terça-feira, 7 de fevereiro de 2023

Jokers pub em Curitiba

 Jokers pub em Curitiba

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História


Na caça de histórias sobre os bastidores das filmagens do filme Estômago  (Brasil, 2007), ocorridas em 2004, visitamos o bar e acabamos descobrindo um capítulo à parte sobre a história do próprio bar, do prédio em que está localizado e sobre o minimuseu circense dedicado à família Queirolo, em exposição permanente.


Localizado na Rua São Francisco, nº 164, o Jokers Pub foi fundado em 12/02/2001 com a temática de palhaços; desde então, é um reduto da contracultura em Curitiba. O Bar tem a tradição de receber todo tipo de expressão cultural, sempre de braços abertos, desde apresentações musicais, até peças de teatro, de comédia e mágica sendo, inclusive, palco de início de carreira de atores e atrizes com projeção nacional.


O precursor do Jokers foi o bar Circus, que também ficava na rua São Francisco. O Circus Bar foi inaugurado em 1991 e se notabilizou pelos espetáculos circenses, além dos festivais de filmes e campeonatos de pebolim. Ambientado com paredes pretas, grafites, velas e caveiras, junto com quadros de palhaços, o bar acolhia bandas locais, principalmente as de punk rock, como a Relespública, a Krápulas e a Catalépticos.

 

Foto: Cartazes de divulgação de eventos e festivais promovidos pelo Circus bar, precursor do Jokers pub. Muitas das bandas eram locais e usaram bares como o Circus e hoje Jokers como uma vitrine de divulgação de seus trabalhos.

Quando o Circus Bar foi fechado, em 2000, o seu dono, Sandro Tavares, pensou que o prédio histórico em frente ao Circus era o cenário perfeito para inaugurar um novo bar. Daí surgiu o Jokers, que manteve a mesma paixão por circos, palhaços e contracultura, mas agora em local com mais espaço para explorar todo tipo de apresentação cultural. O espaço passou a abrigar, inclusive, uma exposição permanente de um pequeno acervo sobre a trajetória da vida dos irmãos Queirolo, palhaços de uma tradicional família circense que se estabeleceu em Curitiba em 1956.

O prédio do Jokers se tornou parte da identidade do pub: ambos são indissociáveis. Ele foi construído no início do século XX em estilo eclético, e nos lembra um período em que Curitiba era provinciana e pacata. Ao longo do tempo, abrigou todo tipo de comércio, de casa de ferragens e floricultura à funerária. Hoje, é uma Unidade de Interesse de Preservação de Curitiba e, por isso, a bela fachada e parte do antigo piso do salão principal são preservados, sem possibilidade de qualquer alteração. 


Embora isso possa parecer um ônus, principalmente quando se pensa nos custos para a manutenção de um sobrado tão antigo, para o Jokers, não é. As janelas clássicas, os detalhes curvilíneos da estrutura externa, o frontão saliente e as cores vivas (hoje o prédio é em tom bordô) combinam com os móveis rústicos e os inúmeros objetos históricos dispostos nas paredes internas. Parte da estrutura original do prédio já foi alterada, mas os azulejos pretos são uma relíquia que se mantém há mais de cem anos. 

Cenário de filme


A  arquitetura do prédio foi preponderante para a escolha do Jokers como cenário das gravações do filme Estômago, em 2004, quando a fachada e o salão do bar se tornaram o fictício restaurante Boccaccio. Após meses de gravações, feitas no contraturno, o Jokers recebeu um afetuoso agradecimento da direção do longa-metragem (foto ao lado).  


O filme conta história de um migrante nordestino que chaga a Curitiba em busca de vida melhor e se apaixona por uma garota de programa.  Com um enredo trágico e ireverente,o filme ganhou uma série de prêmios do cinema nacional no seu ano de estreia (2007) e deu projeção nacional a artistas curitibanos.


Por conta de toda a história envolvida, João Botelho, atual gerente, não é favorável ao fechamento da Rua São Francisco para transformá-la em espaço gourmet, porque, segundo ele, acabaria com parte do charme e da identidade do Jokers e da própria rua (sem falar dos problemas que iriam surgir, já que na rua tem uma funerária!).




