domingo, 12 de junho de 2022

PRAÇA GENERAL OSÓRIO

 

PRAÇA GENERAL OSÓRIO

A PRAÇA

A Praça General Osório, mais conhecida como Praça Osório, situa-se no centro da cidade de Curitiba e é contornada por ruas importantes, como a Rua XV de Novembro, a Rua Comendador Araújo – antiga Estrada do Mato Grosso – e a Rua Voluntários da Pátria. Em meados do século XIX o espaço da praça era apenas um grande pântano formado pelo Rio Ivo. Somente em 9 de fevereiro de 1874 é que o charco foi aterrado e recebeu o nome de Largo Oceano Pacífico e em 1879 passou a se chamar Praça General Osório, em homenagem a um dos principais líderes da guerra contra o Paraguai.  

Nesta época, as praças ou largos, como eram chamados, possuíam funções muito específicas, como locais de passagem para pedestres e cavaleiros, locais de pasto para cavalos ou até mesmo para o abastecimento da população com água potável. Contudo, a Praça Osório é um dos exemplos mais claros que podemos ter quanto às mudanças que se deram no contexto urbanístico das cidades brasileiras no final do século XIX e início do século XX. Isso porque diversas obras e alterações na praça previam a necessidade de se pensar o local como espaço de convívio coletivo e até mesmo de lazer, coisas que não tinham tanta relevância até o momento. A Praça Osório passou a ganhar novas mudas de árvore já em 1892, detalhe este que chama muito atenção até hoje de quem passa pela praça, quase toda coberta pela variedade e grandiosidade destas árvores. A partir de 1895, a praça ficou conhecida como ponto de passagem de diversos circos itinerantes e também como local de apresentações musicais, chegando inclusive a ter um coreto para as mesmas. Hoje, a praça não mais abriga estas atrações, porém continua sendo um ponto importante de convivência, de comércio e também de lazer para as mais diversas idades.  

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Fonte: Centro de Documentação e Pesquisa Casa da Memória.

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Uma das coisas que mais chamam a atenção ao se caminhar pela praça é a quantidade de sombras formadas pelas mais diversas árvores. É possível perceber que a grande maioria são bastante antigas, baseadas em seu porte e tamanho. A ideia de se arborizar espaços públicos, não era comum para os colonos portugueses, o que fez perdurar em diversas cidades brasileiras uma visível separação entre o meio urbano e o meio rural e inviabilizando a presença de árvores no meio urbano. Foi somente em 1892, a fim de higienizar e aformosear praças e demais largos de Curitiba, que a câmara mandou arborizar os mesmos, segundo prescrito da legislação. A criação do Horto Municipal em 1914, veio corroborar com esta nova premissa, produzindo mudas para os mais diversos locais públicos da cidade. Como um exemplo, neste mesmo período, as praças Carlos Gomes e Osório, já possuíam mais de 1.223 árvores ao todo.  

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Fotografia: Equipe do Observatório do Espaço Público.

Fonte: Centro de Documentação e Pesquisa Casa da Memória.

Diversos prefeitos realizaram obras de melhoramento na Praça Osório ao longo do século XX. Dentre eles, podemos destacar o prefeito Luís Xavier que, durante seu mandato de 1900 a 1907, mandou pavimentar cerca de 32 mil metros quadrados de espaços em Curitiba, incluindo também neste cálculo a Praça Osório. A praça, a partir de 1904, passaria a contar com serviços de calçamento, terraplanagem e revestimento de toda a área com saibro e pedregulho, construção de calçada com lajes rejuntadas além de calçamento entre os trilhos da linha de bondes. Também partiu deste prefeito as primeiras ideias de instalação de lâmpadas de arco voltaico e o alargamento do trecho de rua que ligava a Rua XV de Novembro à praça, dando origem àquela que é conhecida como “a menor avenida do mundo” e leva o nome do ex-prefeito. Cândido de Abreu, também traria outras melhorias para a praça, como o coreto instalado para as apresentações musicais, principalmente aos domingos. Também é durante seu mandato de prefeito que seria construída a base para a instalação de uma fonte ornamental e das esculturas que ainda fazem parte do atual chafariz. A coluna de granito para a instalação do relógio, que hoje localiza-se logo na entrada da praça, de frente com o calçadão da Rua XV, começou a ser construído neste mesmo período, em 1914.  

