, Pedro, Saulo, Tamires e Raísa. E, como a família ainda não estava completa, vieram também como filhos João e Simone. Nós. Nós que buscamos a cada minuto de nossas vidas fazer jus ao amor recebido, reconhecer o sacrifício que foi feito para que um dia nos tornássemos seres dignos da família que para nós foi construída, cidadãos honrados num país onde a moral e a ética estão na berlinda, pais conscientes da missão que Deus lhes deu.
Gigi. Só Gigi. Pra que mais simples que isso? Precisa ser mais do que simples numa vida que estamos somente de passagem? Precisa esquecer do Tabuleiro, onde tudo começou, apesar de ter conhecido o Brasil e alguma outra parte do mundo? Precisa negar os pés descalços, a boneca de celulóide, o aimpim com café e batata-doce, a esteira em que dormia e o travesseiro de marcela apesar de ter tido a chance de andar de saltos altos, de ter vivido na era das bonecas que falam e andam, de ter saboreado maravilhosos manjares e dormido em colchões e travesseiro modernos?
Esta era a Gigi. Nossa mãe. Simplesmente uma mulher, determinada, exigente, inteligente, forte, reconhecida e com um dom em poucos encontrado, o de perdoar e muito perdoou.
As lembranças anotadas dizem mais do que podemos e a ela oferecemos aquilo que mais lhe alegrava os olhos: nosso amor e uma flor, simplesmente amor e flor.

Seus filhos!"

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NOME DE CMEI: QUEM FOI JOSÉ WIGANDO MENDES - "S. LOLÓ"

 

NOME DE CMEI: QUEM FOI JOSÉ WIGANDO MENDES - "S. LOLÓ"


Pode-se julgar o caráter de um povo pela forma como trata seus heróis do passado, como esses senhores e senhoras são valorizados por tudo que fizeram pelo bem de nossa cidade. Destacamos aqui mais um nobre Matinhense, José Wigando Mendes, ou, SEU LOLÓ, como era comumente chamado por todos.  Nasceu no dia 03 de Março de 1928 na cidade de Morretes. Uma pessoa que desde a infância foi obrigado a ser guerreiro, aos sete anos de idade ficou órfão, tendo então que vir morar em Matinhos com o irmão Felipe Mendes, sendo assim acolhido por nossa amada cidade. Em sua juventude, apesar das obrigações, servira o exercito brasileiro, jamais se afastou em definitivo da amada terra que o acolhera, já sentia-se um caboclo matinhense, já era de fato um caboclo por opção. Aqui viveu os melhores anos de sua vida, casou-se com dona Oliria, Matinhense igualmente orgulhosa, da família Freire, donos originais de grande parte dos terrenos de Caiobá, com dona Oliria formou família, firmando ainda mais suas raízes em Matinhos. Esta união deu vida a cinco filhas, que como o saudoso pai, firmam aqui suas raízes, os frutos do Seu Loló ainda enchem de cor a nossa Matinhos, filhas, netos e bisnetos. Como homem de fibra, aqui lutou pela sobrevivência de sua família, das diversas ocupações, destacamos as de motorista, pedreiro, construtor e marceneiro. E sua alma de empreendedor lhe fez criar a Marcenaria Mendes, empresa pioneira que alem de dar oportunidade aos jovens, abria as portas a profissionais vindos de fora, que aqui também fincaram suas raízes. Seu José era um apaixonado por futebol, entusiasmado torcedor do Santos, sócio fundador do Caiobá futebol clube, ajudou a dar pontapés iniciais em inúmeras carreiras futebolísticas em nossa cidade. Homem generoso, amigo dos amigos, ajudava todos aqueles que recorriam a ele, fazia questão de estar sempre presente na vida dos amigos e parentes, os ajudava mesmo quando não pediam, mas o Amigo Loló percebia a precisão, façanha de só quem tem um coração enorme e bondoso.Como todo bom caboclo, teve seus últimos dias nas terras que tanto amou, morreu no dia em que nasceu, aos 60 anos de idade, quis Deus que aniversario e morte se fundissem em uma única historia de glorias e vitorias. Foi amado, mas acima de tudo amou, até hoje é lembrado pelos familiares, seus contos e causos são ensinamentos que os mais novos recebem com satisfação, amigos e familiares ainda hoje lembram com saudade o amigo Loló, UM MATINHENSE, lembrado para sempre com amor e saudosismo.

