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quarta-feira, 3 de novembro de 2021

Nestor de Castro (1867-1906) Regional Matriz Bairro: Centro Logradouro: Travessa

 Nestor de Castro (1867-1906)
Regional Matriz
Bairro: Centro
Logradouro: Travessa



Nestor de castro em óleo de Alfredo Andersen

Nestor de Castro nasceu na "Deitada-à-Beira-do-Mar" (antigo nome de Antonina) no ano de 1867. Era filho de Felipe de Castro e Ana Pereira de Castro. Ainda na infância tornou-se órfão, mas com a ajuda do cônego Manoel Vicente, pôde frequentar um seminário em São Paulo. De volta a Curitiba em 1887, tentou um empreendimento comercial sem sucesso. No ano posterior, casou-se com Arminda Pinheiro da Costa e passou a trabalhar no jornal 19 de Dezembro.

Neste período, colaborou com o escritor Jaime Balão em textos teatrais que foram musicados por Augusto Stresser. Com o advento da revolução federalista em 1894, Nestor de Castro tornou-se secretário do governo provisório, o que era coerente com sua filiação liberal. Tal conduta acarretou-lhe um exílio por cidades do sul do país. A experiência não foi de todo negativa, pois nessas viagens ele travou contato com a figura folclórica de "Bento Cego", cantador cujas trovas eram conhecidas e cantadas por todo o sul, mas sobre quem pouco se sabia. Nestor de Castro compilou os versos e fez um levantamento do que poderia ser a vida desse artista mítico, tendo empreendido para este fim, viagens por vários estados.

Quando retornou a Curitiba, sofreu retaliações em virtude de seus posicionamentos políticos. Casado e com 12 filhos, Nestor de Castro só conseguiu se restabelecer financeiramente quando, em 1904, seu amigo Teófilo Soares Gomes convenceu Vicente Machado a contratá-lo no jornal A República, de orientação legalista. Passou a escrever no mesmo jornal que enfrentara anteriormente em muitas polêmicas. Apesar das contrariedades, foi nesse momento que Nestor de castro concluiu seu estudo sobre Bento Cego, obra de referência sobre a cultura popular brasileira. Sua carreira foi interrompida de modo súbito no dia 14 de agosto de 1906, quando o escritor contava com 39 anos. Nestor de Castro empresta seu nome a uma travessa localizada nas proximidades da catedral e também é o patrono da cadeira número 33 da Academia Paranaense de Letras.

Fontes:
O que sabemos de Bento Cego? Sexta-feira, 18 de maio de 2012
http://urublues1.blogspot.com.br/2012/05/o-que-sabemos-de-bento-cego.html. Texto baseado em Samuel César, "O elogio do Patrono", discurso na Academia de Letras do Paraná em 21 de janeiro de 1927; publicado em "Obras de Nestor de Castro". Curitiba, Editora GERPA, 1945.