A PASSAGEM DO TEMPO

Fontes: Centro de Documentação e Pesquisa Casa da Memória e Equipe do Observatório do Espaço Público.

PERCEBENDO O ESPAÇO

Fotografias: Equipe do Observatório do Espaço Público.

TEXTURAS

A Praça Osório dá espaço a diversas texturas que enriquecem a experiência daqueles que passam por ela.

 

No caminhar, há a transição entre o asfalto da rua que cerca a praça e a pedra granito, em modo de petit pavet, de seu interior, que por sua vez vem acompanhada de um piso tátil que direciona o visitante da praça ao centro e contorna a fonte ali presente. Além da textura dos encaixes da pedra do petit pavet, esse calçamento compõe outra textura, dessa vez visual e não tátil. O mosaico de pedras brancas e pretas formam desenhos que se repetem e criam o seu próprio ritmo dentro da praça. 

Ainda no piso, existe a textura das heras que são parte da vegetação dos canteiros, servindo como preenchimento e base para árvores. Sua textura granulada conversa com o petit-pavet que, também feito de pequenas unidades, forma um conjunto maior. Erguendo o olhar e observando ao redor de toda a praça, a textura da vegetação se torna protagonista com os diferentes troncos de árvores. Alguns rugosos, lisos, manchados, ásperos, e até mesmo cobertos por outras vegetações. As árvores criam, por fim, mais uma textura que mescla céu e manchas escuras, onde cada folha compõe como se fosse um quadro. 

E fazendo presença junto às texturas da natureza estão as texturas artificiais. Elas ocorrem no mobiliário e nas luminárias com o trabalho em metal, nos semicírculos que delimitam os canteiros e criam o seu próprio ritmo e nas edificações ao redor, pela geometrização de repetição de elementos como as janelas, por exemplo. 

CORES

A predominância das cores na praça gira em torno de tons esverdeados, principalmente da vegetação densa, e do branco do piso de petit-pavet. Nota-se que as cercas, grades, arcos e luminárias utilizadas na praça tendem a se misturar em questões de coloração com a natureza do local, uma vez que apresentam tons esverdeados, assim como as folhas dos diferentes tipos. Além disso, parte do mobiliário da praça também faz referência à natureza, pois os bancos e lixeiras são marrons, como os troncos das árvores. 

Em relação às cores do entorno, percebidas através das árvores ou em pontos focais dos caminhos, notam-se os tons mais neutros e acinzentados das construções, e na rua XV, em específico, as cores mais claras. A grande exceção são as placas que chamam a atenção do pedestre e tornam a paisagem mais poluída visualmente.  

Em direção a essa mesma rua fechada, nota-se, desde o início do percurso, os tons pastéis azul e amarelo em grandes prédios ao fundo. Quando chega-se mais perto e com o foco um um pouco deslocado à esquerda, outros dois edifícios também ganham destaque por conta de suas cores que marcam presença, verde e rosa. A combinação dessas quatro cores pastéis (azul, amarelo, verde e rosa) nos altos prédios traz uma marca especial de coloração a essa vista da praça. 

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ODORES

Na realidade pandêmica em que se vive hoje, o uso da máscara atenua a percepção de cheiros nos espaços públicos, o que inclui a Praça Osório. Entretanto, alguns aromas são característicos do local e, por serem intensos, ainda podem ser sentidos.  

Nas extremidades da praça, principalmente, nota-se a poluição do ar, causada pelo grande fluxo de automóveis das ruas nos arredores. A atenuação gradual desse aroma típico urbano é percebido, mas de maneira muito sutil, à medida em que se adentra a praça. Ademais, também mais próximo às beiradas desse espaço, percebe-se o cheiro de comida, vindo tanto dos restaurantes próximos da praça, quanto dos carrinhos de comida de rua localizados em suas entradas principais. Alguns odores são efêmeros e individuais da experiência de cada transeunte, como por exemplo de cigarro, urina ou mesmo aquele exalado por uma outra pessoa que passa. 

