sexta-feira, 12 de maio de 2023

Número de jubartes no litoral paulista bate recorde e surpreende pesquisadores

 Número de jubartes no litoral paulista bate recorde e surpreende pesquisadores

O número de indivíduos observados este ano já é duas vezes maior do que em 2018 — Foto: Arlaine Francisco/Projeto Baleia à Vista
Número de jubartes no litoral paulista bate recorde e surpreende pesquisadores

Ainda na metade da temporada, mais de 90 baleias já foram avistadas; antecipação do período migratório também chama atenção.
A temporada de observação das baleias jubartes começou mais cedo este ano no litoral de São Paulo.
Os primeiros avistamentos foram feitos no fim de maio, dois meses antes do que no ano passado. “A temporada em geral vai de junho até meados de agosto, mas esse ano elas apareceram mais cedo”, comenta o fundador do Projeto Baleia à Vista, Julio Cardoso.

De acordo com o observador, o período migratório da espécie também teve alterações. “A migração este ano se adiantou tanto no Pacifico, na Nova Zelândia, como na costa do Atlântico, do lado da Africa do Sul, e aqui na nossa costa", diz.
A jubarte se desloca para as águas tropicais com o objetivo de se reproduzir — Foto: Julio Cardoso/Projeto Baleia à Vista

Além de antecipar a chegada às águas brasileiras, as jubartes também surpreendem pelo número de indivíduos. “O aumento da presença delas vem se consolidando e, este ano, superou todos os outros, foi recorde”, comemora Cardoso.
Quando comparado com os últimos três anos, o número avistamentos chama atenção: em 2016 foram observadas 30 jubartes. No ano seguinte, somente 16. 42 indivíduos foram observados no ano passado e neste ano, até agora, 91 baleias foram registradas.

Estamos no meio da temporada e já batemos todos os recordes
— Julio Cardoso, fundador do Projeto Baleia à Vista
Durante o verão, as baleias vão para águas polares em busca de alimento — Foto: Julio Cardoso/Projeto Baleia à Vista

A causa para tantas mudanças ainda é desconhecida, mas os pesquisadores desconfiam de alguns fatores. “Talvez uma redução da oferta de alimento pela pesca do krill, que foi autorizada e ocorre desde 2015, seja um dos motivos”, comenta o observador, que alerta também sobre a mudança de temperatura.

“Outro fator importante a ser estudado é a temperatura da superfície da água do mar na região de Ilhabela e São Sebastião. Diferente da média normal, de 21 graus, a temperatura chegou aos 25 no início de julho”, diz.

Com os registros dos mamíferos foi possível notar também a quantidade de jovens que chegaram ao litoral. “A grande parte das jubartes que estão passando por aqui nos parecem mais jovens. Elas demoram uns cinco nãos para atingir a idade reprodutiva. Por isso, até essa idade não teriam razão para ir à Abrolhos”, completa.
O animal pode projetar mais de 2/3 de seu corpo para fora d´água — Foto: Arlaine Francisco/Projeto Baleia à Vista

Achamos que elas estão se aproximando da costa para busca alimento e descanso e águas mais protegidas
— Julio Cardoso, fundador do Projeto Baleia à Vista
Dúvidas não faltam na lista dos pesquisadores do Projeto Baleia à Vista que, há 15 anos, observam, registram e mapeiam a rota de migração das jubartes pelo litoral norte de São Paulo.
“Há muitas perguntas e muitas pesquisas pela frente. O fato é que as baleias estão reocupando um território que já foi delas e que nós invadimos e ocupamos. O trabalho mais importante agora é harmonizar a presença desses mamíferos no litoral”, finaliza Cardoso.

Bryde monstrando a cabeça com as três quilhas, que caracterizam a espécie — Foto: Julio Cardoso/Projeto Baleia à Vista

Peso-pesados

Além das jubartes, que pesam 40 toneladas e podem alcançar até 16 metros de comprimento, o litoral de São Paulo recebe baleias-de-Bryde, espécie mais comum na região.

