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sexta-feira, 6 de janeiro de 2023

Histórias Curitiba - O Gol do Sicupira

 

Histórias Curitiba - O Gol do Sicupira

Histórias Curitiba - O Gol de Sicupira
O Gol de Sicupira
Ernani Buchmann
corria animada noite na casa do advogado Luiz Fernando Arzua, lá no início dos anos sessenta.
Muitas cervejas, o dono da casa propôs que cada um dos participantes mostrasse alguma habilidade capaz de entreter o grupo.
começou ele mesmo, alinhavando algumas histórias o polonês especulava que de qualquer forma não era chamado, mas por este nome servia, vítima-abrasilei Ramento de z's e KAS seu nome.
Cumprida a missão, o anfitrião cedeu a palavra a um especialista em piadas portuguesas.
foi então a vez de Nireu Teixeira mostrar seus dotes de samba, transformando uma bateria de caixas de fósforos em autêntica escola de samba, a melhor - talvez - a de Padre Miguel.
Até que a piada parou um homem alto e magro, cuja humildade o fez recusar o convite:
- Não posso fazer nada do que você quer.
Arzua o convenceu do contrário.
Afinal, era um locutor de futebol iniciante, poderia ali, narrar um jogo qualquer.
ACORDADO então ser visto na noite de quarta-feira, eles jogariam Trilho x Coritiba na Vila Capanema único estádio da cidade para contar com refletores.
O Coritiba entrou em campo com Hamilton, Nico e Carazzai; Julinho, Bequinha e Guimarães, Chico, Milton, Ivo e Duílio Ronald.
foi o time titular.
A Ferroviária também não saiu por menos: Paulista, Savi, Fernandão, Caçula e Celso; Juarez e cura; Dino, Fernando Augusto e Sicupira Bídio.
Dona Aidê, a dona de casa e irmã nº 10 da Vila, enquanto servia uma cervejinha, perguntou:
- O Barcímio vai jogar?
Portanto, não perca este jogo.
Legítimo Com uma concha vazia da Antártida fazendo às vezes microfone, o locutor iniciou o jogo.
E, sendo craque na coxa branca, logo marcou para o Coritiba.
Dona Aidê não gostou, mas concordou em servir mais uma rodada.
E Rail começou a encomendar o jogo.
foi uma sucessão de ataques perigosos, bolas na trave, defesas milagrosas de Hamilton, com certeza todos fizeram o empate em poucos minutos.
Ledo erro.
O gol não saiu até que o alto-falante tenha fechado pela primeira vez.
levantou para fazer xixi, esticou as pernas, e depois dos quinze minutos regulamentares arremessou a bola para o nervosismo coxas e bocas de cerveja juntas.
O tempo passou e o jogo ficou uma foto do primeiro tempo.
gol do nada.
Até, os quarenta e quatro do segundo tempo - o segundo tempo, disse o narrador, assumindo todos os tugares-comuns 'próprios falantes - porque, já no finalzinho de partida Bídio foi de fundo e cruzou para a área.
Hamilton bateu mal e a bola caiu ali na marca do pênalti, onde Sicupira esperava, de volta ao gol.
O número 10 não vacila.
E bike empatou o jogo ao lançar a bola em ângulo.
boca-preta A multidão
abraçou, festa comandada por Dona Aidê, tão feliz com o gol que o caçula já havia arrumado mais uma onda de cervejas geladas.
Então aconteceu o que ninguém esperava.
Mal o locutor pendurou sua garrafa de Antarctica, abre a porta da garagem - a verdadeira etapa final dessa Copa foi a garagem do Arzua, esqueci de dizer - e aparece um vizinho, roxo ferroviário, com um rádio pendurado no ombro, tentando encontrar uma estação de rádio que estava transmitindo a partida.
E feliz com o sorteio, gritou para Arzua:
- Que rádio é esse que não pega meu radinho, vizinho?
Após, foi convidado a compartilhar uma cerveja.
Afinal, ali era a casa de sua irmã e cunhado Sicupira autor, naquela noite, do gol mais bonito de sua carreira.
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