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SENSAÇÕES

Ao longo da caminhada pela praça, inúmeras sensações são despertadas em cada um de seus usuários, sendo impossível generalizá-las, uma vez que cada pessoa vivencia o passar ou permanecer na praça de uma forma diferente.  Diversos são os fatores que influenciam e modificam essa experiência, como a trajetória de vida do transeunte, seu estado de espírito do dia, com quem faz o percurso, sua familiaridade ou estranheza com o local, entre outros.   

Apesar disso, a praça por si só possui algumas características que despertam percepções repetidas entre seus usuários, e são elas que proporcionam uma unificação das experiência de se estar ali.  

Ao adentrar na praça, percebe-se logo de início sua verticalidade monumental, por conta das grandes árvores, e a ideia de longitude, causada pelo extenso caminho central. Ademais, nota-se a como ela transmite a sensação de ser um oásis em meio ao caos urbano, ao mesmo tempo em que é um conector entre pontos da cidade. Cada um dos caminhos que ligam a parte central da praça com suas extremidades, por estarem escondidos em meio à vegetação, trazem aos espaços que os circundam certo misticismo e aconchego, e acabam se tornando mais receptíveis àqueles que visam a permanência na praça.  

Fotografia: Equipe do Observatório do Espaço Público.

Fotografia: Equipe do Observatório do Espaço Público.

SONS

Os sons percebidos na praça remetem a sua configuração, um espaço que traz a natureza para dentro da cidade. Por isso, quanto mais próximo a sua periferia você está, mais sons que remetem à cidade estão presentes. É possível ouvir o barulho dos automóveis que circulam nas ruas ao redor da praça, música dos estabelecimentos comerciais, conversas de pessoas que cruzam seu caminho… E quanto mais em direção ao centro da praça você caminha, é possível ouvir mais sons que remetem à natureza. O canto dos pássaros que ficam nas árvores, as folhas das árvores balançando com o vento e o som de água que vem da fonte localizada no centro da praça proporcionam a sensação de tranquilidade para o ponto central do oásis. 

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Fotografia: Equipe do Observatório do Espaço Público.

ARBORIZAÇÃO

A composição vegetal da Praça Osório é variada, mas a presença de diversas espécies de árvores, distribuídas pelos canteiros é a mais marcante. A maioria tem grande porte e com amplas copas, oferecendo uma camada protetora aos pedestres. Os principais tipos arbóreos são as Tipuanas, os Monjoleiros, os Jacarandás, as Cássias e as Patas-de-vaca. A Pata-de-vaca possui um porte menor que as outras, e é possível encontrá-la perto da fonte. Além dessas, os Jerivás contornam as ruas que ladeiam a praça e o indicam o caminho para os passantes. Nos canteiros também se destaca a forragem, popularmente chamada de hera, que contribui para aumentar a presença vegetal. 

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Fotografias: Equipe do Observatório do Espaço Público.

Alex Rodrigo Brondani
Benita Ríos González
Rubens Teixeira de Queiroz
NEMA UNIVASF
Martin Arregui
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Barnes Dr Thomas G
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Jerivá | Syagrus romanzoffiana 

O Jerivá pertence à família Arecaceae e é conhecido por coco-babão, coqueiro-jerivá e baba-de-boi. É nativa do Brasil, ocorre naturalmente entre a Bahia e o Mato Grosso do Sul. Pode atingir entre 10 e 15 metros de altura, com tronco não muito grosso. A floração acontece entre setembro e março, com grande intensidade entre a primavera e o verão. Suas flores são pequenas e brancas, e ficam penduradas pelo topo da árvore. A frutificação acontece durante quase o ano todo, com maior intensidade no inverno - quando pequenas esferas amarelo-alaranjadas aparecem no lugar das flores.  