Na lista de observações constam também orcas e baleias-franca. “Sábado passado avistamos um grupo de pelo menos seis orcas caçando raias. A chegada delas, logo depois das jubartes, vem se repetindo nos últimos anos”, explica Julio Cardoso.
Filhote de jubarte foi observado ao lado da mãe — Foto: Marcio Motta/Arquivo Pessoal

Bebê jubarte

Entre as observações deste ano, os pesquisadores destacam a de um filhote de jubarte. Na internet, é possível participar da escolha do nome que será dado ao pequeno mamífero, listado no catálogo do Instituto Baleia Jubarte e do Projeto Baleia a Vista.
O 'batismo' é também uma forma de identificar o animal nas próximas migrações, uma vez que os indivíduos possuem características únicas na nadadeira caudal.
Cliques das baleias

Os registros, importantes para o estudo sobre as jubartes, também são feitos pelos Institutos Baleia Jubarte e Argonauta, e pelas equipes dos projetos Viva Baleias, Golfinhos e Cia, Mar e Vida Eco Trip, e SeaShepherd.

Todos os levantamento são essenciais para as pesquisas sobre migração e comportamento dos mamíferos. "O pessoal do Viva Baleias fez, pela primeira vez, um trabalho de observação a partir de Ponto Fixo no sul da Ilhabela e conseguiram um numero incrível de 360 avistamentos de baleias na região, entre 04/06 e 24/07. É um número fantástico, nunca antes registrado", comenta Julio.

Baleias maiores animais do planeta, mas como conseguiram?

 Baleias maiores animais do planeta, mas como conseguiram? 


Baleias maiores animais do planeta. Foto: NYT

Baleias maiores animais do planeta, mas como conseguiram? 

Por

Baleias maiores animais do planeta. Como conseguiram a façanha? Quem responde é o New York Times: “as baleias Fin podem ter 140 mil libras. As Francas sobem na escala, para 200 mil libras. E a grande mãe de todos elas, a baleia azul, pode atingir 380 mil libras – tornando-se o maior animal que já viveu.

“Mas durante o tempo que as baleias nos impressionaram com o seu grande tamanho, as pessoas se perguntaram…”

“Como elas se tornaram tão colossais?”

Essa não foi o Times que respondeu, mas um estudo que o jornal norte- americano comentou, publicado na revista Proceedings of the Royal Society B.

“Uma equipe de pesquisadores investigou o gigantismo em baleias, leviatãs da alimentação de filtro que incluem baleias azuis, baleias Francas e baleias Fin. Os mamíferos marinhos tornaram-se ‘tamanho Jumbo’ em período relativamente recentemente, disseram. Somente nos últimos 4,5 milhões de anos”. A causa?

Bem, o que faz uma pessoa ser gorda, se não comer compulsivamente?

Será? Você quer dizer, pura gula?

Vejamos…
Mudança climática permitiu que comessem compulsivamente

NY Times: “as baleias têm uma história evolutiva interessante. Elas começaram como mamíferos castrados, há cerca de 50 milhões de anos. Ao longo de vários milhões de anos, desenvolveram barbatanas e se tornaram criaturas marinhas. Entre cerca de 20 milhões e 30 milhões de anos atrás, algumas dessas baleias antigas desenvolveram a capacidade de filtrar-alimentação, o que significava que poderiam engolir enxames de pequenas presas em um único e gigantesco ‘golpe de garganta’. Mas mesmo com essa capacidade de alimentação, as baleias permaneceram apenas moderadamente grandes por milhões de anos”.

De repente bum!

Mas, de repente,” boom “- nós as vemos muito grandes, como baleias azuis…
Foi o que disse Nick Pyenson, curador de mamíferos marinhos fósseis no Museu Nacional de História Natural da Smithsonian Institution e autor do artigo. Ele acrescentou:

É como ir de baleias do tamanho das minivans a mais de dois ônibus escolares
Um modelo estatístico, museu de baleias fossilizadas e 4,5 milhões de anos

New York Times: “o Dr. Pyenson e seus colegas mediram mais de 140 espécimes do museu de baleias fossilizadas e, em seguida, conectaram esses dados em um modelo estatístico. Ele mostrou que várias linhagens distintas de baleias se tornaram gigantes ao mesmo tempo, independentemente uma da outra. Começando cerca de 4,5 milhões de anos atrás, as baleias azuis gigantes apareciam em oceanos em todo o mundo ao lado de Francas e das baleias Fin”.
…e placas de gelo do Hemisfério Norte, o que têm a ver com isso?

