sexta-feira, 5 de maio de 2023

Paella Manézinho da Ilha

 Paella Manézinho da Ilha


Ingredientes (30 porções)

  • linguiça paio2 linguiças paio
  • peito de frango500 g de peito de frango
  • 500 g lombo de porco
  • 1 kg de lula inteira
  • camarão descascado1 kg de camarão descascado
  • camarão1 kg de camarão com casca
  • 1 duzia de ostras

Vegetais

  • pimentão verde3 pimentões verdes,
  • pimentão vermelho1 pimentão vermelho
  • pimentão amarelo1 pimentão amarelo
  • vagem500 g de vagem
  • cebola2 cebolas grandes
  • vagemVagem

Temperos

  • alho1 cabeça de alho
  • açafrãoaçafrão da terra
  • páprica picantepaprica picante
  • sal ou tempera tudo
  • Limãolimão

Acompanhamentos

  • arroz (parboilizado)
  • azeiteAzeite de oliva
  • Vinho branco (seco)

Modo de preparo

Modo de preparo : 1h 30min
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    O ideal para o preparo deste prato é que seja feito em uma paelleira, pois como ela e baixa, mas com um diâmetro maior, então todos os ingredientes cozinham de forma uniforme.

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    Preparo para os cortes e guarnições:

    Corte a cebola grosseiramente em cubos médios.

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    Deixe o alho inteiro apenas com a casca mais fina.

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    Retire a pele do paio, após corte-o em cubos da espessura de um polegar.

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    Corte em cubos o frango e o lombo da espessura de um polegar.

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    Limpe a lula e as corte em anéis, (não jogue fora os tentáculos).

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    Corte em cubos médios a vagem.

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    Corte os pimentões em tiras verticais.

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    Tempere as carnes com pouco sal pois na panela serão adicionados mais temperos.

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    Frite os camarões com casca e reserve-os.

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    Cozinhe a ostras apenas para abri-las.

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    Preparo para o cozimento:

    Utilize uma colher de pau para mexer os ingredientes.

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    Jogue um pouco de azeite na panela, adicione a cebola e refogue por dois minutos em fogo médio.

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    Adicione o alho.

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    Reserve em um canto da panela os ingredientes já refogados.

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    Adicione o paio até ele ficar quase frito.

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    Reserve em um canto da panela os ingredientes já refogados e fritos.

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    Adicione a carne de porco e refogue-a por 4 minutos.

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    Reserve em um canto da panela os ingredientes já refogados e fritos.

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    Adicione o frango e refogue-o por 4 minutos.

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    Reserve em um canto da panela os ingredientes já refogados e fritos.

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    Adicione o camarão e refogue-o por 1 minuto.

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    Reserve em um canto da panela os ingredientes já refogados e fritos.

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    Adicione a lula com os tentáculos e refogue-o por 1 minuto.

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    Reserve em um canto da panela os ingredientes já refogados e fritos.

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    Adicione os pimentões uma cor de cada vez, refogue 3 minutos cada um.

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    Reserve em um canto da panela os ingredientes já refogados e fritos.

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    Adicione a vagem e misture todos os ingredientes com a colher de pau sempre em sentido horário.

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    Adicione um copo cheio de vinho seco branco.

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    Despeje água fervente na panela até perto da borda.

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    Adicione uma colher rasa de chá de páprica picante e mais uma colher de chá quase cheia de açafrão.

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    Mexa todos os ingredientes por dois minutos e prove o caldo para ver se falta mais sal (cuidado para não ficar muito salgado).

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    Adicione o arroz e aumente o fogo.

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    Mexa tudo sem parar até o arroz estar quase seco.

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    Quando o arroz estiver com uma textura tipo empapado com um pouco de caldo então é hora de desligar pois o calor se encarregará de secar o resto que falta.

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    Adicione o camarão frito no entorno da pare do meio da panela para ornamentar o prato.

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    Adicione as ostras no entorno de mais do canto da panela para ornamentar o prato.

