O velho prédio do comando da base aérea do Bacacheri, em Curitiba. Na foto ao alto, vista da alameda frontal, em fins da década de 1940, quando a torre de controle parecia com uma cidadela de fortaleza medieval. Em pé, está meu tio Luiz Antonio Peralta, em frente à pérgola que ainda existe por lá. A outra, vista do pátio de aeronaves, com a torre de controle já reformada, com grandes janelões de vidro e exibindo o número do 12º Grupo de Aviação. Em primeiro plano aparece um bravo Vultee BT-15 Valiant (o Vultizinho), aeronave de treinamento básico da FAB, que possuía 122 destes aparelhos, entre 1942 e 1956.
A unidade aérea do bairro do Bacacheri iniciou suas atividades como 5º Regimento de Aviação do Exército, estabelecido pelo decreto 22.591 de 29/03/1933, quando a aviação era uma das Armas do Exército, instituída em janeiro de 1927 e, mais tarde, incorporada ao ministério da Aeronáutica, criado em 1941. A Arma de Aeronáutica do Exército e o Corpo de Aviação da Marinha tornaram-se a Força Aérea Brasileira, em maio de 1941.
Durante a segunda guerra mundial, o 5º Regimento de Aviação passou a ser constituído pelo 1º Grupo de Caça e pelo 3º Grupo de Bombardeio Picado, conforme decreto-lei 6.926 de 05/10/1944, que contou com a participação de meu avô, na elaboração do plano, o qual transformava a unidade em base de interesse estratégico para a FAB. Contudo, o Grupo de Caça sequer foi organizado e os aviões que foram destinados ao Grupo de Bombardeio Picado, os Vultee A-35 Vengeance, adquiridos dos EUA sob o regime do lend-lease, foram condenados pelas autoridades aeronáuticas e proibidos de voar, tendo sido desmontados e inutilizados. Assim, de fato, estes grupamentos bélicos jamais funcionaram em Curitiba.
Em 1947, foi extinto o 5º Regimento de Aviação e na base aérea do Bacacheri, sob comando do meu avô, desde junho de 1946, foi criado o 12º Grupo de Aviação. No início da década de 1950, passou a sediar a Escola de Oficiais Especialistas e de Infantaria de Guarda (EOEIG), que funcionou até seu fechamento, nos primeiros anos da década de 1980.
Em várias ocasiões, a unidade aeronáutica do Bacacheri esteve ameaçada de extinção e meu avô, que a comandou por diversas vezes, foi sempre o principal responsável pela sua continuidade. Na década de 1980, após o fim da EOEIG, a base esteve muito próxima do fechamento definitivo e foi outro de seus ex-comandantes que a salvou: o brigadeiro Délio Jardim de Mattos, quando ministro da Aeronáutica do governo João Figueiredo, determinou que lá fosse instalado o CINDACTA II, inaugurando uma nova fase para o antigo campo de aviação.
Nesse lugar, consolidei meu amor pela aviação, passando horas a fio na torre de controle ou nos hangares, aprendendo tudo sobre o assunto, com os controladores e mecânicos, ou mesmo, à bordo de um veterano Douglas C-47 (C-53-DO), um belíssimo Dakota, prefixo PP-EDL (dos poucos aviões militares com matrícula civil e que pertencia ao governo do Paraná, transferido para a FAB em agosto de 1965), na companhia do coronel-aviador João Batista de Souza Maceno, um dos que me ensinaram a voar e foi comandante interino da base. Lembro-me, ainda, de outros comandantes saudosos: o brigadeiro Mário Calmon Eppinghaus; o brigadeiro Paulo Costa, quem mandou colocar lombadas na vila dos oficiais; e o brigadeiro Saulo de Mattos Macedo.
Passava tardes inteiras, clandestinamente, naquela velha e querida base, observando tudo, até ser descoberto e convocado à presença do comandante, o brigadeiro Nelson Dias de Souza Mendes que, após um pito, autorizou minhas visitas, desde que me apresentasse ao chegar e ao sair, ao subcomandante, o bonachão coronel-aviador Haroldo Luiz da Costa. Quando dos meus exames médicos iniciais, no Bacacheri, após ter sido aprovado no vestibular da EPCAR de Barbacena, todos os oficiais, controladores e mecânicos da base, com quem muito aprendi, estavam lá, torcendo por mim.
