quarta-feira, 12 de outubro de 2022

Curitiba – Instituto de Educação do Paraná

 

Curitiba – Instituto de Educação do Paraná


O Instituto de Educação do Paraná, em Curitiba-PR, foi criada em 12 de abril de 1876, com o nome de Escola Normal. O edifício foi entregue em 1912.

CPC – Coordenação do Patrimônio Cultural
Nome Atribuído: Instituto de Educação do Paraná
Localização: R. Emiliano Perneta – Curitiba-PR
Número do Processo: 02/2004
Livro do Tombo: Inscr. Nº 154-II

Descrição:  A instituição foi criada em 12 de abril de 1876, com o nome de Escola Normal. O edifício foi entregue à comunidade pelo governador Dr. Caetano Munhoz da Rocha, em 1912. O imóvel passou por algumas ampliações, contando atualmente com 5.500 metros quadrados de área construída. Mesmo assim estão mantidas todas as características originais. A instituição é um marco referencial para o ensino no Paraná.
Fonte: CPC.

Descrição: O Instituto de Educação do Paraná é umas das instituições mais antigas do Estado. Foi criado em 1876 com o nome de Escola Normal e desde então dividiu suas instalações com o Ginásio Paranaense. Somente em 7 de setembro de 1922, data da comemoração do Centenário da Independência do Brasil, a Escola Normal de Curitiba ganha a sua sede própria, na atual Rua Emiliano Perneta, a qual ficou conhecida por “Palácio da Instrução”. A festa mereceu o seguinte comentário do então Presidente do Paraná, Caetano Munhoz da Rocha:
“O Paraná comemorou com toda solenidade a data centenária da Independência Politica da Pátria, fazendo refletir nessas comemorações a sua cultura cívica e o seu desenvolvimento material.(…)
Aqui, na Capital, as festividades tiveram o brilho excepcional que lhes imprimiu o regozijo do povo todo e o encanto que as crianças das escolas, como realce insuperável, sabem dar às delicadas manifestações da sua alma.
O Governo inaugurou o palácio da instrução como padrão da sua nítida compreensão de que, procurando resolver o máximo problema da instrução popular, contribui eficientemente para o engrandecimento da Pátria.”
O edifício apresenta construção aprimorada, linhas elegantes e esmerada ornamentação, revelando a importância atribuída naquele momento à formação de professores.
O Instituto de Educação do Paraná Professor Erasmo Pilotto foi tombado pelo Patrimônio Estadual em 2004 e é classificado como uma Unidade de Interesse de Preservação (UIP) do município.
Fonte: Prefeitura Municipal.

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Curitiba – Instituto Neo Pitagórico

 

Curitiba – Instituto Neo Pitagórico


O Instituto Neo Pitagórico, em Curitiba-PR, foi fundado por Dario Vellozo, pensador e escritor.

CPC – Coordenação do Patrimônio Cultural
Nome Atribuído: Instituto Neo Pitagórico
Localização: R. Prof. Dario Velozzo, nº 460 – Vila Izabel 0 Curitiba-PR
Número do Processo: 20/68
Livro do Tombo: Inscr. Nº 20-II

Descrição: O fundador do instituto foi Dario Vellozo, pensador e escritor. Nasceu no Rio de Janeiro em 26 de novembro de 1869 e aos 14 anos foi morar em Curitiba (PR), onde desenvolveu intensa atividade intelectual. Foi professor de História no Ginásio Paranaense, diretor e redator de revistas e jornais, entre os quais Ramo de Acácia, O Cenáculo, A Esphynge, Club Curitybano, O Electra e A República, que no final do século 19 e início do século 20 divulgavam a ousadia, a liberdade de pensamento e de concepção da arte.
Em 1909, junto com um grupo de livres pensadores, composto por alunos e professores do Ginásio Paranaense, fundou em Curitiba o Instituto Neo Pitagórico. Esse Instituto, expressão social e jurídica do grupo neopitagórico, passou a sediar o Movimento Mundial do Pitagorismo. Em 1918, com a construção do Templo das Musas, também em Curitiba, fundamentou-se a estratégia social desse grupo no Paraná e no Brasil.
O Instituto Neo Pitagórico promovia reuniões com finalidades de iniciação de novo membro, administrativas, musicais e literárias ou até mesmo em homenagem a personalidades ou povos, precedidas da leitura e comentário de trechos dos escritos de Pitágoras. Os irmãos neopitagóricos deificavam os gregos, mergulhavam na literatura e procuravam reconstruir o pensamento e o modo de viver dos antigos. Desejavam reprisar não somente as ideias, mas a arquitetura, o vestuário e até nomes pessoais.
Em 1936, Dario Vellozo publicou o livro Jesus Pitagórico. Foi sua última publicação antes de falecer, em 28 de setembro de 1937, na cidade de Curitiba (PR).
Fonte: CPC.

