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domingo, 10 de novembro de 2024

Elke Georgievna Grunnupp nasceu em Leningrado (hoje São Petersburgo), na Rússia, em 22 de fevereiro de 1945.

 

Pode ser uma arte pop de 4 pessoas e textoElke Georgievna Grunnupp nasceu em Leningrado (hoje São Petersburgo), na Rússia, em 22 de fevereiro de 1945. Quando ela tinha seis anos de idade seus pais migraram para o Brasil, fugindo do regime stalinista.

Por questões políticas, a família perdeu a cidadania russa, e se estabeleceu em Itabira, Minas Gerais, onde cultivavam morangos. Em 1962, aos 17 anos, foi eleita Glamour Girl em Belo Horizonte, e em 1963 participou de um concurso nacional, que escolheu a Rainha do Café.
Representando Minas, ela ficou em segundo lugar, mas foi o suficiente para chamar a atenção de produtores. O produtor cinematográfico Louis Serrano a convidou para atuar no filme Bossa Nova, que apesar de ter sido iniciado, nunca foi concluído.
Ela ainda usava o seu nome de batismo, Elke Grunupp, considerado impronunciável no Brasil. Passou então a ser chamada apenas de Elke. A alcunha "Maravilha", foi dada na década de setenta pelo jornalista Daniel Más.
Mas a bela jovem não deu continuidade a carreira de modelo e atriz na época. Aos 20 anos, morando sozinha no Rio de Janeiro, arrumou emprego como secretária bilíngue (ela falava oito idiomas), e passou a dar aulas de francês e inglês em escolas particulares.
Em 1966 voltou a morar com a família, que agora estava residindo em Porto Alegre. Lá frequentou os cursos de filosofia, medicina e letras, mas acabou formando-se tradutora na UFRGS. Em 1969 retomou a carreira de modelo. Com 1,80 metro de altura, acabou tornando-se uma das mais requisitadas manequins do país.
Após a experiência frustrada em Bossa Nova, ela estreou no cinema em Salário Mínimo (1970), onde interpretou uma modelo. Era uma participação pequena, mas lhe valeu um convite para atuar na comédia O Barão Otelo Contra Milhões (1971), estrelado por Grande Otelo. Nessa década, ela atuou em outros diversos filmes.
Nessa década também, precisamente em 1972 Abelardo Barbosa, o Chacrinha, a convidou para ingressar no júri do seu programa. Eles tornaram-se grandes amigos, e ela ficou com seu "painho" (como o chamava carinhosamente) até a morte do apresentador em 1988.
Nas décadas seguintes, ela ainda faria muitos filmes. Recebeu novos elogios por seu desempenho em Pixote, a Lei do Mais Fraco (1981), onde interpretou uma stripper viciada. Entre seus outros filmes destacamos Tanga: Deu no New York Times (1988), Xuxa Requebra (1999), A Suprema Felicidade (2010), Mato sem Cachorro (2013) e Meu Passado Me Condena (2013), Carrossel 2: O Sumiço da Maria Joaquina (2016). Sua última aparição no cinema foi em Lua em Sagitário (2016). Também atuou na produção inglesa Prisioneiro do Rio (Prisoner of Rio, 1988), que foi rodada no Brasil.
Com a morte de Chacrinha, ingressou no elenco do programa Show de Calouros, de Silvio Santos. Na televisão ainda atuou em novelas, estreando na TV Tupi em A Volta de Beto Rockfeller (1973). Geralmente fazia participações especiais como ela mesma, mas teve papéis destacados na minissérie em Memórias de Um Gigolô (1986) na Rede Globo e em Luz do Sol (2007), na Rede Record. Ela também teve seu próprio programa de entrevistas, chamado Programa da Elke (1993-1996), no SBT.
Nos últimos anos de vida, vivia de shows que fazia como cantora, e com a renda obtida com a venda dos produtos de beleza da linha Elke. Seu último trabalho na televisão foi um quadro no Fantástico, em 2015, ao lado de Berta Loran e Vilma Nascimento.
Elke Maravilha faleceu em 16 de agosto de 2016, após não reagir bem a medicação durante uma cirurgia para tratar uma úlcera. Ela tinha 71 anos de idade.
Manequim, modelo, atriz, cantora, jurada e apresentadora, Elke Maravilha, embora russa, foi uma das personalidades mais carismáticas do Brasil.