“Os pesquisadores suspeitaram que ocorreu uma mudança ambiental durante esse período. Após alguma investigação, eles descobriram que esse período de tempo coincidiu com o começo precoce do período em que as placas de gelo cobriram cada vez mais o Hemisfério Norte”.
Agora começamos a entender: escoamento das geleiras, nutrientes e efeito cascata…

NYT: “o escoamento das geleiras teria levado nutrientes como o ferro para águas costeiras. Os intensos ciclos de surgimento sazonais teriam provocado que a água fria submergisse, trazendo material orgânico para a superfície. Juntos, esses efeitos ecológicos trouxeram grandes quantidades de nutrientes para a água em momentos e lugares específicos, o que gerou um efeito cascata na rede alimentar do oceano”.

É mole, então foi assim?
Baleias maiores animais do planeta. Foto: NYT

Multidões de zooplanctons e krills se deleitam…

” Multidões de zooplânctons e de krill se reuniam para se deleitar com os nutrientes. Eles formariam manchas densas que poderiam ter muitas milhas de comprimento e largura, por mais de 20 metros de espessura. Os oceanos…

Os Oceanos tornaram-se buffets gigantes
O Times diz que “os oceanos se tornaram gigantescos buffets, ‘tudo-que- você-pode-comer’, para as baleias”.

Mas…tem sempre um ‘mas’ nas charadas. E apareceu um cara do contra…
Comida abundante não leva a nada… não mesmo?

“Comida abundante em todos os lugares não vai te levar baleias gigantes”, disse Graham Slater, biólogo evolutivo da Universidade de Chicago e autor principal do estudo.

“Como os ciclos ecológicos que alimentam as explosões de krill e zooplâncton ocorrem sazonalmente, Dr. Slater disse que as baleias precisavam migrar milhares de milhas de uma mancha de alimentos para outra. Os ancestrais de baleias maiores, que tinham tanques de combustível maiores, tiveram uma melhor chance de sobreviver às longas migrações sazonais para se alimentar. Enquanto as baleias menores acabaram extintas”.
‘Se as manchas de alimentos não fossem tão distantes…’

…disse ele, “as baleias teriam crescido até um certo tamanho de corpo que fosse confortável para esse ambiente, mas elas não seriam as gigantes que vemos hoje”.

“Uma baleia azul é capaz de se mover muito mais com menos energia do que uma baleia pequena”, disse Slater. “Tornou-se muito vantajoso ser grande para se deslocar para longas distâncias”.

Baleias maiores animais do planeta. Foto: NYT

Aplausos para o estudo…

“Richard Norris, paleobiologista da Scripps Institution of Oceanography, chamou o estudo de “um bom trabalho” e disse que confirmou a compreensão atual dos cientistas sobre as mudanças nos oceanos ao longo do tempo”.

Vivemos um momento especial

“Quando pensamos sobre o que o planeta tem sido em sua longa história, uma baleia de 10 milhões de anos atrás era um tipo de animal diferente do que temos agora”, disse Norris. “Então, em certo sentido, vivemos em um momento especial onde podemos desfrutar a majestade de animais realmente grandes lá fora, no oceano”.

(Do https://marsemfim.com.br/)

O MÚSICO QUE TOCA COM AS BALEIAS

 O MÚSICO QUE TOCA COM AS BALEIAS



São muitos os fascínios despertados pelas baleias. Seu tamanho, sua força, sua paz, seu sentido de orientação e mesmo uma áurea de mistério que as envolve. Entretanto, algo que sempre chamou a atenção de todos os admiradores de baleias é seu som. Uma comunicação em forma de canto que se prolonga por muito tempo e que pode chegar a grandes distâncias.