Texto: Jussara Mendes

ARMAZÉM DO S. JONAS: UM DOS PRIMEIROS COMÉRCIOS DE MATINHOS

 

ARMAZÉM DO S. JONAS: UM DOS PRIMEIROS COMÉRCIOS DE MATINHOS




Um dos primeiros comércios de Matinhos foi o Armazém do S. Jonas. Localizava-se na atual Rua Albano Muller, onde hoje se encontra a Mercado Móveis, em frente ao Banco do Brasil. Jonas Faustino da Silva era natural de Matinhos e casado com Antonia Ferreira da Silva (filha de Manoel Ferreira Gomes e Maria Phaiffer Ferreira Gomes), também de Matinhos, quando não passava apenas de uma "vila de pescadores" e da prainha para poucos banhistas. No mesmo local onde vendia suprimentos básicos para os moradores também residia e criava seus sete filhos: Máximo, João, Bertilha, Maria (Lila), Ilarina (Lalá), Neuzina (Nelza), Alexandrina (Cocó) e Tereza, professora que deu o nome ao Colégio Estadual Tereza da Silva Ramos. 


Lembram seus descendentes que sua casa era pra todos pois tratava a quem quer que viesse com muita gentileza.   Até mesmo alguns dos filhos que casavam ficavam morando por um tempo em sua casa e ali nasceram alguns de seus netos, isso na década de 40. Faleceu aproximadamente no ano de 1951 com um pouco mais de 60 anos, mas deixou um grande legado para Matinhos: seus descendentes. Muitos deles continuam morando em Matinhos e atuam em várias áreas profissionais, contribuindo para o desenvolvimento em diversos setores de nossa cidade. 

NOME DE RUA: QUEM FOI WERNER GUILHERME AUGUSTO GAEDKE

 

NOME DE RUA: QUEM FOI WERNER GUILHERME AUGUSTO GAEDKE


Werner Guilherme Augusto Gaedke foi um grande herói da 2ª Guerra Mundial por combater acirradamente o Nazismo. Era natural de Jaraguá do Sul – Santa Catarina e nasceu em 11 de Agosto de 1920. Em 1941 foi convocado para ingressar no Exército, servindo no Teatro de Operações, na Itália. De Outubro de 1944 a Setembro de 1945, incorporou ao 11° Regime de Infantaria. Ao término da 2ª Guerra voltou ao Brasil para casa de seus pais em Anta Gorda, município de Videira – SC  e casou-se em 1947 com Elly Chiller. Deste casamento, três filhos: Almir, Belmir e Rosileia. Em 1985 transferiu sua residência para Matinhos. Faleceu em 13 de Maio de 1999 e está sepultado no Cemitério Municipal de Matinhos. Teve uma vida íntegra dando orgulho aos familiares e àqueles que o conheceram.


Relatos de sua nora: Francisca Isabel de Faria e Albuquerque Gaedke.

NOME DE RUA: QUEM FOI CARLOS ESTEVAM DA SILVA

 

