O Cine Ritz surgiu no lugar do primeiro Cine Vitória, que surgira no lugar do Cine Imperial, ocupando a quadra da Rua XV de Novembro entre a Dr. Murici e a Marechal Floriano. A inauguração, em 6 de novembro de 1948, do 1º Cine Ritz teve a presença de Bibi Ferreira, intérprete da produção inglesa "O Fim do Rio". Não se tratava, propriamente, de uma nova sala de exibição, mas, sim, da terceira fase de uma antiga sala de projeção que já vinha funcionando há alguns anos, mas de forma precária. Batizado anteriormente de "Imperial" e "Vitória", teve diferentes arrendatários, entre os quais Antônio Mattos Azeredo (1880-1940), que durante mais de 20 anos liderou o ramo da cinematografia em Curitiba. A reforma daquela sala, e sua incorporação a uma poderosa empresa de exibição de São Paulo que poucos meses antes havia estendido suas atividades a capital curitibana, foi marcada com um lançamento capaz de justificar grande movimentação na cidade, numa época em que o cinema era de fato a grande, elegante e disputada forma de lazer cultural.
O 1º Cine Ritz encerrou suas atividades em 1962, quando houve o alargamento da Rua XV de Novembro na gestão Ivo Arzua, e os velhos prédios do trecho foram demolidos. Anos depois a multinacional C&A adquiriu o grande terreno e construiu a sua loja de departamentos. Quando o projeto foi apresentado ao IPPUC, o prefeito Jaime Lerner, cinéfilo fiel e preocupado com o fechamento dos cinemas, propôs que, ao invés do miolo-de-quadra, que por lei deveria existir, fosse executado pela C&A um confortável cinema, com 280 lugares. Apesar de ter deixado a Prefeitura, e a sua proposta sofrer alguma oposição pela administração que o sucedeu, venceu o bom senso e a Fundação Cultural de Curitiba ganhou a sua melhor sala, o 2º Cine Ritz, inaugurado em março de 1985, com o filme "Cabra Marcado para Morrer", de Eduardo Coutinho.
Cinema mantido pela Fundação Cultural de Curitiba fechou num domingo, em abril de 2005, sem espectadores para o último filme. Nenhum espectador assistiu ao fim de um dos mais tradicionais cinemas de Curitiba, e a Fundação Cultural anunciou na tarde do mesmo dia, o fechamento oficial do espaço e marcou para as 20h30 a última sessão do pequeno cinema que sobrevivia há 20 anos, já em condições precárias.
“A sessão de A casa dos bebês, uma co-produção americana e mexicana, não teve nenhum espectador e o cinema partiu silenciosamente. A penúltima exibição, às 17 horas do domingo, registrou oito espectadores”. (Katia Michele Pires, "Cine Ritz teve última sessão sem espectadores". Bonde, 26/04/05)
O motivo do fechamento não foi a deficiência das projeções, o som quase inaudível nem as cadeiras pouco confortáveis do espaço, localizado bem no coração da Rua XV de Novembro. O que influenciou no fechamento das portas do cinema, segundo divulgou a Fundação Cultural de Curitiba, foi a impossibilidade de acordo com o novo proprietário do prédio, que pedia R$ 15 mil pelo aluguel da sala. O contrato que garantia o funcionamento do Cine Ritz foi fechado em 1985, em regime de comodato. O cinema foi cedido para uso da Fundação Cultural por uma das empresas do Grupo Cofra, proprietário das lojas C&A, em 1985. O contrato acabou em fevereiro de 2005. A gestão solicitou renovação do documento nos mesmos termos, mas o prédio havia sido vendido. O novo proprietário recusou a renovação e disse ter a intenção de alugar o espaço.
Nenhum comentário:
Postar um comentário