CONHECENDO A HISTÓRIA DE PORTO DE CIMA
A história de Porto de Cima remonta ao início do século 18, com a garimpagem de ouro nos aluviões do rio Nhundiaquara. Na segunda metade do século,
Capela de N. Sra. da Guia e de São Sebastião, em Porto de Cima.
Foto: Arthur Wischral
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Câmara Municipal de Porto de Cima, década de 1910.
Foto: Arthur Wischral
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A primeira estação férrea de Porto de Cima, em 1917.
Foto: Arthur Wischral
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A nova Estação Férrea de Porto de Cima, em 1948.
Foto: Arthur Wischral
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CONHECENDO A HISTÓRIA DE PORTO DE CIMA
Na primeira metade do século passado, a região, devido às facilidades de transporte e de força motriz oferecida pelo rio passou a abrigar engenhos hidráulicos de beneficiamento de erva-mate, produto que assumiria grande importância no mercado internacional, devido a problemas de ordem política na região platina.
A, entao, vila de "Porto de Cima", recebeu intenso comércio, pois até ela chegavam grandes canoas e barcaças, pelo rio Nhundiaquara, para apanhar a erva-mate e o pinho que desciam de Curitiba, pelo Caminho do Itupava e pelo Caminho da Graciosa, transportados por lombos de burros e longos carroções. As canoas e barcaças eram levadas ao mar, onde se fazia a baldeação para os navios. A vila de Porto de Cima recebeu esse nome por ser o último porto navegável, para quem vem do mar, chegando pelo rio Nhundiaquara.
Em 1885, a localidade vê passar em suas terras a Estrada de Ferro Paranaguá -Curitiba, sendo construída a Estação nominada Porto de Cima, no km 50,6, na altitude: 233,90 mt, inaugurada em dois de fevereiro daquele ano.
Da estação, pode-se avistar a vila de Porto de Cima, que deu origem ao nome da estação. Ao serem denominados os pontos da ferrovia, erroneamente a estação ferroviária foi chamada Porto de Cima e a Vila de Porto de Cima foi chamada Porto de Baixo, a qual está a uma distância de apenas 03 quilômetros da estação ferroviária, numa caminhada leve por um caminho bem conservado e muito freqüentado.
Pela lei provincial n.º 32, de 07/04/1855, foi criada a freguesia de Porto de Cima e anexado à Vila de Nhundiaquara (atual município de Morretes). Dezessete anos depois, a freguesia de Porto de Cima foi desmembra da vila de Morretes e elevada à categoria de "Vila", condição similar a de município é assim permaneceu até 1931, quando o município de Porto de Cima foi extinto, sendo seu território anexado ao município de Morretes.
Em 1779, a fim de dar atendimento religioso à população local, o tenente-coronel D. Afonso Botelho de Sampaio e Souza e o capitão Antonio Rodrigues de Carvalho projetaram e iniciaram a construção de uma capela sob a invocação de N. Sra. da Guia e de São Sebastião.
A capela foi ampliada em 1840 para atender à população crescente. Após reforma, a entrada foi passada para o lado de trás, e é bem mais simples do que a porta antiga, que reflete os tempos áureos do local.
A transferência dos engenhos ervateiros para o planalto e a construção da ferrovia ligando-o município ao litoral vão esvaziar economicamente Porto de Cima, iniciando-se sua decadência. No final do século 20, Porto de Cima chegou a quase desaparecer. Mas guarda vestígios de seu passado retratado pelas ruínas de engenhos, casarões e calçadas de pedras. Foi um grande centro cultural, berço de ilustres personalidades paranaenses. Atualmente possui praia fluvial, área para acampamento e pousada.
Paulo Grani
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