A ilha sagrada japonesa que não permite a entrada de mulheres

 A ilha sagrada japonesa que não permite a entrada de mulheres


Image copyrightMILTImage captionNão há explicação precisa sobre proibição; governo japonês indicou ilha como Patrimônio Mundial da Unesco

A ilha sagrada japonesa que não permite a entrada de mulheres

Com 800 mil metros quadrados, o equivalente a seis vezes o estádio do Maracanã, Okinoshima é uma ilha ao sul do Japão e um dos locais mais sagrados do país.
Segundo a lenda, antigos deuses xintoístas colocaram ali três imperatrizes para que cuidassem e protegessem a nação.

Há mais de 600 anos, são realizados rituais de oração em Okinoshima pela segurança das embarcações e pelo sucesso das missões diplomáticas do Japão no continente asiático.
Apesar das ilustres figuras femininas, cuja presença está imortalizada em uma série de rochas no topo da principal montanha da ilha, a entrada das mulheres em Okinoshima, no entanto, é proibida.

A ilha está localizada no mar de Genkai, uma antiga rota comercial entre o Japão e a Coreia, e faz parte da jurisdição da cidade de Munakata, na província de Fukuoka, no sul do Japão.
Local sagrado
Image copyrightThinkstockImage captionRituais celebrados durante o século 4 eram presididos pelo clã Munakata, que controlou a região e está enterrado na ilha

Okinoshima, considerada uma shinto kami (local sagrado) é propriedade do Santuário Munakata Taisha.
O santuário permite apenas a entrada de seus sacerdotes à ilha, exceto durante o festival anual celebrado em maio, quando 200 homens recebem permissão para entrar no local.

Não há uma explicação precisa sobre a proibição à entrada de mulheres.
Alguns dizem que o veto é devido à menstruação: a religião xintoísta considera que o sangue é impuro e "sujaria" o local sagrado.

Outros acreditam que como os deslocamentos a Okinoshima costumam ser muito perigosos, as mulheres seriam proibidas de viajar à ilha como medida de segurança.
Os rituais celebrados durante o século 4 eram presididos pelo clã Munakata, que controlou a região e está enterrado na ilha.

Hoje os rituais são celebrados nos santuários das três imperatrizes de Munakata conhecidas como Tagorihimi-no-Kami (que representa a neblina do mar), Tagitshuhime-no-Kami (que representa a maré violenta) e a Ichikishimahime-no-Kami (que presenta os atos de adoração aos deuses).
"Honrados"
Image copyrightThinkstockImage captionSegundo a lenda, antigos deuses xintoístas colocaram em Okinoshima três imperatrizes para que cuidassem e protegessem a nação

Até agora, cerca de 80 mil artefatos foram descobertos na ilha, incluindo joias e ornamentos, classificados como tesouro nacional pelo governo japonês.

"Os pescadores locais veneram Okinoshima desde os tempos antigos e vêm protegendo a cidade sagrada", disse Tadahiko Nakamura, chefe da Cooperativa de Pescaria de Munakata ao jornal japonês The Japan Times.

"Ficaríamos honrados", se a ilha se tornasse "Patrimônio Mundial" pela Unesco, acrescentou Nakamura.
Mas entre os moradores cresce a preocupação de que a láurea possa atrair excesso de turistas.

"Não queremos que as pessoas se aproximem dos deuses sem a devida reflexão", assegura Nakamura.
Segundo o Japan Times, não há previsão de mudança nas regras de proibição à entrada de mulheres na ilha.
Além de Okinashima, a lista do governo japonês também inclui os santuários de Munakata Taisha, em Munakata, e o antigo cemitério de Fukutsu.

A expectativa é de que o comitê da Unesco anuncie quais locais se tornarão Patrimônio Mundial na metade do ano que vem.

(Da http://www.bbc.com/portuguese/noticias/)

PESCANDO TAINHAS NO PÂNTANO, EM 1956!

 

PESCANDO TAINHAS NO PÂNTANO, EM 1956!


