A TRADIÇÃO DOS CASAMENTOS ALEMÃES NAS COLÔNIAS
" Quanto aos casamentos, o trajeto à igreja era feito a cavalo, tanto por homens como por mulheres, o que não acontecia na Alemanha. Os noivos dirigiam-se à igreja montados em burros ou cavalos enfeitados, acompanhados por pagens ou guias do noivo e meninas da noiva. Estes, a caminho, de quando em quando, entoavam um júbilo com voz alta ou gritada em coro e que ressoava pela mata e pelos campos, anunciando de longe o cortejo nupcial.
À frente do grupo ia aquele que convidava às núpcias, o "Hochzeitsbieter", frequentemente balançando na mão um estandarte com coroa de folhas e flores. Com o chapéu enfeitado com fitas coloridas, era quem que fazia os convites, indo de casa em casa montado em animal enfeitado de coroas. Onde pretendia convidar alguém, aproximava-se da casa batendo palmas, como era de uso no país, e, sem mais, entrava na casa, dava uma volta e apresentava a sua mensagem em versos. Aceitava comer algo, caso já não o tivesse feito antes.
Os jovens que assumiam esse encargo comportavam-se de forma que manifestava a consciência da dignidade do ato. Se a pessoa convidada era uma mulher, esta tomava um lenço colorido e prendia-o nos ombros do Hochzeitsbieter, de modo que caísse solto pelas costas. Com o seu capuz de abas caídas, preto, enfeitado de fitas coloridas e a quantidade de lenços de várias cores no seu burro enfeitado de ervas e flores, o jovem assumia uma aparência festiva e pictórica.
A refeição que seguia ao casamento religioso, com o baile, realizava-se na casa dos pais da noiva. A casa era enfeitada para o dia com folhas de coqueiro e flores. Algumas noivas vestiam-se de preto seguindo uma tradição alemã. Seguindo o costume brasileiro, soltavam-se de quando em quando foguetes, ainda que em pleno dia, o que fazia com que os animais de sela dos convidados se agitassem.
A formação de uma família significava em geral também a fundação de um novo sítio de colonos. Os filhos herdavam geralmente a sua terra já quando criança, que começava a ser cultivada pela família. Também ocorria que o pai comprasse para o filho adulto uma colonia já totalmente montada. Em todo o caso, dar terras aos filhos era visto como um dos principais deveres paternos.
A mulher contribuia - além da sua força de trabalho, que era o principal para os colonos -, também com uma vaca, que já tinha sido a ela dada nova, às vezes até mesmo com um cavalo com sela ou só a sela, além do mais uma cama com colchão de penas, uma arca com roupas e lençóis, uma máquina de costura, panelas e talheres. Só colonos de posses davam dinheiro às suas filhas.".
(Adaptado de revista.brasil-europa.eu).
Paulo Grani
o "Hochzeitsbieter" acompanhado de pajens.
Foto: Testo notícias
Foto: Testo notícias
À frente do grupo ia aquele que convidava às núpcias, o "Hochzeitsbieter", frequentemente balançando na mão um estandarte com coroa de folhas e flores. Com o chapéu enfeitado com fitas coloridas, era quem que fazia os convites, indo de casa em casa montado em animal enfeitado de coroas.
Foto: Testo Notícias.
Foto: Testo Notícias.