Nossa Senhora da Conceição do Tamanduá e Sua capela.
O Capitão Antonio Luiz Lamim (Antonio Luiz Tigre) recebeu as posses das Sesmarias do Rodeio e Tamanduá em 1702, e da Campina do Rio Verde em 12 de abril de 1706. Eram: “...três léguas de comprido e uma légua de largura...” e foram passadas por Salvador Correia de Sá e Benevides no Rio de Janeiro. Historiadores mau informados só falam das Sesmarias nos Campo Gerais a partir do ano de 1707. Ele também recebeu como dote de casamento com Dona Anna Rodrigues França a Sesmaria do Jaguacaén (Javacaén), hoje Distrito de Bateias.
Em 1709 foi erigida no Tamanduá, pelos Padres Carmelitas de Itu, a primeira capela curada da região, construída em madeira. Ainda não estava lá a Nossa Senhora da Conceição.O Capitão Tigre recebeu por testamento a imagem de Nossa Senhora da Conceição, do Capitão João de Carvalho Pinto e o pedido que construísse uma capela para a Santa. A imagem teria pertencido à esposa do Cap. Povoador Matheus Martins Leme, Dona Antonia de Góes, a qual teria deixado para seu filho Matheus Martins Leme “O Moço”. A imagem durante anos teve sua veneração acontecida na “Matriz de Corityba”, e era festejada no seu dia (8 de dezembro). Por uma calúnia e acusação de crime por seu compadre, o Mestre Cap. José Nicolau Lisboa, que lhe devia dinheiro e negava a dívida, dizia ter o Capitão Tigre mandado matar um sua escrava como retaliação. O Capitão Tigre provou a injustiça da acusação, mas a decisão foi retirar a Santa da Matriz e construir uma capela para Ela. Bem, daí a história é longa até 1730, quando a capela foi terminada. Construída com pedras e barro e coberta com telhas goivas, do tipo português. A autorização para os ofícios religiosos foi solicitada e obtida por provisão do Bispo de São Paulo Dom Francisco de S. Jerônimo. Após o falecimento da esposa, Dona Anna, a Capela foi instituída, em escritura lavrada em 15 de janeiro de 1731, como herdeira universal dos seus bens. Uma fortuna dividida em 4000 cabeças de gado vacum, 600 cavalgaduras, escravos e outros bens imóveis. O Capitão Antonio Luiz Lamim, “O Tigre” faleceu 30 de dezembro de 1738 aos 90 anos de idade. Seus herdeiros doaram o Tamanduá ao convento do Carmo. Tempos depois as terras do Tamanduá foram a “Hasta Pública” e arrematadas pelo Cavaleiro Brigadeiro Manoel de Oliveira Franco. Mas aí é só o começo da história. São Séculos de acontecimentos, incluindo as festas no segundo domingo de dezembro, que quem é campo-larguense tem muito pra contar. Tem a “história épica do roubo da Santa” e o porquê esta imagem está hoje na Igreja da Cidade de Palmeira, pena que não tem espaço aqui. (Trechos retirados do Livro “A Verdadeira História do Campo Largo”, de Renato Hundsdorfer)