Pântano do Sul, por volta de 1940
"No dia 13 de maio do corrente ano, tomei o ônibus de Ribeirão da Ilha que faz linha para o Pântano do Sul e fui assistir os pescadores do referido lugar lancearem tainhas. Entre as mil e uma maravilhas que Deus criou nesta Ilha de Santa Catarina, as tradicional pesca da tainha ocupa, sem nenhum favor, o seu lugar de destaque. Pântano do Sul é um recanto aprazível, possui uma pequena capela, dedicada ao grande pescador São Pedro e um regular número de casas. A única indústria que possui é a da pesca, executada ainda dentro de métodos primitivos.

Existem em Pântano do Sul, atualmente uma sociedade entre seis pessoas, que possui seis redes, bem equipadas para a pesca da tainha, tendo cada uma dessas redes 300 braças de comprimento por 12 de largura e todas confeccionadas com fio barbante. A parte superior é entralhada com corda de fibra e cortiça, pequenos pedaços de madeira leve, o que faz flutuar, enquanto que a parte inferior é também entralhada com corda de fibra e chumbo, pequenos saquinhos cheios com areia que, pensado, a levam para o fundo do mar, conservando assim o pano da rede verticalmente.

Em cada extremidade das redes são amarrados cabos de fibra com mais ou menos 200 metros de comprimento cada um, os quais servem para puxar as redes para a praia, depois de feito o cerco ao peixe. São necessários 20 homens para trabalhar em cada rede. A tripulação da canoa é composta de sete camaradas, que são: o patrão, o chumbereiro, o corticeiro e quatro remeiros. Quando se aproxima o tempo da pesca da tainha, as redes são colocadas dentro das canoas com seus respectivos equipamentos e toda a “camaradagem” fica alerta, inclusive os moradores do lugar.

VIGIA
Além dos 20 homens que trabalham com as redes há os “camaradas vigias”. Estes são escolhidos e considerados entre a tripulação como verdadeiros técnicos na arte de enxergar o peixe nadando em direção dos lanços, isto é, lugares onde podem ser cercados com as redes. O número de vigias em Pântano do Sul é de um 20 homens, que se distribuem em volta da praia sobre cômoros e penhascos, permanecendo aí dias inteiros, vigiando com muita atenção o aparecimento dos peixes no lanço. Esses homens têm grande responsabilidade no êxito ou fracasso da pesca.

Quando um deles avista o peixe vindo em direção aos lanços, entra imediatamente “em conselho” com outros vigias para ver se convém ou não dar sinal à tripulação que está na praia aguardando ansiosamente a ordem de cercar. O peixe aparece, às vezes, em “magotes” (pequena quantidade) “fuzilando” (virado de barriga para cima), em “cano” (uma fila em direção ao lanço), em “manta” (quantidade regular), em “cardume” (quantidade maior) e finalmente, um “encarnado”, que são justamente muitos milhares de peixes. Quando o peixe entra no lanço e a quantidade é compensadora para uma boa pesca, os vigias iniciam o sinal e a tripulação que está na praia começa a correr em direção ao povoado, soltando uma espécie de clamor ou “apupo”, que ecoa pelos ares, alertando toda a população, que corre em disparada a caminho da praia para trabalhar ou assistir o espetáculo tradicional e maravilhoso que é a pesca da tainha, presente que o “Creador” vem lhes dando ano após ano desde o tempo dos seus antepassados.

SINAIS E POSIÇÕES DOS VIGIAS 
EM RELAÇÃO À SITUAÇÃO GEOGRÁFICA DA PRAIA

Combinada a ordem do sinal, os vigias entram em ação. Para dar os sinais, isto é, “abanar”, usam paletós, panos ou chapéus. Para a embarcação com a rede sair do rancho, até a “pancada da maré”, os vigias abanam à frente; para iniciar o cerco da praia até alcançar o lanço, abanam para o lado do Sul; para fazer o cerco, abanam para o lado Leste ou Oeste, conforme a posição do vigia; para fechar o cerco, abanam para o lado Norte. Para sair só uma embarcação com a rede, o vigia conserva-se no lugar onde está colocado.