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Curitiba – Jockey Club do Paraná

 

Curitiba – Jockey Club do Paraná


A história do Jockey Club do Paraná, em Curitiba-PR, teve início no dia 2 de dezembro de 1873, com a eleição de sua primeira diretoria.

CPC – Coordenação do Patrimônio Cultural
Nome Atribuído: Jockey Club do Paraná
Localização: Av. Vítor Ferreira do Amaral, nº2299 – Curitiba-PR
Número do Processo: 06/2000
Livro do Tombo: Inscr. Nº 155-II

Descrição:  A história do Jockey Club do Paraná teve início no dia 2 de dezembro de 1873, com a eleição de sua primeira diretoria. O primeiro Grande Prêmio da história do turfe do Paraná recebeu a denominação de Grande Prêmio “Dezenove de Dezembro”. A prova foi instituída pela Lei Provincial n.º 866 de 17 de fevereiro de 1886.
O turfe local atravessou fase sem destaque, mas a partir de 1940, na gestão do presidente, com importação de animais argentinos e uruguaios, além da vinda de um lote de potros e potrancas de criação de Lenneo de Paula Machado, melhorou muito o nível técnico das corridas.
Assim, no início da década de 1940, foram instituídas algumas das provas mais importantes do calendário turfístico paranaense, como Grande Prêmio Paraná e Clássicos Primavera, Carlos Dietzsch e Manoel Ribas.
Muitos defendiam, em 1948, a remodelação do Hipódromo do Guabirotuba, mas outros achavam que o terreno não oferecia melhores condições. Assim, em setembro daquele ano, foi iniciada as negociações para compra do terreno do Tarumã. Em 1949, ainda predominava a ideia da construção do novo hipódromo no próprio terreno do Guabirotuba.
No dia 31 de agosto de 1950 o Governador Moyses Lupion “autorizou a aquisição da área necessária, reajustando o valor da avaliação das atuais instalações e terrenos do Jockey Club do Paraná”. Desta forma o terreno do Guabirotuba passou para o Estado e a área do Tarumã para o Jockey.
A diretoria do Jockey Club, em junho de 1952, organizou um gráfico do andamento das obras, cujo projeto era do engenheiro Edmir Silveira D’Avila, prevendo a inauguração para novembro de 1953. Naquele mês foram iniciados os trabalhos de terraplanagem e no dia 13 de setembro de 1952 foi realizado a solenidade de início da construção da arquibancada social, com as presenças do Governador Bento Munhoz da Rocha Neto e o presidente Pedro Alípio Alves de Camargo.
No dia 21 de novembro de 1955 realizou-se a emocionante festa de despedida do Hipódromo do Guabirotuba, que durante 56 anos foi palco das reuniões promovidas pelo Jockey Club do Paraná.
Dia 10 de dezembro de 1955, às 11 horas da manhã, realizou-se a solenidade oficial, com as presenças dos Governadores Adolpho de Oliveira Franco e Irineu Bornhause, Bento Munhoz da Rocha Netto, Prefeito Ney Braga, Secretário de Saúde Joaquim de Mattos Barreto, presidente Pedro Alípio Alves de Camargo e as grandes figuras do turfe do Paraná.
Às 13h30 daquele dia, Mário de Araújo Marques ordenou a partida da primeira corrida realizada no Hipódromo do Tarumã – Grande Prêmio “Inaugural”. No dia seguinte foi realizado o Prêmio Paraná.
Fonte: CPC.

