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sexta-feira, 6 de janeiro de 2023

CAMINHO DO ARRAIAL

CAMINHO DO ARRAIAL

"Sua abertura não tem data certa, pois não se têm documentos que a comprovem. Há relatos que indicam que a abertura da picada do Caminho do Arraial foi entre os períodos de 1586 e 1590, ou seja, o Caminho do Arraial possui mais de 400 anos.
As bibliografias encontradas a esse respeito revelam que o caminho do Arraial mediu em seu percurso cerca de 8 léguas (52.800 m),assim distribuídas: 3,5 léguas no trecho compreendido entre: São José dos Pinhais até a entrada da mata (região do Pilão de Pedra, situado no Km 52 da rodovia BR 277 – Paranaguá/Curitiba); 2,0 léguas entre os trechos da entrada da mata até o pé da serra; 2,5 léguas do pé da serra até Morretes.
Para os litorâneos, que desejavam trilhar o Caminho do Arraial e alcançar a região de Curitiba, o desembarque das canoas ocorria no chamado Porto do Padre Veiga ou Porto de Curitiba, no conhecido Sítio das Carniças, nas margens do rio do Pinto (hoje totalmente assoreado), na sua foz com o rio Cubatão, hoje Rio Nhundiaquara. Dali o caminho seguia pelo vale do rio do Pinto (região do Anhaia e do Rodeio) até atingir a subida da Serra na região do Cabrestante.
Fora da trilha do Caminho do Arraial, em local de difícil acesso e, provavelmente, conhecido por poucos por isso ainda resistindo ao tempo, existe um valo murado com pedras, à direita da subida do Caminho do Arraial, em mata cerrada, na região do Cabestrante que, segundo relatam os moradores mais antigos da região, teria sido construído pelos mineradores da época para a lavagem do ouro encontrado na região. O Caminho do Arraial era o preferido dos moradores da região de São José dos Pinhais e da Lapa, na época chamada de Vila dos Príncipes, para as descidas ao litoral. É importante salientar que o Caminho do Arraial era utilizado apenas com bom tempo, possuía, pois, trechos alagadiços em meio a pequenos rios, no planalto, e a sua descida na região do Cabestrante, tornava-se tarefa de alto risco, tendo em vista a acentuada declividade do terreno. Como alternativa, os moradores da região usavam, então, o Caminho do Itupava, surgido mais ou menos na mesma época.
Há registros de que o Ouvidor Geral e Corregedor Interior da Comarca de Paranaguá e Curitiba o Senhor Joaquim Teixeira Peixoto, baixou edital em 28 de maio de 1827, determinando a cobrança da taxa de pedágio das tropas de animais que transitavam pelo Caminho do Arraial.
Hoje, o Caminho do Arraial encontra-se quase totalmente soterrado, obra do tempo. Poucos trechos, com calçamento de pedra podem ser percorridos na descida da Serra, na região do “Botafogo” e do Cabestrante. Parte da calçada foi destruída na construção do Oleoduto Araucária-Paranaguá, cujo traçado, em alguns lugares, confunde-se com o Caminho do Arraial. Ainda há dois pontos de acesso para quem quiser visitar o que existe deste importante caminho para o litoral. O primeiro inicia-se na altura do quilômetro 49 da BR 277, três quilômetros distantes do lugar denominado “Pilão de Pedra”; e o segundo, a partir da localidade de Rodeio do Anhaia, subindo pela trilha do oleoduto."
(Extraído de: nossolitoraldoparana.com)
Paulo Grani

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