Se eles calcularem o cardume que entrou no lanço em muitos milhares, então o sinal é dado da seguinte maneira: para sair outra canoa com rede o vigia desce do cômoro ou penhasco e vem colocar-se na praia junto ao mar; para duas redes, desce outro vigia e coloca-se ao lado do primeiro; para três redes, desce o terceiro e coloca-se ao lado do segundo e assim até completar o número de seis, se for preciso, e que é justamente o número de redes que eles possuem em Pântano do Sul. Quando o peixe aparece à noite, os sinais são dados dos mesmos lugares, cômoros ou penhascos, com fachos de bambus secos ou com tições, obedecendo o mesmo ritmo anterior, que é a tradição do lugar.

O CERCO

Quando o cerco é feito por mais de uma rede, acontece o seguinte: a primeira fica mais próxima da praia; a segunda contorna a primeira; a terceira contorna a segunda; e assim sucessivamente, formando uma espécie de semicircunferência concêntrica. A tainha ao sentindo-se cercada vai pulando por cima da rede, passando de um cerco para outro. Por essa razão é que a última rede consegue prender maior quantidade de peixe.

PUXAMENTO DAS REDES 
PARA A PRAIA APÓS O CERCO

Terminando o cerco, encalham a canoa na praia e sua tripulação corre para auxiliar os camaradas encarregados de puxar a rede. À medida que a rede vai se aproximando da praia, eles a vão contornando com os pés sobre a tralha inferior e com as mãos suspendendo a tralha superior acima da superfície do mar para evitar que grande quantidade do peixe cercado consiga passar por baixo ou saltar para cima da rede. Ao chegarem com a rede na praia, jogam todo o peixe que conseguiram pescar, num monte, recolhem a rede na canoa e voltam para ajudar os camaradas da outra rede que está em segundo lugar e assim vão fazendo até terminar de recolher a última rede que está no cerco. Quando não há mais peixe para lancear, recolhem as canoas para os ranchos e estendem as redes nos varais para secar.

DISTRIBUIÇÃO DO PESCADO

O peixe é dividido em duas partes, em quantidade e tamanho iguais. Uma parte pertence aos seis donos das redes que formam a sociedade. A outra pertence aos 120 camaradas e é dividida entre os mesmos em quantidade e tamanho iguais. Além do quinhão de camaradas, cada remeiro tem direito a uma tainha por mil e o vigia tem direito a 28 por mil, que corresponde ao quinhão de sete camaradas."

(De " Crônicas de Cascaes" – primeiro volume
Fundação FRANKLIN CASCAES 
No dia 13 de junho de 1956 foi publicado a primeira crônica de Franklin Cascaes no Jornal A Gazeta, intitulada A PESCA DA TAINHA NO PÂNTANO DO SUL”.
Acervo: Museu Universitário Oswaldo Rodrigues Cabral/UFSC
Pesquisa do José Luiz Sardá.)

temporada de praia “iluminada” por plâncton na Ilha do Mel

 temporada de praia “iluminada” por plâncton na Ilha do Mel 

Na costa brasileira, o plâncton bioluminescente ocorre com frequência na Ilha do Mel, entre os meses de agosto e setembro. Foto: Reprodução/Internet

Começa temporada de praia “iluminada” por plâncton na Ilha do Mel 

por Redação JB Litoral

Alguns sortudos já tiveram a oportunidade de caminhar à noite, pela praia, e se encantar com uma luminosidade diferenciada vinda do mar, produzida por algumas espécies marinhas. Assim como o vaga-lume, alguns peixes, moluscos, algas, dinoflagelados e entre outros, principalmente no ambiente marinho, possuem uma característica interessante: a bioluminescência.

Essa característica diz respeito à capacidade de um ser vivo de produzir luz fria e visível, e é gerada por reações químicas. Aqui no litoral do Paraná, especialmente na Ilha do Mel, está aberta a temporada de plâncton bioluminescente, conjunto de organismos que ficam suspensos na água e englobam seres fotossintetizantes e pequenos animais – geralmente mais abundantes entre agosto e setembro.

