03/03/1907 – Morte de Vicente Machado da Silva Lima (1860-1907)
03/03/1907 – Morte de Vicente Machado da Silva Lima (1860-1907)
Nasceu em Castro, em 9 de agosto de 1860, filho do capitão José Machado da Silva Lima. Completou seus estudos fundamentais em Curitiba, formando-se mais tarde pela Faculdade de Direito de São Paulo. Estudante, não deixou de ser líder de ruidosas agitações boêmias. Destacou-se, nesse sentido, na campanha abolicionista, deixando entrever seu republicanismo em floração. Ao voltar ao Paraná iniciou a vida profissional como promotor público da Capital, em 1881. No ano seguinte serviu como secretário do governo de Brasílio Machado, presidente da Província. Casou-se, em seguida, com Antônia Moreira Lima, de tradicional família curitibana. Enveredou pelo magistério, ensinando filosofia. Atuou no jornalismo também. Teve breve passagem por Ponta Grossa, como juiz municipal. Em 1886, elegeu-se deputado pelo Partido Liberal. Era já uma revelação tribunícia. Dois anos após, manifestava suas ideias republicanas, reunindo adeptos em torno do semanário A República. Com o advento da República foi, inicialmente, nomeado chefe de Polícia. Em seguida presidente da Câmara Municipal de Curitiba. Não demorou a ser superintendente da Instrução Pública. Eleito deputado à Constituinte Estadual de 1892, foi relator e líder inconteste no Congresso Legislativo. Nas primeiras eleições diretas para governador, figurou como vice na chapa de Francisco Xavier de Silva. Adoentado este, assumiu interinamente o governo, notadamente durante o período em que os revolucionários de Gumercindo Saraiva exerceram predomínio em território paranaense. Foi obrigado a retirar-se para São Paulo e Rio, após transferir a capital para Castro. Voltou depois à frente da contraofensiva florianista, recuperando o cargo. Eleito senador em 1895, tornou-se líder do governo Campos Salles, que lhe reconheceu o valor parlamentar. Discursou várias vezes para defender-se das acusações de responsabilidade pelos fuzilamentos na Serra do Mar, cuja paternidade nunca admitiu. Jamais se provou a sua conivência.
Elegeu-se governador do Estado em 1904, sucedendo a Xavier da Silva. Doente, licenciou-se diversas vezes do governo para tratamento de saúde, até sua morte em 3 de março de 1907, sendo sucedido por João Cândido Ferreira.
Deixou enorme acervo de realizações e exemplos de liderança, notadamente como expressão da fé republicana.
Texto: Academia Paranaense de Letras.
Foto: Acervo Casa Civil/PR
Pesquisa: AlmirSS - #IHGP