 

Tipuana | Tipuana tipu

A Tipuana pertence à família Fabaceae e é nativa do hemisfério sul, entre África e Argentina. Possui grande porte, podendo chegar a mais de 20 metros. A sua folhagem é densa e bem distribuída ocupando grande área de cobertura. Possui tronco ereto e bem ramificado, como seus galhos. As folhas caem no inverno, mas a quantidade de desfolhamento depende da quantidade de chuva. Em períodos de estiagem, perdem bastantes folhas. Entre novembro e março, dão cor às copas com flores amarelas, pequenas, mas amontoadas nas pontas. Em alguns lugares do país, como Recife, são chamadas de árvore-passarinho por causa do movimento rodopiantes que os frutos fazem quando caem, fato que pode ser visto entre junho e agosto. 

Monjoleiro | Anadenanthera colubrina

O Monjoleiro também é conhecido como angico-branco, angico escuro, angico-vermelho ou só angico. Pertence à família Fabaceae e é nativa do Brasil, ocorrendo entre o Maranhão e o Paraná. A copa tem formato umbeliforme, parecido com o de um guarda-chuva aberto. Possui grande porte, que pode atingir entre 12 e 35 metros de altura. As folhas são bipinadas, ou seja, as folhas se dividem duas vezes, e são chamadas de folíolos. Eles caem das árvores entre o outono e o inverno. De novembro, até meados de fevereiro, a floração acontece e as flores brancas ou amareladas aparecem, em vários glóbulos pequenos. A frutificação acontece de julho a agosto, e a casca dos frutos continuam na árvore até a próxima floração. Por ser um fruto deiscente em formato de vagem, quando é época de disseminar sementes, ele se abre, permitindo que as sementes caiam e sejam disseminadas pelo vento.  

 

Angico | Parapiptadenia rigida

Também conhecido como angico, angico-cambi, corocai, angico-amarelo e monjoleiro. Pertence à família Fabaceae e ocorre desde Minas Gerais até o Rio Grande do Sul. A copa costuma ser arredondada e alta, possuindo desde 10 metros até 30 metros de altura. O tronco normalmente é inclinado, e sua casca possuem fissuras, que causam desprendimento de placas do tronco, ficando presas à casca interna pela parte superior dessas placas. As folhas são decíduas, no outono e inverno, e bipinadas. Suas flores são pequeninas, inflorescências em espigas, amarelo-esverdeadas. Floresce entre outubro e dezembro. De dezembro a março, as flores se tornam frutos leguminosos aplanados, que se abrem para que as sementes circulares, de cor rosa-claro, caiam.

 

 

Jacarandá-mimoso | Jacaranda mimosaefolia

 O Jacarandá pertence à família Bignoniaceae, e é natural de lugares amenos ao Sul do país e Noroeste da Argentina. Pode possuir copa elíptica, arredondada ou oval, costuma ser larga, com aproximadamente 6 metros de diâmetro. O tronco é pequeno, retilíneo ou curvado e seus galhos são bem ramificados. As folhas são grandes, possuindo entre 30 e 40 cm de comprimento, e são bipinadas (divididas em folíolos). No inverno, caem. De setembro a dezembro, acontece a floração. As flores têm formato de sino, e são roxas ou violetas, com perfume característico. Entre maio e julho, acontece a frutificação, com frutos amadeirados e achatados em formato quase circular, que quando secam (depois de abertas) parecem castanholas.  

 

 

Pata-de-vaca | Bauhinia forficata

A pata-de-vaca é conhecida por esse nome devido a suas folhas, que são divididas em dois lóbulos, semelhantes à pata do animal. A árvore pertence à família Fabaceae, e no território brasileiro, ocorre do Ceará ao Rio Grande do Sul. Pode possuir de 4 a 20 metros de altura, suas ramificações são dicotômicas e a copa pode ser arredondada ou estendida e aberta. O tronco é tortuoso e curto, tendo no máximo 5 metros de comprimento. Possui casca externa cinza-escura, lisa ou com pequenas fissuras. As folhas são simples, mas bilobadas, com dois lóbulos ovalados que formam a semelhança à pata-de-vaca. A floração ocorre de novembro a março, com flores brancas que se abrem à noite, com aproximadamente 9 cm. O fruto é em formato de legume, com até 20 cm de comprimento, de cor marrom-acinzentada.  