A São Francisco, lembremos, é revestida de paralelepípedos, permanece estreita e com os prédios colados à rua, cenário que lembra os anos de 1700 e 1800 (somente lhe falta um estacionamento, admite João, gerente do Jokers). Ela foi uma das primeiras vias de Curitiba, chamada de Rua do Fogo, nome comum no Brasil Colonial para lembrar a todos os moradores da necessária preservação do fogo aceso diariamente. Depois, recebeu a atual nomenclatura em virtude da construção da Igreja da Ordem Terceira de São Francisco das Chagas, que fica no Largo. Hoje, faz parte do chamado Centro Histórico da cidade, já que abriga também outros tantos prédios dos séculos XIX e XX.

Toda essa trajetória da Rua São Francisco e de Curitiba parece estar representada no Jokers. Além de todos os elementos históricos, há no Pub um salão batizado de “Salão Irmãos Queirolo”, para homenagear os irmãos palhaços que em 1904 já faziam apresentações num tradicional circo de lona.

Foto: Placa no salão principal em homegem aos fundadores do circo dos irmãos queirolo.



Atualmente, o Jokers é um dos espaços mais plurais da cidade. Ao mesmo tempo em que é bar, restaurante, boate e casa de shows, mantém museu e galeria de arte em suas dependências. Música também tem para todos os gostos: rock, blues, soul, folk music e até samba, sendo o bar um antro de novas bandas e tendências.


De peito aberto para a modernidade, o Jokers tem os pés fincados na história.

História de bar


Além de toda essa memória longínqua, como todo bom bar, as histórias de balcão e de back stage também dão vida ao "patrimônio". De longe a mais peculiar e engraçada é a da banda americana Sean Wheeler & Zander Schloss, que foi se apresentar e antes mesmo do show começar, um dos integrantes caiu do palco e precisou ser socorrido e levado ao hospital de ambulância. Felizmente, o músico não se machucou e retornou para a apresentação, que começou com algumas horas de atraso.

Casa Central da Congregação da Missão

 

Casa Central da Congregação da Missão


Casa Central da Congregação da Missão

Casa Central da Congregação da Missão



A Casa Central foi construída por iniciativa do Padre Ludovico Bronny com o objetivo de melhor acomodar a administração da Congregação da Missão, em Curitiba.
A construção iniciou em abril de 1937 e foi concluída em novembro de 1938.
Na época Curitiba era uma vice-província da Congregação da Missão, com sede no Rio de Janeiro.
Em 27 de setembro de 1969 foi criada a “Congregação da Missão Província do Sul”, com sede em Curitiba e cujo território abrange os estados do Paraná, Santa Catarina, Rio grande do Sul, Mato Grosso do Sul e São Paulo.

Localizada na Avenida Jaime Reis, 531; a casa fica recuada em relação o alinhamento da rua, entre a Igreja São Vicente de Paulo (construída em 1932) e a atual Faculdade Vicentina (Seminário São Vicente) e tem na frente um jardim.

O conjunto todo, formado pela igreja, pela casa e pela faculdade é muito bonito.
A igreja é uma Unidade de Interesse de Preservação, mas não sei dizer com certeza se a Casa Central também é. Acho que sim, até por que o endereço da igreja e da casa são os mesmos.

emblema da Congregação da MissãoO medalhão na parte superior da casa é o emblema e lema da Congregação da Missão. É uma moldura oval com uma figura de Jesus em pé e de braços abertos, sobre um globo. Nele está escrito em latim Evangelizare pauperibus misit me, algo como “enviou-me para evangelizar os pobres”. O texto foi retirado de Lucas 4:18.






Publicações relacionadas:
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Faculdade Vicentina

Referências:

— Alameda Doutor Muricy, esquina com a Rua Doutor Claudino dos Santos, no São Francisco. Anos 70 —

 — Alameda Doutor Muricy, esquina com a Rua Doutor Claudino dos Santos, no São Francisco. Anos 70 —


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***— Rua Capitão Souza Franco, em outubro de 1945 — *** (Bigorrilho)

 ***— Rua Capitão Souza Franco, em outubro de 1945 — ***
(Bigorrilho)


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