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Curitiba – Museu de Arte Contemporânea

 

Curitiba – Museu de Arte Contemporânea

O edifício do Museu de Arte Contemporânea, em Curitiba-PR, foi projetado para sediar a Diretoria de Saúde do Estado. Teve sua construção iniciada em 1916.

CPC – Coordenação do Patrimônio Cultural
Nome Atribuído: Museu de Arte Contemporânea
Localização: R. Desembargador Westphalen, nº 16 – Curitiba-PR
Número do Processo: 65/77
Livro do Tombo: Inscr. Nº 64-II

Descrição:  O edifício foi projetado para sediar a Diretoria de Saúde do Estado. Teve sua construção iniciada em 1916, sendo inaugurado dois anos depois pelo então governador Caetano Munhoz da Rocha. Mais tarde foi ocupado pela Secretaria de Trabalho e Assistência Social, que ali permaneceu até 1973, ano em que foi restaurado para abrigar o Museu de Arte Contemporânea, o Museu da Imagem e do Som e o Conselho Estadual de Cultura.
Construído em alvenaria de tijolos, estilo neoclássico em dois pavimentos com estrutura moldurada. Está coberto com telhas francesas de barro, com área total de 564 metros quadrados.
Fonte: CPC.

Descrição: O prédio do MAC Paraná, um casarão no estilo eclético construído em 1928 e tombado pelo Patrimônio Histórico, entra em reforma em 2019 com mudanças necessárias para abrigar sua importante coleção e estar em consonância com a produção artística contemporânea.  Junto à mudança física, a intenção é mostrar o  acervo de formas sem precedentes, para trazer mais vozes e perspectivas para as exposições.
Fonte: Site da instituição.

Descrição: O MAC foi criado por decreto oficial de 11 de março de 1970, tendo como meta estabelecer o diálogo e estreitar os laços entre a sociedade e o seu patrimônio artístico, através de um programa de ação que privilegie o debate, o questionamento e a reflexão.

O museu foi oficialmente aberto ao público em março de 1971, em espaço provisório, na rua 24 de Maio. Em sua sede atual, encontra-se desde 27 de junho de 1974. O prédio, construído em 1928 para abrigar o Departamento de Saúde Pública, foi especialmente reformado para receber o museu. Em 1978 foi tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico do Estado do Paraná.

Seu primeiro diretor foi o artista plástico Fernando Velloso, então Chefe da Divisão de Planejamento e Promoções Culturais do Departamento de Cultura do Estado e membro da primeira diretoria da AMAB – Associação dos Museus de Arte do Brasil.

Em seu período inicial o MAC/PR recebeu grande influência da atuação de Walter Zanini, diretor do MAC/USP, que apresentava uma proposta de museu como espaço de discussão de tendências e de apoio às manifestações de artistas jovens. Velloso imprimiu um estilo de atuação em concordância com as tendências museológicas mais atualizadas.

Depois de Fernando Pernetta Velloso (1970-1983), o MAC/PR foi dirigido por Mariza Bertoli (1983-1984), Elizabeth Bastos Dias Titton (1984-1987), Adalice Maria de Araújo (1987-1988), Maria Cecília Araújo de Noronha (1988-1991 / 1995-1998), Nadyegge Boldrin de Almeida (1991-1992), Maria Amélia Junginger (1992-1994), João Henrique do Amaral (1998-2002), Vicente Jair Mendes (2003-2005), Eleonora Gutierrez (2005-2007), Alfi Vivern (2007-2010), Lenora Pedroso (2011 – 2018, Ana Rocha (2019 – dias atuais).

A atuação do MAC/PR está tradicionalmente voltada para a educação. O Setor de Ação Educativa coordena projetos para o público visitante e mobiliza instituições e a comunidade para propostas de ação conjunta. O setor é também responsável pela organização de cursos, palestras, encontros, oficinas e outras atividades.

O Setor de Pesquisa e Documentação constitui-se, em termos de organização, quantidade e qualidade de dados, no espaço local mais adequado para a pesquisa em artes visuais.

O MAC faz a divulgação do seu acervo por meio de mostras temáticas periódicas. Realiza também diversos panoramas de arte, com exposições temporárias, individuais e coletivas.

O Salão Paranaense, evento tradicional instituído oficialmente em 1944, é promovido pelo MAC desde 1970, proporcionando uma importante revisão e reflexão sobre a arte brasileira contemporânea.
Fonte: Governo do Estado.