NOME DE RUA: QUEM FOI CARLOS ESTEVAM DA SILVA


Carlos Estevam da Silva, filho de José Francisco Inácio e de Ana Maria da Silva, nasceu no dia 04 de agosto de 1912, na cidade de Matinhos. Estudou o 1° e 2° ano na Escola Caetana Paranhos, em Caiobá. Com idade de 12 anos começou a trabalhar como pescador, tornando-se profissional na área. Através dessa profissão adquiriu todos seus bens, como: canoa, rede, banca e um paiol a beira da praia onde guardava todos os seus pertences. Conheceu na mesma cidade uma jovem por nome Luzia Gomes da Silva que a tomou por esposa no dia 23 de Dezembro de 1939.  Numa das propriedades pertencentes à família sua esposa construiu sua casa, na Rua Maria Phaifer Ferreira Gomes n° 180. Construíram suas vidas criando oito filhos, cujo mais velho (Alonso Carlos) faleceu na época por falta de recurso no lugar, criou então sete filhos: Euzi, Alonso, Zeli, Zenira, Aelson, Carlos e Mirian. Com a Idade de 41 anos se converteu ao Movimento Evangélico, incluindo sua esposa e seus filhos, sentindo-se mais útil à Deus, à família e à sociedade. Aos 65 anos se aposentou aproveitando assim para trabalhar em prol da Obra de Deus, consagrando-se presbítero aos 77 anos. Trabalhou com amor e dedicação por dois anos, quando foi acometido de uma enfermidade que o privou das coisas que mais amava. Faleceu no dia 07 de junho de 1997 no mesmo local onde começou sua vida matrimonial, rodeado de amor, carinho e dedicação de sua esposa, filhos e netos, viveu nesta cidade por um período de 58 anos. Sua esposa, atualmente com 102 anos, já recebeu o título de Personalidade da Cultura de Matinhos. 

NOME DE RUA: QUEM FOI JOSIRENE GOUVEA

 

NOME DE RUA: QUEM FOI JOSIRENE GOUVEA


JOSIRENE GOUVEA  nasceu em 17 de Janeiro de 1980 em Curitiba  e era filha de José Oliveira Gouvea e Maria Irene Gouvea (de família matinhense). Veio para Matinhos em 1981, residindo na Rua Porto Alegre, Rivieira,  até  Dezembro de 2000 e na Rua Bom Jesus de Iguape até  25 de Dezembro  de 2004, atualmente Rua JOSIRENE GOUVEA. Estudou a primeira parte do ensino fundamental na Escola Municipal Monteiro Lobato e concluiu no Colégio Estadual Sertãozinho. Cursou o Ensino Médio  com ênfase em contabilidade no Colégio Alberto Veiga  em Paranaguá. Cursou a faculdade de Administração de Empresas com ênfase em Comércio Exterior na FAFIPAR,  em Paranaguá. Paralelamente fez Curso de espanhol e estava cursando inglês. Era membro e tocava clarinete na banda da Igreja Assembléia de Deus. Trabalhou um pouco mais de um ano no Cartório Eleitoral de Matinhos e três anos no  Banco  HSBC. Devido ao seu trabalho com o público se tornou uma pessoa muito conhecida em Matinhos e almejava um futuro promissor.  Sua morte repentina, aos 24 anos,  em pleno dia do Natal de 2004 abalou familiares e amigos. Ela trabalhou normalmente dia 24 até ao meio dia e  em seguida ajudou a preparar uma bela ceia para comemorar o Natal à meia noite,  o que era costume na família. No dia 25 acordou com uma crise de bronquite e às 14:00 horas foi levada para atendimento médico mas entrou em coma, teve duas paradas cardiorrespiratória e faleceu às 17:00 horas. Em 2005 a Câmara Municipal com projeto do Vereador Sandro Braga,  aprovou uma homenagem, por se tratar de família matinhense, e foi sancionada pelo Prefeito alterando o nome da rua de sua casa que passou a denominação de Rua JOSIRENE GOUVEA.


O Departamento de Cultura de Matinhos agradece aos pais pelas informações.