Há muitos estudos sobre o tema. Mas aqui apresentamos algo fascinante e inovador. Alguém que se propôs a tocar com as baleias, formando uma espécie de orquestra. Os resultados foram surpreendentes. O tema é tão fascinante que virou CD e livro e seu autor, David Rothenberg, celebridade entre os pesquisadores e todas as pessoas que de uma forma ou de outra amam a natureza e às baleias em especial. Em contato com Rothenberg, ele nos permitiu a divulgação de seu relato sobre o tema que saiu originalmente no Animal Planet com o título de Playing music with whales. Assim eis aqui como ele descreve a maravilhosa sensação de tocar com as baleias:
"Qual é a sensação de tocar música com uma baleia? Eu tenho feito essa pergunta várias vezes em entrevistas em todo o mundo, e eu não sei como responder, Escondo-me numa defesa cautelosa. "Claro que eu não sei o que a baleia está sentindo, assim como eu posso saber o que sinto..." Eu suspeito de pessoas que alegam ter uma ligação profunda com as baleias no momento em que olham para os olhos do animal gigante, sente-se seu canto profundo ecoar as ondas sonoras no fundo do mar. "Eu sabia", dizem eles, "o animal tinha algo profundamente importante para me dizer", e suspiro com reverência.
Quando eu estou tocando com baleias eu nunca tenho certeza de nada, sendo tão envolvido na música e tentando tocar em um meio caminho original entre humanos e cetáceos. Primeiro de tudo é um processo estranho e tecnológico. Eu estou tocando o meu clarinete a bordo de um barco em um microfone que é ligado a um alto-falante subaquático. Assim as notas que eu toco estão sendo transmitidas para o mundo do som das baleias. Então eu estou usando fones de ouvido que acompanham a um microfone debaixo d'água, chamado de hidrofones, que está ouvindo ao vivo para o som ambiente subaquático, que inclui a baleia cantando e meu clarinete no borbulhante fundo do mar.
É como uma espécie de estúdio de gravação, onde cada músico isolado em uma cabine individual, com exceção de um estande é todo o oceano com uma baleia de quarenta pés lá, cantando a música que ele precisa saber. (Ou seja, supondo que as jubartes macho está cantando para atrair as fêmeas, que é o que os cientistas tendem a acreditar. No entanto, nenhum ser humano jamais viu uma baleia fêmea mostrar nenhum interesse nessa música! Mas isso é outra história, você pode conferir no meu livro. Saiba mais sobre isso...).



Por que tentar tal parceria? Para fazer música que pode ser feito de outra forma. Como um músico de jazz Eu sei como é bom tocar com um músico que não pode falar a minha língua, mas pode perceber o sentido das minhas músicas quando eu toco junto com a elas. É espantoso perceber que isso também pode ser trabalhado com outras espécies, desde pássaros, insetos. Mesmo com as baleias jubarte, o animal com a mais longa música, mais comovente do mundo natural, um som que pode ser ouvido a partir de submarinos a dez milhas de distância, uma música com melodias claras, frases, ritmos e as peças que leva a baleia 20 minutos para cantar antes de começar o ciclo novamente, em performances que podem durar até 23 horas.

Tocando junto com uma baleia, usando fones de ouvido e ouvir as reverberações estranhas do som subaquático e ser incapaz de dizer de onde todo o som está vindo - porque não há nenhuma sensação de espaço estéreo - é um tipo de experiência fora-do-corpo, empurrando o som de um clarinete humano em um mundo onde ele realmente não pertence, porque não há como um clarinete ser fundido debaixo d'água. O uso é uma canção de baleias no nosso mundo humano? Ela nos lembra que não somos os únicos músicos na Terra, e que se quisermos entender o mundo natural, além da nossa estreita percepção humana, temos que ouvir e apreciar toda a gama de músicas que foram dos animais neste planeta há milhões de anos antes dos seres humanos chegarem aqui. É uma sensação muito humilhante.

