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quarta-feira, 4 de janeiro de 2023

A ARQUITETURA MODERNISTA DE CURITIBA - RUBENS MEISTER

 

A ARQUITETURA MODERNISTA DE CURITIBA - RUBENS MEISTER

A atuação do escritório de Rubens Meister difundiu o Movimento Moderno em Curitiba, a partir do concurso para o Teatro Guaíra, até a década de 1960, quando teve início o curso de Arquitetura e Urbanismo da UFPR. Rubens Meister nasceu em Botucatu, no estado de São Paulo em 21 de janeiro de 1922, mas criou-se em Curitiba. Cursou o primeiro grau na Deutscheknabeuschule do Colégio Bom Jesus. Depois de matriculado em Engenharia Civil na UFPR, Meister foi ao Rio de Janeiro, onde se classificou no curso de Arquitetura na Escola nacional de Belas Artes, mas não prosseguiu os estudos. Tornou-se professor no curso de Engenharia Civil da UFPR no ano seguinte a sua formatura (1947), sendo responsável pela introdução do ideário da Arquitetura Moderna para uma geração de engenheiros. Presidiu em 1956 a comissão encarregada de criar o curso de Arquitetura e Urbanismo na UFPR. Recém formado, participou do concurso do Teatro Guaíra, ficando em terceiro lugar, mas tendo o seu projeto escolhido pelo governador Bento Munhoz da Rocha. Outros importante projetos além dos constantes das fotos abaixo fazem parte da paisagem de Curitiba, tais como o Edifício da Caixa Econômica Federal na Marechal Floriano, a Sede da Federação das Indústrias do Estado do Paraná na Cândido de Abreu, o Edifício Barão do Rio Branco na esquina com a Marechal Deodoro, a Prefeitura Municipal de Curitiba no Centro Cívico, a Sede da Celapar na Mateus Leme, o Edifício Atalaia na esquina da Mal. Deodoro e Barão do Rio Branco, a Agência do HSBC na esquina da Rua XV com a Mal. Deodoro; o prédio da Rodoferroviária de Curitiba, o Centro de Atividades do SESC na Rua Fernando Moreira. Rubens Meister faleceu em 29 de junho de 2009.


Teatro Guaíra (1948)
No projeto do Teatro Guaíra, a valorização do percurso arquitetônico, desde a entrada ao nível da rua até o acesso ao auditório no segundo pavimento, recurso utilizado pelas academias Beaux Arts, foi herdada também por Le Corbusier e Oscar Niemeyer. Meister enfrentou dificuldades na falta de assessoria para as soluções de acústica e visibilidade, desenvolvendo um conhecimento aprofundado nessas áreas de forma autodidata, valendo-se de literatura estrangeira. O pequeno auditório, de 504 assentos, o “Guairinha”, foi inaugurado em 1954 e o grande auditório, para 2.174 espectadores, foi inaugurado em 1974.


Auditório da Reitoria da UFPR (1956).
O auditório da Reitoria da UFPR, de 700 lugares, conta uma disposição espacial peculiar: o acesso principal acontece pela parte inferior da platéia. É expressivo o efeito estético obtido com o uso de pórticos de concreto revestidos de granito, que também servem de pilotis para o saguão de entrada, cuja ampla esquadria de vidro permite transparente visualização pela Rua XV de Novembro.


Centro Politécnico da UFPR (1956)
Seu primeiro projeto de grande porte, o Centro Politécnico da UFPR, foi inspirado no Illinois Institute of Technology em Chicago. O conjunto de edificações adotou semelhante proposta de implantação dos blocos dentro do espírito funcionalista. A qualidade tectônica da construção do conjunto dos edifícios realça a qualidade do projeto, cinqüenta anos após a sua concepção. O edifício principal da administração, com cinco pavimentos, se destaca no conjunto arquitetônico. A disposição em lâmina, a estrutura independente, as esquadrias moduladas e o pavimento térreo, com amplo espaço livre e recuado em relação ao balanço do corpo do edifício, estão as principais características do Movimento Moderno.