HISTÓRIA DO CIRCO "IRMÃOS QUEIROLO"
Programa Cirquinho, no canal 6, a família QUEIROLO.
Foi em 1942, que os irmãos Queirolo se estabeleceram em Curitiba, mas a história da família circense começou bem antes e fora do Brasil. O casamento do cantor lírico José Queirolo e da artista circense Petrona Salas, no final do século 19, deu início à segunda geração de artistas de circo.
O casal, que se apresentava em companhias circenses do Uruguai, teve oito filhos. A família foi contratada por uma companhia para excursões na Espanha. Com a morte de José Queirolo, em 1900, aos 51 anos, (consequência de um câncer na garganta), Petrona, com 48 anos, passou a ensinar números de acrobacia aos pequenos, que começaram a se apresentar nas ruas para depois ganhar picadeiros e palcos em diversos países.
Em 1917, os irmãos Queirolo compram o Circo Spinelli, no Rio de Janeiro. A primeira apresentação acontece no dia 14 de julho daquele ano. Dois anos depois, decidem excursionar por Curitiba, por onde passaram em anos seguintes, antes de se instalar em definitivo na Capital paranaense, com apenas três dos irmãos: Julian (o clown Harris), Otelo (Chic-Chic) e Ricardo (Negrito entre os familiares).
Em uma das passagens por Curitiba, em 1940, depois da morte da mãe Petrona um ano antes, os irmãos Queirolo, que já na terceira geração formavam a troupe de malabaristas ''Os Cinco Diabos Brancos'', fizeram várias apresentações no Cassino do Ahú. O grupo era formado pelos por Ricardo e Julião (filhos de Ricardo), Sérgio (filho de Julian), Lídia (filha de Otelo) e Henricredo Coelho (filho de um funcionário do circo).
Em 10 de outubro de 1942, em plena Segunda Guerra Mundial, é inaugurado, em Curitiba, o Pavilhão Carlos Gomes, trazendo como atração principal os artistas da companhia Irmãos Queirolo. As apresentações dos palhaços Harris e Chic-Chic eram as mais disputadas, mas a companhia fazia números teatrais com adaptações como ''O Morro dos Ventos Uivantes'' e peças religiosas como ''Paixão de Cristo''.
Em 1960, com a inauguração da TV na cidade, os Queirolo participaram das primeiras experiências no novo veículo em programas como ''Fiorela'', ''Cirquinho Canal 6'', ''Cirquinho do Chic-Chic'' e mais tarde ''Clube do Capitão Furacão''.
Com o declínio da arte circense no final da década de 70, a Prefeitura de Curitiba tenta reerguê-la doando um circo novo para o grupo, mas a tentativa não deu certo. Os Queirolo devolveram a lona após chegar à conclusão de que os tempos realmente haviam mudado. Hoje, os integrantes da quarta e da quinta geração ainda tentam manter viva a tradição em alguns espetáculos e serviços culturais.
(Adaptado de: folhadelondrina.com.br - Fotos: Pinterest e queirolo.com.br)
Paulo Grani