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domingo, 28 de fevereiro de 2021
CASA DA ESTRELA
Essa é possivelmente a mais notável casa em madeira já construída em Curitiba e considerando sua concepção, deve ser única no mundo.
A Casa da Estrela foi construída de forma artesanal pelo contador Augusto Gonçalves de Castro, basicamente com o uso de um serrote e ferramentas (segundo relatos) criadas por ele mesmo. Não há registros de que ele tenha executado qualquer obra anterior ou posterior à essa. O trabalho de construção foi solitário e acontecia durante a noite. Apesar de não ter qualquer formação em carpintaria e arquitetura, os ângulos correspondentes internos da casa são idênticos e não há ângulos retos na casa.
Adepto da teosofia e entusiasta do Esperanto, a língua universal, Augusto procurou aplicar essa filosofia na concepção da casa. A estrela de cinco pontas e o pentágono aparecem por toda casa, por representarem, segundo o esperanto, os cinco continentes.
No térreo os cômodos se comunicam por portais vazados por estrelas de cinco pontas e no primeiro andar, os quartos são integrados por uma área de circulação em cujo centro há um guarda corpo na forma de um pentágono. O forro do andar superior forma uma estrela de cinco pontas e os tacos do piso do térreo formam um pentágono.
Outro ponto de destaque encontramos no porão da casa, onde a coluna central da casa apoia-se um receptáculo no formato de uma taça pentagonal. Com exceção das portas e janelas, não há ângulos retos em toda casa. Tudo foi pensado para que a convivência de todos que morariam na casa fosse intensa.
A Casa da Estrela foi construída no Alto da Glória na década de 1930 e que por causa dela, a rua passou a se chamar Dr. Zamenhof. A casa foi habitada até os anos de 1990.
Foram os herdeiros do Sr. Augusto (Idalina, Carlos Augusto e Moysés) que se empenharam para que a obra de seu pai fosse preservada e a PUC tornou esse sonho possível, recebendo a casa em doação e executando sua translação para o campus do Prado Velho em 2012/2013. Aberta para visitação em horário comercial, a casa abriga um museu sobre seu construtor e sobre suas inspirações, o esperando e a teosofia.
Recorte do jornal Gazeta do Povo em 1956. Seria construído o estádio Moisés Lupion, onde hoje existe o Colégio Militar no bairro Tarumã.
Facebook Antigamente em Curitiba – Jorge Manoel Nauffal
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