Embora seja uma reação química comum da natureza, a luminosidade não deixa de impressionar, até mesmo quem mora na região e já está acostumado com a beleza das luzes. O empresário Carlos Gnata conta que adora admirar o efeito destes pequenos animais nas ondas do mar, e que sempre sugere a paisagem aos hóspedes. “Para quem tem o interesse em ver o efeito do plâncton, é bem surpreendente. É possível vê-lo em noites de lua nova ou quando não há lua, quando está mais escuro e a possibilidades de observar é bem maior”, disse.

Pesquisas mostram que este tipo de espetáculo é causado por bactérias bioluminescentes e por algumas espécies vegetais marinhas, como algas, que emitem uma luz parecida com neon que realça no movimento das marés. Apesar de boa parte da bioluminescência marinha apresentar uma coloração entre o verde e o azul, algumas espécies de peixes produzem um brilho vermelho.

De acordo com o biólogo Caio Fernandes, a incidência do plâncton no litoral do Paraná é de coloração verde devido à formação de manguezais, com riqueza em materiais orgânicos. “A bioluminescência ocorre quando há o movimento de águas mais quentes. Esses ‘microbichinhos’ do mar funcionam como filtradores e aparecem apenas em ambientes livres de poluição”, ressaltou.

Fenômeno também acontece em outras praias do litoral

O professor dos cursos de Oceanografia e Engenharia de Aquicultura, do Centro de Estudos do Mar da Universidade Federal do Paraná (UPFR), campus Pontal do Paraná, Luiz Mafra Junior, comenta que o fenômeno pode ser observado em outras praias do litoral paranaense, mas que, realmente, a visualização é facilitada na Ilha do Mel, onde a iluminação artificial é bem mais escassa à noite.

Além disso, ele explica que, provavelmente, os meses de agosto e setembro são a época do ano de maior incidência dos registros pois há mais presença dos microorganismos bioluminescentes na região. “Fatores como correntes marinhas predominantes, quantidade de chuva e a direção e intensidade do vento na superfície da água do mar podem levar a um maior acúmulo destes organismos planctônicos bioluminescentes“, diz.

Nas praias do Sul do Brasil, nesta época do ano, é comum a presença de dinoflagelados, como a espécie Noctiluca scintillans, que produz a bioluminescência e é a mais associada ao fenômeno na região.

No litoral paranaense, os organismos bioluminescentes mais encontrados são os da espécie Noctiluca scintillans. Foto: Reprodução/Internet

Mais luz

Conforme o biólogo Caio Fernandes, “a bioluminescência é uma reação química natural que ocorre com alguns micro organismos marinhos, que usam essa técnica para atrair presas ou afastar predadores”. O plâncton é “aceso” quando ocorre alguma agitação na água – quanto maior, mais forte é a intensidade do brilho.

Normalmente, o movimento das ondas ou até mesmo dos barcos na navegação ajudam a criar os efeitos mais intensos. Caio diz ainda que “a incidência desse fenômeno está relacionada à quantidade de nutrientes nas águas. Quanto mais matéria orgânica, maior a chance de ocorrer uma bioluminescência”.

Plâncton sobrenatural

Existem relatos de que, no século 17, exploradores espanhóis tentaram fechar a baía de Mosquito Bay, no Caribe, para tentar impedir a formação da bioluminescência. A justificativa era que o fenômeno foi criado por forças maléficas sobrenaturais. Porém, a atitude causou o efeito contrário.

Ao reduzir o fluxo de água na baía, foi aumentada a concentração de vitamina B12 que era liberada pelas árvores dos manguezais, com isso, a quantidade de micro organismos disparou. Em um balde de água retirado da baía, era possível encontrar cerca de 750 mil seres.