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Curitiba – Museu Escola Alfredo Andersen

 

Curitiba – Museu Escola Alfredo Andersen

O Museu Escola Alfredo Andersen, em Curitiba-PR, é antiga casa de moradia urbana construída em alvenaria de tijolos, em dois pavimentos.

CPC – Coordenação do Patrimônio Cultural
Nome Atribuído: Museu Escola Alfredo Andersen
Localização: R. Mateus Leme, nº 336 – Curitiba-PR
Número do Processo: 30-71
Livro do Tombo: Inscr. Nº 30-II

Descrição: Integrando conjunto arquitetônico com unidades vizinhas, a edificação é antiga casa de moradia urbana construída em alvenaria de tijolos, em dois pavimentos. Adotando o partido da arquitetura eclética, em voga em fins do século passado e inícios do atual, o prédio mostra fachada neoclássica com as envasaduras emolduradas por requadros em massa, vergas em semicírculo no primeiro piso e sobrevergas arqueadas no segundo. Porta central ladeada por quatro janelas – duas de cada lado, sistema em guilhotina -, todas com bandeiras fixas. No segundo pavimento, janela rasgada ao centro e balcão com guarda-copo em ferro e quatro janelas de peitoril.
Cobertura em telhado de quatro águas, arrematado na fachada principal por platibanda com ornatos em massa. O prédio, que por muitos anos serviu de moradia e ateliê-escola para Alfredo Andersen, abriga, agora, exposta em caráter permanente, expressiva coleção de obras e documentos do artista, que com muita justiça é considerado o pai da pintura paranaense. Natural de Christiansand, Noruega, onde nasceu em 3 de novembro de 1860, Andersen, seguindo o desejo paterno, encaminhou seus estudos para a engenharia, com o fito de tornar-se construtor naval.
Aos 12 anos de idade, porém, já fazia tão bons desenhos que o reitor da escola o aconselhou a seguir carreira artística. Em 1873, portanto aos 13 anos, pintou Akt, sua primeira tela conhecida. Por volta de 1874, segundo Egil Johan Ree, com o objetivo de se tornar marinheiro, viajou no barco do pai com destino à Itália. Já Carlos Rubens afirma que o objetivo era outro: obtida a permissão paterna, seguiria carreira artística. Desistiu, porém, por não ter recursos para matricular-se numa academia. Anos mais tarde, resolveu enviar a Wilhelm Krogh, famoso cenógrafo, pintor e decorador de Christiania (atual Oslo), alguns desenhos seus, pedindo-lhe para ser aceito como seu discípulo.
Sendo admitido, provavelmente de 1874 a 1877 passou a residir em Oslo, onde trabalhou sob orientação de Krogh. Viveu experiência laboriosa, dividindo suas atividades entre decoração, cenografia e pintura de terracota. Em 1878 executou a tela Fazendo Fosquinha e transferiu-se para Copenhague (Dinamarca). A fim de se preparar para ingressar na Academia de Arte, frequentou o ateliê de Carl Andersen, pintor de retratos e assistente da academia.
Em 1879 era admitido na Academia Real de Belas-Artes de Copenhague. Nesse mesmo ano, conforme certificado de P. Tejlemann, lecionava Desenho Livre na Escola de Rapazes, junto ao Asilo de Vesterbro. O próprio Tejlemann atesta ainda que, nos anos de 1881 e 1883, Andersen dirigiu o ensino de desenho da escola da qual era diretor, tendo empregado métodos mais livres.
Em 1891 não só expôs em Oslo como executou o retrato de Knut Hamsun, autor de A Fome (Sult), que se encontrava num ciclo de palestras pelo litoral e de quem era grande amigo, inclusive pela afinidade que ambos experimentavam na exaltação do individualismo, amor à liberdade e defesa da integração do homem com a natureza. Com essa obra, Andersen iniciava a série de retratos psicológicos.
No mesmo ano em que pintou Hamsun, Andersen iniciou uma longa viagem, Supõe-se que esteve no México, Barbados e, pela primeira vez, no Brasil, onde, na Paraíba do Norte, pintou o Porto de Cabedelo.
