As Cidades Mortas da Síria

Espalhados pelo vasto Maciço de Calcário, no noroeste da Síria, entre os rios Orontes e Afrin a oeste e a rodovia Aleppo/Hama a leste, estão mais de 700 assentamentos abandonados da era romana e bizantina que remontam aos séculos V e VIII. Essas chamadas "Cidades Mortas" — um nome dado por alguns dos primeiros exploradores europeus — existem em um notável estado de preservação. Em grande parte intactos estão edifícios e casas, centenas de templos pagãos, igrejas e santuários cristãos, monumentos funerários, casas de banho e muito mais.

Essas vilas ou cidades já foram grandes produtoras agrícolas de trigo, azeitonas, azeite, uvas e vinho. Então o clima mudou. A seca e o aumento da temperatura fizeram com que a terra se tornasse improdutiva. Ao mesmo tempo, a conquista pelos árabes mudou as rotas comerciais e essas vilas perderam a maior parte dos negócios. Eventualmente, as vilas foram abandonadas e os colonos se dirigiram para outras cidades que estavam florescendo sob os árabes.

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Crédito da foto: Shane Horan/Flickr

Uma das maiores e mais impressionantes das “cidades mortas” é Al-Bara. Ela se estende por 6 quilômetros quadrados e está localizada a 90 km a sudoeste de Aleppo. Al-Bara não foi afetada pela conquista muçulmana no século VII, mas caiu para os cruzados no século XI, que mantiveram a cidade até que ela foi conquistada pelos mamelucos no século XII. Um terremoto em 1157 deixou a cidade inabitável.

As ruínas de Al-Bara incluem duas grandes igrejas com telhados piramidais, um mosteiro de dois andares, um forte da era dos cruzados, Qalaat Abu Safian, bem como um lagar de vinho e um lagar de azeite.

Perto de Al-Bara está outra “cidade morta”, Serjilla, famosa por seus belos restos de banhos romanos, o que mostra o quão próspera a região tinha sido. Em outra cidade abandonada, Kharab Shams, há uma basílica maravilhosa, uma das mais antigas e bem preservadas estruturas cristãs do Levante, datando do século IV. Outra igreja bem preservada da segunda metade do século V está localizada na vila de Mushabbak.

As aldeias agora fazem parte do Patrimônio Mundial da UNESCO.

“A paisagem cultural remanescente das aldeias também constitui uma ilustração importante da transição do antigo mundo pagão do Império Romano para o cristianismo bizantino. Vestígios ilustrando técnicas hidráulicas, muros de proteção e planos de lotes agrícolas romanos oferecem ainda testemunho do domínio dos habitantes na produção agrícola”, diz a descrição no site da UNESCO .

quarta-feira, 2 de outubro de 2024

As Cidades Mortas da Síria

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