Então eu não toco com as baleias para me fazer sentir especial, mas fazer a música que é especial. Metade homem e metade baleia? Talvez ninguém vá gostar!
Talvez não no início. Na maioria das vezes as baleias não estão interessadas. Mas de vez em quando, quando o mar está calmo e uma grande baleia está sob o barco, tão perto que seus gemidos podem ser sentidos a direita através do casco, às vezes ela muda de música quando ela ouve o que eu toco. Nesses momentos eu sinto um verdadeiro sentimento de temor, que a música é algo realmente grande, maior que a nossa espécie inteira, algo escrito à direita para o sentido da vida, cuja beleza está muito além de nossa capacidade de explicar, ou mesmo sentir o seu efeito. Tocando um pedaço da melodia do universo, ela não é mais só minha, mas algo que me faz sentir privilegiado por ser uma pequena parte".



Sobre o Autor: David Rothenberg
O filósofo e músico David Rothenberg é o autor de Why Birds Sing (Basic Books, 2005), publicado também na Itália, Espanha, Taiwan, China, Coréia e Alemanha. Seu extenso documentário recurso porque os pássaros cantam foi exibido na BBC4 em junho de 2007. Rothenberg é também o autor de Sudden Música: improvisação, arte, natureza (Geórgia, 2002), Cliff Blue Record: Echoes Zen (Codhill Press, 2001), Hand’s End: Tecnologia e os limites da natureza (Califórnia, 1993), e sempre Montanhas (Geórgia, 2003).

Ele era o editor da revista MIT Press Terra Nova: Natureza e Cultura, e editado vários livros baseados em Terra Nova do jornal, inclusive o livro de Música e Natureza (Wesleyan, 2001) e de escrita do mundo: sobre a globalização (MIT, , 2005). Seus artigos têm aparecido em Parábola, Orion, The Nation, a revista Wired, habitação, Kyoto Journal, The Globe and Mail, Serra e do New York Times.

Rothenberg é também um clarinetista e compositor de jazz, e tem seis CDs sob seu próprio nome. Seu segundo disco, On the Cliffs of the Heart, com o percussionista Glen Velez e banjo player Graeme Boone, que foi nomeado um dos dez melhores lançamentos de 1995 pela revista Jazziz. Em 2000, antes de liberado da guerra, teve uma colaboração com o som natural do artista Douglas Quin. O Guardian, na Inglaterra elogiou-o como "uma verdadeira música do século 21". Rothenberg é professor de filosofia e música no New Jersey Institute of Technology. Leonardo Bezerra
Links
http://jornalanimais.blogspot.com.br

Ernest Shackleton, um dos maiores exploradores do período heroico da descoberta da Antártica

 Ernest Shackleton, um dos maiores exploradores do período heroico da descoberta da Antártica

A saga de Shackleton (mapa: Wekipedia)

Ernest Shackleton, um dos maiores exploradores do período heroico da descoberta da Antártica

Ele foi um dos mais importantes exploradores da Antártica do chamado período heroico. Ernest Shackleton liderou três expedições que entraram para a história. Numa delas, cujo objetivo era atravessar o polo Sul a pé, seu navio, o Endurance, acabou preso no gelo no mar de Weddel. Era julho de 1915. O navio foi esmagado pela pressão.

Shackleton e a corrida entre ingleses e noruegueses

O ano era 1914, e os ingleses recentemente haviam perdido uma corrida contra os norueguesespara serem os primeiros a chegarem no ponto mais extremo do Polo Sul, fincando pé na maior latitude desse hemisfério. Restava, porém, o desafio de atravessar o polo a pé, cruzando o continente antárctico de um extremo ao outro.

Duas viagens ao Polo Sul

Longe de ser um calouro na região, Sir Ernest Shackleton já havia chefiado duas missões ao Polo Sul onde reuniu experiência e reputação necessárias para sua terceira e derradeira epopéia. Um dos refúgios por ele usado está de pé até hoje.

Shackleton, lendária expedição à Antártica

Nessa nova empreitada Shackleton reuniu uma equipe de 27 homens com as mais diversas habilidades, formações, caráteres, temperamentos, ambições. Uma equipe que partira com um objetivo de fazer história com seu pioneirismo, mas que ficou conhecida para sempre por sua bravura, coragem, tenacidade, companheirismo e uma incrível vontade de sobreviver.