Apesar de todas as glórias, o velho e bom Bacacheri não foi o campo de aviação mais antigo da cidade. Por coincidência do destino, foi a chácara da família Biscaia, situada nos arrabaldes do bairro do Portão.
A unidade aérea do bairro do Bacacheri iniciou suas atividades como 5º Regimento de Aviação do Exército, estabelecido pelo decreto 22.591 de 29/03/1933, quando a aviação era uma das Armas do Exército, instituída em janeiro de 1927 e, mais tarde, incorporada ao ministério da Aeronáutica, criado em 1941. A Arma de Aeronáutica do Exército e o Corpo de Aviação da Marinha tornaram-se a Força Aérea Brasileira, em maio de 1941.
Durante a segunda guerra mundial, o 5º Regimento de Aviação passou a ser constituído pelo 1º Grupo de Caça e pelo 3º Grupo de Bombardeio Picado, conforme decreto-lei 6.926 de 05/10/1944, que contou com a participação de meu avô, na elaboração do plano, o qual transformava a unidade em base de interesse estratégico para a FAB. Contudo, o Grupo de Caça sequer foi organizado e os aviões que foram destinados ao Grupo de Bombardeio Picado, os Vultee A-35 Vengeance, adquiridos dos EUA sob o regime do lend-lease, foram condenados pelas autoridades aeronáuticas e proibidos de voar, tendo sido desmontados e inutilizados. Assim, de fato, estes grupamentos bélicos jamais funcionaram em Curitiba.
Em 1947, foi extinto o 5º Regimento de Aviação e na base aérea do Bacacheri, sob comando do meu avô, desde junho de 1946, foi criado o 12º Grupo de Aviação. No início da década de 1950, passou a sediar a Escola de Oficiais Especialistas e de Infantaria de Guarda (EOEIG), que funcionou até seu fechamento, nos primeiros anos da década de 1980.
Em várias ocasiões, a unidade aeronáutica do Bacacheri esteve ameaçada de extinção e meu avô, que a comandou por diversas vezes, foi sempre o principal responsável pela sua continuidade. Na década de 1980, após o fim da EOEIG, a base esteve muito próxima do fechamento definitivo e foi outro de seus ex-comandantes que a salvou: o brigadeiro Délio Jardim de Mattos, quando ministro da Aeronáutica do governo João Figueiredo, determinou que lá fosse instalado o CINDACTA II, inaugurando uma nova fase para o antigo campo de aviação.
Nesse lugar, consolidei meu amor pela aviação, passando horas a fio na torre de controle ou nos hangares, aprendendo tudo sobre o assunto, com os controladores e mecânicos, ou mesmo, à bordo de um veterano Douglas C-47 (C-53-DO), um belíssimo Dakota, prefixo PP-EDL (dos poucos aviões militares com matrícula civil e que pertencia ao governo do Paraná, transferido para a FAB em agosto de 1965), na companhia do coronel-aviador João Batista de Souza Maceno, um dos que me ensinaram a voar e foi comandante interino da base. Lembro-me, ainda, de outros comandantes saudosos: o brigadeiro Mário Calmon Eppinghaus; o brigadeiro Paulo Costa, quem mandou colocar lombadas na vila dos oficiais; e o brigadeiro Saulo de Mattos Macedo.
Passava tardes inteiras, clandestinamente, naquela velha e querida base, observando tudo, até ser descoberto e convocado à presença do comandante, o brigadeiro Nelson Dias de Souza Mendes que, após um pito, autorizou minhas visitas, desde que me apresentasse ao chegar e ao sair, ao subcomandante, o bonachão coronel-aviador Haroldo Luiz da Costa. Quando dos meus exames médicos iniciais, no Bacacheri, após ter sido aprovado no vestibular da EPCAR de Barbacena, todos os oficiais, controladores e mecânicos da base, com quem muito aprendi, estavam lá, torcendo por mim.
Apesar de todas as glórias, o velho e bom Bacacheri não foi o campo de aviação mais antigo da cidade. Por coincidência do destino, foi a chácara da família Biscaia, situada nos arrabaldes do bairro do Portão.
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