 

 

Cássia | Senna multijuga 

A Cássia também é chamada de aleluia, caquera e pau-cigarra. Pertence à família Fabaceae e é encontrada por todo o país. Tem porte médio, com até 10 metros de altura e tronco curto. A copa é arredondada com média de 5 metros de diâmetro. As folhas são compostas, e caem no inverno. Entre dezembro e abril, flores amarelas perfumadas aparecem na extremidade de galhos, e de abril a junho transformam-se em frutos deiscentes em forma de vagem.  


https://www.observatoriodoespacopublico.com/osorio?fbclid=IwAR3lmeh-XZcdOQgib1uT5-QU4ApF1pFAjXpG5uJtAhjodpzwLQhDVN694So

Nesta histórica foto da década de 1890, vemos a diretora da "Compagnie Générale de Chemins de Fer Brésiliens", seccional do Paraná, posando na frente das locomotivas nº 15 e nº 16, estacionadas na garagem da Estação Ferroviária de Curitiba.

Nesta histórica foto da década de 1890, vemos a diretora da "Compagnie Générale de Chemins de Fer Brésiliens", seccional do Paraná, posando na frente das locomotivas nº 15 e nº 16, estacionadas na garagem da Estação Ferroviária de Curitiba.


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NOS TEMPOS DA COMPAGNIE GÉNÉRALE DE CHÉMINS DE FER BRÉSILIENS
Nesta histórica foto da década de 1890, vemos a diretora da "Compagnie Générale de Chemins de Fer Brésiliens", seccional do Paraná, posando na frente das locomotivas nº 15 e nº 16, estacionadas na garagem da Estação Ferroviária de Curitiba.
As concessões da construção da Estrada de Ferro Paranaguá-Curitiba foram transferidas à essa companhia em 1879, pelo Imperador D. Pedro II, visto ela estar atrasada por parte dos concessionários anteriores.
Adiante, texto do Decreto que a credenciou:
" DECRETO Nº 7.420, DE 12 DE AGOSTO DE 1879 - Autoriza a José Gonçalves Pecego Junior e José Maria da Silva Lemos a transferirem á companhia franceza, denominada - Compagnie Générale de Chémins de Fer Brésiliens - os seus direitos e obrigações.
Attendendo ao que Me requereram José Gonçalves Pecego Junior e José Maria da Silva Lemos, Hei por bem Autorizal-os a transferirem á companhia franceza denominada - Compagnie Générale de Chémins de Fer Brésiliens - os direitos o obrigações que têm em virtude das concessões constantes dos Decretos n. 5912 do 1º de Maio de 1875, n. 6995 de 10 de Agosto e n. 7035 de 5 de Outubro de 1878, e contrato celebrado em 9 de Setembro deste ultimo anno, mediante as clausulas que com este baixam, assignadas por João Lins Vieira Cansansão de Sinimbú, do Meu Conselho, Senador do Imperio, Presidente do Conselho do Ministros, Ministro e Secretario de Estado dos Negocios da Agricultura, Commercio e Obras Publicas, que assim o tenha entendido e faça executar:
I - Ficam autorizados José Gonçalves Pecego Junior e José Maria da Silva Lemos, concessionarios da Estrada de ferro do Paraná, a transferir á companhia franceza denominada «Compagnie Générale de Chemins de Fer Brésiliens» a concessão que obtiveram do Governo Imperial para construir a mesma estrada de ferro, com a garantia de juros de 7%, sobre o capital fixado de 11.492:042$707, favores e privilegios constantes dos Decretos n. 5912 do 1º de Maio de 1875, e n. 6995 de 10 de Agosto de 1878, e contrato celebrado com o Governo Imperial em data de 9 de Setembro do mesmo anno.
