“Casa das Meninas Pobres” e “Boneca do Iguaçu” — Um Olhar sobre a Assistência Social no Paraná de 1955
A Casa das Meninas Pobres — Um olhar de 1955
Em 1955, em Curitiba, havia um lugar chamado Casa das Meninas Pobres. Era um abrigo para meninas que não tinham família ou viviam em situação muito difícil. Lá, elas recebiam comida, roupas, aprendiam a ler e escrever, rezavam e também aprendiam tarefas como costurar e cuidar da casa.
As fotos a seguir mostram como era a vida lá naquela época. Nenhuma menina aparece com o rosto visível de forma que possa ser identificada — tudo foi feito com respeito, como deve ser quando se fala de crianças.
Foto 1: O prédio onde tudo acontecia
A primeira imagem mostra o edifício da Casa das Meninas Pobres. É uma construção simples, com dois andares, janelas grandes e uma placa na entrada com o nome da instituição.
Era um lugar mantido por mulheres da Igreja Católica, com ajuda da prefeitura. O objetivo era dar um lar e cuidado a quem não tinha.
Foto 2: O dia a dia dentro da casa
Nesta página, vemos meninas em várias atividades:
- Um grupo caminha em fila, de costas, usando uniforme cinza com avental branco.
- Outras estão sentadas, comendo — os rostos virados para os pratos.
- Em outra imagem, estão em sala de aula, escrevendo em cadernos. A professora está de costas, escrevendo no quadro.
Em todas as fotos, não dá para ver claramente o rosto de nenhuma menina. Isso foi feito de propósito — para proteger a identidade delas, mesmo décadas depois.
Foto 3: Momentos de oração e trabalho
Aqui, as imagens mostram:
- Meninas em frente a uma capela, rezando. Estão de perfil ou com os rostos meio escondidos.
- Outras estão costurando ou bordando, concentradas no trabalho.
- Há também uma carta oficial do prefeito de Curitiba, agradecendo o trabalho da casa. Isso mostra que a instituição era respeitada e reconhecida pelo poder público.
Essas atividades — rezar, costurar, estudar — eram parte da rotina delas. O objetivo era prepará-las para a vida adulta, da forma como se pensava na época.
Foto 4: “Boneca do Iguaçu” — Um recanto encantador
A última imagem traz uma cena totalmente diferente. Mostra um homem sorrindo, segurando um acordeão. Ele está vestido com camisa social e gravata, e o nome “Claudio D’Agostino” está escrito no instrumento — provavelmente o músico que tocava ali.
Ao fundo, há um prédio com telhado de madeira e paredes claras, cercado por árvores. Parece ser um local de lazer, talvez um restaurante ou hotel, às margens do Rio Iguaçu — provavelmente em Foz do Iguaçu.
O título diz: “Boneca do Iguaçu — Recanto Encantador”. O texto ao lado fala de:
- Um lugar “charmoso”, com “comida saborosa” e “música ao vivo”.
- Um ambiente “convidativo”, ideal para famílias e casais.
- Uma “boa opção” para quem quer passar um dia tranquilo, perto da natureza.
O texto menciona que o local era administrado por um casal — o Sr. e a Sra. José dos Santos — e que o cardápio incluía pratos típicos da região, como peixe fresco e arroz com frango.
Também há uma nota sobre o acordeonista: ele tocava todos os dias, e muita gente ia só para ouvir música e dançar. O lugar era conhecido por ser “aconchegante” e “familiar”.
Por que isso importa hoje?
Essas fotos nos mostram duas realidades diferentes da mesma época:
- De um lado, a assistência social — com meninas em um abrigo, vivendo sob rotina e disciplina, buscando um futuro melhor.
- Do outro, o lazer e o turismo — com pessoas curtindo música, comida boa e a beleza natural do Iguaçu.
Ambas as histórias são importantes. E ambas foram registradas com respeito — sem expor rostos, sem dramatizar, sem usar imagens de forma sensacionalista.
Isso é jornalismo com dignidade. E é o que o Gaxe exige.