O wikipedia diz que “para prosseguir com este projeto, Shackleton preparou a Expedição Transantártica Imperial (1914–17). A expedição não correu bem, o navio, Endurance ficou preso no gelo e, posteriormente, foi lentamente esmagado mesmo antes da tripulação conseguir desembarcar”. Um acidente bem parecido com o do Mar Sem Fim quase cem anos depois.

Shackleton não se abalou

Shackleton não se abalou. Liderou sua equipe numa saga impressionante, sem paralelo na história moderna, até encontrarem abrigo na Ilha Elephant. De lá nosso herói seguiu num escaler até a Georgia do Sul, numa travessia de 800 milhas pelo pior pedaço de mar que existe. Sofreu o pão que o diabo amassou, mas conseguiu chegar. Esta travessia é considerada um dos maiores feitos náuticos de todos os tempos.

Ernest Shackleton: da Geórgia do Sul para Punta Arenas

Da Geórgia do Sul Shackleton tentou resgatar seus homens em Elephant, mas não conseguiu se aproximar devido ao congelamento do mar. Rumou em seguida para Punta Arenas, no Chile. Lá conseguiu ajuda. O rebocador Yelcho foi emprestado. Com ele, em agosto de 1916, resgatou toda a sua tripulação.

Este filme é o melhor já feito sobre a saga de Shackleton. Com imagens sensacionais, o filme utiliza material gravado na época. Shackleton levou na expedição um extraordinário fotógrafo e cinegrafista. O filme reconstitui a histórica viagem em cada um de seus muitos detalhes. Vale a pena assistir.

(Foto de abertura: Wekipedia)
Fontes: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ilha_Elefante.

Auto-ajuda no estilo Bukowski (se é que isso é possível)

 Auto-ajuda no estilo Bukowski (se é que isso é possível)


Auto-ajuda no estilo Bukowski (se é que isso é possível)

Que tal alguns conselhos de Charles Bukowski, esse escritor que sempre compartilhou seus pontos de vista e opiniões sem filtro. Em seus textos, o velho Buk forneceu uma gama abundante de dicas de como passar seus dias. O Beat Museum (Museu dedicado aos beats) compilou algumas de suas citações e, a partir delas, organizou dez conselhos valiosos para quem quer levar uma “kick-ass life” (uma vida fodida). Aí vai:

1. NÃO SE ACOMODE
“Eu quero o mundo inteiro ou nada.”
2. AME A SI MESMO
“Nunca me senti só. Gosto de estar comigo mesmo. Sou a melhor forma de entretenimento que eu posso encontrar.”


3. ÀS VEZES, ENLOUQUEÇA
“Essas pessoas que nunca enlouquecem devem levar uma vida,verdadeiramente, horrível.”


4. NÃO TENHA MEDO DA DOR

“Você tem que morrer algumas vezes antes de realmente viver.”


5. SEJA AUTÊNTICO

“É melhor fazer uma coisa maçante com estilo do que algo perigoso sem estilo.”


6. LEMBRE-SE DE QUE VOCÊ É MAIS FORTE DO QUE PENSA

“As vezes você levanta da cama de manhã e pensa, eu não vou conseguir,mas então você ri por dentro lembrando todas as vezes que já sentiu isso.”


7. NÃO TENHA MEDO DA MORTE

“Levo a morte em meu bolso esquerdo. Às vezes, tiro-a do bolso, e falo com ela: ’oi gata, como vai? Quando virá me buscar? Vou estar pronto’.”


8. NÃO DESISTA OU NEM COMECE

“Se você vai tentar, vá até o fim, caso contrário, nem comece.”


9. NÃO ESPERE SER TARDE DEMAIS

Existem coisas piores que estar sozinho, mas geralmente leva décadas para entender isso e quase sempre quando você entende é tarde demais. E não há nada pior que tarde demais.”


10. NÃO LEVE A VIDA TÃO A SÉRIO

“Às vezes você só precisa mijar na pia.”


Quer mais conselhos? No recém lançado Miscelânea Septuagenária tem mais um monte de dicas.