O capital de 11.492:042$707, fixado pelo Decreto n. 7035 de 5 de Outubro de 1878, e que goza da garantia de juros de 7% ao anno, é computado em 32,500,000 francos.
II - Obriga-se a companhia cessionaria a construir a Estrada de ferro de Paranaguá á cidade de Coritiba, entregando-a ao trafego dentro do prazo de tres annos, a contar do começo das obras, que deverá ter logar dentro de cinco mezes, contados desta data, sendo este o prazo tambem fixado para a companhia começar a funccionar no Imperio.
III - Em vista da clausula precedente, o Governo Imperial pagará á - Companhie de Chemins de Fer Brésiliens - os juros garantidos de 7% sobre o capital de 32,500,000 francos, do seguinte modo:
§ 1º - 1,925,000 francos, representando os juros de 7% ao anno sobre 27,500,000 francos, a contar do dia em que esta ultima somma fôr depositada em casa dos agentes financeiros do Brazil em Londres, podendo ser o deposito feito de uma só vez, ou em prestações, contados, porém, os juros respectivos sómente dos valores effectivamente depositados, e do dia em que o forem.
§ 2º - 350,000 francos, que representam os juros garantidos de 7% ao anno sobre 5,000,000 francos, importancia do saldo do capital garantido, serão pagos sómente dous annos depois de feito o deposito de que trata o paraprapho antecedente, effectuando-se em tal occasião o deposito desse saldo de 5,000,000 francos, caso esta mesma somma não tenha sido anteriormente despendida nas obras da estrada.
Se, porém, antes de expirar o mencionado prazo de dous annos, a estrada estiver concluida e fôr entregue ao trafego, começarão a correr os juros sobre o referido capital dos 5,000,000 francos do dia da abertura de toda a linha ao trafego.
IV - A companhia obriga-se a applicar exclusivamente ao pagamento dos juros annuaes e amortização do capital de 23,000,000 francos que fôr realizado por meio de obrigações emittidas por conta e risco da mesma companhia, a quantia de 1,670,925 francos, que será deduzida da importancia total dos juros garantidos nos termos da clausula III.
V - Ficará dependente da fiel execução da precedente clausula a continuação do pagamento semestral, por parte do Governo Imperial, dos juros garantidos, devendo a companhia provar perante o mesmo Governo haver realizado no semestre anterior o pagamento estipulado na clausula IV;
VI - O reembolso á companhia das quantias depositadas nos termos da clausula III, será feito por prestações e mediante pedido dirigido ao Governo Imperial com a antecedencia de 90 dias pelo representante da companhia, no Rio de Janeiro.
Palacio do Rio de Janeiro, em 12 de Agosto de 1879. Com a rubrica de Sua Magestade o Imperador."
(Foto: Acervo Paulo José Costa)
Paulo Grani

sábado, 11 de junho de 2022

Meu avô Ernesto Greinert, nasceu em 1901 na cidade de Tubarão-SC e, ainda jovem, veio morar em Curitiba. Em meados dos anos 1930 ele adquiriu um táxi, naquela época era chamado de "Carro de Praça", cujo ponto era na Praça Tiradentes.

Meu avô Ernesto Greinert, nasceu em 1901 na cidade de Tubarão-SC e, ainda jovem, veio morar em Curitiba. Em meados dos anos 1930 ele adquiriu um táxi, naquela época era chamado de "Carro de Praça", cujo ponto era na Praça Tiradentes.