Em 1892, embarcava no navio capitaneado por seu pai, Tobias Andersen, iniciando uma espécie de volta ao mundo, cujo roteiro era Buenos Aires, África do Sul, Ásia, América do Norte. Aportou novamente em Cabedelo, onde executou vários estudos (desenhos, aquarelas e o famoso óleo Porto de Cabedelo). Rumo ao Sul, segundo versão oficial, uma avaria no mastro do navio, devido a forte temporal, fê-lo desembarcar em Paranaguá.
Conforme relato do próprio Andersen, a imagem altamente positiva que teve do Paraná e razão, talvez, da sua permanência aqui, deve-se ao fato de uma visita à Escola de Belas-Artes e Indústrias.
Em Paranaguá, de forma temporária ou permanente, fixou-se aproximadamente dez anos. Os temas mais comuns em seus desenhos e pinturas eram, então, paisagens do litoral e da estrada de ferro que liga Paranaguá a Curitiba, tipos populares e retratos.
Embora sejam conhecidas várias obras dessa fase, é no momento impossível ter-se uma visão de conjunto de sua produção na época, visto que, ao que tudo indica, Andersen costumava trocar trabalhos seus por mercadorias com a tripulação dos navios que aportavam em Paranaguá. Prova, tanto desse contato, como talvez de um prosseguimento das viagens, são o retrato Meu Amigo Inglez (Capitão Compton) e a composição Lendo Correspondência, ambos de 1896. Por outro lado, o retrato do Visconde de Nacar e outras obras comprovam sua presença em Paranaguá nesse mesmo ano. Quanto à data e circunstâncias precisas da transferência de Andersen para Curitiba, as opiniões também divergem.
Em Curitiba, Alfredo Andersen passou a desenvolver intensa atividade, não só como artista, mas também como professor. Em seu próprio ateliê, fundou uma escola particular de desenho e pintura. Fez inúmeros projetos para criar uma escola oficial de belas-artes, porém não viu seu sonho se realizar. Também assumiu a função de professor de Desenho da Escola Alemã do Colégio Paranaense. Em 1909 foi convidado, por Maria Aguiar Lima, para assumir a direção das aulas noturnas da Escola de Belas-Artes e Indústrias.
Por meio dessa experiência, teve a oportunidade de colocar em prática a sua utópica Escola Profissional de Desenho para Operários, espécie de Bauhaus provinciana para formar operários especializados. Também esse sonho foi sacrificado, com a transformação da Escola de Belas-Artes e Indústrias em Escola Feminina, o que a descaracterizou totalmente.
O seu primeiro ateliê em Curitiba localizava-se na Rua Marechal Deodoro, no local que fora estúdio do fotógrafo Volk e seria mais tarde transformado no célebre ateliê de Ghelfi, onde foi lançado o estilo paranista. Mais tarde, Andersen transferiu seu ateliê para a Rua Conselheiro Carrão, atual Mateus Leme, hoje Museu Alfredo Andersen, onde viveria até o final de seus dias.
Além da sua importância didática, que lhe valeu o título de “Pai da Pintura Paranaense”, grande foi o valor de Alfredo Andersen como artista plástico. Três grandes linhas temáticas caracterizavam a obra de Alfredo Andersen como pintor: o retrato, a paisagem e as cenas de gênero. No retrato, Alfredo Andersen explorava, em geral, os efeitos do claro-escuro, característica, aliás, comum entre os pintores nórdicos. Em alguns, como A Menina com a flor na Boca, a fugacidade do efêmero chega a sugerir o impressionismo. Nas paisagens e cenas de gênero, as composições iniciais, que tendiam aos pasteis e cinzas, são substituídas – em contato com a luz dos trópicos – por uma paleta mais leve, mais próxima do impressionismo. Proximidade essa que se caracteriza, porém, mais pela fatura e pela sensação visual de captação de fugitivo perante a natureza do que pelas cores e toques soltos propriamente ditos. A luz, delimitando a forma sem destruí-la, aproxima-o dos realistas, parcialmente ligados ao impressionismo, como Manet ou Degas, mais do que como um dos mais emotivos intérpretes da gente e da paisagem paranaense em inícios do nosso século.
Fonte: CPC.

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