A FAMOSA "MI CASITA" DE MATINHOS

 

A FAMOSA "MI CASITA" DE MATINHOS



A "Mi Casita", uma das primeiras casas de veraneio de Matinhos, localizada no calçadão do Pico (Praia Central) era de propriedade do Sr.  Hildebrando César de Souza Araújo, que cumpriu uma longa trajetória desde a infância em Imbituva até os sofisticados círculos sociais, empresariais e políticos do Paraná. Filho do professor Júlio César e dona Manuela de Souza Araújo, Hildebrando e seus irmãos Heráclides e Hostílio perderam o pai ainda crianças, o que não os impediu de cumprirem vidas plenas e produtivas. O médico Heráclides percorreu o mundo em trabalhos e pesquisas sobre a hanseníase, tornando-se reconhecido e famoso na especialidade. Hostílio, advogado, desenvolveu brilhante carreira em São Paulo e ocupou funções públicas importantes no governo do Estado do Paraná, entre elas Diretor do Ensino, antiga denominação para Secretário Estadual da Educação, e prefeito de Curitiba. O sucesso profissional dos irmãos tem um pouco da mão do próprio Hildebrando. Altruísta, desprendido e preocupado com o desenvolvimento humano, assim que sua renda permitiu, passou a ajudar os irmãos financeiramente para que pudessem se dedicar aos estudos. Nas primeiras décadas do século passado, o cidadão verdadeiramente proeminente era um generalista. Homem de seu tempo, Hildebrando de Araújo desenvolveu amplo leque de interesses, atividades e responsabilidades. Foi, grosso modo nesta ordem, funcionário, comerciante no varejo e no atacado, industrial, dono de jornal, político e, durante toda a vida, amante das letras e das artes e apaixonado polemista. Cada uma destas facetas reflete sua liderança natural e sua extraordinária capacidade de combinar o intelecto privilegiado e bem cultivado à facilidade no trato e no relacionamento pessoal. A perda do pai e o início humilde como ajudante num armazém de secos e molhados foram exemplos de barreiras que, ao serem rompidas, impulsionaram Hildebrando por toda a vida. Das vassouras e fardos de mercadorias, passou logo ao atendimento aos fregueses. Cordial, afável, alegre e dono de excelente memória, começou valiosas relações a partir do balcão da loja de Nicolau Farhat, imigrante sírio respeitado na comunidade de Ipiranga, interior do Paraná. As relações evoluíam na medida em que Hildebrando progredia. O patrão, bom negociante, soube perceber os dotes de seu funcionário, oferecendo-lhe desafios cada vez mais elevados e recompensando seus resultados. Graças às contribuições ao negócio, Hildebrando passou a "interessado", termos da época para o sócio nos dividendos. Anos depois, quando Farhat decidiu se retirar dos negócios, Hildebrando comprou a parte do ex-patrão e mentor. A expansão dos negócios foi um passo natural, ainda que não menos difícil. O empresário interiorano passou a fazer compras nos grandes centros como Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre. Para remunerar seu investimento nesta nova empreitada, Hildebrando agregou ao varejo a atividade atacadista, fornecendo mercadorias a comerciantes amigos e colaborando com os "safristas" de erva-mate. O relacionamento com os produtores de erva-mate propiciou seu ingresso na indústria. Já casado com dona Leopoldina, decidiu se instalar em Curitiba, e comprou um engenho de beneficiamento de mate, estendendo seus interesses comerciais para a Argentina, onde formou boa clientela. A orientação e a influência política do sogro ajudaram a pavimentar o caminho de sua determinação. Ingressando na política, foi deputado por Ipiranga por várias legislaturas até que a ditadura do Estado Novo interrompeu esta trajetória. Sua liderança representava ameaça aos getulistas e Hildebrando de Araújo foi detido incomunicável no presídio improvisado na Sociedade Garibaldi, tendo seus bens interditados. Saúde, determinação e capacidade de trabalho invejáveis impediram que o episódio o abalasse física, moral ou materialmente. Sua atividade à frente do Diário da Tarde é exemplar de seu perfil como empresário. Jornalista por vocação, sempre bem informado e com espírito competitivo, comandava tudo, desde a manchete e o tom das edições, até a distribuição, passando pela diagramação e pelo próprio funcionamento da primeira grande rotativa instalada no Paraná. Hildebrando de Araújo era um homem de origem simples e assim permaneceu por toda a vida. Dono de vastíssima biblioteca numa das casas mais elegantes do sofisticado bairro do Batel, tinha na garagem automóveis importados, especialmente dos Estados Unidos. Sensível e culto, apreciava os espetáculos e a música erudita, colecionava peças de arte, gostava da qualidade e vestia-se bem. Mesmo assim, não se deixava levar pela moda, brincava acerca do preço de suas roupas e sapatos e fez questão de que o pomar de seu quintal ficasse junto ao muro para facilitar aos meninos da rua o acesso aos frutos. As extraordinárias conquistas pessoais e materiais não fizeram Hildebrando de Araújo mais apegado a seu status e a seu patrimônio. Ao contrário, o conhecimento da realidade dos que se iniciam na vida profissional em desvantagem fez dele um dos grandes investidores na capacitação profissional de jovens carentes. Sem filhos para dar continuidade ao seu trabalho, Hildebrando e Leopoldina criaram e legaram à fundação Hildebrando de Araújo boa parte de seu patrimônio e a tarefa de administrá-lo, destinando a renda obtida para o investimento em projetos nas áreas de educação e capacitação. Foi um dos primeiros homens “da capital” a ter casa de veraneio em Matinhos, a famosa “Mi Casita”, construída na década de 40 e existente até os momentos atuais. Uma grande contribuição do Sr. Hildebrando foi a doação do terreno de sua propriedade ao município para que se fizesse a Praça Central, existente até hoje.