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VÁ COBRAR A CORRIDA NA CASA DO MEU PAI
Meu avô Ernesto Greinert, nasceu em 1901 na cidade de Tubarão-SC e, ainda jovem, veio morar em Curitiba. Em meados dos anos 1930 ele adquiriu um táxi, naquela época era chamado de "Carro de Praça", cujo ponto era na Praça Tiradentes.
Sociável, de boa conversa, logo fez amizade com os comerciantes e frequentadores da Praça, tornando-se pessoa bastante conhecida devido sua maneira de ser, gentil e prestativo. Trabalhou ali por cerca de 25 anos.
Ele contava aos familiares e amigos acerca de uma certa "experiência" que teve com uma passageira, em determinada ocasião:
Era começo dos anos 1940 e, em uma noite fria, ele estava por primeiro na "banca" do ponto, quando uma moça embarcou em seu táxi. Bem trajada e bonita, logo de imediato, ela pediu que ele a levasse ao Cemitério Municipal.
Logo no começo do trajeto ele tentou puxar assunto mas não logrou êxito, visto ela manter-se calada. A corrida era curta e ele, ao aproximar-se do cemitério, perguntou a ela onde pretendia descer. Ela respondeu-lhe, "Leve-me até ao portão de entrada". Ele prosseguiu e, ao parar o carro, verificou o taxímetro e disse-lhe o valor da corrida, ao que ela respondeu: "Não tenho dinheiro, vá cobrar na casa do meu pai.". Ele, meio desconcertado, sem alternativa, pegou um lápis e seu caderninho de "penduras" e pergunto-lhe qual o endereço. Ela, sem constrangimento algum, descreveu o endereço, desceu rapidamente do carro e varou pelo portão do cemitério fechado. Ele tremeu de alto a baixo, em ver aquela situação aparentando sobrenatural.
No dia seguinte, ele foi ao local indicado e acionou a campainha da casa. Um homem já de certa idade atendeu-o. Meu avô, descontraidamente disse-lhe - Vim cobrar a corrida do taxi que sua filha ficou devendo ontem. O senhor, irrequieto, disse-lhe que não tinha filha alguma. Então, meu avô descreveu a ele todo o acontecido.
Consternado com os detalhes, o senhor convidou meu avô para entrar e mostrou-lhe uma foto de sua filha que havia morrido a alguns anos antes. Meu avô quase desmaiou ao ver a foto, e disse-lhe: "É ela, mesma!". Então, o velho pai desandou a chorar.
Meu avô faleceu em 1965, muitos anos antes de circular em Curitiba a história da "Loira" que assustou vários taxistas na cidade. Se bem que a situação vivida pelo meu avô Ernesto, é bem diferente das outras histórias da "Loira" e os taxistas.
Paulo Grani.

Calçadão da Rua das Flores - Ano de 1978 Curitiba do Passado - Fotos Antigas

 Calçadão da Rua das Flores - Ano de 1978
Curitiba do Passado - Fotos Antigas
Adriano HE


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BR 116 – Antigo Trevo do Atuba, que servia como intercessão entre as rodovias BR 116, BR 476 e a Avenida Marechal Mascarenhas de Moraes – Novembro/1996.

 BR 116 – Antigo Trevo do Atuba, que servia como intercessão entre as rodovias BR 116, BR 476 e a Avenida Marechal Mascarenhas de Moraes – Novembro/1996.

BR 116 – Antigo Trevo do Atuba, que servia como intercessão entre as rodovias BR 116, BR 476 e a Avenida Marechal Mascarenhas de Moraes – Novembro/1996. No ano seguinte, iniciaram-se as obras da construção de um Bolsão de Travessia, eliminando a rotatória ali existente. Desde essa época, o projeto ‘’BR Cidade: A nova Avenida de Curitiba’’, previa a construção de uma trincheira nesse ponto, que não saiu do papel na época por dois motivos: A concessão do trecho urbano da BR ainda era do Governo Federal, e os recursos liberados pelo DNIT foram insuficientes para fazer a obra, que está sendo executada atualmente
Curitiba do Passado - Fotos Antigas
Imagem da SMCS/Meu acervo pessoal.

Edifício Dante Alighieri, em construção na década de 1950 (Desembargador Westphalen)

 Edifício Dante Alighieri, em construção na década de 1950
(Desembargador Westphalen)


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Comemoração do Centenário da Independência, em frente a Universidade do Paraná, na Praça Santos Andrade, em 7 de Setembro de 1922 ***Copyright © Gazeta do Povo. ***

 Comemoração do Centenário da Independência, em frente a Universidade do Paraná, na Praça Santos Andrade, em 7 de Setembro de 1922
***Copyright © Gazeta do Povo. ***


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