sexta-feira, 2 de abril de 2021

Palácio Visconde de Nácar Paranaguá

 Mais que pela opulência e luxo original, o palacete é um referencial da história do Paraná e do Visconde de Nacar. Na primeira metade do século XIX, formou-se uma burguesia comercial e industrial paranaense calcada principalmente na produção e exportação da erva mate. Manoel Antônio Guimarães, o Visconde de Nacar, nascido em 1813, foi o senhor do comércio de Paranaguá, a ponto de somente seus negócios serem suficientes para justificar a instalação de uma casa de cobrança de impostos no município. Vários eram os negócios e imóveis que possuía em Paranaguá: olaria, empresa de transportes marítimos, armazéns no porto e comércio de escravos. Também era colaborador constante da Santa Casa de Misericórdia.

Durante o Império, sua influência junto ao Conselheiro Sinimbú foi decisiva para o crescimento dos seus negócios e da hegemonia de Paranaguá frente a outras cidades litorâneas. Então, não é infundada a hipótese de que o Visconde pretendia ser o primeiro presidente da província e de que seu palacete foi construído com o objetivo de abrigar o governo provincial. Na contínua disputa entre liberais industrialistas e republicanos com os conservadores monarquistas e escravagistas o Visconde ganhou as principais pelejas, exceto pela vitória dos liberais em colocarem Zacharias de Góes e Vasconcelos, um liberal baiano, como primeiro presidente da Província e que impôs Curitiba como capital da província.

Apesar de Visconde ter morado no palacete, durante a maior parte de sua existência a edificação abrigou o poder público municipal, primeiramente na condição de alugado e depois adquirido pelo município. Eis quão bem o projeto servia ao propósito de sede governamental.

Nenhum comentário:

Postar um comentário