Abate de baleias para extração do óleo ocorreu até 1960 em praias de Florianópolis

 Abate de baleias para extração do óleo ocorreu até 1960 em praias de Florianópolis


Foto Arquivo - Não faz parte da matéria do ND
Abate de baleias para extração do óleo ocorreu até 1960 em praias de Florianópolis
Sul da Ilha de Santa Catarina foi palco de caçadas sangrentas

por Edson Rosa
FLORIANÓPOLIS

Hoje são fotografias ou o simples avistamento, mas até 1960, era o óleo de baleia o que mais interessava aos caçadores do mar. Tataraneto do capitão Izidoro Pires, açoriano que veio a Desterro no século 18 com a missão de fundar a primeira armação, o pescador e bombeiro aposentado Aldo Corrêa de Souza, 73, se lembra com detalhes das caçadas na ponta sul da Ilha. Enquanto conserta a rede de anchova, de costas para o rio Sangradouro, conta que o arpão era um cano de ferro com mais ou menos 1,20 de comprimento e que em uma das pontas era soldada uma lança de uma polegada muito bem afiada.


Na outra ponta, um pedaço de madeira era embutido e parafusado, formando uma espécie de cabo para facilitar o manuseio. Na parte oca, o arpoador colocava estopim com espoleta, duas bananas de dinamite e papel picado, tudo socado em pedacinhos. “O cano era fechado com tijolo maciço, para a carga não sair pela culatra”, diz. 


Para completar o ritual sangrento, eram colocadas cabeças de fósforos, enquanto a ponta do estopim era descascada. Lentamente, a embarcação a remo se aproximava da baleia, sempre pela cabeça para evitar golpes com a cauda. O arpoador esperava o melhor momento de lançar, mirando do respirador para trás ou embaixo das barbatanas. Quando a franca era atingida, mergulhava para tentar se livrar da lança. Porém, conforme sacudia o corpanzil, mais o ferro o penetrava. 

Nesse momento, o estopim acionava a espoleta, e havia a explosão. O esguicho de sangue subia pelo menos dez metros, e deixava enorme mancha avermelhada no mar. Abatida, a baleia era arrastada à praia em meio à euforia de caçadores e curiosos em terra, onde começava a segunda parte do massacre.



Engenho de azeite é primeiro emprego
Com facões afiados, os homens se encarregavam de carnear a franca, cortando grossas camas de gordura. O toucinho de até meio metro de espessura era fervido em grandes tonéis de cobre, de onde o óleo era repassado a latões de 200 litros. O produto, que no período colonial era usado na iluminação pública e na construção de casas, até 1960, era exportado para lubrificar o maquinário da indústria japonesa. 

O aposentado Darci Brasiliano Vieira, 70, que reforça a aposentadoria como guia turístico na Armação, nunca foi para o mar, mas na adolescência ganhou seu primeiro dinheiro com as caçadas às baleias. “Quando eu era garoto, trabalhava cortando e fervendo toicinho para fazer óleo. Cheguei a comer, mas a carne é muito forte”, recorda.



Darci e Aldo Corrêa, que trabalharam entre 1957 e 1960, representam a última geração de caçadores da Armação vinculados à Pesqueira Pioneira da Costa. “Esta enseada, do Matadeiro ao Pântano do Sul, é um grande cemitério de baleias. Tudo tombado pelo patrimônio histórico [Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional]”, diz Darci. 

Dependente da sazonalidade do turismo e das incertezas da pesca, Darci usa a história da Armação para cativar visitantes, mas lamenta a falta de iniciativa do poder público e da iniciativa privada para resgatar a baleia como fonte de renda não letal para a comunidade local de pescadores. “Seria bom, por exemplo, se criassem um centro cultural e projeto para turismo de observação, embarcado ou pelas trilhas”, sugere.



Marcas do passado sangrento
Uma das atrações turísticas de Imbituba, a 90 km de Florianópolis, o Museu da Baleia, ocupa antigo casarão onde, entre o século 18 e 1973, a carne e a gordura de cerca de 400 baleias eram processadas por ano. A finalidade do local agora é outra: contribuir para a preservação da espécie e na educação ambiental. 

