Instalações antigas de um Posto de Combustíveis, ainda existente na AVENIDA VICENTE MACHADO X RUA BRIGADEIRO FRANCO, em registro de 1952.
Em 1952, o Brasil vivia os primeiros passos de uma nova era: o automóvel deixava de ser um luxo para se tornar símbolo de progresso, liberdade e modernidade. E no cruzamento da Avenida Vicente Machado com a Rua Brigadeiro Franco , um ponto de referência surgiu para atender a essa revolução sobre rodas: um posto de combustíveis com instalações típicas da década de 1950 , que ainda hoje resiste como testemunho do tempo.
O posto, com sua arquitetura simples e funcional, reflete o estilo da época:
- Bomba de gasolina manual , com mostrador analógico e mangueira de borracha pesada, operada por atendentes de uniforme engomado;
- Telhado em balanço , cobrindo a área de abastecimento para proteger carros e motoristas do sol e da chuva;
- Letreiros em neon ou pintura artesanal , anunciando marcas como Shell , Gulf , Texaco ou Ipiranga , com logotipos clássicos que marcaram gerações;
- Lojinha pequena ao lado , onde se vende óleo, água para o radiador, chicletes e revistas em quadrinhos;
- E, claro, o "carteiro" , o funcionário que não só abastecia, mas lavava o para-brisa, calibrava os pneus e dava um bom-dia com simpatia.
Naquele tempo, o abastecimento era um ritual: o carro parava, o motorista descia, o atendente cumprimentava, e enquanto a gasolina descia pelo cano com um som característico, começava uma conversa — sobre o tempo, o futebol, ou o novo modelo da Chevrolet.
A Avenida Vicente Machado , mesmo em 1952, já era um dos eixos importantes da cidade, ligando bairros centrais ao comércio e à vida urbana. E o cruzamento com o Brigadeiro Franco foi ponto estratégico, onde o fluxo de veículos — ainda modesto, mas crescente — projeta serviços modernos.
Um Testemunho que Perdura
O fato do posto ainda existir em 2025 , quase 73 anos depois, é um milagre urbano. Muitos foram demolidos, modernizados ou substituídos por redes automáticas. Mas esta resistiu — talvez com reformas, talvez com novas bombas, mas mantendo a estrutura original, o espírito do lugar, a memória do concreto e do aço.
É um monumento vivo da história do automóvel , do desenvolvimento urbano e da cultura de rua. Um lugar onde o passado não foi apagado, apenas renovado com respeito.
📸 Fotografia de 1952 – Arquivo Histórico / Acervo Municipal
"Nem toda construção antiga é patrimônio por decreto. Algumas são patrimônio por memória. E este posto, com suas bombas antigas e seu chão de cimento, é lembrança viva de quando o futuro chegava com um tanque cheio e um sorriso no balcão."
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