Fonte: http://www.fundacaohildebrando.org.br/biografia.php

CAIOBÁ: O COMEÇO - MEMORIAS - POR PAULO AFFONSO GROTZNER

 

CAIOBÁ: O COMEÇO - MEMORIAS - POR PAULO AFFONSO GROTZNER


Em 1927 foi inaugurada a "Estrada do Mar", ligando a cidade de Paranaguá à Praia do Leste, de onde rodando sobre a praia, com a maré baixa, por mais de 15 km, se alcançava o "Matinho". Logo foi mudado para "Matinhos". Essa possibilidade incentivou as famílias curitibanas, a maioria descendentes da alamães a interesar-se pela praia de "matinhos", entre elas o Sr. Augusto Blitzkow, que entusiasmado com as belezas naturais de Caiobá, resolveu promover a sua urbanização. Caiobá pertencia a distrito de Guaratuba que junto com Matinhos faziam parte do Município de Paranaguá. Em 1938 quando meu pai, co seu irmão, compraram uma casa em Caiobá. A urbanização estava bem no inicio, com apenas três ruas de pavimentação precária, pouco mais de uma dezena de casas. Na época eu estava com treze anos. Minha mãe pediu que eu fizesse anotações, para que pudesse na volta para Curitiba , para contar as suas amigas. Encontrei a relação, por acaso escondida dentro de um livro antigo. Então resolvi divulgá-la: O Sr. Blitzkow já tinha falecido e o empreendimento era administrado de genro CARLOS IHLE. Tinha o GRANDE HOTEL CAYOBA, uma bela construção com projeto e execução do ENGO SCHATTE, que também construiu as primeiras casas. Logo atrás do Hotel em um barracão era a casa "de força" com um motor DEUTZ, monocilindrico movido a gaz pobre (Lenha). O operador do sistema, que morava com a mulher num alojamento anexo, um alemão, que mal falava português, ERNESTO HELMSCHROT. A luz era gerada só para iluminação das rua e residências. Funcionava do anoitecer até as 10: 00. Eram duas casa na prai brava: GUILHERME NICKEL e ALFREDO NICKEL. Cinco na praia mansa: EDITH WASILEWSKA, EUGENIO GELERT, GROTZNER, EMANOEL BREPOHL e JOÃO PROSDOSSIMO. Nas ruas: CARLOS IHLE, CASEMIRO NIEDENTAL, DR. MARIANO SCYMANSKI, PAOLO FRANCHI, ZSABO e OSCAR SCHRAPPE., hospedado no hotel: ERICH LUHM.