Inaugurado em 2003, o museu não serve apenas para reconstituir a história econômica da região a partir do século 17, quando foi criada a armação austral de caça da baleia de Imbituba. Mas alertar para o bom negócio que é preservação dos mamíferos do mar. O acervo tem cópias de documentos, como o contrato que o marquês de Pombal usou para deflagrar a pesca da baleia no Sul do Brasil em 1796. Preserva contratos de compra e venda de óleo de baleia, usado para iluminar cidades como Rio e São Paulo, e na argamassa e reboco de construções históricas, como igrejas e casarões coloniais. Também expõe fotos e utensílios que marcaram esse ciclo econômico da cidade. 

Com população de 35 mil habitantes, Imbituba vive da renda do porto privado e do turismo. No inverno, são as baleias-francas que, de julho a outubro, ajudam a girar a economia local, movimentando pousadas e restaurantes também de Garopaba e Laguna. 

A condutora ambiental Maria Aparecida Ferreira acredita que a proibição do turismo embarcado para observação reduzirá, também, o interesse de visitantes pelo acervo do museu. “O importante é aproveitarmos este momento para discussão ampla sobre o impasse e o futuro da APA”, diz.



BALEIA-FRANCA - APA (Área de Proteção Ambiental)
O que é: Unidade de Conservação Federal criada por decreto em 14  de setembro de 2000, para proteger a espécie Eubalaena australis, a baleia-franca austral, que vem ao Sul do Brasil para ter seus filhotes e amamentá-los nos meses de junho a novembro. Define normas de conduta e manejo das atividades humanas a fim de preservar os atributos naturais relevantes e assegurar a qualidade de vida das pessoas.
Artigo 15 da Lei Federal 9.985: APA é área em geral extensa, com certo grau de ocupação humana, dotada de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais, especialmente importantes para a qualidade e o bem-estar das populações humanas, e tem como objetivos básicos proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais.
Objetivo: Proteger, em águas brasileiras, a baleia-franca austral, ordenar e garantir o uso racional dos recursos naturais da região, ordenar a ocupação e utilização do solo e das águas, ordenar o uso turístico e recreativo, as atividades de pesquisa e o tráfego local de embarcações e aeronaves.
Onde fica: Abrange 156.100 hectares, com aproximadamente 130 quilômetros de extensão com manguezais, restingas, dunas, florestas de planície quaternárias, praias, promontórios e ambientes lagunares. Estende-se da ponta Sul da praia da Lagoinha do Leste, no Sul de Florianópolis, ao Balneário do Rincão, ao Sul do Cabo de Santa Marta.
Municípios: Florianópolis, Palhoça, Paulo Lopes, Garopaba, Imbituba, Laguna, Tubarão, Jaguaruna e Içara.
Órgãos Similares (Não confunda)
Projeto Baleia Franca: Criado em 1982, anterior ao decreto de criação da APA, o Projeto Baleia Franca iniciou suas atividades de pesquisa e monitoramento, além de educação e conscientização públicas para monitorar e garantir a sobrevivência em longo prazo da população remanescente de baleias-francas no Sul do Brasil. Com sede no Centro Nacional de Conservação da Baleia Franca, na Praia de Itapirubá, Imbituba, é mantido por parceria entre a IWC/Brasil (Coalizão Internacional da Vida Silvestre) e Petrobras, desenvolvendo atividades de pesquisa e conservação em longo prazo.
Instituto Baleia Franca: Por meio da ciência e educação, busca o desenvolvimento econômico e sustentável da região, servindo como agente facilitador do acesso ao conhecimento ás comunidades da APA da Baleia Franca. Com monitoramento dos animais, o Instituto Baleia Franca visa à preservação da espécie Eubalaena australis, em Santa Catarina, auxiliado pelo levantamento de dados científicos sobre os comportamentos, locais de ocorrência e número estimado de indivíduos na região Colabora na elaboração e no cumprimento de normas para turismo de observação, mergulhos e aproximações.
(Publicado em 17/08/13-16:53 por: Redação ND - www.ndonline.com.br).